[Resumo da Rodada] A vingança dos não-all-stars; Warriors vence sem Curry

Duas das séries que viram seus Jogos 5 na noite desta quarta-feira tinham histórias parecidas: tanto Miami Heat quanto LA Clippers tinham vencido com tranquilidade os Jogos 1 e 2 em casa só para depois verem as séries empatadas ao visitar seus oponentes. Os dois tinham que usar o tal ~fator casa~ para quebrar a sequência de derrotas e ficar a uma vitória da classificação. O que mais eles têm em comum? Ambos perderam.

A derrota do LA Clippers era mais previsível e explicável. Depois que Chris Paul quebrou a mão e Blake Griffin voltou a sentir dores no quadril, o time pulou de favorito à final do Oeste (enfrentariam o Warriors sem Steph Curry) a azarão logo na primeira rodada. Da onde iriam vir os pontos do time? Quem criaria as jogadas? Eles mudariam sua estratégia de defesa? Era um time motivado, Doc Rivers tem esse poder, mas começando do zero. O quinteto inicial, com Austin Rivers, JJ Reddick, Jamal Crawford, Paul Pierce e DeAndre Jordan, atuou um total de QUATRO MINUTOS juntos ao longo da temporada.

O jogo nem começou tão mal para o Clippers. Um outro machucado, JJ Redick, que tem atuado com dores no calcanhar, acertou alguns arremessos de longa distância. Eles pareciam cautelosos, pensados demais, como se Redick quisesse ter certeza que todo o movimento do arremesso estava certo, mas funcionou mesmo assim. Ajudou que na defesa as coisas iam bem, com o Blazers cometendo turnovers e errando bolas de 3 pontos: apenas um acerto em OITO tentativas de longa distância.

A estratégia do Clippers parecia não mudar. Vamos cercar Damian Lillard e CJ McCollum todas as vezes que eles buscarem um bloqueio ou quando ficarem muito perto da linha lateral, e vamos exigir que outros jogadores façam a diferença. Nos dois últimos jogos foram Mason Plumlee e Al-Farouq Aminu, mas alguém ia resolver fora de casa? A princípio não, mas aos poucos os coadjuvantes foram aparecendo: primeiro Gerald Henderson (10 pontos, 7 no 2º quarto), depois Maurice Harkless (19 pontos, 10 rebotes) e, claro, o maior POINT-CENTER da história, Plumlee (10 pontos, 15 rebotes e 4 assistências).

A vantagem que o Blazers começou a abrir morreu de repente, no final do terceiro período, quando Jamal Crawford (17 pontos, 6/23 arremessos) acertou poucos de seus arremesso e quando DeAndre Jordan resolveu usar o espaço que todo mundo o oferece para criar uma enterrada FENOMENAL

Mas o ataque do time viveu desses momentos esporádicos. Um pick-and-roll comandado por Pablo Prigioni aqui, arremesso de Redick por lá, Jeff Green entrando no garrafão na base da marra e da força, rebotes ofensivos de DeAndre Jordan. Nada confiável, nenhuma bola de segurança, mas estavam vivos.

Chegou o último período, porém, e parece que CJ McCollum (27 pontos) e Damian Lillard (22 pontos) olharam um para o outro e falaram: é essa a hora de ganhar a série. Para evitar as dobras de marcação, dispensaram os bloqueios, evitaram os cantos da quadra e simplesmente partiram para o ataque. Mano-a-mano, com arremessos na cara do defensor, do jeito que gostam. Foi com essa mentalidade que Lillard acertou 6 arremessos no último quarto após ter feito apenas UM em todo o jogo. Depois de um belo jogo defensivo, a explosão de Lillard liderou um quarto de 37 pontos que definiu a partida. A reação do banco do Clippers no fim do jogo não indica que eles acreditam que eles jogarão de novo em Los Angeles nessa temporada.


A derrota do Miami Heat para o Charlotte Hornets foi bem mais surpreendente. Apesar de duas boas vitórias em Charlotte, eles não chegaram nem perto de fazer cócegas no Heat nos primeiros jogos em Miami. E um dos destaques dessas partidas, Hassan Whiteside, costuma ter médias de quase CINCO PONTOS a mais por jogo quando joga em casa. Era a hora dele aparecer de novo como diferencial! Mas… não. Nessa série seu aproveitamento cai a cada jogo, seus problemas com falta aumentam. Ontem não foi mal, mas não brilhou. Seus 11 pontos, 12 rebotes e 3 tocos estiveram longe de fazer a diferença do Jogo 1.

Quem também não brilhou foi Luol Deng, que fez agradáveis 16 pontos em 12 arremessos. Competente, mas sem parecer o Kevin Durant do Sudão do Sul como no primeiro jogo. A mesma coisa vale para Joe Johnson e ainda mais para Goran Dragic. Eu acreditei que a VERSÃO PLAYOFF desse Heat seria mais parecida com aqueles primeiros jogos, com os veteranos mostrando que sabem o que fazer na hora mais tensa, mas parece que me enganei. O time voltou a ter os apagões ofensivos de todo o ano, quando parecem mais o ataque do BUCKS do que qualquer outra coisa. Dos 47 pontos que o Heat marcou no primeiro tempo, por exemplo, 24 foram feitos em sequências espetaculares que duraram, juntas, apenas uns 6 minutos. Durante essas pequenas explosões de defesa-ataque rápido-pontos, parecem imparáveis. Depois precisam de 10 minutos para marcar mais meia dúzia de pontos.

As partes imparáveis, pelo menos, são divertidíssimas!

Os altos e baixos do ataque do Heat deram um ar de imprevisibilidade ao jogo, mas parecia que eles iriam vencer quando chegaram com a liderança no último quarto. Lá ficaram na frente até a metade do período e, depois de uma pequena virada, voltaram a liderar até o minuto final. O trunfo que o Hornets guardou para esse jogo foi o das bolas de 3 pontos. Lembra que no último jogo comentei que eles, 4º time a mais tentar bolas de longe na temporada, estavam tentando 8 a menos por jogo? E que o aproveitamento estava ruim? Pois é, dessa vez acertaram DOZE de VINTE E QUATRO bolas de longa distância, incluindo 4 no período final.

A última delas, de Courtney Lee, que tinha acabado de perder uma bandeja SOZINHO, acabou sendo o game-winner. É nada mais que o segundo jogo seguido que é decidido com um rebote de ataque de Lee nos segundos finais. No jogo anterior para segurar um resultado, agora para dar a chance do arremesso vitorioso.

Na posse de bola final, para empatar ou virar o jogo, Dwyane Wade teve duas vezes a chance de empatar. Na primeira passa a bola para Dragic, que teve o arremesso bloqueado. Depois, quando Wade recupera a redonda, ele tenta cavar uma falta e, pra mim, consegue, mas os juízes não marcam nada. Alguém lembra de outra vez que Wade não ganhou uma falta assim num jogo de Playoff? Torcedores do Mavs chamarão isso de karma.

A esposa de Wade, a atriz Gabrielle Union, reclamou com os juízes na hora, mas ganhou só ironia em troca. Um dos árbitros disse que esperava que ela estivesse no show de Beyoncé, que fazia uma apresentação em Miami na mesma hora.

Ela ficou realmente revoltada e quer que os árbitros sejam MULTADOS por seus erros

Geralmente o time que faz 3-2 em uma série que está empatada ganha o confronto, mas eu não teria tanta certeza nesse caso. Os últimos jogos foram disputados, ninguém está dominando taticamente o confronto e eu vou ser o chato que em todo texto vai cutucar no fato do Miami Heat ser um time mais experiente. Velhice não ganha jogo, mas a história da NBA mostra como a maioria dos times jovens precisa passar por alguns anos de derrotas no começo dos Playoffs até pegar o jeito das coisas. Um vacilo por nervosismo e ansiedade no próximo jogo e essa vantagem toda vira vapor.

Série aberta, mas pêndulo totalmente a favor do Hornets, que abre 3-2 numa série de Playoff pela primeira vez desde 2001!


Existe uma outra coisa em comum na história dessas séries. Tanto Charlotte Hornets quando o Portland Trail Blazers estão muito perto de conseguir um feito RARÍSSIMO: ir para a segunda rodada dos Playoffs sem ter no seu elenco um único jogador que tenha disputado o All-Star Game da temporada.

E vou dar uma chance para vocês. Que jogador lembrou todo mundo de que ele não foi para o All-Star Game?

É, ele mesmo.

Ao ser perguntado sobre o LA Clippers estar sem seus All-Stars, Chris Paul e Blake Griffin, Damian Lillard respondeu que o seu Blazers também não tinha uma estrela em seu elenco. QUE. MALA.

Nos últimos 10 anos, apenas o Golden State Warriors (2007), o Memphis Grizzlies (2011) e o Chicago Bulls (2007) passaram de uma etapa dos Playoffs sem ter uma estrela no time.


O último jogo da noite viu a facílima classificação do Golden State Warriors, que nem sentiu falta de Steph Curry para mandar o Houston Rockets de volta pra casa. Pensem bem, foi um 4-1 facílimo e Curry jogou apenas METADE de dois jogos. É uma diferença brutal de qualidade.

Lembra que na temporada passada James Harden se despediu da série contra o Warriors na final do Oeste com um aproveitamento de 2/11 e DOZE turnovers? Dessa vez ele disse adeus de um jeito mais digno: 35 pontos, 7 rebotes e 6 assistências. Só no primeiro quarto foram DEZOITO pontos dos VINTE marcados pelo Rockets. Tirando o barba, aliás, ninguém apareceu para jogar. Contando só o RESTO, os números do time foram esses: 19/68 arremessos (28%), 3/26 em bolas de 3 pontos (11%) e 46 pontos marcados. Um lixo.

O time estava tão ansioso para as férias que, na TV, Shaquille O’Neal até brincou que o time iria se reunir e dar o grito de guerra “1, 2, 3 Cancún”. Era esse o nível. Dwight Howard, que pediu ao técnico para não sair do jogo mesmo quando todos os reservas dos dois times estavam em quadra, encerrou o que pode ter sido seu último jogo com o uniforme do Rockets dessa maneira:

Um resumo do ano do Rockets, talvez. Enquanto o resumo do Warriors sem Steph Curry foi mais ou menos assim:

Os ataques nem sempre acabavam tão rápido, nem todos terminavam em bolas de 3 pontos, mas MEU DEUS como eles não param de movimentar a bola, passar, se mexer, é tudo muito perfeito. Não ter o jogador do momento atuando nos Playoffs é triste para qualquer fã do basquete, mas essas próximas semanas são a chance de todos no elenco cravarem seus nomes como um grupo que vai MUITO além de uma super estrela.

E até lá Klay Thompson (27 pontos, 7 bolas de 3 pontos), brinca de Steph Cover para divertir a galera…


JOGOS DE HOJE

Atlanta Hawks @ Boston Celtics (21h, SporTV)


FLUXOGRAMA DO DIA

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