🔒Filtro Bola Presa #17

Lembram que Blake Griffin se lesionou socando o seu ex-amigo roupeiro do Clippers? Pois Griffin, ainda lesionado, finalmente voltou ao banco de reservas da equipe – e alguém achou que era uma boa ideia deixar toda essa história de briga pra lá e reafirmar a união do elenco. Assim que Griffin chegou no banco e cumprimentou o roupeiro, alguém tirou uma foto e os engravatados da equipe acharam de bom grado publicá-la no Twitter para deixar para trás o mau entendido, utilizando a hashtag “Família” na postagem. O problema é que nenhuma boa alma OLHOU PARA A FOTO antes de publicá-la.

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O funcionário parece inteiramente contrariado, as pessoas em volta parecem com medo de que ocorra a Terceira Guerra Mundial, a galera na arquibancada está ou descrente ou dando sorrisos cínicos, o punho esquerdo do Griffin está cerrado como se pronto para um HOMICÍDIO, e a mão estendida para o cumprimento é tão COLOSSAL perto da mãozinha do funcionário que é impossível não pensar quão absurdo foi o acidente de trem que foi o soco que o atingiu.


Que tal sentar na beira da quadra e quando o LeBron for reclamar com o árbitro, você simplesmente gritar com ar de mãe autoritária para que ele ENGULA ISSO E FIQUE QUIETO? Pois foi o que a milionária Judy Love fez, e o LeBron achou tão engraçado levar uma falta técnica logo depois do grito (audível no meio da transmissão da TV) que até postou no seu Instagram. O LeBron que fique esperto, quando a gente comprar o Bucks e sentar na beira da quadra vai ser bem pior!


Com o sucesso do Warriors e de Stephen Curry e todas as mudanças na NBA nos últimos anos, não há nenhuma dúvida de que estamos vivendo a Era dos Três Pontos de uma maneira que faria até o Marcelinho Machado corar de vergonha. Se por um lado esse momento histórico trouxe ao mundo gênios como Curry, também é responsável por pequenas aberrações como Max Hooper, o jogador de basquete universitário que arremessou 214 bolas essa temporada – TODAS bolas de três pontos. Seu aproveitamento nesses arremessos é de 46% (ele converteu 98 de suas 214 tentativas), mas até agora ele deu um total de ZERO arremessos de dois pontos pela sua equipe. Segundo ele, não é de birra não – o esquema precisa de um arremessador dedicado e ele ainda NÃO TEVE A OPORTUNIDADE de fazer uma bandeja em transição, mas é POSSÍVEL que isso ocorra em breve. E olha que já vi gente acusar o JJ Redick de ter fobia de garrafão. Perto dele, esse Max Hooper pensa que o garrafão é feito de LAVA.
Hooper diz estudar vários arremessadores da NBA que conseguiram ser úteis para seus times no perímetro, treina com o Anthony Morrow movimentações para arremesso e diz que está se dedicando para ser um bom defensor para complementar seu aproveitamento nas bolas de três. Veremos se a NBA está tão fascinada com as bolas de fora que ele receberá atenção no draft.

Aliás, essa combinação de grandes arremessadores de fora que são também grandes defensores está se tornando cada vez mais comum na NBA. Antes, ser bom arremessador ou bom defensor era suficiente para te arrumar uma vaga num time qualquer, mas sempre com minutos limitados. Bons arremessadores começaram a perder a vaga de titular para bons defensores na última década, que por sua vez eram substituídos quando o time precisava de mais poder ofensivo. Fazendo as duas coisas AO MESMO TEMPO, qualquer jogador garante sua presença em quadra.
Ian Levy resolvey descobrir, então, quais são estatisticamente os jogadores mais eficientes nas duas categorias, defesa e bolas de três pontos. O líder disparado – mas disparado MESMO – é Kawhi Leonard, que está em outro planeta nos dois quesitos. Depois dele, surge uma série de jogadores inesperados: Jared Dudley, Kelly Olynyk e Omri Casspi estão no topo dos defensores-arremessadores. Mas no fundo, tirando os casos bizarros, a lista é totalmente dominada por Warriors e Spurs. Os dois times somam OITO jogadores acima da média da NBA tanto em defesa quanto em arremessos de três: Kawhi Leonard, Stephen Curry, Brandon Rush (esses três dentro do Top 5), Jonathan Simmons, Klay Thompson, Draymond Green, Patrick Mills, Andre Iguodala, Manu Ginobili, Danny Green e… Leandrinho Barbosa. Pode confessar: Kelly Olynyk até vai, mas Leandrinho você não esperava, né?
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Os arremessos de três pontos não ficaram apenas mais importantes na NBA atual, eles também estão sendo executados com maior precisão. Como Tom Haberstroh aponta, comparar a porcentagem de aproveitamento nos arremessos de três pontos de antigamente com a de hoje é injusto demais – por conta dos modelos defensivos e das regras atuais, Larry Bird, um dos maiores arremessadores de todos os tempos, sequer entraria nas 100 melhores porcentagens de bolas de 3 na carreira, uma lista dominada por jogadores recentes. Mas é possível comparar os arremessos que foram dados sem regras, tática ou defesas: aqueles dados no campeonato de 3 pontos do fim de semana do All-Star. Em 1987, por exemplo, o primeiro campeonato com registro em vídeo, quando Bird venceu uma lista fantástica de especialistas como Byron Scott e Danny Ainge, todos os competidores acertaram em média 46% dos seus arremessos de três. Na competição do ano passad, vencida por Steph Curry, o aproveitamento coletivo foi de mais de 58%! Entre esses dois extremos, a porcentagem foi aumentando aos poucos ano após ano, o que não resta dúvidas: a NBA gera cada vez mais especialistas no perímetro, e a tendência é que isso continue crescendo.

3pt


Não foram só as bolas de 3 pontos que mudaram na NBA: de acordo com Ben Cohen, as estrelas nunca jogaram tão poucos minutos quanto agora. Dez anos atrás, apenas dois jogadores do All-Star jogavam menos de 34 minutos, e os dois sofriam com lesões. Cinco jogadores ficavam em quadra mais de 40 minutos por jogo. Hoje, a média de minutos dos participantes do All-Star é de 34 minutos, e NENHUM joga mais do que 37 minutos por jogo. Nunca se descansaram tanto as estrelas para poupá-las de lesões como hoje, o que por si só já complica qualquer comparação que queiramos fazer com estatísticas e números de antigamente. Stephen Curry não jogou 40 minutos em nenhuma partida dessa temporada – quais seriam seus números se tivesse esses minutos de MÉDIA?


Da série “Kelly Olynyk de vencedores estatísticos inusitados”: nas últimas 30 temporadas do Bulls, os jogadores com mais jogos de ao menos 20 pontos, 5 rebotes, 5 assistências e 5 tocos são Scottie Pippen (com 3 jogos), Michael Jordan (com 2 jogos) e… Pau Gasol (com 2 jogos também). Que tal?


Momento Porzingis da semana: que tal um remix de “Hotline Bling” do Drake em homenagem ao Porzingis, falando sobre como o PorzinGOD venceu as vaias e passou a receber respeito depois de enterrar na cabeça da galera?


Fim do período para trocas na NBA é sempre igual: gente trocada contra sua vontade, gente dizendo que “no fim das contas a NBA é um negócio” e choradeira pra todo lado. Mas nenhuma troca gerou mais choradeira do que a que tirou Anderson Varejão do Cavs. Choradeira na internet, de gente indignada, e choradeira literal, como a da criança que cai no choro quando o pai avisa que o Varejão não faz mais parte da equipe. O mais legal é a criança querendo saber se o LeBron e o Kyrie Irving foram trocados também, como se o Varejão estivesse NO MESMO NÍVEL. Muito fofo.

No fim o Varejão acabou sendo dispensado pelo Blazers, ficou livre, leve e solto e choveu time grande querendo seus serviços. Acabou escolhendo o Warriors por motivos de É O WARRIORS, somado à sua amizade com o Leandrinho e até com o Luke Walton, com quem jogou junto no Cavs. Mas do Varejão no Warriors a gente fala em breve num texto à parte, pode esperar.

Um que acabou quase chorando no dia final das trocas foi o Robert Sacre, do Lakers. O Gary Vitti, famoso preparador físico da equipe, prega uma peça TODOS OS ANOS: ele escolhe um jogador qualquer do time e diz que o General Manager precisa falar com ele imediatamente porque o horário limite do período de trocas está chegando. Todo ano vai alguém em pânico achando que foi trocado e descobre que na verdade está só sendo aloprado e humilhado por um treinador adulto e de barba na cara que se diverte com a desgraça alheia. O mundo é um lugar fascinante.
E enquanto tudo isso acontecia, o General Manager do Lakers falou publicamente que “Kobe não seria trocado na data limite”. Claro, como se a gente precisasse dessa afirmação oficial.

Kobe não foi trocado e continua seu já conhecido tour de despedida. No All-Star Game não faltaram homenagens para ele, com vídeos de melhores momentos, discurso do Magic Johnson e mais salvas de aplausos do que seria saudável para o ouvido humano. Mas a parte realmente legal da despedida do Kobe veio DEPOIS do All-Star Game, quando Carmelo Anthony, Dwyane Wade e Chris Paul mantiveram sua tradição de se encontrar num restaurante depois do jogo e dessa vez chamaram Kobe para participar. Durante o jantar, entregaram INCRÍVEIS presentes para comemorar sua aposentadoria: Carmelo deu um vinho italiano que, como Kobe, “fica melhor com o tempo”; Chris Paul deu cola para dentaduras, óculos de leitura e uma bengala; e Wade deu uma assinatura de um ano de Netflix porque Kobe “vai ter muito tempo nas mãos”. Melhores presentes! Impossível não imaginar o Kobe de bengala, enchendo a cara de vinho e assistindo Netflix por um tempo, até ter o descanso merecido para um cara que treinou mais duro do que qualquer um desde que entrou na NBA.

Kobe merece um vida de Netflix especialmente quando a gente vê momentos como esse: na sua despedida contra o Spurs, sabendo que os fãs lotaram o ginásio do Lakers apenas para vê-lo jogar pela última vez contra Duncan, Kobe deslocou um dedo numa jogada boba e, ao invés de sair de quadra, simplesmente ENFIOU O DEDO DE VOLTA NO LUGAR e voltou pra partida como se nada tivesse acontecido. É genial ver o Kobe reagir ao dedo sendo colocado de volta com uma mísera abaixada de bumbum e depois fazer a cara mais Duncan do mundo voltando pra quadra como se estivesse passeando no parque.

Pra quem Kobe joga mesmo com dedos deslocados? Para gente como esse par de italianos que ABANDONARAM SEUS EMPREGOS para fazer o tour de despedida do Kobe e acompanhar toda a sua última temporada:


Um que não tem emprego pra abandonar mas também quer acompanhar o tour de despedida é o lendário Gilbert Arenas. Depois de descobrir que os ingressos para o último jogo do Kobe em Los Angeles estão ESGOTADOS desde já, Arenas foi na sua conta de Instagram e pediu para o Lakers um contrato de 10 dias – aquele contrato furreca não-garantido que os times assinam para testar jogadores – só para estar sentado no banco de reservas da equipe e assistir o último jogo do Kobe de pertinho. Mas ele foi exigente: não quer sentar na cadeira mais longa, que é onde senta o Ron Artest, porque “ele até parece um segurança do ginásio quando veste preto”, não quer sentar perto do Nick Young ou do Roy Hibbert para “não pegar Síndrome de Down” (?!), não quer sentar perto do Robert Sacre porque “sua cabeça gigante vai atrapalhar”, e quer sentar o mais longe possível do Byron Scott porque “ele coloca qualquer um que estiver sentado perto dele para jogar”. Gilbert Arenas pode estar aposentado, mas ele ainda é a maior metralhadora de bobagens que a NBA já viu.


Cada último jogo do Kobe é uma máquina de cavocar grandes histórias do passado. Dessa vez, em sua passagem final por Chicago, perguntaram para o Kobe qual havia sido seu jogo mais memorável na cidade. Kobe lembrou imediatamente do seu primeiro duelo de verdade contra Michael Jordan em 1998, mas depois se recordou de uma experiência transformadora uns anos antes, ainda em 1996. Foi sua primeira partida em Chicago, quando Kobe ainda estava no banco de reservas da equipe, e depois do Bulls estar perdendo por 18 pontos, Jordan e Pippen simplesmente assumiram o jogo e enfiaram a vitória no bolso. Nas palavras do Kobe, ele olhou para aquilo e pensou:
“Cara, eles estão em todos os lugares da quadra. Sequer entendo como isso é possível. Como Pippen pode estar marcando pressionado na quadra de ataque, de repente estar no meio da quadra e então de repente estar pegando um rebote na defesa – como isso é fisicamente possível? Essa foi provavelmente a maior lição que aprendi.”

Em breve, esse Filtro não terá mais nenhum assunto relacionado ao Kobe. A hora de passar o bastão se aproxima – o filho do Derrick Rose parece prontinho pra assumir o legado.
[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”O show tem que continuar”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/02/kobe_rose.jpg[/image]

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

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