Asilos de qualidade

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Sam Cassell toca a si mesmo pensando em ganhar um título

Tem uma coisa sobre os times bons de que muita gente se esquece: são os times bons que assinam jogadores livres, free agents, com a maior facilidade. Digo isso olhando para o caso do Boston Celtics nessa temporada, por exemplo. Se não bastasse o elenco que já possuiam com, insisto em dizer, três jogadores que farão parte do Hall da Fama no futuro, ainda me assinam o Sam Cassell pra fazer parte da brincadeira. É tão injusto que deveria haver uma regra que só permitisse ao Celtics assinar o Olowokandi ou o Kwame Brown, nada mais. Onde está David Stern quando se precisa dele?

Existe, correndo pela NBA, essa idéia de que, quando o time está fedendo muito, é hora de se livrar de todo mundo com salários caros e começar de novo. Liberando a folha salarial, o time ruim pra burro terá grana para contratar jogadores que terão o passe livre, se tornando, portanto, um time bom. Mas agora vamos ser sinceros: quantas vezes você já viu esse plano mirabolante dar certo?

A verdade é que os grandes jogadores, em geral, não estão nem um pouco interessados em ir passar vergonha no Bobcats ou no Grizzlies. Não importa quem eles mandem embora, quanta bufunfa tenham no bolso para contratar uma grande estrela. É claro que os jogadores da NBA querem enfiar dinheiro até nas orelhas, mas se eles podem fazer isso num time vencedor, com uma base formada, nunca irão para um time completamente capenga. O exemplo imediato que me vem à cabeça é o Atlanta Hawks de uns anos atrás. Se livraram de toda a galera num processo de reconstrução (chamado popularmente na gringolândia de “rebuild“), se encheram de pivetes, draftaram buscando talento e não posições específicas (tinham tantos alas na equipe que parecia escola de samba) e com a grana queriam uma grande estrela. Ótima idéia. Quem é que aceitou as verdinhas para ir jogar lá? Joe Johnson, na época terceira opção do Suns e com “role player” escrito na testa. Maior caso de “na falta de alguém melhor, vai tu mesmo” só quando o Cavs não conseguiu o Michael Redd e chamou o (irgh!) Larry Hughes no lugar.

Esse troço de rebuild é a maior furada. Achar que milagrosamente o Kobe ou o LeBron vão aceitar jogar no Grizzlies só porque lá eles vão receber oito ziribilhões de dólares é ridículo. Times em rebuild dependem de bons drafts, boas trocas e muita, muita sorte. Trocar o Iverson pelo Andre Miller pode até dar resultado. Trocar o Gasol por um peixe dourado, não. A vida é dura para os times ruins.

Para os times bons, a vida é mais fácil do que dar aquele chutinho da Chun-Li com controle turbo. Você tem Shaq e Wade na equipe? Os jogadores com passe livre vão implorar para jogar ao seu lado. Seja aceitando menos grana, abrindo mão de um ou dois iates, ou até mesmo ganhando a mesma grana que ganharia em outro lugar, mas com as chances de ganhar um título falando mais alto. Karl Malone aceitou jogar no Lakers em troca de um prato de feijão mais a grana do busão, só para ter chances de ser, enfim, campeão. Agora, Sam Cassell chorou e esperneou para ser mandado embora do Clippers para poder levar o que sobrou de pilha para o Celtics. Que não se enganem os que olham a data de nascimento, Cassell ainda é um dos jogadores mais inteligentes (e decisivos nas horas finais) de toda a NBA. E na onda dos velhinhos, até o idoso-porém-bom-em-tocos (não confundam com o Mutombo) Theo Ratliff foi para o Pistons. Legal, como se o Celtics ou o Pistons precisassem de alguma ajuda.

Na temporada que vem, vários grandes jogadores terão passe livre: Arenas, Baron Davis, Iverson, Shawn Marion, Elton Brand. Pense bem: você acha que algum deles vai aceitar jogar no Memphis Grizzlies, que acabou de trocar todo mundo por uns enfeites de mesa e pretende torrar os cofres da franquia na temporada que vem? É muito mais provavél que aceitem jogar no Celtics, no Lakers, ser a peça final no Houston ou no Hornets. Time bom atrai jogador bom. Se teu time é ruim e contratou alguma estrela, pense duas vezes, o cara deve ser bem pior do que você pensava. Ou você daria seu time nas mãos do Joe Johnson por uma fortuna multizilionária?

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