[Resumo da Rodada] O retorno de ISO Joe

Bem amigos, como avisamos no Preview dessa primeira fase dos Playoffs, agora TODO DIA tem Resumo da Rodada com um apanhado do que de melhor aconteceu em cada partida do dia anterior. Bora lá que a coisa começou pegando fogo!


A pós-temporada começou com o Cleveland Cavaliers querendo mostrar para o mundo que eles são capazes de virar a chavinha e jogar basquete de alto nível, especialmente na defesa, quando chega o momento importante. Mas pelo jeito esse momento ainda não chegou… eles até GANHARAM, mas foi sofrido.

O Indiana Pacers, liderado por um inspirado Paul George (29 pontos, 7 assistências), conseguiu marcar pontos como bem quis ao longo de praticamente todo o jogo. No primeiro tempo, conseguiram se manter bem perto do placar mesmo com o Cavs beirando os 60% de aproveitamento de seus arremessos! Era basicamente tudo o que a gente alertava dos riscos da defesa do atual campeão não funcionar: Kyrie Irving e Kevin Love afiados, LeBron James brincando de quarterback e mesmo assim o time não conseguia deslanchar no placar.

O Cavs ainda ameaçou disparar quando conseguiu forçar uns turnovers e fez pontos de contra-ataque no começo do último quarto, mas foi aí que os não-Paul-Georges do time apareceram para colocar o Pacers no jogo: destaque para os 11 pontos de Myles Turner, os 8 de Kevin Seraphin, todos em momentos importantes, e os 13 do SOPRADOR Lance Stephenson, que aproveitou todo o espaço que recebeu do Cavs, que o marcou no esquema Rubio/Rondo/Tony Allen que grita “você não sabe arremessar” a cada posse de bola.

Com o Pacers fazendo cestas quando queria e LeBron James e Kyrie Irving errando inexplicáveis bandejas no quarto final, o time visitante voltou para o jogo e fomos para o minuto final com o placar bem próximo. O Pacers recebeu a posse de bola, perdendo por só UM PONTO, a 20 segundos do fim. O técnico Nate McMillan pediu tempo para definir uma jogada e logo foi criticado por Jeff Van Gundy, que comentava a partida na TV americana. Pedir um tempo nessa hora, mesmo que seja para desenhar uma jogada, serviria também para o adversário planejar sua defesa, discutir trocas e às vezes até fazer substituições para colocar melhores defensores em quadra.

Dito e feito. O Cavs voltou determinado a, como revelaria LeBron James em entrevista após o jogo, deixar QUALQUER UM arremessar, menos Paul George. Eles fizeram a dobra uma vez e gastaram a última falta que tinham direito. Depois fizeram a dobra DE NOVO e obrigaram o limitado CJ Miles a bancar o herói. Não deu.

A jogada simples do Pacers também corrobora com a teoria de Van Gundy: se o plano é só pra isolar seu melhor jogador no meio da quadra, precisa pedir tempo pra chamar a jogada? Chances como essa não aparecem sempre, e o Pacers não conseguiu aproveitar.


No segundo jogo da rodada, uma TRADIÇÃO de todo começo de Playoff: o Toronto Raptors frustra sua apaixonada torcida perdendo o Jogo 1 de uma série em casa! Já é a DÉCIMA PRIMEIRA VEZ em DOZE oportunidades que os dinossauros canadenses perdem uma abertura de série. Já perderam de tudo que era time, e dessa vez foi para um Milwaukee Bucks que usou dois NOVATOS no time titular.

O começo do jogo pareceu bom, com DeMar DeRozan confiante e agressivo e Serge Ibaka ativo tanto na defesa quanto no ataque, lembrando mais o jogador de alguns anos atrás que a gente achava que seria All-Star do que a versão apática do ano passado. O time até esfriou e deixou o Bucks virar, mas logo retomou o controle da partida quando os reservas entraram. O segundo quarto foi o que eu esperava dessa série: o Bucks sofrendo MUITO para conseguir cestas, tentando rodar a bola sem sucesso e ralando por não ter arremessadores. Mas a coisa virou no segundo tempo…

Se eu pensava que era a defesa do Raptors era a que iria fazer o Bucks suar, me enganei. Sob o comando do novato MAGRICELA Thon Maker, que distribuiu TRÊS tocos só no começo do quarto, o Bucks começou uma reação do Bucks que fez o ataque adversário parecer um amontoado juvenil. Veja o aproveitamento dos arremessos do Raptors no segundo tempo:

Opa, desculpa, é esse aqui:

shotchart

São SETE acertos em 35 arremessos. Quem espera vencer um jogo de Playoff acertando SETE chutes em um tempo inteiro de partida? E não tem só defesa boa que force isso, tem muito de incompetência e doses homéricas de nervosismo no pacote. É tudo junto. No segundo tempo Serge Ibaka sumiu do jogo, torceu o pé, assustou todo mundo, voltou e sumiu de novo. DeRozan só arremessou tijolos depois daquele excelente começo e Kyle Lowry, o cara que mais tem PAVOR de Playoffs nesse planeta, acertou só 2 de 11 arremessos e saiu com pífios 4 pontos.

O Bucks nem precisaria fazer muito no ataque para superar essa atuação do Raptors, mas ainda foram eficientes transformando os erros de um lado em pontos do outro. Vejam só como um dos tocos de Maker se transformou em uma bandeja do Giannis Antetokounmpo, que marcou nesse lance 2 dos seus 28 pontos:

O Greek Freak marcou esses 28 pontos acertando 13 de 18 arremessos! O aproveitamento dele foi espetacular e ele invadiu o garrafão QUANDO QUIS. O lado negativo nem foi culpa dele: tomou uma falta técnica por dar um soquinho no ar e gritar “Yeah” depois de um toco ANIMAL no DeRozan:

E antes de partir para o próximo jogo, babem nessa defesa do Thon Maker em cima do Kyle Lowry após uma troca no pick-and-roll. Ele é um novato. Gigante. Que DEVERIA ser desengonçado e lento. Que jogada!!!

Ah, rolou isso também:


Mais uma vez o San Antonio Spurs desrespeita o público da NBA. Não basta descansar jogadores importantes em jogos que vão passar na TV, agora eles também resolvem ser o único time que abre VINTE PONTOS de vantagem no terceiro quarto só para que a gente seja obrigado a ver garbage time em pleno primeiro dia de Playoff! Todos os outros times dando jogos ótimos e eles nos dão uma LAVADA. Faça-me o favor…

Uma dica para o Spurs ter um jogo mais emocionante da próxima vez? Maneirar nos tocos:

O engraçado é que o Memphis Grizzlies começou a partida do jeito que todo mundo pedia: Mike Conley e Marc Gasol ultra agressivos, fazendo pontos, deixando de lado a vontade que os dois têm de envolver os companheiros. Deu certo por um período, depois o Spurs ATROPELOU e dominou todos os quesitos do jogo, sem exceção. A ausência de Tony Allen, machucado, atrapalha o Grizzlies, mas ontem faltou beeeem mais que ele.


O último jogo da noite foi a improvável vitória do Utah Jazz sobre o LA Clippers. E digo improvável por causa de algo que aconteceu na PRIMEIRA POSSE DE BOLA da partida. Em uma trombada com dez segundos de jogo, Rudy Gobert machucou o joelho e teve que sair. Exames feitos após a partida mostram que ele deve demorar SEMANAS para voltar a atuar:

A série que parecia a mais disputada dos Playoffs ficou, de repente, pendendo totalmente para o lado do Clippers! Um dos melhores defensores de toda a NBA, o cara mais difícil de ser substituído no time, se machucou no primeiro minuto de partida. Como alguém adapta seu estilo e plano de jogo depois de uma perda dessa? Quando DeAndre Jordan enterrou algumas bolas e cavou faltas logo nos minutos seguintes, parecia que o time do técnico Quin Snyder não teria muito o que fazer.

Mas foi então que o Jazz colocou em prática o único dos seus muitos planos de jogo que restavam sem Gobert na parada: um time baixo, com o máximo de jogadores abertos e só um pivô lá no meio. Sem o francês gigante, que Derrick Favors superasse as dores de uma lesão ainda em recuperação e jogasse no sacrifício.

O pivô aguentou por 32 minutos, fez seu papel de reboteiro, marcou bem o pick-and-roll, impediu pontes aéreas para DeAndre Jordan e só no final, claramente desgastado e mancando, que foi um pouco explorado na defesa. Ele foi a parte mais bruta de um ataque técnico, inteligentíssimo e eficiente que o Jazz adotou ao longo de todo o jogo, usando seu quinteto mais baixo e cheio de passadores para penetrar a defesa do Clippers. Com bons momentos de Boris Diaw, uma atuação incrível de Joe Ingles e os pontos de Joe Johnson e Gordon Hayward, o Jazz parecia que iria levar a improvável vitória pra casa.

A coisa só não foi tão fácil porque Chris Paul resolveu lembrar todo mundo de que ele é um dos melhores da NBA em fazer pontos –quando quer. A sua insistência nos passes para jogadores em dias PÉSSIMOS como Blake Griffin (que SUMIU no segundo tempo) e JJ Redick (puto por estar sendo engolido por Ingles) fica ainda mais difícil de ser explicada quando vemos a facilidade que CP3 tem para manipular defensores, chegar aonde quer e colocar a bola na cesta. Por que não fazer uns 35 pontos de vez em quando?!

O armador fez suas cestas enquanto o Utah Jazz foi seduzido pela sereia da ISOLAÇÃO. Com vantagem no placar, por posses de bola consecutivas resolveram só jogar num monótono e improdutivo mano-a-mano, às vezes com Hayward, às vezes com Joe Johnson, só para gastar tempo. Os dois erraram quase tudo e deram a chance do Clippers empatar a 10 segundos do fim com –claro– Chris Paul:

Mas aí o Jazz não fez como o Indiana Pacers. Ao invés de pedir o último tempo que restava, o técnico Quin Snyder deixou o jogo rolar e foi presenteado. Joe Johnson se viu marcado por Jamal Crawford, um dos piores defensores da NBA no mano-a-mano, e simplesmente o atacou sem dó para fazer a cesta da vitória no estouro do cronômetro. Se a isolação tinha falhado nas posses anteriores, o mito do ISO Joe voltou aos tempos de Atlanta Hawks quando todo ataque consistia em isolá-lo no mano-a-mano contra um defensor e deixar ele resolver.

O duelo era tão cruel para Crawford que o banco do Jazz estava DANDO RISADA antes de tudo acontecer:

O Utah Jazz perdeu Rudy Gobert e ainda pode perder a série por causa disso. Muitas opções de jogo (e tocos) vão embora com ele, mas o time achou o estilo e os quintetos que mais machucam o Clippers. É alguma coisa. E vocês, Clippers, tiraram algo de positivo da partida?

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.