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Mike Brown com cara de sedutor (VC QUER EU SEI)

Quando o Los Angeles Lakers estava atrás de um técnico me mandaram uma pergunta no nosso formspring querendo saber o que eu achava de uma possível contratação do Mike Brown para a posição. Eu disse que não aprovava, óbvio, afinal torço para o sucesso da franquia! Eis que poucos dias depois estava lá Mike Brown sorridente sendo apresentado para o seu novo trabalho à frente do Lakers. Enquanto todo mundo ficava me zoando e rindo da minha cara fui atrás de mais informações sobre ele, vi suas entrevistas e comecei a tentar ter um pingo de esperança de que a decisão não tivesse sido ruim assim. Vamos ver o que eu descobri.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi a velocidade com que o Lakers decidiu seu novo comandante. O time foi eliminado dos playoffs em meados de maio e a próxima temporada, ignorando uma greve demorada, só começaria com o período de treinos no finalzinho de setembro, começo de outubro. Então para quê a pressa? Muitos argumentam com razão que é importante ter um técnico logo para poder direcionar as contratações e escolhas de Draft de acordo com o tipo de jogo que o novo treinador quer implantar, mas isso não fazia muito sentido para o Lakers. Eles não tinham escolhas de destaque no Draft (a primeira era a 41) e o General Manager Mitch Kupchak já tinha deixado claro desde sempre que nenhuma loucura seria feita para desmontar o elenco com trocas.

Acho que essa história das trocas até pesou levemente, já que com a greve todas as trocas deveriam ser feitas até o Draft, agora estão proibidas até que tudo se resolva. Mas pode ter pesado ainda mais o fato de muitos outros times estarem também no mercado atrás de novos líderes. Entre eles times de elenco interessante como Rockets e Warriors, além de times mais confusos como o Wolves e Pistons e alguns outros que não tinham confirmado a permanência dos que terminaram a temporada passada como Jazz e Pacers. Claro que na teoria a maioria dos técnicos daria preferência ao Lakers, uma franquia mais conhecida, que paga salários maiores e tem um elenco pronto para disputar títulos, mas ninguém por aí é louco de ficar recusando outras propostas só pela chance mínima de treinar um time. Quem demora, como está demorando o Pistons (eles enrolaram até para oficializar a demissão do John Kuester!), fica com cada vez menos opções.

Baseado nisso tudo o Lakers fez uma maratona de entrevistas. Conversou com Brian Shaw, antigo assistente de Phil Jackson, Mike Dunleavy, ex-Clippers, Rick Adelman, ex-Rockets, e o atual comentarista Jeff Van Gundy. Depois desses entrevistaram Mike Brown e não demoraram para anunciá-lo como a escolha final. Ele não é o meu favorito entre os cotados, mas entendo a decisão.

O Brian Shaw seria como continuar com o Phil Jackson mas sem a confiança e imponência que o Zen Master passava ao time e aos adversários. O ex-armador tem experiência e conhecimento para o trabalho, mas escolhê-lo seria apostar na manutenção do sistema de triângulos no ataque, uma tática que o próprio Phil Jackson estava usando cada vez menos nos últimos tempos. Kupchak queria mudanças em um time que pareceu muito previsível no ano passado e é compreensível que não tenha tido vontade de dar essa continuidade na escola de Phil Jackson. O que foi triste foi que Shaw tinha história no Lakers, como jogador e assistente, e parece ter sido tratado meio mal pela franquia, que o deixou sem resposta e sem feedback até que se anunciasse a contratação de Brown. Shaw, porém, já está empregado, acabou de ser contratado para ser assistente de Frank Vogel, efetivado como técnico do Indiana Pacers.

O curioso é que quando Shaw assumiu no Pacers, disse que estava ressentido com o fato dos assistentes de Phil Jackson não ganharem tanto espaço e admiração como os assistentes de Gregg Popovich, treinador do San Antonio Spurs. Segundo ele todo mundo faz careta quando ele começa a falar do seu tempo com Phil Jackson e suas experiências com os triângulos, enquanto qualquer assistente de Popovich ganha empregos por aí. É fato que o Phil Jackson ganha méritos sozinho por aquilo que toda uma equipe faz, Kurt Rambis no Wolves foi um dos poucos casos de assistentes de Phil Jackson a conseguir vaga como treinador principal nos últimos anos. De Popovich atualmente temos Monty Williams (Hornets) e o próprio Mike Brown com empregos de treinador na NBA além de uma dúzia de assistentes espalhados por aí, o último sendo Quin Snyder que está a caminho do 76ers para auxiliar Doug Collins (correção: Snyder estava no Sixers mas agora saiu do time para ir justamente para o Lakers, leia mais sobre ele nesse artigo do Lakers.com). Pode ser exagero até, mas queria saber mais dessas caretas que os times fazem por aí quando se comenta dos triângulos. Será que a imagem não é boa ao redor da liga? Estranho isso.

Pelo que Mitch Kupchak comentou no anúncio de Mike Brown podemos tirar duas razões para a não contratação de Rick Adelman. O Manager do Lakers disse que queria um treinador focado em defesa e que pudesse ficar na franquia por um longo período de tempo, Adelman é famoso por seu ataque e já está na idade em que diz que toda temporada pode ser sua última. Seria muito interessante ver ele implementando seu ataque veloz em um time com tantos bons passadores, mas a defesa era uma exigência de Kupchak que o histórico de Adelman não cobria. Já o Jeff Van Gundy é o oposto, é capaz de criar defesas fortíssimas mas tem dificuldade em fazer seus times jogarem um basquete minimamente gostoso de assistir no ataque. Sem contar que dizem por aí que o irmão do técnico do Orlando Magic está bem feliz na sua vaga de comentarista de TV e não planeja voltar para o stress da vida de treinador tão cedo.

Sobrou então Mike Brown. Ele é um especialista defensivo que colocou o Cavs como uma das quatro melhores defesas da NBA em duas das quatro temporadas que dirigiu o time e embora o ataque daquele time fosse bastante questionado, estatisticamente esteve entre os seis melhores da liga nos seus últimos dois anos de trabalho. Mike Brown também é jovem o bastante para passar anos no time ao mesmo tempo que não é inexperiente como Brian Shaw, treinou o Cavs por quatro anos e chegou em uma Final de NBA. Alguns ainda apontam que pesou a seu favor os anos de experiência lidando com o ego de LeBron James, o que seria um bom aperitivo para lidar com Kobe Bryant (que publicamente apoiava Brian Shaw), mas será mesmo que o Mike Brown soube lidar com o LeBron James? Não é porque eles estavam juntos e que o Cavs teve uns bons anos que o Brown teve sucesso no assunto, de qualquer forma parece ter sido um argumento que pesou.

Entendemos então o motivo que levou o Lakers a contratar o técnico: Idade, experiência, foco defensivo e calejo em lidar com egos maiores do que a Ásia, África e 24 territórios a sua escolha. Mas e então, o que sua história indica que ele pode trazer de concreto para o Lakers? E ele pode mesmo conseguir tudo isso?

Ele foi contratado para ter como o foco a defesa, um reflexo de um defeito que o Lakers deixou muito claro quando viu Chris Paul dilacerar Derek Fisher na primeira rodada dos playoffs e principalmente quando JJ Barea, Dirk Nowitzki e Peja Stojakovic fizeram o Lakers parecer um time amador na rodada seguinte. Mas aí temos, antes de mais nada, que lembrar que dois desses jogadores que infernizaram o Lakers são armadores velozes e talentosos, coisa que o Derek Fisher a essa altura da carreira nunca vai conseguir parar seja lá quem o estiver treinando. O outro problema é a defesa de pick-and-roll, usada exaustivamente tanto por Hornets quanto por Mavericks para acabar com o Lakers, e isso é algo que um técnico pode sim ajudar a resolver, é só ver como Erik Spoelstra e Tom Thibodeau duelaram muito bem nesse aspecto na última série entre Heat e Bulls.

Mas pera aí, o Mike Brown sabe fazer isso? O Cavs tinha mesmo números impressionantes na defesa, mas perderam aquela série para o Orlando Magic em 2009 justamente porque falharam miseravelmente na marcação de pick-and-roll. Quando o Hedo Turkoglu controlava a bola e recebia o corta-luz do Dwight Howard toda a defesa do Cavs ficava exposta e o Mike Brown não tinha idéia de como responder. No ano seguinte, em 2010, a mesma coisa. Eles foram eliminados pelo Boston Celtics com uma overdose de pick-and-roll entre Rajon Rondo e Kevin Garnett. O KG primeiro começou triturando o Antawn Jamison, que realmente é um péssimo defensor individualmente, e como resposta o técnico colocou o Shaq em cima do Garnett, sendo então destruído pelos arremessos de longa distância do ala do Celtics. Sem saber mais o que fazer, foram presas fáceis. Não parece que o Mike Brown possa resolver esse problema em LA.

Pode-se argumentar que pelo menos o Cavs tinha uma defesa boa no geral, e que essas falhas eram menores e só foram expostas porque eles enfrentaram bons times nos playoffs. Tudo bem, até é verdade, mas o mesmo vale para o Lakers do ano passado, então o time fica na mesma. A última impressão que ficou foi a de que o time angelino tinha uma defesa fraca, mas eles acabaram a temporada regular passada com a sexta melhor marca de pontos sofridos por 100 posses de bola entre os 30 times da NBA, à frente do campeão Dallas Mavericks (8º) e sua invejada defesa por zona. Segundo Chuck Person, que será assistente do Mike Brown na próxima temporada, a estratégia defensiva do Lakers não vai mudar em relação ao ano passado:

“O esquema defensivo será o mesmo. Iremos tirar a bola do meio da quadra e forçar o uso dos cantos, da zona morta. Então a ajuda poderá vir do outro lado, dobrar e manter a bola fora do garrafão. Isso não mudará em nada em relação ao ano passado. O que irá mudar é que os jogadores serão mais cobrados pela defesa, o Mike (Brown) vai perdoar alguns erros no ataque, mas vai cobrar bastante do outro lado da quadra”


Então o tal especialista defensivo irá simplesmente cobrar mais do que Phil Jackson. Isso quer dizer que dependem de Kobe Bryant, Ron Artest e os outros de abraçar tudo o que o Mike Brown cobra para que se veja alguma diferença. E com o elenco ficando na mesma, até por falta de opção, as limitações individuais continuam as mesmas e o Lakers pode contar com vários armadores costurando sua defesa como sempre.

Se a defesa não vai mudar muito, vamos ver então o ataque. A princípio eu fiquei assustado porque a gente lembra como era aquele time do Cavs que o Brown comandou, certo? O famososFresh Prince of Bel-Air Offense onde o LeBron James era o Will Smith e os outros quatro jogadores eram o Carlton mas sem a dancinha divertida. Era intrigante ver um time com um ataque tão amarrado, forçado e pouco criativo ter tanto sucesso, mas quando chegavam os playoffs e eles enfrentavam boas defesas por sete jogos em sequência tudo ficava mais claro e eles perdiam. Claro que ofensivamente aquele time do Cavs não tinha muitas opções, mas faltava criatividade também, explorar algumas outras coisas que os jogadores poderiam oferecer. Só ver como nesse último ano até o Anderson Varejão, com mais liberdade ofensiva, conseguiu contribuir bastante até se machucar.

O Lakers até que se daria melhor que o Cavs se jogasse com tantas jogadas individuais, por ter Kobe Bryant, Lamar Odom, Pau Gasol e Andrew Bynum que são quatro jogadores capazes de criar seu próprio arremesso, mas os momentos em que eles eram individualistas eram justamente os piores do time nos últimos anos. Eles apelavam para isso quando tudo dava errado e aí é que a coisa ia para o ralo mesmo, é uma das explicações de porque o Lakers, quando perdia, era de lavada.

Mas eu me animei um pouco quando vi a entrevista que o Mike Brown deu assim que assumiu o time, isso porque ele não disse uma palavra sobre seu tempo de Cavs. Disse que aspectos defensivos você pode levar de um time para o outro mas que de ataque não, que você deve se adaptar ao elenco que tem. E para esse time do Lakers ele iria usar mais o que aprendeu quando foi assistente de Gregg Popovich no Spurs de 2000 até 2003. Aquele time tinha sua força no garrafão com dois jogadores muito altos e muito bons, Tim Duncan e David Robinson, sua idéia é usar boa parte daquele estilo de jogo para explorar Pau Gasol e Andrew Bynum, uma dupla que há anos o resto da NBA tem dificuldade de parar.

Depois que Brown disse isso, o blog NBA Playbook, especialista em tática, fez um apanhado de como funcionava esse ataque do Spurs e destacou alguns pontos que podem ser aproveitados pelo Lakers do próximo ano.

Posicionamento
Naquele Spurs, como no Lakers de agora, os dois pivôs podem atuar nas posições 4 e 5. Então assim como Tim Duncan e David Robinson alternavam quem ficava mais perto da cesta e quem ficava mais longe, Bynum e Gasol farão o mesmo. Claro que Duncan e Gasol tem um arremesso de meia distância mais treinado, o que indica que eles ficarão longe mais vezes, mas nada fixo ou pré-determinado.

O Spurs, quando pegava os rebotes, sempre tentava um jogo de transição, mas não era correria. Era apenas um ataque um pouco mais veloz na tentativa de pegar um de seus jogadores de garrafão lá perto da cesta antes da defesa se posicionar. Mas ao contrário de times conhecidos pela velocidade, o Spurs não queimava passes para executar tudo em velocidade, se não havia a chance de jogada eles paravam e faziam o jogo de meia-quadra. E enquanto um dos pivôs tinha corrido para se colocar embaixo da cesta o outro pivô corria em outro ritmo para chegar, mais tarde, na cabeça do garrafão. Isso não só possibilitava o jogo high-low, entre os dois pivôs como era uma opção de pick-and-roll longe da cesta, jogada básica para iniciar uma movimentação de meia-quadra.

Essa facilidade de adaptação dos dois jogadores possibilita uma transição natural e fácil entre o jogo de velocidade e o de meia quadra, pode dar muito certo com os dois versáteis pivôs do Lakers. O elenco do Lakers, aliás, combina muito bem com esse estilo de jogo que é veloz mas que não é necessariamente de contra-ataque.

Ataque de meia quadra
O ataque do Spurs daquela época se baseava totalmente na habilidade de sempre colocar a bola em pelo menos um de seus dois pivôs em toda posse de bola. Para isso usavam duas estratégias. A primeira era deixar um pivô na cabeça do garrafão (geralmente Duncan) e outro mais perto da cesta, os passes altos entre os dois sobre uma defesa mais baixa eram um caminho fácil para a cesta. A segunda opção era deixar cada um de um lado do garrafão e então rodar bastante a bola até acha o ângulo certo de passe.

A jogada abaixo tem um pouco de tudo o que comentamos: Tim Duncan corre mais rápido e David Robinson espera, o último então espera um pouco na cabeça do garrafão até perceber que o melhor era se posicionar no lado oposto de Duncan no garrafão. Ao receber a bola então ele usa o passe alto para acionar Duncan que se livrou de seu marcador.

Ter duas ameaças no garrafão é essencial para que esses pivôs sofram menos com dobras na marcação e tenham espaço para agir, mas é importante ressaltar que o Spurs do começo da última década tinha ótimos arremessadores, o que é sempre importante para abrir espaço para os jogadores de garrafão, o Lakers não tem esses especialistas em longa distância no atual elenco.

Entrosamento
Gasol e Bynum já tem um grande entrosamento e ambos são bons passadores, os mesmos talentos eram encontrados na dupla do Spurs. Essas habilidades impediam que o marcador do outro pivô dobrasse a marcação no jogador que tivesse a bola. Essa jogada separada pelo NBA Playbook mostra bem como isso funciona.

O jogo entre os dois gigantes do Spurs, porém, ia além, eles até faziam pick-and-rolls usando os dois pivôs! Colocar os dois jogadores de garrafão tão próximos é muito raro em qualquer esquema, mas aqui está uma prova de como pode dar certo com os jogadores certos. Me lembra, de uma maneira um pouco distante, aqueles corta-luzes duplos que o Mavs fez nos playoffs com Dirk Nowitzki e Tyson Chandler, outra situação onde juntar os pivôs no mesmo lugar pode confundir toda a defesa adversária. Coincidência ou não, Mike Brown foi assistente técnico do campeão Rick Carlisle, então no Pacers, em 2004, logo depois que saiu do Spurs. Abaixo o pick-and-roll gigante:

O NBA Playbook fez outro post analisando o ataque de Mike Brown, dessa vez vendo como ele usava LeBron James no Cleveland Cavaliers e como ele poderia adaptar isso a Kobe Bryant. Importante que ele usou vídeos da temporada 2008-09 que foi, disparada, a melhor do Cavs ofensivamente. Naquele ano eles usaram como assistente e coordenador de ataque o John Kuester, que vai participar da comissão técnica do Lakers na próxima temporada. Kuester ganhou notoriedade após esse ano, quando dinamizou o ataque do Cavs e fez o Mo Williams render mais do que nunca na vida, mas depois foi contratado para ser treinador principal do Detroit Pistons e lá ele falhou completamente, até mais no relacionamento com os atletas do que taticamente. Com um elenco bizarro e sem armadores até dá pra perdoar más campanhas, mas foi ainda pior do que isso. Porém, o que vale para a gente nesse post é o que fez como assistente e especialista em ataque, que é o que irá fazer em Los Angeles.

Uma das jogadas que Kuester e Brown tentaram implementar naquele ano foi usar LeBron James no garrafão, jogando de costas para a cesta. O LeBron tem tamanho para isso, mas nunca foi um grande fã da jogada e prefere jogar de frente para a cesta. Aos poucos tem se rendido mais a essa jogada, mas ainda é pouco. Kobe, ao contrário, adora jogar de costas para a cesta e até era o principal alvo das jogadas de pivô do Lakers naquele período no começo da temporada retrasada quando o Pau Gasol estava machucado. Durante um bom pedaço daquele ano Kobe Bryant foi um dos líderes da NBA em pontos no garrafão, a maioria vindo desse tipo de jogada. Sem dúvida essa será uma jogada explorada pelo novo treinador.

Dentre as maneiras usadas para colocar LeBron embaixo da cesta uma das mais simples é a de tirar um dos pivôs de perto da cesta e colocar LeBron no lugar aberto. Isso daria muito certo com Kobe usando o espaço aberto por Gasol, que seria o próprio passador. Até vimos isso acontecer algumas vezes no ataque do Lakers dos últimos anos e não teria porque mudar. Curioso ver no vídeo abaixo como o LeBron muitas vezes tinha o posicionamento para jogar de costas pra cesta e mesmo assim decide se virar e jogar de frente.

Mas o que eu mais gostava desse Cavs de 2008-09 era como o LeBron James jogava mais sem a bola nas mãos, se movimentando sem ela e assim agindo mais como um pontuador e menos como armador. O NBA Playbook comentou também as jogadas “off the ball” do LeBron e elas serão importantes demais para o Lakers. Kobe gosta de jogar com a bola na mão, mas já não tem mais idade, físico e velocidade para fazer seus 25 pontos por jogo assim. Em um time que tem bons jogadores para controlar a bola e passar, como Lamar Odom, Gasol e Derek Fisher, Kobe pode se dar ao luxo de se movimentar mais e assim conseguir uns pontos mais fáceis.

A jogada acima é muito bem feita, com três jogadores ocupando um lado da quadra e atraindo a defesa do adversário enquanto LeBron ganha espaço do outro. O problema é que quandoo King James recebe a bola ele resolve parar, esperar o marcador e estragar tudo ao invés de só fazer o arremesso. Kobe, bem mais confiante no seu chute de meia distância, não terá problemas com isso.

A última jogada mostrada é a que foi apelida de “Kraken” pelo Cavs Blog, em referência ao polvo gigante e devastador das mitologias nórdica e grega. A jogada é realmente impressionante e arrasadora, muito difícil de ser marcada. Claro que funciona melhor com LeBron James do que com Kobe, pelo aspecto físico de cada jogador, mas o Lakers tem a vantagem de poder executar a jogada com jogadores diferentes. O próprio Kobe pode fazer a função do cara que infiltra e chama a defesa enquanto Lamar Odom pode ser o jogador que sai da cabeça do garrafão e corta em direção à cesta.

Apesar de LeBron James ser usado menos como armador nessa temporada, como essas últimas jogadas mostram, isso não quer dizer que ele era usado pouco, a comparação com os outros anos é que era injusta. Por isso e pela idade de Derek Fisher dá para esperar Kobe sendo utilizado como armador muitas vezes, mas por ter menos visão de jogo que LeBron James devemos ver mais de Steve Blake em quadra e muito de Lamar Odom na posição 1 também.

Já falamos de Chuck Person e John Kuester na comissão técnica do Lakers, mas falta mais um nome importante: Ettore Messina. O italiano é um dos técnicos com maior fama e sucesso no basquete europeu, venceu a Euroliga duas vezes com Virtus Bologna e mais duas com o CSKA Moscou. Lá também foi considerado um dos 10 melhores treinadores da Europa em todos os tempos. Passou os últimos anos no Real Madrid e agora decidiu tentar a sorte na NBA contribuindo com Mike Brown no Los Angeles Lakers.

O blogueiro Os Davis, do BallinEurope, comentou as características de Ettore Messina como técnico para saber como ele poderia ajudar o Lakers. Uma das primeiras coisas que ele deixou claro foi a preferência de Messina em usar jogadores de garrafão nos seus ataques, então o foco na dupla Gasol e Bynum que já havia sido deixado claro por Mike Brown deve realmente ganhar muita atenção. Segundo Davis muitos jogadores de garrafão sem muito destaque melhoraram muito sob o comando de Messina, com isso ele prevê melhoras no jogo de Bynum, Gasol e até de Derrick Caracter. O jogo lento que o italiano usava na Europa (com exceção de algumas temporadas no CSKA) também combinam com o elenco e idade do Lakers.

Sobre a mudança de estilo entre o basquete europeu e americano o próprio Messina já deixou claro que terá dificuldades e irá precisar de tempo. Nas palavras do Italiano, “Eu preciso primeiro ir lá descobrir se posso ser um bom assistente antes de tirar o emprego de alguém como técnico”.  Mas quem entende e estuda basquete aprende com o tempo, será muito interessante acompanhar como um treinador europeu pode ajudar e mudar o basquete americano. A chegada dos jogadores estrangeiros já mudou muita coisa, legal que a mudança tenha chegado aos bancos de reservas.

O Mike Brown tem história em times bons e de qualidade defensiva, vimos como tem boas idéias para usar a dupla de garrafão do Lakers, o maior diferencial em relação aos outros times, e até como seu tempo em Cleveland mostra boas maneiras de aproveitar o talento de Kobe Bryant. Mas também não dá pra esquecer que ele já falhou feio nos playoffs nos seus anos de Cavs e que muitas vezes não soube como evitar que seu time fosse previsível no ataque. Ruim ele não é, mas tem muito o que provar para convencer a gente e todo mundo de que é um treinador capaz de tomar boas decisões na pressão dos playoffs para levar o time ao título. E pensando nisso é que o alto e bom investimento do time na comissão técnica pode fazer a diferença na próxima temporada.

……
Curiosidade tola: Mike Brown morou na gringolândia quando jovem. Fez o colegial e se formou em um colégio em Würzburg, na Alemanha. Dentre tantas cidades européias foi se meter justamente naquele onde nasceu e cresceu Dirk Nowitzki!

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