>Preview 2010-11 / Utah Jazz

>

Se tem o Deron tem que ter o CP3

Objetivo máximo: Vencer o Oeste (e encher o saco de todo mundo durante isso)
Não seria estranho: Perder uma série disputada na primeira rodada ou cair na segunda (e encher o saco depois que perderem)
Desastre: O Al Jefferson não se entender com o Deron Williams (e encher o saco criticando a saída do Boozer)

Forças: Um dos melhores armadores da NBA, time entrosado e ataque poderoso
Fraquezas: Defesa de garrafão ridícula e os torcedores mais malas da liga

Elenco:

…..
Técnico: Jerry Sloan



São benditos 22 anos como técnico do mesmo time! Quando Jerry Sloan entrou no Jazz ainda existia União Soviética, o Brasil ainda não tinha um presidente eleito democraticamente depois da ditadura militar, a Microsoft tinha acabado de anunciar o Windows 2.1, Super Mario 3 era lançamento e ainda estavam para nascer pessoas importantes do mundo contemporâneo como Selena Gomez, Vanessa Hudgens, Rihanna e quase 40% dos nossos leitores!

Não vou me dar ao trabalho de reescrever toda a história dele, então vai um “Ctrl+C – Ctrl+V” no texto da semana dos técnicos:

“Dois times marcam a carreira de Jerry Sloan. O primeiro, claro, é o Utah Jazz. Ele é técnico do Jazz desde a temporada 88-89, ou seja, completará 20 anos como técnico do mesmo time e foram 20 anos brilhantes. Desde 89 até 2003, Sloan não deixou nem por um ano de ir para os playoffs, chegando em 5 finais de conferência e duas finais da NBA.

O time, como todos sabem, era liderado pela dupla John Stockton e Karl Malone, dois dos melhores jogadores de basquete em todos os tempos. O esquema tático do Sloan era conhecido e usava e abusava do talento dos dois craques. O principal artifício era o “pick and roll”, jogada que se utilizava do entrosamento dos dois, da visão de jogo do Stockton e da combinação de bom arremesso de meia distância e de infiltração do Malone. Então soma-se a isso bons arremessadores e jogadores sempre usando a força para cortar em direção à cesta para receber os passes de Stockton e você tem um time eternamente competitivo. Todos os anos o Jazz estava lá incomodando todo mundo, não tinha erro, podiam entrar e sair jogadores mas se tinha Malone, Stockton e Jerry Sloan, o Jazz estava na briga. O título só não veio por causa do outro time na vida de Jerry Sloan.

Por dois anos seguidos, o Jazz perdeu a final da NBA para o Chicago Bulls de Michael Jordan. O mesmo Chicago que tem a camiseta número 4 aposentada por causa de Sloan.

Sloan nasceu no estado de Illinois, onde fica Chicago, e jogou apenas uma temporada no Baltimore Bullets antes de se transferir para o Chicago Bulls no ano em que o time nasceu, até por isso o seu apelido era “O Bull original”. Lá ele fez fama defendendo como um doido, indo para dois All-Star Games, levando o time para os playoffs e como líder do único título de divisão do Bulls fora da era Jordan.

Em uma história parecida com a do Nate McMillan, Sloan logo que se aposentou (por causa de contusões no joelho) virou olheiro do time e logo depois técnico, treinou por 2 temporadas e meia, depois foi mandado embora. No Jazz, depois de perder os títulos para o Bulls, não conseguiu mais repetir o sucesso de antes e mesmo sem Jordan na liga, o Jazz já não conseguia mais passar pelas novas potências do Oeste, como Spurs e Lakers. Aí foi a hora de Stockton se aposentar e do Malone levar seu pé frio para Los Angeles.

Todo mundo pensava que era a desculpa certa para o Sloan pedir as contas e ir embora, mas não, ele permaneceu fiel ao time e comandando um elenco ridículo não foi para os playoffs pela primeira vez em 2004. Não foi de novo em 2005 e 2006, mas nesse tempo ele não abandonou aquele mesmo velho esquema tático que deu certo durante mais de uma década e aos poucos foi montando o time com as peças necessárias para o esquema dar certo de novo. Veio o armador com visão de jogo (Deron Williams), o ala de força com potência e arremesso (Boozer), os arremessadores (Okur e Korver) e os jogadores de força que estão sempre cortando em direção à cesta (Brewer, Kirilenko, Harpring).

Se fosse pra definir Sloan com uma palavra, seria “estabilidade”. Sempre o mesmo esquema, a mesma calma, a mesma cobrança por defesa e jogo físico. O título pode não vir nunca, mas enquanto ele tiver jogadores nas mãos vamos ver ele e seu Jazz nos playoffs. E acho que ele só pára quando morrer.”

Para esse ano é mais do mesmo! Raja Bell é o arremessador-defensor-pentelho no lugar de Ronnie Brewer, Paul Millsap é o cara físico e agressivo do banco ao invés de Harpring, Al Jefferson é o jogador de garrafão que brinca com o armador ao invés do Carlos Boozer. E uma coisa nunca mudou no Jerry Sloan, ele tem mãos muito grandes. 

…..
Nas duas últimas temporadas o Jazz foi um time estranho. Em alguns momentos eles deram a entender que estavam em plena decadência e em outros foram, sem dúvida alguma, o melhor time da  NBA. É sério, durante pelo menos um mês na temporada passada e duas na retrasada eles foram o time mais empolgante da NBA, tanto no estilo de jogo quanto na qualidade e importância das vitórias. O motivo dessa regularidade digna de humor de mulher na TPM é um mistério.

No ano passado começaram a temporada jogando um basquete sem vergonha. Parecia um time previsível e sem aquela vontade e gana que todo time do Jerry Sloan usa para cobrir eventuais defeitos. Até cheguei a decretar aqui o fim do time. Alguns meses depois eles estavam voando em quadra e assumiram a segunda colocação do Oeste, chegando a ameaçar a liderança do Lakers. Depois perderam alguns jogos importantes e acabaram caindo, na última semana, para o 5º lugar. Hora de enganar todo mundo de novo: Embalaram aquele fim de temporada ridículo com uma série dominante e espetacular sobre o Nuggets, derrotando Carmelo e Billups por 4 a 2. E aí, quando todo mundo voltou a achá-los um dos times mais empolgantes da liga, foram varridos pelo Lakers.

Ou seja, o Jazz é um time tão mala que nem previsão deles dá pra fazer! Mas vou me arriscar: Eu acho o Al Jefferson um baita jogador, um dos que mais tem recursos e jogadas quando joga de costas pra cesta. Ele não tem o arremesso de meia distância como o do Carlos Boozer e isso vai mudar um pouco como funciona o pick-and-roll do time, mas em compensação dá outras opções de jogada. E embora ele não seja um pivô nato (e reclamava de jogar na posição 5 quando estava no Wolves) não deve dar piti se jogar um pouco mais lá dentro se fizer dupla com o Paul Millsap. Entre Boozer, Okur, Millsap e Al Jefferson o meu jogador favorito é o Boozer, mas entendo que o atual trio do Jazz é mais completo sem ele, hoje tem opções mais diferentes de combinação.

Uma coisa ruim desse trio é que eles continuam fracos na defesa. O Danilo acha o Boozer um inútil na defesa, eu não acho tanto assim, ele pelo menos sempre foi esforçado e ajuda sendo um bom reboteiro, mas não o bastante para fazer do Jazz um time forte na defesa do garrafão. Com o Al Jefferson não muda muita coisa. É meio broxante trocar de jogador e ver os mesmos problemas, mas os torcedores do Jazz, que pena, vão ter que lidar com isso.

Outras perda que pode machucar o time está também no Bulls, Kyle Korver. Ele era o arremessador de três que vinha do banco para acabar com o jogo. Poucos jogadores se adaptaram tão bem e tão rápido ao estilo do Jerry Sloan e por ser um branquelo do bem ainda era queridinho da torcida. Outro que vai fazer falta é o Wesley Matthews, o novato apareceu do nada no ano passado para virar titular absoluto que defendia o Kobe Bryant em momentos decisivos! Mas não culpo o Jazz por perdê-lo, eles estavam certos de dar um contrato de só um ano quando ele era só um Zé Ninguém e igualar a oferta descomunal (34 milhões por 5 temporadas, com 9 milhões no primeiro ano!) que o Blazers fez por ele seria burro para um time que já até fez trocas idiotas para economizar alguns trocados.

O responsável por cobrir o espaço que os dois deixaram no time vai ser o Raja Bell. Ao mesmo tempo ele vai ter que ser o defensor que era o Wes Matthews e fazer as bolas de três do Korver. Ele é capaz disso se jogar o que jogava no seu auge no Suns, mas depois de um ano parado por contusão é bom ter um pé atrás. Outro que pode ajudar é o Gordon Hayward, novato que veio da mesma escola Bieber de garotos branquelos do Kyle Korver e teve alguns momentos muito empolgantes na pré-temporada.

O Jazz sempre achou caras para substituir as suas perdas, sempre montou times bons. Sempre deu trabalho pra todo mundo. E sempre chegou perto do título e perdeu. Não deve ser diferente nesse ano. E só porque eu falei pouco de um dos meus jogadores favoritos, um bom mix de jogadas do Deron Williams:

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.