>Draftados em 2001 – O fim da 1ª rodada

>A série de Draftados em 2001 ficou parada por causa de uns textos sobre o locaute que parecia perto do fim. Mas essas negociações em velocidade de sexo tântrico não estão indo pra frente, então vamos voltar e terminar o especial sobre os jogadores que entraram na NBA há uma década.

Até agora já analisamos o Top 3 estrelado por Kwame Brown, Tyson Chandler e Pau Gasol, depois vimos o resto do Top 10 com o falecido Eddie Griffin e o espaçoso Eddy Curry. No último post vimos o miolo da primeira rodada, com estrelas do nível de Vladmir Radmanovic e nosso muso Zach Randolph.

Hoje vamos ver o final da primeira rodada. Mas não, não é da escolha 21 até a 30. Primeiro porque ainda não existia o Charlotte Bobcats, então a liga só tinha 29 times. Depois porque o Minnesota Timberwolves não teve direito a sua escolha de primeira rodada por ter quebrado regras do salary cap. Para quem não lembra, eles ofereceram um contrato pequeno de 3.5 milhões de dólares por 1 ano para o Joe Smith com a promessa de um contrato maior no futuro, já que depois de alguns anos no time (a história dos Bird Rights, lembram?) poderia haver a renovação estourando o teto salarial. Essas negociações adiantadas eram proibidas e o Wolves acabou pagando uma multa e perdendo 3 escolhas de primeira rodada como punição.

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21- Joseph Forte (Boston Celtics, SG)

Já começamos com um bom exemplar de força nominal. Dá pra imaginar o número de piadinhas sem graça e trocadilhos se existisse Twitter acompanhando o Draft de 2001? Seria de “O Boston sai FORTE do Draft” pra baixo. Pior que isso só a carreira do coitado.

Forte se destacou na Universidade de North Carolina. Lá jogava na posição 2, apesar de apenas 1,90m de altura, mas na NBA tentaram adaptar ele, por causa do tamanho, a ser um armador principal. Não deu nem um pouco certo. Ele simplesmente se recusou a tentar jogar na posição, bateu o pé e disse “não” ao técnico. Dá pra entender por que quase não jogou? Ele também chegou a brigar trocentas vezes nos treinos e as pessoas nem entendiam a razão, parecia aleatório. “Uma mulher sociopata esquizofrênica na menopausa” foi como o blog I Heart Celtics descreveu a condição psicológica do rapaz.

É difícil escolher sua história mais legal nos treinos do Celtics. Foi quando simplesmente foi embora no meio do treino ao enfrentar uma defesa por zona ou quando chegou no ginásio usando uma camiseta do Lakers?
Para os torcedores do Celtics ele é conhecido até hoje como “O cara que usou uma camiseta do Scooby-Doo durante um jogo dos playoffs”. Fácil entender porque o Celtics o trocou ao fim dessa primeira temporada. No Seattle Supersonics foi dispensado depois de problemas legais envolvendo drogas e posse ilegal de arma. Nunca mais pisou numa quadra da NBA.

Tentou a vida na D-League em 2005, depois jogou basquete de rua e então partiu para a Europa. Lá viveu opostos ao ser campeão italiano em 2007 pelo Montepaschi Siena e ser dispensado do Snaidero Udine em 2009 por problemas de comportamento. Hoje joga na segunda divisão da Itália. Para quem entende italiano, tem um vídeo com toda a história dele contada por um comentarista da TV de lá.

22- Jeryl Sasser (Orlando Magic, SG)



Confesso que nos meus bons tempos de jogar NBA 2K2 no Dreamcast eu jogava bastante com o Jeryl Sasser. Não que eu quisesse ou fosse um fã, mas é que eventualmente o Tracy McGrady tinha que descansar ou passar a bola, acontece.

Na sombra de McGrady, Sasser teve pouco tempo de quadra no Orlando Magic. Jogou apenas 7 jogos em sua primeira temporada e só na segunda apareceu mais, com média de quase 14 minutos por jogo. O que chamou a atenção no seu jogo no basquete universitário era o alto número de rebotes para a sua posição e a capacidade de organizar o jogo. No Magic não foi usado para organizar nada, apenas para arremessar e atacar a cesta, o que ele não sabia. Oposto de Forte, era um armador em corpo de ala.

Logo após isso foi dispensado e partiu para a carreira internacional. E nisso ele ganha de todo mundo em termos de bizarrice! Vemos gente indo pra China, Itália, Espanha, Grécia e achamos estranho quando o cara vai para o Leste Europeu. Que tal o Sasser que depois de passar por Israel e França foi parar no Kuwait! Jogou lá de 2007 a 2009, sendo campeão nacional uma vez pelo Al Arabi.

23- Brandon Armstrong (New Jersey Nets, SG)


Completamos com Brandon Armstrong o possível pior trio da mesma posição já escolhido na história da NBA. Tivemos uma sequência péssima de pivôs no meio da primeira rodada, mas a sequência Forte, Sasser e Armstrong é patética. Os três novatos juntos marcaram 80 pontos em 50 jogos disputados na temporada 2001-02 da NBA. Aproveitamento? Vamos lá: Forte teve 8% (1-12), Armstrong 31% (27-85) e Sasser 21% (3-14). Armstrong pode até se gabar de dar goleada nos outros.

A fama do Draft 2001 é explicada por esses jogadores. Não é que não tiveram jogadores bons, os 7 All-Stars são um bom número, mas é que quando o pessoal era ruim, era de dar pena. E não é como se a concorrência fosse pesada. Apesar desse Nets ter ido para a final, foi tudo porque o Jason Kidd fazia HiPhone parecer iPad. A disputa de Armstrong por minutos era com o limitado Kerry Kittles e com Lucious Harris. Isso diz tudo.

Após 3 anos de Nets ele saiu da NBA. Tentou voltar em 2004 mas foi dispensado pelo Warriors antes da temporada começar. Saiu então do país e jogou um ano na Itália, no BT Roseto. Voltou, atuou na D-League e partiu então para atuar na poderosíssima (só que ao contrário) liga polonesa.

24- Raül López (Utah Jazz, PG)



Sabiam que a grafia do nome do “Spanish Fly” é com trema no u? Eu não sabia. Coisas da estranha língua catalã, imagino. Mas não só o nome de Raül López era pouco entendido no começo de sua carreira. Por algum motivo chamavam ele de “John Stockton Espanhol” no começo de sua carreira, o que ia muito de encontro com as suas características de jogo muito veloz, agressivo e muitas vezes pontuador que ele exercia. Será que o pessoal do Jazz foi mais pelo apelido do que pelo olho na hora de escolher o rapaz?

De qualquer forma, acho que a falta de sorte foi essencial para a falta de sucesso do espanhol na liga americana. Dizem ele deveria ter esperado mais para ir para os Estados Unidos, era bem jovem quando foi para lá e talvez pudesse ter se saído melhor se tivesse esperado. Mas isso é pura especulação que sempre se escuta quando o cara dá errado, quando vai tarde e não dá certo deveria ter ido antes para ter mais tempo de adaptação. Comentário de resultado.

Eu acho que o real motivo de não ter dado certo foi uma boa dose de azar. Ele não foi para a NBA logo depois de ter sido draftado, foi um ano depois, quando machucou o joelho e perdeu uma temporada inteira. Foi jogar mesmo na temporada 2003-04, uma época em que o Jazz estava desesperado atrás de um armador para cobrir em parte o espaço deixado por John Stockton. Com Lopéz de novato a vaga ficou com Carlos Arroyo, que estava na melhor fase da carreira na NBA. Sem contar que naquele ano até o Raja Bell estava jogando muito bem como armador do time. Sei que soa uma aberração, mas juro que ele era usado nessa posição e se saia consideravelmente bem.

No segundo ano de López ele se machucou e perdeu mais da metade da temporada. E foi bem no ano em que o Arroyo jogou poucos jogos e o espanhol, em teoria, teria mais espaço para mostrar o seu jogo. Tanto que o fraco Howard Eisley e Raja Bell, de novo, compartilharam as funções de armar o time.

Ele se recuperou ao fim da temporada, mas aí veio o Draft de 2005 e o Utah Jazz conseguiu achar no Draft um tal de Deron Williams. Sem a necessidade de um armador, trocou López na maior troca da história da NBA até então, uma envolvendo 13 jogadores e 5 times. Foi aquela troca que levou Jason Williams, James Posey e Antoine Walker para o Heat, montando o time do título de 2006. López acabou caindo no Grizzlies, time que já tinha vários armadores (Chucky Atkins, Bobby Jackson e até Mike Miller jogava bastante na posição) e o recém-chegado acabou sendo dispensado. Voltou para a Espanha para jogar pelo Girona e depois Real Madrid, hoje está no Khimki Moscow da Rússia.

25- Gerald Wallace (Sacramento Kings, SF)

Meu deus! O que é isso?! Um jogador bom no meio desse Draft? Bizarro! Como eu disse antes, quando é pra ser o bom os caras de 2001 detonam, quando são ruins… Gerald Wallace é do primeiro time, um jogador que todo o técnico pediu a deus.

Gerald Wallace começou na NBA em um dos melhores times da liga, o Sacramento Kings, que na época era a única real ameaça ao Los Angeles Lakers. O mega time formado por Mike Bibby, Peja Stojakovic, Hedo Turkoglu, Chris Webber e Vlad Divac era tão bom, mas tão bom que o pobre novato mal conseguia entrar em quadra. Nos seus três anos de Kings nunca teve média maior do que 12 minutos por jogo, e mesmo assim nunca foram minutos importantes. Nos playoffs a média nunca passou de 7 minutos em quadra por partida!

Todos reconheciam o seu talento, e valorizavam ainda mais a vontade absurda com que ele entrava no jogo. Se jogava em todas as bolas, marcava como se a vida de sua mãe dependesse disso e não tinha limites para o seu esforço físico. Seu estilo de jogo ultra agressivo causou, além de muitas contusões em tentativas bizarras de rebotes, tocos e roubos, o apelido de “Crash”. Mas não rendeu tempo de jogo.

A reviravolta na carreira de Wallace aconteceu na temporada 2004-05, quando o Charlotte Bobcats passou a integrar a NBA. Para alimentar o novo time com jogadores, a nova franquia ganhou a 4ª escolha do Draft (que eles trocaram com o Clippers para virar a 2ª, Emeka Okafor) e o chamado “Expansion Draft”. Nele todos os outros 29 times protegiam 8 jogadores de seu time e o resto estava livre para o Bobcats roubar para si. O Kings, com um elenco cheio de jogadores importantes, decidiu deixar o promissor ala de fora e ele foi sabiamente escolhido pelo Bobcats ao lado de jogadores menos expressivos como Sasha Pavlovic, Zaza Pachulia, Lonny Baxter, Jason Kapono, Loren Woods e Jeff Trepagnier. Desses, aliás, muitos foram já trocados ou dispensados antes da temporada começar. Wallace foi um dos poucos que sobreviveu até o começo daquela terrível primeira temporada dos Cats na NBA.

Por pura falta de opção, Gerald Wallace foi titular e líder daquele time desde o princípio. Sofreu muito com o fato de estar num time tão ruim, mas aproveitou a oportunidade para se desenvolver absurdamente como jogador. Melhorou sua condição física, a defesa, os rebotes e passou até a ser mais efetivo no ataque, antigamente sua parte mais fraca. Em 2006 se tornou o 3º jogador na história da NBA (Hakeem Olajuwon e David Robinson foram os outros) a ter média de mais de 2 roubos e 2 tocos na mesma temporada.

Apesar das milhares de contusões em todas as partes do corpo que vocês podem imaginar, Wallace jogou sempre que pode e sempre foi bem pelo Bobcats. Foi a cara da franquia até o ano passado, quando, depois de discretamente se mostrar insatisfeito com a fase ruim do time depois da demissão de Larry Brown. Então ganhou como prêmio uma troca para o Blazers. Finalmente está em um time decente.

Abaixo um vídeo com enterradas e tocos do Gerald Wallace. Digam se não são os tocos mais legais de toda a liga!



26- Samuel Dalembert (Phiadelphia 76ers, C)



Depois de comentar tanta gente ruim nesse Draft até fico meio mal de criticar o Sam Dalembert, que foi uma super estrela em comparação a outros pivôs que passaram por aqui. Mas a verdade é que o pivô de cidadania canadense e nascido no Haiti teve uma carreira broxante.

Ele chegou na NBA recebendo críticas como essa do NBADraft.net: “É um ótimo bloqueador. Pode, com seus tocos, alterar todo o ataque adversário. O potencial é imenso, mas o jogo ofensivo precisa de melhora”. E então, 10 anos depois o que podemos dizer sobre Dalembert? Bom, ele realmente sabe dar tocos, mas o jogo ofensivo precisa começar do zero para pensar em ser relevante. Ele também não é tão bom defensor no 1-contra-1 e tem uma das piores marcas em assistências que um jogador com sua média de minutos já teve. Mas já disse que ele sabe dar tocos?

Na temporada 2008-09, Dalembert acabou a temporada inteira com 18 assistências! Sim, 18 passes que viraram cestas em 82 jogos disputados. Por mais que não seja a função dele, é só passar para um cara que acerte um arremesso que na NBA isso já é assistência. Não é tão difícil, ele mesmo já fez mais que o triplo disso em outros anos. Quer fazer um jogo legal? Entre no Basketball-Reference e tente descobrir se na história algum outro jogador já conseguiu o feito de ter dado menos de 20 assistências em uma temporada inteira tendo mais de 24 minutos por jogo de média e tendo jogado pelo menos 50 partidas na temporada. O resultado indica somente Dalembert e… Eddy Curry. Caso encerrado. Draft de 2001 vence de novo! Curiosidade: Dalembert deu suas 18 assistências em 82 jogos, Curry deu 19 em 72.

De legal mesmo só a relação que o pivô construiu com o seu país natal, o Haiti, depois do terremoto que destruiu o país em 2010. Viajou várias vezes para lá, bancou muita coisa para eles e da última vez que li sobre o assunto, estava planejando um enorme complexo esportivo para a capital Porto Príncipe. Um ótimo jeito de gastar a enorme quantia que, inexplicavelmente, o Sixers pagou para ele em todos esses anos antes de finalmente mandá-lo embora em uma troca com o Sacramento Kings.

27- Jamaal Tinsley (Indiana Pacers, PG)



Já fui muito fã do Jamaal Tinsley. Nos meus tempos de escola via ele jogando e podia sonhar em um dia ser um jogador profissional. Afinal Tinsley não é alto, não é atlético, não é rápido ou forte e até é meio gordinho. Mas bastava ver o cara jogar, perceber sua visão de jogo e habilidade com a bola para ver que o cara tem que ser muito bom para chegar na NBA mesmo sem todos esses atributos físicos.

A vida de Tinsley é roteiro desses filmes que nos dão lição de moral mostrando a vida nos guetos norte-americanos. Ele teve problemas familiares, uma renca de amigos envolvidos com o crime e ficou sempre entre o basquete (de rua, ficou famoso no lendário Rucker Park em Nova York) e uma vida fora da lei, com confusões de diversos tipos. Já foi detido por furto e posse de drogas antes de entrar na NBA.

O basquete acabou triunfando e ele conseguiu se formar no colegial e ir para uma faculdade, Mt.San Jacinto Community College, universidade nada tradicional em basquete, mas que o deixou famoso o bastante para chamar a atenção de Iowa State, onde jogou os dois últimos anos de basquete universitário. De lá foi escolhido pelo Indiana Pacers do então técnico Isiah Thomas. O aposentado armador resolveu apostar no novato e surpreendentemente lhe deu a condição de titular desde o início da temporada, o pimpolho respondeu jogando como veterano e liderando o time com 8.1 assistências por jogo.

Sua carreira, que parecia promissora, começou a desmanchar quando Rick Carlisle assumiu o Pacers duas temporadas depois. Ele rebaixou Tinsley a terceiro armador, atrás de Kenny Anderson e Anthony Johnson. Por conta de contusões, Tinsley até conseguiu voltar a ser titular e jogar bastante nos playoffs, quando o Pacers foi até a final de conferência e perdeu para o Detroit Pistons. Mas claramente Tinsley não era o armador dos sonhos de Carlisle. O técnico é um cara dominador, gosta de ter controle do que os jogadores fazem no jogo, sempre chama jogadas na beira da quadra. Já Tinsley, mais ao gosto de Isiah Thomas, é cheio de improvisos, de jogadas de basquete de rua (adorava passar a bola por entre as pernas de pivôs enormes) e jogava arriscando, tentando passes difíceis.

Como se não bastasse as questões dentro de quadra, o Pacers passava também por uma limpeza de imagem. Depois que Ron Artest subiu nas arquibancadas do Palace of Auburn Hills para distribuir porrada nos torcedores do Pistons, o Pacers, pouco a pouco, quis se livrar da imagem de time de bad boys. Foi assim que se livraram de Artest e Stephen Jackson, por exemplo. Com Tinsley, porém, estava mais difícil, nenhum outro time o queria. Ele continuou jogando e teve bons momentos, mas ao fim da temporada 2007-08 o Pacers resolveu romper com o jogador mesmo com ele ainda estando sob contrato. Lhe proibiram de ir até o clube treinar, disseram que ele estava fora dos planos e que iriam tentar trocá-lo o quanto antes. Não conseguiram.

O armador perdeu um ano da carreira nesse limbo. Tentou voltar em 2009-10 no Memphis Grizzlies que na época recrutava jogadores excluídos de outros times. Deu certo com Zach Randolph, mas não com Allen Iverson ou Jamaal Tinsley. Ele durou 35 jogos por lá e deu o fora.

Quando todos pensavam que ele não pertencia mais à NBA, uma surpresa. Na semana passada aconteceu o Draft anual da D-League, e o Tinsley foi a primeira escolha geral! Irá jogar pelo Los Angeles D-Fenders e, quem sabe, poderá voltar para a NBA em breve. Não se envolvendo mais com apreensões de maconha e tiroteios em casas noturnas (quase morreu em um!) como no passado, pode dar certo.

28- Tony Parker (San Antonio Spurs, PG)



William Anthony Parker tem nome inglês, é francês, tem pai americano, mãe holandesa e nasceu na Bélgica. Também foi a última escolha da primeira rodada do Draft de 2001 e um dos mais impressionantes achados do San Antonio Spurs no exterior.

A história de como o Spurs decidiu escolher o Parker é curiosa. Eles já conheciam o armador francês de olheiros e depois que o jogador foi espetacular em um jogo contra o time americano no Nike Hoop Summit dois anos antes. O chamaram então para treinos em San Antonio e foi um desastre: o colocaram para jogar 1-contra-1 contra Lance Blanks, olheiro do Spurs e ex-jogador da NBA. A defesa física e agressiva acabou com Parker. Segundo o técnico Gregg Popovich, a vontade era a de dispensar Tony Parker depois de 10 minutos. Mas depois, assistindo a um vídeo de melhores momentos de Parker, o técnico do Spurs resolvou dar uma segunda chance ao rapaz. Ele tinha que ser melhor que aquilo! E foi. Impressionou todo mundo e quando sobrou na 28ª posição (o que não foi difícil, já que os outros times mal o conheciam) o Spurs o levou.

Até poderia rolar um “foram felizes para sempre” se pensarmos que Parker foi titular nos títulos de 2003, 2005 e 2007, mas o caminho até lá foi penoso. A relação de Popovich com Duncan é de admiração e confiança, com Ginóbili é um misto de um ataque do coração prestes a acontecer com um “deixa o cara ser doido que sempre funciona”. Já com Parker a relação é a de um pai exigente e um filho que não para de tentar agradar o velho.

Desde seu primeiro ano quando só tomava bronca até em 2007, quando o armador tinha um número máximo de bolas de 3 para chutar em um jogo, Popovich tenta controlar Tony Parker. No início era a velocidade que ele impunha ao time, depois a necessidade de distribuir mais a bola ao invés de bater para dentro, depois controlar os arremessos de longe. Não é à toa que Parker flertou com a ideia de jogar no New York Knicks, um pouco de liberdade é sempre tentador. Quem assistia às primeiras temporadas de Parker se impressionava com a facilidade com que ele cortava todo mundo, logo depois se irritava com o fato dele, mesmo sob a cesta, tocar para alguém na zona morta arremessar. Ordens de cima.

Popovich já reconheceu que já pegou mais pesado com Parker do que com os demais, principalmente no começo da carreira, mas segundo ele era para o jogador amadurecer rápido e se tornar mais forte mentalmente. Não sei se foi só isso, mas deu certo. Tony Parker hoje é um armador mais maduro, sabe quando passar e quando infiltrar e é o único representante desse Draft a ter um troféu de MVP: Foi eleito o melhor jogador das finais de 2007 contra o Cleveland Cavaliers.

Nota muito importante: Em uma era de Maria Sharapova e Kardashians, Parker tem que ser lembrado como o primeiro da sua geração a relembrar os bons tempos de Dennis Rodman e Carmen Electra ao se casar com a atriz Eva Longoria. Obrigado por enfeitar as transmissões do Spurs com sua ex-mulher por tantos anos!

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Na próxima e última parte teremos as boas escolhas da segunda rodada e uma lista de como seria o Draft 2001 se todos os times tivessem conseguido prever o futuro.

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