>O time do Wade fede

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Pede pra sair, Wade! Pede pra sair!

O negócio é o seguinte: se você tem a noite da sua carreira e mesmo assim seu time sai de quadra derrotado, é porque alguma coisa muito errada está acontecendo. Dwyane Wade marcou 48 pontos além de 7 rebotes, 11 assistências, 3 roubos e 3 tocos. Mas isso não é o bastante para um dos times que mais fedem atualmente na NBA.

Isso me lembrou uma anedota. Em 2004, Tracy McGrady era o cestinha de toda a NBA, estava a 20 jogos seguidos marcando pelo menos 20 pontos por partida e havia feito mais de 40 pontos nos dois jogos anteriores. No entanto, seu time ainda ocupava o último lugar da tabela. A frustração com a campanha e com o resto da equipe levou a um total descontrole na partida contra o Denver Nuggets: após tomar um toco do Chris Andersen (alguém ainda lembra dele?), T-Mac simplesmente chutou a bola em direção à arquibancada, tomando uma falta técnica. Quando a bola foi devolvida para a quadra, T-Mac metodicamente pegou a bola de novo e chutou para fora outra vez, para ser expulso. Vale a pena dar uma olhada no vídeo:

O mais engraçado de tudo é a reação do Juwan Howard quando percebe que o T-Mac vai chutar a bola pela segunda vez. Ele corre como um desesperado tentando impedir o inevitável, obviamente pensando “pelamordedeus não seja expulso senão a gente vai ser humilhado aqui!” Ironicamente, o Magic ganhou aquela partida.

Eu não ficaria surpreso se o Wade chutasse umas bolas pra fora da quadra na próxima partida. Pra começar, ele foi obrigado a jogar de armador principal. O fato de ficar com a bola mais tempo em mãos ajudou a marcar 48 pontos, claro, mas é nítido o desconforto do Wade na posição. Ele se atrapalha, ele escorrega, e eventualmente ele recebe marcação dupla no meio da quadra e não tem ninguém para levar a bola e devolver para ele depois. Onde estavam os outros armadores? Jason Williams e Chris Quinn machucados, (o Quinn, aliás, estava risível no banco porque ele tem 4 anos de idade e parecia ter pegado o terno do pai para brincar) fora o Smush Parker que simplesmente resolveram esquecer que existe. Fora isso, o Earl Barron foi titular já que Shaq está com uma contusão no quadril e o Alonzo encerrou a carreira.

O resto do time até que se saiu bem, Dorrel Wright tem potencial (mas faz uns 15 anos, daqui a pouco ele vai ser daqueles vovôs que tinham potencial e nunca fizeram nada), o Cook é um bom arremessador (o arremesso pra levar o jogo pra prorrogação foi surreal), o Haslem é um dos jogadores mais consistentes da NBA, mas simplesmente não há talento o bastante ali para fazer justiça ao pobre do Dwyane Wade.

Todos os torcedores do Heat que pedem para que o Shaq seja trocado precisam pensar bem a respeito. Com o Shaq no banco, até a melhor noite da vida de Wade não foi o bastante. Mesmo quando o Shaq não está fazendo nada, desmotivado, entediado, parado no garrafão simplesmente pensando em donuts, a vida de todo o resto do Miami Heat já fica mais fácil. Ele é uma presença que sempre vai desestabilizar defesas e exigir ajustes defensivos mesmo quando tiver 120 anos e jogar basquete numa cadeira de rodas.

Outras trocas deveriam acontecer, claro, mas o Shaq deveria ficar lá. Obviamente, trazer o fominha do Ricky Davis não foi a resposta para nada. Trocas menores podem ser o bastante para dar um ânimo novo para a equipe que, como o Denis ressaltou nesse artigo sobre o Heat, precisa de motivação.

Enquanto isso, Sixers e Jazz fizeram uma troca menor que pode ser bastante útil para os dois times. Recentemente lembro de ouvir alguém falando sobre como o Kyle Korver estava sendo desperdiçado na Philadelphia. Em um time que precisasse de um arremessador puro para ficar lá parado matando bolas, ele seria uma peça fundamental. Some a isso o fato de que o Jazz vem sendo destruido por times que marcam por zona permitindo que a equipe de Utah apenas arremesse de fora, deixando óbvio o quanto eles precisam desesperadamente de um arremessador, e adquirir o Korver parece uma resposta perfeita. Deixar ele em quadra por alguns momentos, se aproveitando do espaço que o Boozer deve gerar, deve ser o bastante para que ele tenha a chance de sua carreira.

Em troca do Korver, o Sixers recebeu o Giricek e mais uma escolha de 1o round no draft do ano que vem. O Giricek arrumou encrenca com o Sloan e por isso vai embora. Ele até pode quebrar um bom galho em sua nova equipe, mas o fundamental é a escolha de draft. O Korver foi uma escolha de 2o round e eles receberam em troca uma de 1o, ou seja, no papel já saíram no lucro. No Sixers, o Korver nunca seria de grande valia mesmo. E como o time está se reconstruindo, nada melhor do que arrumar mais novatos para o ano que vem.

Para o bem do Wade, torço para que o Heat também arrume algumas trocas que adicionem peças importantes. O próprio Korver se daria bem por lá, substituindo o já foragido Jason Kapono. Ou, na pior das hipóteses, é bom o Heat pensar no futuro e começar a trocar por escolhas de draft do ano que vem. Mas aí podemos nos preparar para ver o Wade chutando um bocado de bolas para fora do ginásio…

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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