🔒As 23 mudanças

Como comentamos no podcast 45, o dono do Phoenix Suns, Robert Sarver, disse que a geração atual tem problemas difíceis de contornar. Um deles é a incapacidade de lidar com fracassos e frustrações, e que isso estaria atrapalhando a evolução da equipe, que é derrubada ao invés de crescer nas adversidades. Ele também culpa a “gratificação imediata da vida online” por essa atitude, dizendo que os moleques estão tão acostumados a respostas instantâneas que não aprendem a lidar com ações a longo prazo, como entrosar uma equipe jovem.

Não que isso não seja visto na nossa geração, especialmente dependendo da origem da molecada, mas na NBA não são todos os times com jogadores da mesma geração? Por que só o Suns é assim? E como o jovem Golden State Warriors conseguiu passar por cima desse mal do século? O buraco é mais embaixo.

Talvez essa impaciência seja uma característica do esporte como um todo. Na NBA são 30 times buscando algo que só um vai conseguir no final do campeonato. Mesmo que existam as pequenas vitórias –como melhorar o desempenho do ano anterior– na prática temos 29 insatisfeitos por ano.

Na última semana, o colunista Brian Windhorst, da ESPN, apontou um dado que indica que os times estão reagindo rápido demais a essa frustração de perder. Veja só, 21 técnicos foram chutados da NBA apenas nos anos de 2013 e 2014! Não há explicação que faça esse número parecer menos impressionante.

Voltei alguns meses ainda mais no tempo e dei uma olhada nos dados da temporada 2012-13 para checar que técnicos terminaram a temporada em cada equipe. Descobri que dos 15 times da conferência Oeste, somente TRÊS têm o mesmo comandante desde então. O San Antonio Spurs ainda tem Gregg Popovich no comando, Rick Carlisle segue liderando o Dallas Mavericks e o Portland Trail Blazers ainda tem Terry Stotts no banco. Só. No Leste a coisa é um tiquinho melhor, são QUATRO times que têm os mesmos treinadores: Toronto Raptors com Dwayne Casey, Miami Heat com Erik Spoelstra, Washington Wizards com Randy Wittmann (não por falta de críticas) e o Indiana Pacers com Frank Vogel.

Fiquei com isso na cabeça a semana toda, tentando pensar em uma explicação para tantas mudanças em um período tão curto de tempo. Não consegui encontrar um padrão único logo de cara, cada time parecia ter sua própria história e suas próprias razões para mudar no curto-prazo, mas vi que algumas histórias se repetiam e que alguns CASES de sucesso geravam novas mudanças, quase um efeito dominó. Tentei agrupar algumas delas para analisar esses 23 times que trocaram de treinador.

[image style=”fullwidth” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Como ficar no banco do Sixers sem fazer essa cara?”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Sixers.jpg[/image]

O chefe novo

Após a temporada 2012-13, o Philadelphia 76ers era um time frustrado. Apesar de bons jogadores, como Thaddeus Young, Spencer Hawes e o então All-Star Jrue Holiday, o time não via evolução de sua alta escolha Evan Turner e amargou um 9º lugar na Conferência Leste. Foi então que eles mandaram embora o General Manager Tony DiLeo e chamaram para seu lugar Sam Hinkie, então manager assistente do OKC Thunder, um dos responsáveis por ajudar Sam Presti a montar a potência do Oeste. Seu plano, ou PROCESSO, todos já conhecemos bem: trocar tudo o que o time tinha de valor por jovens jogadores e, acima de tudo, escolhas de Draft. No caminho, perder e adquirir ainda mais escolhas boas de Draft. Mas que técnico teria paciência para perder tanto? Certamente não Doug Collins, o já veterano técnico que estava na franquia. A solução foi trazer Brett Brown, antigo assistente de Gregg Popovich em San Antonio, especialista em desenvolvimento dos jogadores e, mais importante, sedento por QUALQUER CHANCE de se tornar um técnico principal na NBA. Brown entrou na franquia sabendo do processo e topou a brincadeira masoquista.

Esse é um caso clássico de chefe novo e, em geral, é uma mudança que eu gosto bastante. Como dissemos no Podcast Especial sobre como montar um time vencedor, se existe uma coisa em comum entre os campeões, e olha que isso é difícil de achar, é o fato de que todos tinham sintonia entre os donos da equipe, seu General Manager e a comissão técnica. Eles concordavam nas contratações, no estilo de jogo, na ambição do time para aquele momento de suas histórias. Exemplos de casos que deram errado não faltam, só ver Tom Thibodeau com o Chicago Bulls: o técnico queria vencer tudo, o time achava que isso não era possível sem Derrick Rose e forçou trocas, como a de Luol Deng, para economizar dinheiro. No processo, porém, deixou o técnico fora de si. No Los Angeles Lakers vimos Mike D’Antoni ser contratado para comandar um time que tinha um elenco com estilo de jogo completamente diferente do que ele sabe fazer.

O Detroit Pistons é outro time que mudou tudo. No ano passado contrataram Stan Van Gundy não só para ser o novo técnico, mas também para ser responsável por tudo nas chamadas “operações de basquete”. Então ele dá a palavra final em trocas, contratações e afins, além de treinar. É o mesmo caso de Doc Rivers no Los Angeles Clippers. Os donos queriam novos nomes e, nesses casos, acharam um mesmo cara para todas as funções. Outro recém-chegado que virou faz-tudo é Mike Budenholzer, no Atlanta Hawks, mas ele se encaixa mais na próxima categoria.

[image style=”fullwidth” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Ao mestre com carinho”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Spurs1.jpg[/image]

Quero ser o San Antonio Spurs

Todos diziam que Mike Budenholzer seria o sucessor natural de Popovich no comando do Spurs. Quando? Quando desse na telha de Pop sair do cargo. Ele já disse que sairia quando Tim Duncan se aposentasse, já disse que talvez fique, e a verdade é que provavelmente nem ele deve saber ou pensar nisso agora. Sem querer esperar esse dia imprevisível, Budenholzer aceitou uma proposta tentadora do Atlanta Hawks na temporada 2013-14. Lá ele montou um time que é o mais parecido com o Spursball fora de San Antonio. Após uma polêmica com Danny Ferry, então manager do Hawks que fez comentários racistas sobre Luol Deng, o Hawks resolveu trocar de comando na gerência e deu o cargo para Budenholzer. De assistente a todo-poderoso de uma franquia em poucos anos? Nada como ter a palavra de Popovich te bancando.

Mas não foi só o Hawks que buscou pessoas relacionadas à franquia mais bem sucedida deste século. Entre os demitidos após 2012-13 estão Jaqcue Vaughn, que não teve sucesso no Orlando Magic, Monty Williams, APESAR do sucesso com o New Orleans Pelicans e Avery Johnson foi o primeiro chutado por Mikhail Prokhorov no Brooklyn Nets. Dos herdeiros de Pop, só Budenholzer e Brett Brown ainda mantém o cargo. Não é fácil ser o Spurs.

Essas demissões não são demérito para o Spurs, até porque Avery Johnson já teve sucesso na NBA como técnico antes, e também porque a influência deles vai além dos técnicos principais. Diversos assistentes, scouts e General Managers fizeram de suas passagens pelo Spurs a principal linha do currículo.

O único técnico com o mesmo número de títulos de Popovich na era pós-Jordan é o cara que comandou justamente os títulos de Michael Jordan, o ZEN MASTER Phil Jackson. E ele também tem sua parcela de influência nas escolhas de técnico: Brian Shaw, contratado e já demitido no Denver Nuggets nesse período analisado, e Derek Fisher, contratado pelo próprio Jackson para comandar o NY Knicks, jogaram para o treinador. Shaw também foi seu assistente, assim como Kurt Rambis, chutado pelo Minnesota Timberwolves em 2011. É inegável que a dança dos técnicos é imensamente influenciada por esses grandes nomes, sem poder ter Phil ou Pop, os times buscam os genéricos.

Se Fisher ainda está começando a ser avaliado e Budenholzer é o maior exemplo de sucesso de Spursball, que tal juntar os dois? Steve Kerr jogou para Phil Jackson no Chicago Bulls e para Popovich no Spurs. Bem falado pelos dois, foi a escolha do Golden State Warriors para substituir Mark Jackson, que havia feito bom trabalho no geral, mas com falhas óbvias e um PÉSSIMO relacionamento ao redor de toda a organização. O resultado a gente sabe, uma temporada e um anel de campeão no dedo. Agora todos querem ser o Warriors.

[image style=”fullwidth” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Deveria ser proibido pisar numa quadra dessa usando TERNO”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Bulls1.jpg[/image]

Uma nova geração

O sucesso de Steve Kerr no trabalho foi a validação definitiva que muita gente esperava para buscar nomes novos no mercado. Um cara sem experiência chega e já ganha um título? Claro que ajudou pegar uma casa já montada, mas mesmo assim ele impôs sua identidade e ideias novas. Se a defesa de Mark Jackson e a velocidade já histórica do Warriors eram herança, a eficiência e a movimentação de bola foram coisas implantadas por Kerr. E não faltou experiência na hora de fazer os ajustes nos Playoffs.

Não que a NBA já não visse uma onda de novos treinadores, mas o sucesso de um deles serve até como justificativa retroativa: “viu como a gente estava certo ANOS ATRÁS quando apostamos naquele pirralho?”. Entre os times que apostaram na nova geração estão o Boston Celtics, com o jovem Brad Stevens e o Milwuakee Bucks, que trocou Scott Skiles por Larry Drew e, depois, Jason Kidd. Ainda temos o Phoenix Suns, que largou Alvin Gentry pelo novato Jeff Hornacek.

Embora essa onda de fugir dos nomes da panelinha e buscar coisas fora já rolasse, a vitória de Kerr impulsionou outros times. O Chicago Bulls e o OKC Thunder seguiram a mesma receita nesse ano, por exemplo: times com elencos fortes, candidatos ao título, foram atrás de caras sem rodagem na NBA. O Bulls trocou Thibodeau por Fred Hoiberg, então técnico na Universidade de Iowa State, o Thunder pegou Billy Donovan, bi-campeão pela Universidade da Florida. Os dois, assim como Stevens, vieram direto do basquete universitário, coisa que não era comum na NBA após o fracasso de vários que tentaram esse caminho nos anos 90. Aliás, que todo novo técnico que venha da NCAA pague um jantar para Brad Stevens.

O Memphis Grizzlies foi outro que apostou em um nome novo e, assim como o Warriors, sem mexer no elenco. Eles dispensaram Lionel Hollins, que tinha acabado de levar uma das franquias mais FRACASSADAS da história para uma final do Oeste, para promover com seu assistente Dave Joerger. Ao que tudo indica, Joerger faz um trabalho bem melhor que Hollins em lidar com Robert Pera, que se encaixa na nova geração de DONOS de franquia: chegou em 2012, com apenas 34 anos, cheio de ideias malucas e nenhuma experiência em lidar com o mundinho do basquete americano.

Com ideias novas, mas que não envolvem Mike Miller como player-coach ou um defender com 4 jogadores e deixar um na banheira, está Daryl Morey. O manager do Houston Rockets, intocável pelo dono da franquia, resolveu mudar de técnico nessa temporada e demitiu Kevin McHale. Em seu lugar, embora ainda como interino, assumiu JB Bieckerstaff. Apesar de rodado no mundo dos bastidores da NBA, Bieckerstaff é mais aberto a lidar com estatísticas, análise de desempenho e toda a papagaiada que as franquias estão investindo. Se for para chutar uma das razões para tantos caras novos estarem sendo contratados, acredito que ela seja essa cabeça mais aberta a lidar com dados e gente. Os técnicos da velha guarda se acostumaram a resolver coisas sozinhos, hoje devem lidar com comissões técnicas de 20 pessoas.

[image style=”fullwidth” name=”on” link=”” target=”off” caption=”-Você vai para o banco. Vou colocar meu filho. Sim, sei o que estou fazendo”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Clippers.jpg[/image]

Por que ler os clássicos?

Embora a tendência seja a de ir para nomes mais novos, ainda tem time buscando os caras clássicos. Foi o caso do Los Angeles Clippers, que não se importou com os bons números gerais de Vinny Del Negro e preferiu colocar todas sua fichas (e até algumas escolhas de Draft) para ir atrás do campeão Doc Rivers. Conhecida por ser uma franquia desinteressada e fracassada, dá para entender a decisão baseada em um nome de peso. Decisão parecida fez o já citado Detroit Pistons, que via sua fama desandar após quase uma década de sucesso e então buscaram em Stan Van Gundy o caminho para o RESPEITO. O Orlando Magic, depois de não dar muito certo com Jacque Vaughn, apostou na experiência de Scott Skiles para dar disciplina à molecada. Está dando certo, como sempre dá antes de todos perderem a paciência com ele. O Los Angeles Lakers é outro que foi pela mesma linha, quis mesclar os jovens jogadores com um cara experiente, Byron Scott. Os conflitos entre o treinador e Julius Randle podem virar tese de mestrado sobre conflitos geracionais, mas a aposta é que a longo prazo isso ajude o ala a crescer.

O Minnesota Timberwolves apostou em si mesmo, com o General Manager Flip Saunders, técnico histórico da franquia e então General Manager, decidindo que ele mesmo assumiria também o banco de reservas após a aposentadoria de Rick Adelman. Tudo mudou no começo dessa temporada, porém, quando Flip morreu após batalhar um câncer. Sam Mitchell treina essa temporada, mas só no ano que vem saberemos ao certo qual das rotas o Wolves irá escolher.

Existiu também uma mudança híbrida, os estreantes que também são clássicos. O Charlotte Hornets trocou Mike Dunlap por Steve Clifford, que nunca havia sido técnico na NBA mas que trabalhava como assistente desde 2000. Passou por Rockets, Knicks, Magic e Lakers até chegar em Charlotte. O Utah Jazz tomou rota semelhante, promovendo Quin Snyder para seu primeiro trabalho como técnico principal na liga. O homem com mais cara de PILHADO na NBA trabalhava como assistente desde o ano de Cristo de MIL NOVECENTOS E NOVENTA E DOIS! Começou no Los Angeles Clippers, teve passagem em Duke ao lado de Coach K, então assumiu a Universidade de Missouri, aí treinou o Austin Toros da D-League e então voltou a ser assistente na NBA com passagens por Lakers, Sixers, Hawks e, finalmente Jazz. Mas claro que antes ele foi assistente de Ettore Messina no CSKA Moscou só para fechar o ciclo de treinar em todos os níveis possíveis.

Dá pra colocar David Blatt na mesma situação. O técnico do Cleveland Cavaliers é tão rodado que não pode ser considerado nova geração, mas certamente teve que se adaptar ao jogo diferente da NBA.

[image style=”fullwidth” name=”on” link=”” target=”off” caption=”-Então, eu prefiro defender com 5 jogadores mesmo, espero que isso não seja um problema”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Kings.jpg[/image]

Atirando para todo lado

Cada caso é um caso, cada dono de equipe pensa de um jeito e são os donos que mandam na bagaça. Lá na confusa Sacramento, por exemplo, Vivek Ranadivé ainda não se encontrou. Com dedos em todas as decisões do então General Manager Pete D’Alessandro, influenciou a demissão de Mike Malone, único cara a realmente se entender com DeMarcus Cousins. O time então contratou o consagrado George Karl, um dos técnicos com mais vitórias na NBA, um mês ANTES de convocar Vlade Divac para ser o novo General Manager do time. Lembra do papo de estarem todos na mesma página? Então…

Sem saber o que fazer ou como fazer, o Kings apela para o novo e para o clássico ao mesmo tempo. Divac nunca trabalhou como manager antes, sequer sabia o procedimento de fazer uma troca (para quem comunicar, para onde mandar os e-mails e documentos) quando fez suas primeiras negociações; já Karl é um dos poucos técnicos com mais de 1.000 vitórias na carreira e está treinando desde antes de todo o elenco do time ter nascido. Não é que o time seja o pior de todos.. Não é que não tenham feito coisas boas (fizeram boas aquisições na offseason), é só que não parece que eles tem realmente um plano nos mãos.


A discussão sobre manter e demitir técnicos é frequente aqui no Brasil por causa do futebol. No último Brasileirão, somente o campeão Corinthians começou e terminou o campeonato com o mesmo cara no comando, o que dá a impressão de que todos os outros times não aceitavam mais do que o título. Algumas mudanças dão certo (Grêmio e Santos, por exemplo), mas a impressão que dá é que é tudo caos, desespero e jogo para a torcida. O trabalho de técnico não é fácil: ele deve saber lidar pessoalmente e emocionalmente com os atletas, deve saber motivá-los, deve saber como ler as características de cada um e encaixar isso em um conjunto tático. Claro que tem ajuda de uma grande equipe de assistente para isso, mas nem isso vêm de graça: ele deve MONTAR, peça a peça, esse staff. E pior, isso não é feito do dia pra noite, não dá pra chegar, chamar o jogo, colocar 40 pontos e mostrar a que veio. Por princípio, o trabalho de técnico é sempre a longo prazo. Na cruzada das demissões, sempre estive do lado do grande Paulo Vinícius Coelho: não é que não se pode demitir, alguns simplesmente não funcionam e devem sair, mas é uma decisão extrema demais e que o esporte banaliza.

[image style=”fullwidth” name=”on” link=”” target=”off” caption=”-Vamos manter a mesma estratégia: eu falo, você não escuta e faz o que quer”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/01/Lakers1.jpg[/image]

Depois de analisar todas as mudanças de técnico ocorridas desde a temporada 2012-13, enxergo alguns movimentos em comum que podem explicar o nível alto de mudanças de comando:

  •  Muitas mudanças entre os donos: vejam só, DEZ franquias mudaram de mãos desde 2010. Algumas não foram vendidas, caso do Lakers e do Wizards, que viram seus donos morrerem, mas é muita gente nova dando ordem e querendo as coisas do seu jeito.
  •  Meio de tabela não vale nada: cada vez mais times estão com aversão ao meio da tabela. Ou querem saltar para disputar o título, ou reconstruir. Geralmente usam uma mudança de técnico para dar qualquer um desses passos.
  • Tecnologia: como citei acima, muitos veteranos não dão bola para a tecnologia e rola uma dança das cadeiras para os técnicos se alinharem com as franquias que veem o basquete do mesmo jeito que eles.
  • Projetos a curto prazo: vejo muitos técnicos sendo contratados para projetos mais curtos. Skiles, por exemplo, chega para dar uma cara e organização ao Orlando Magic, mas ninguém garante que ele fique quando for pra buscar coisas maiores. Alvin Gentry foi útil para levar Steve Nash a sua última final de conferência, mas não ganhou a confiança do Suns para lidar com a reconstrução do elenco.

Depois de tantos parágrafos, vou ser canalha e não vou cravar se tantas mudanças são boas ou ruins para a NBA e para os times que a realizam. Acho que no fim das contas o que mais importa é o que leva à decisão de trocar e, principalmente, o que acontece depois.

Trocar só por uma má fase ou por uma mísera derrota nos Playoffs parece exagero, acho que trocar de comando é extremo demais para só isso. É preciso ler desgaste de relações, de objetivos ou ao menos uma clara limitação técnica para justificar a mudança. E depois é preciso oferecer oportunidade e tempo ao novo nome: não dava para julgar Derek Fisher no NY Knicks do ano passado, era um técnico novato tentando explicar um sistema de jogo difícil para um elenco horrível, por exemplo. É preciso deixar claro o que se espera do recém-chegado e dar tempo para ele mostrar alguma coisa, nem que seja para mostrar seus defeitos e justificar a demissão.

Dito isso, FORA BYRON SCOTT!

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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