Agora ou nunca

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Jamison é um prato cheio pra quem gosta de fazer montagens pornográficas

Na terça-feira falamos sobre a troca que o Wizards fez mandando o Caron Butler para Dallas, ontem falamos do Clippers mandando o Marcus Camby para Portland e ontem à noite foi a vez dos dois times, contando com a ajuda do Cavs, terminarem o desmonte de suas equipes pensando no mercado de Free Agents do ano que vem.
No começo da noite passada Danny Ferry, general manager do Cleveland Cavaliers, ligou uma última vez para Steve Kerr, manager do Phoenix Suns, para saber como estava a situação de Amar’e Stoudemire. Ao saber que de lá não ia sair mais nada, decidiu partir para a segunda opção e fechou uma troca com o Washington Wizards e o Los Angeles Clippers. No saldo final da troca o Wizards perdeu Antawn Jamison e em troca recebeu Zydrunas Ilgauskas, Al Thornton e uma escolha de draft do Cavs, que por sua vez perdeu Ilgauskas e levou pra Cleveland Antawn Jamison e o armador Sebastian Telfair. O Clippers perdeu Thornton e recebeu em troca o Drew Gooden, que, trocado mais uma vez, pelo segundo dia seguido, é o novo Quentin Richardson da NBA.
Vamos analisar essa troca por partes:
Cleveland Cavaliers
Apesar da melhor campanha da NBA, o Cleveland sentia que precisava mudar alguma coisa para chegar ao título, um aprendizado da temporada passada quando terminaram a temporada regular com o maior número de vitórias e depois caíram diante do Orlando Magic porque não tinham ninguém para marcar o Rashard Lewis na defesa e ninguém com bolas no saco para chamar o jogo no ataque além do LeBron James.
Com essa troca o Cavs consegue um cara muito parecido com o Rashard Lewis, que não só poderá marcá-lo como poderá fazer o mesmo estrago no ataque. Jamison é um dos poucos alas de força que tem um arremesso preciso de longa distância sem perder o poder ofensivo dentro do garrafão. Lá perto da cesta ele não é um cara de força, mas com sua finesse consegue os pontos que quer. Imagino que no Cavs ele possa ser útil dos dois jeitos, pode ficar longe da cesta abrindo espaço para as infiltrações do LeBron e para o trabalho do Shaq, enquanto pode ir lá dentro quando estiver sendo marcado por alguém mais baixo.
Essa estratégia de deixar um arremessador do lado do Shaq para se aproveitar da atenção que o pivô chama lá perto da cesta já estava sendo usada quando o técnico Mike Brown colocava Shaq e Ilgauskas ao mesmo tempo em quadra. Até dava certo, mas o time ficava muito lento e apanhava de garrafões mais jovens e atléticos. Com Jamison, muito mais veloz que o Big Z, esse problema fica amenizado.
Apesar de consagrado como ala de força, o Jamison é ágil e rápido o bastante para jogar na posição 3, isso daria ainda mais opções para o Cavs enfrentar qualquer outro tipo de oponente. Podem montar um time alto e rápido com Mo Williams, LeBron, Jamison, Hickson e Varejão, ou um time baixo e cheio de arremessadores e um pivozão no meio com Mo, Delonte West, LeBron, Jamison e Shaq. Ou seja, Jamison é um cara talentoso, experiente e versátil que chega em um time que já tinha jogadores o bastante para montar várias formações diferentes capazes de se adaptar a qualquer time da NBA.
Se no ano passado faltava alguém para lidar com Rashard Lewis e os matchups estranhos do Magic, agora não tem mais essa desculpa. Se na última derrota faltou gente experiente para chamar o jogo além do LeBron, agora eles tem toneladas de experiência com Jamison e Shaq. Podem dizer que o Jamison era a segunda opção, mas acho que era melhor do que a primeira. Se o Cavs pegasse o Amar’e eles reuniriam a dupla Stoudemire e Shaq no garrafão, uma dupla que já não deu certo no ano passado em Phoenix, não existia razão para dar certo dessa vez. Além disso teriam que mandar o promissor JJ Hickson para o Suns, uma das condições primordiais da troca, e nessa com o Wizards eles só perderam o Ilgauskas, que ainda poderá ser dispensado do Washington e voltar para Cleveland daqui 30 dias.
Washington Wizards
Um fato curioso dessa troca é que a discussão está na mesa há semanas e o Wizards estava muito relutante em fazê-la. Não porque não queriam perder o Jamison, mas porque não queriam ajudar tanto o Cavs a serem campeões devido à rivalidade entre as duas equipes que se criou nos últimos anos. Não deve ser legal ajudar um rival mesmo, mas o Wizards deve ter pensado que a rivalidade já é coisa do passado já que eles nem conseguem mais ir para os playoffs perder do Cavs.
Falou mais alto a vontade de limpar o máximo de espaço salarial para a temporada que vem. Já que ninguém quer o Gilbert Arenas, que troquem todo o resto que ainda tem valor de mercado e comecem do zero.
Quem ficou bastante magoado com tudo isso foi o próprio Antawn Jamison. Ele tinha uma relação bastante profunda com a franquia, desde os donos, torcedores, cidade, até com o resto dos jogadores e funcionários. Era o capitão da equipe, o mais experiente e foi a voz dos jogadores e elo entre eles e a torcida e direção da equipe durante todo o escândalo do Arenas com o Javaris Critentton e suas armas. Ontem, ao saber da troca, perguntaram pra ele se tinha alguma mensagem para os fãs, ele respondeu apenas “Eu amo mais eles do que eles me amam”.
É interessante essa reação do Jamison um dia depois do Camby também ter ficado triste de ter saído do Clippers. Nos dois casos são jogadores muito bons que estavam afundando com equipes terríveis e foram trocados para potências de suas conferências. Mesmo assim os dois não esconderam a tristeza de deixar um time e uma cidade com quem tinham profunda relação. Claro que não vão reclamar de finalmente voltar a vencer alguns joguinhos (e talvez um campeonato), mas é legal ver a relação que alguns jogadores criam com seus times.
Em termos de basquete o Wizards é hoje um time pior do que era antes da troca, claro, mas é uma chance da pivetada ter minutos de sobra pra mostrar quem deve ou não continuar no time. Ontem o pivô JaValle McGee, que herdou a titularidade do Brendan Haywood, e o Andray Blatche, que é o novo titular no lugar do Jamison, fizeram grandes partidas. Randy Foye e Nick Young tem a chance de suas carreiras agora também.
A troca foi feita por questões de dinheiro e a partir de agora a equipe tem para o ano que vem apenas 7 contratos garantidos: Gilbert Arenas, Randy Foye, Andray Blatche, Nick Young, JaValle McGee, Quinton Ross e o outro cara que chegou na troca, Al Thornton, que, assim como os outro jovens da equipe, terá meia temporada para se firmar na equipe depois de ficar encostado no Clippers.
Isso significa que eles tem um contrato monstro com o Arenas, um bando de pivete barato e um bom espaço para contratar pelo menos um cara espetacular. Se é que algum cara espetacular quer se arriscar nesse time que deu errado até com 3 All-Stars jogando ao mesmo tempo.
Los Angeles Clippers
A troca do Al Thornton é um grande mistério. Ele jogou muito no seu primeiro ano como novato, jogou melhor ainda no ano passado e nesse ano ficou completamente de lado no Clippers. Perdeu a vaga de titular, seus minutos e números despencaram e, de repente, o manager Mike Dunleavy disse que eles estavam fazendo de tudo para trocá-lo afim de liberar espaço salarial.
Conseguiram fazer isso ontem e ao mesmo tempo se livraram do contrato do Sebastian Telfair. Os dois juntos somavam pouco mais de 5 milhões de dólares em salário, são jovens e bons, não é como se os dois carregassem contratos imbecis como o do Jared Jeffries ou do Eddy Curry, juro que não entendo o desespero de se livrar tão rapidamente de um jogador que até outro dia era uma peça tão valiosa em troca de nada além de espaço salarial.
Em dois dias o Clippers perdeu Marcus Camby e Al Thornton e em troca só ganhou a chance de poder oferecer contratos enormes na próxima offseason. Mas e daí? Quantos Free Agents bons você já viu com vontade de ir para o Clippers? No passado recente eu só lembro do Baron Davis, e dizem que foi só porque ele queria ficar perto do estúdio de cinema que ele comprou em Los Angeles. Assim como dissemos ontem em relação à troca do Camby, o Clippers perdeu com o Thornton uma boa chance de receber em troca escolhas de draft ou jogadores novos para reconstruir o time.
O resumo dessa troca é que dois times fizeram mudanças para desmontar o resto de seus times ruins e se preparar para a próxima offseason, o outro já tinha a melhor campanha da liga e conseguiu adicionar um All-Star em troca de um pivô reserva, um fatality. Se o Cavs for campeão, que mande pelo menos uma réplica do anel para Wizards e Clippers, se não for campeão, aí adeus LeBron. Se nem com um elenco monstruoso ele consegue alguma coisa por lá, é bem provável que vá embora.

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