>Primeiras impressões

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Peter John Ramos – Troféu Ivanov de muso do Mundial

O campeonato mundial começou no último sábado e já tivemos uma renca de jogos. Obviamente não deu pra ver tudo, mas me esforcei para ver o máximo deles e coloco aqui comentários aleatórios do que chamou a minha atenção. Foi mal, nosso negócio é NBA, para uma cobertura mais séria e decente visite o Rebote, o Bala na Cesta e/ou o Draft Brasil.

Nível técnico – Muitos times estão em reformulação, muitos claramente já estão velhos (e usando roupas azuis e brancas) e outros tantos com desfalques importantes. Parecia ser um Mundial em que nenhuma seleção estaria no seu auge. Talvez isso até seja verdade, mas o começo é animador mesmo assim. Esperava um campeonato de nível técnico bisonho e até os times ruins estão me surpreendendo.
Achava que times como Jordânia (a única seleção da história a ter todos os jogadores com o nome “Jordan” no uniforme) e Líbano fossem tão ruins quanto a Costa do Marfim, que até agora é o único time peladeiro da competição, mas não tem mais bobo no futebol. Até a China sem Yao Ming e a Alemanha sem Nowitzki estão jogando direitinho. Ainda dá tempo de todo mundo jogar mal e fazer a gente mudar de idéia, mas esses dois dias até que serviram para eu me animar um pouco.
Alemanha – O que é esse time? Não é a primeira vez que eles jogam bem sem o Dirk Nowitzki, mas eles estão demais. Perderam só de 4 pontos da Argentina no primeiro jogo e ganharam da Sérvia no melhor jogo do campeonato até agora. Eles não deveriam ser péssimos? Eles não estão aí só por um convite da FIBA que obviamente só queria ver o Nowitzki no seu evento mais importante? O Fluminense deixar o Washington bater pênaltis faz mais sentido.
Uma explicação que faz sentido e que é real é que sem o Nowitzki ele jogam basquete de verdade ao invés de só tocar a bola pro Dirk e esperar pra ver o que acontece. Mas mesmo assim não esperava um resultado tão bom, se eu e meus amiguinhos do colégio jogarmos um basquete coletivo e correto num Mundial a gente ainda perde de 100 a 2 do mesmo jeito.
Podemos desistir de tentar entender e só aproveitar os melhores momentos da emocionante vitória em duas prorrogações sobre a Sérvia, que infelizmente não tem o Darko Milicic, que teria rasgado sua camiseta sem pensar duas vezes depois desse jogo.
Marcelinho Huertas – Estão chovendo perguntas no nosso Formpsring sobre a chance do Huertas jogar na NBA. Respondo todas aqui: chance até existe, mas só se ele quiser ser um terceiro armador que esquenta banco.
Ele tem boa visão de jogo, mostrou seu melhor jogo nas finais espanholas contra o Rubio e tudo aquilo que a gente sabe, mas não é o bastante para a NBA. Ainda mais na posição de armador que é a mais bem servida da liga atualmente. Ele teria espaço, mas seria um terceiro armador em times bons e no máximo um reserva em times com menos opção como o Kings. E o que será que vale mais pra ele, ser um zero à esquerda na NBA ou continuar tendo papel de destaque em times de ponta na Europa? Ele pode perguntar pro Juan Carlos Navarro a resposta.
França – Não ganham de ninguém quando tem Tony Parker, Turiaf e toda a renca do pessoal da NBA (incluindo o milionário Johan Petro). Aí foi só todo mundo desistir ou se machucar (pobre Rodrigue Beaubois, tinha tudo pra ser um dos destaques do torneio), que aí eles ganharam da Espanha! Pelo pouco que vi dos franceses eles parecem um time mais organizado do que nos últimos anos, dependendo menos de jogadas individuais, e a defesa parece menos furada também.
Três coisas chamam a atenção no time francês:
1- Se pudesse, Boris Diaw nunca daria uma arremesso na vida. Nem o Jason Kidd tem tanto prazer em dar assistências ao invés de chutar como o francês.
2– Como disse sabiamente o ShamSports, só existe uma coisa mais escura que o Mickael Pietrus no mundo, o seu irmão Florent. Sem racismo, só é muito impressionante. Aliás, dá pra ser racista e gostar de basquete ao mesmo tempo? Fica o questionamento.
3– Os boatos de que o Florent Pietrus iria para o Bobcats bem que poderiam virar verdade, ele é muito bom.

Espanha – O Ricky Rubio é do clube do Diaw de não-arremessadores, mas seria bom ele chutar de vez em quando. A Espanha tem ótimos jogadores em todas as posições e tem o melhor banco de reservas depois dos EUA, mas poucos estão se apresentando como pontuadores. JC Navarro e Rudy Fernandez são bons, mas depender só dos dois durante o campeonato inteiro é chamar uma zebra.
Porto Rico – Oficialmente o Golden State Warriors do basquete FIBA. Seus jogos sempre são divertidos, imprevisíveis, velozes e cheios de bolas de três. Podem ganhar dos EUA num dia e perder do Líbano no outro com a mesma naturalidade. JJ Barea é o Monta Ellis do Warriors International, tá jogando muito.
Estados Unidos – Existem dois tipos de pessoas que julgam o time americano e que me irritam muito. Os primeiros são os “haters”, aqueles que querem odiar o time de basquete dos EUA porque discordam das políticas internacionais do país. Ou seja, querem achar defeito e ver o império sofrer. Esses ficam jogando na cara de todo mundo que os EUA não vencem o mundial desde 94 e que por isso não são favoritos.
Os outros são os que se encantam tanto com a NBA que acham que só por chegar na NBA um jogador é superior aos outros, esquecendo que o Marquinhos nunca vai ser melhor que o Marcelinho Machado. Esses acham que os EUA sempre vão vencer todo mundo muito fácil.
O que deu pra ver nesses dois primeiros jogos contra os bons times da Eslovênia e da Croácia é que os EUA, surpresa, tem o melhor time do mundo. Vão ser os claros favoritos sempre e qualquer derrota vai ser uma zebra, o que não quer dizer que elas não podem acontecer. Se fossem melhor-de-7 como nos playoffs, apostaria minha mãe que eles seriam campeões, mas como é um jogo só dá pra acontecer muita bizarrice em mata-mata. Meio termo costuma ser chato e entediante, mas nesse caso é o meio termo que tem razão.
Uma coisa legal da seleção americana está sendo a chance que muita gente está tendo de ver jogadores de times que nunca estão na mídia, como o Eric Gordon (Clippers), Kevin Love (Wolves), Danny Granger (Pacers) e Rudy Gay (Grizzlies). Fiquei até bem feliz que no jogo contra a Croácia o Love deu um daqueles “outlet passes” que a gente tanto comenta aqui. Ele pegou um rebote croata e já virou jogando a bola com muita força e precisão na mão do Russell Westbrook (e seu cabelo Neymar) que já estava na outra cesta, passe lindo, fora de série.

Canadá – Como o Rodrigo Alves diz no Rebote, é o time mais imprevisível do torneio e do mundo. Tomou surras históricas (chegou a fazer 38 pontos em um jogo inteiro) e logo depois conseguiu resultados impressionantes nos amistosos. Agora, no Mundial, conseguiu perder do Líbano por 10 pontos e depois dar sufoco na Lituânia. Acho que foi o jeito dos canadenses finalmente não parecerem uns chatos previsíveis e assim responder o texto que o Luis Fernando Veríssimo fez sobre eles. (sim, é um texto do Veríssimo, não um dos milhares de fakes que aparecem nos e-mails internet afora. Esse saiu no Estadão na época daquela briga comercial da Embraer com a Bombardier)
Nova Zelândia – O time de rugby é chamado de All Blacks. O de futebol é o All Whites. Sabe como é o de basquete? Tall Blacks. Pois é.
Alguém viu um jogo deles nesse torneio até agora? Achei essa foto deles fazendo o Haka mas ainda não assisti ao vivo. No YouTube só achei um vídeo de 2008 que está aqui abaixo. O haka é a coisa mais legal do esporte no mundo inteiro e fico muito feliz que a seleção de basquete também faça, na Copa do Mundo o time de futebol não quis fazer.

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