[Resumo da Rodada] Raptors no comando

No primeiro jogo da noite, o Toronto Raptors fez sua melhor partida na série e conseguiu uma decisiva vitória para abrir 3 a 2 na série contra o Milwaukee Bucks. Veja como é difícil ser pivô na NBA: como o Boston Celtics melhorou na sua série contra o Chicago Bulls? Tirou um dos jogadores de garrafão, Amir Johnson, e colocou o ala Gerald Green no lugar. Um dia depois o Raptors faz seu melhor jogo ofensivo ao chutar Jonas Valanciunas do quinteto inicial e jogar o baixinho Norman Powell no seu lugar. Um adversário, Malcolm Brogdon, armador do Bucks, explica o problema:

“Eles movimentam melhor a bola com Powell no jogo. Eles abrem mais espaço na quadra, todo mundo ataca e todos se tornam criadores de jogadas”

É o que tem acontecido com quase todo time que troca pivôs por nanicos. O jogo começou não só com DeMar DeRozan indo sozinho, na marra, para o garrafão, mas dessa vez com ataques em sequência. Alguém vencia um adversário no drible, forçava a ajuda da defesa, passava a bola e outro companheiro já atacava de novo. O time canadense conseguiu muitas cestas fáceis, muitas enterradas e deixou o Bucks perdido. Em determinado momento do quarto inicial o Raptors fez uma sequência de DEZESSETE pontos sem resposta, abriu mais de 10 de vantagem e nunca mais perdeu a liderança. Pela primeira vez no ano, também, o time teve um ataque balanceado, não só focado na dupla Lowry-DeRozan. Serge Ibaka marcou 9 de seus 19 pontos no primeiro quarto…

…e Normal Powell, grande destaque do jogo, fez 9 de seus 25 (!) no primeiro quarto:

O Milwaukee Bucks até conseguiu reagir graças a Giannis Antetokounmpo, que se recuperou da última partida ruim com um muito giannesco 30 pontos, 9 rebotes, 3 assistências, 3 roubos de bola e 3 tocos. Mas a real é que nunca o jovem time de Jason Kidd chegou realmente perto de ameaçar uma virada. A real é que o Bucks não tem poder de fogo para ganhar jogos de alta pontuação, o negócio deles é usar a capacidade atlética para forçar o combo turnover-contra-ataque, e os pontos na transição são impossíveis com o Raptors no auge da sua forma ofensiva.

Talvez esse tenha sido realmente o auge do ataque deste Raptors. Durante algumas semanas, no começo da temporada, o time canadense chegou a ser O MELHOR ataque da NBA, superando até mesmo o Golden State Warriors. Na época até questionamos num podcast se isso era sustentável e admitimos que era difícil. Dá pra ser um ataque bom mesmo com poucos passes e assistências, mas o teto do “vou arremessar bolas difíceis toda posse de bola” é meio baixo. No fim das contas, acabaram o ano com a sexta melhor marca de pontos por posse de bola da liga.

O time alcançou esse posto apesar de ser o ÚLTIMO time da NBA em assistências! Foram apenas 18.5 por jogo, longe do penúltimo colocado e anos-luz do líder, o Warriors, que deu, em média, 30.2 assistências por partida. Nesta segunda, porém, o time conseguiu VINTE E OITO assistências, apenas a quinta vez em 87 jogos (!) que passam de 25 no ano. E a maior marca do Raptors nos Playoffs nos últimos 4 anos. Rolaram passes e rolaram arremessos certos, duas raridades em Toronto.


Quem lê o Bola Presa há algum tempo sabe que nós nunca apostamos no Atlanta Hawks. Sempre duvidamos e na única vez que botamos fé, há dois anos, quebramos feio a cara. Qual deve ser nossa postura agora que o Hawks jogou bem de novo e igualou a série contra o Washington Wizards?

De novo o Hawks conseguiu repetir sua receita de muitos passes (foram 24 assistências), poucos erros (apenas 12 turnovers) e foco nas bolas de longe (12 bolas de 3 pontos, com 40% de acerto). O que assusta o Wizards é que, ao contrário do Jogo 3, o time de Mike Budenholzer contou com jogos bem mais comuns da dupla Dennis Schröder e Paul Millsap. O armador alemão fez 18 pontos, e fazia um jogo de pontaria bem ruim até fazer o Wizards pagar por ignorarem seu arremesso com duas bolas de 3 pontos nos minutos finais:

Falando em Schröder, John Wall até retuitou e riu de um comentário que falava que um dia ele TALVEZ começasse a marcar o alemão:

Millsap, que foi alvo da polêmica de ser chamado de bebê chorão por Markieff Morris após o último jogo, respondeu dessa vez com um jogo mais completo, nem tanto com pontos: 19 pontos, 9 rebotes, 7 assistências e 2 roubos de bola. Ah, e tiveram as piadas da torcida, claro:

Confesso que esperava um Wizards mais preparado para lidar com a dupla e com a movimentação de bola do Hawks, mas não foi o que rolou. Acho que vão continuar pagando para ver os chutes de Schröder, mas a boa marcação de Morris sobre Millsap nos jogos da temporada regular parece ter ficado para trás, e não é como se o time tivesse muitas outras opções para jogar sobre o all-star do Hawks. Se a série for como a temporada regular, ficará assim disputada, comandada pelo time da casa, até o momento em que o Hawks tiver aqueles dias onde não acertam um arremesso nem para salvar suas vidas. Aí segurem Wall no contra-ataque…


No último jogo da noite, o Golden State Warriors VARREU o Portland Trail Blazers com uma atuação ÉPICA para fechar a fatura. Com Kevin Durant de volta ao time, tudo foi resolvido no primeiro quarto, que foi vencido por assustadores QUARENTA E CINCO a 22.

Eles marcaram pontos em 14 das primeiras 18 posses de bola!!!

É muito difícil arranjar ânimo para voltar a jogar depois de levar um 0-3, vimos o Indiana Pacers também cambaleando um pouco no último jogo contra o Cleveland Cavaliers. E nos dois casos –de Pacers e Blazers– a tristeza era maior porque a terceira derrota veio em jogos onde os times tiveram a liderança e um gostinho de vitória na boca. A diferença é que o Warriors teve mais sangue nos olhos para ir logo na jugular do Blazers e resolver a parada em poucos minutos. O time está voando e a grande questão deles para as próximas semanas envolve o banco de reservas: o técnico Steve Kerr segue afastado e talvez não volte nestes Playoffs, talvez, aliás, não volte nunca mais.

Ele fez uma cirurgia na coluna após a temporada 2014-15, mas ela não deu muito certo e Kerr sofre com complicações desde então. São muitas dores, especialmente dores de cabeça que o treinador diz serem insuportáveis. Na última semana falou à imprensa sobre o tema e sua recomendação para problemas nas costas foi “reabilitação, reabilitação e mais reabilitação, nunca a cirurgia”. Ele descobriu do pior jeito e, segundo algumas matérias da mídia gringa, ele só não parou de treinar porque vive a situação dos sonhos com o time perfeito.

Steve Kerr é um dos caras mais interessantes da NBA, um dos que melhor sabe conversar, que tem algumas das mais criativas ideias e que criou um ambiente leve, divertido e ainda assim competitivo num dos melhores times da história. Se tem alguém para que vale a pena torcer, é ele.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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