Prêmios Alternativos do Bola Presa 15/16 (Parte 2)

Ontem vocês viram a Jogada Bola Presa do Ano, o prêmio alternativo mais importante da galáxia (considerando que a galáxia tem um monte de pedras voadoras e nenhum outro campeonato de basquete). Agora é hora dos outros prêmios que um dia iremos usar para lembrar tudo o de relevante que aconteceu na já saudosa temporada 2015/16!


Troféu Kareen Rush de melhor atuação de um jogador ruim

O prêmio é uma homenagem ao jogo 6 da Final do Oeste de 2004: Lakers e Wolves numa série apertada e emocionante, 3 a 2 para o Lakers e aí Kareen Rush resolve que é dia de acertar uma gazilhão de bola de 3 pontos (6, na verdade, a maioria no fim do jogo) e tirar de Kevin Garnett a chance de disputar um jogo 7 em casa. Kareen Rush. Não é um jogo acima da média de, sei lá, Derek Fisher, é o KAREEN RUSH! Deu pra entender, né?

Olha, eu amo o Kobe Bryant, amo mais que a maioria das pessoas que eu já conheci nessa vida, e só por isso ele não leva esse troféu. Ele não jogou bem o ano inteiro e aí, no último dia, em seu último jogo da vida, marca SESSENTA PONTOS. Mas não consigo dar um prêmio que diz que o jogador é ruim. Ele foi mal nesse ano, com o corpo já estourado, veterano, usando uma armadura de gelo para sequer conseguir existir, não é justo.

Nesta temporada o prêmio então vai para Bojan Bogdanovic que, por um dia, conseguiu fazer o Brooklyn Nets ser um time interessante. As poucas pessoas que se dispuseram a assistir o seu time que não conseguia ganhar enfrentar o Philadelphia 76ers, que queria perder, viram o bósnio acertar 17 dos 27 arremessos que tentou para QUARENTA E QUATRO pontos. Foi apenas a 11ª vez que ele marcou mais de 20 pontos na carreira em 157 jogos, e o fez com estilo.


Troféu Lonny Baxter de jogador que só joga nas Summer Leagues

Este prêmio é para atletas que só ameaçam virar grandes jogadores e aí nem entram em quadra na temporada. Muitos jogadores aparecem nas ligas de verão e ganham lugar na NBA, como Jeremy Lin. Outros brilham lá e… funhé. Lembram do Josh Selby? Glen Rice Jr? Lonny Baxter? Então está justificado o nome do prêmio.

Neste ano premiamos o nosso querido TJ Warren, ala do Phoenix Suns. O rei da meia distância vive na era dos três pontos e depois de ser um dos grandes destaques das ligas de verão de 2015, pouco conseguiu se destacar na temporada desastrosa que rolou lá no Arizona. É claro que as lesões atrapalharam, mas faltou para ele o que sobrou para o novato Devin Booker, que viu o barco afundando como uma chance para mostrar vontade e serviço.

Seus 18 pontos por jogo em 54% de aproveitamento em Las Vegas, que rendeu a ele uma vaga no Time do Campeonato, não se transmitiram para a NBA-De-Verdade, onde marcou discretíssimos 11 pontos por partida.


Troféu Isiah Thomas de troca do ano

O célebre armador, um dos melhores da história da NBA, viveu o bastante para dar nome ao troféu de troca mais estúpida da temporada. Não dá pra vencer todas, né? Mas dá pra continuar tentando. Qual sua melhor memória de Isiah Thomas como manager? A troca de Trevor Ariza pelo cadáver de Steve Francis? Ou quando mandou as escolhas de Draft que iriam se tornar LaMarcus Aldridge e Joakim Noah por Eddy Curry?

Neste ano o prêmio vai para Doc Rivers, que tem sido mais um da lista de técnicos a não ter lá muita facilidade na hora de dividir as funções entre a prancheta e a gerência. O seu LA Clippers abriu mão de Lance Stephenson (até aí tudo bem) e uma escolha de primeira rodada de Draft para ganhar meia temporada de Jeff Green. Quem, em 2016, ainda se engana que Jeff Green é a resposta para os seus problemas? Bom, Doc Rivers, que já havia treinado a perdido a paciência com o mesmo Green em Boston pelo jeito. Errar duas vezes você sabe o que é, né? Rivers logo aprendeu e o Clippers nem tentou renovar com o ala, que foi enganar Frank Vogel no Orlando Magic. E adeus escolha de Draft, que poderia ter sido bem útil para ajudar o sofrido banco de reservas da equipes.


Troféu Grant Hill de jogador bichado do ano

Eu, como todo amante do basquete, era apaixonado por Grant Hill. Um LeBron James antes de LeBron James, chegou na NBA novinho, destruindo tudo e todos, com um jogo completo, um point-forward criativo, elegante e que colocava seus lances em todo santo Top 10 da semana. Foi assim até as lesões começarem a devorar seu corpo. A dupla Grant Hill-Tracy McGrady no Orlando Magic ficará para a história como uma das maiores que nunca aconteceu. Para não esquecermos de Hill, que foi conseguir jogar para valer só com os médicos milagreiros do Phoenix Suns, batizamos com seu nome este triste prêmio.

Neste ano o prêmio vai para o melhor jogador a não ter feito sua estreia na NBA, o pivô Joel Embiid. Lembra quando ele tinha tudo para ser o primeiro selecionado no Draft de 2014? Bons tempos! Mas aí caiu para a terceira posição porque talvez poderia perder um tempinho machucado. O tempinho passou e já se vão DOIS ANOS de lesões seguidas de mais lesões, misturadas com histórias dele se encher de fast food nos hotéis e de má vontade com a comissão técnica e médica.

Pelo menos ele segue usando o tempo livre para manter uma das melhores contas de Twitter da NBA:


Troféu Darius Miles de atuação surpresa na última semana da temporada

Alguém aí da garotada sequer conhece o Darius Miles? Eterna promessa, o ala garantiu um bom contrato novo depois de anos de fracasso só por acordar na última semana de um último ano de contrato. Meteu 40 e muitos pontos num desses confrontos bizarros (e cheios de reservas) nas partidas finais da temporada regular e fez parecer que ia deslanchar. Mas cogito mudar o nome para Troféu Ramon Sessions porque ainda não superei as 24 assistências que ele deu há alguns anos.

Nesta temporada o troféu vai para Jordan McRae, o campeão da NBA mais desconhecido dos últimos anos. Todo ano fazemos aquelas piadinhas depois dos títulos, falando “acredita que Sasha Vujacic é campeão da NBA?”, “James Jones tem um anel e o Karl Malone não”, etc. Mas ninguém nem sequer se deu ao trabalho de falar disso do coitado do McRae nesse ano, que ficou lá quietinho no fim do fundo do banco do Cavs.

Mas ele teve seu momento de glória! Na última semana da temporada, com todo mundo descansando enquanto o mundo olhava para Kobe Bryant e o recorde do Golden State Warriors, ele meteu 36 pontos e 7 assistências contra o Detroit Pistons no último jogo da temporada.


Troféu Shawn Bradley de enterrada na cabeça

Não precisa ser a enterrada mais bonita, nem a mais difícil. Não é a mais importante e nem a sobre o cara mais alto. Aqui o assunto é desmoralizar o oponente, e não mudaremos o nome do troféu até que outro jogador seja motivo de um Top 10 só com enterradas que SOFREU na fuça.

A dupla vencedora de 2015/16 ganhou o prêmio bem cedo, logo no primeiro mês da temporada, quando DeMar DeRozan AMASSOU a cabeça de Rudy Gobert numa enterrada fora de série. Fora. De. Série. Ele pulou de longe, nunca parou de ir para cima e para a frente até o momento de cravada e o contato com Gobert, simplesmente um dos melhores (ou o melhor) defensor de aro da NBA, não o fez hesitar por um instante sequer. Obra-prima para eternizar DeRozan e colocar um grande asterisco ao lado da fama de defensor do francês =)


Troféu Ray Allen de bola de 3 pontos do ano

Este é um novo prêmios que estamos criando aqui. Em tempos de Stephen Curry acertando mais de 400 bolas de 3 pontos numa temporada, onde os recordes do fundamento são quebrados em sequência, precisamos prestigiar essa importante parte do jogo. Para isso, no dia do seu aniversário, homenageamos o cara que decidiu uma temporada inteira e marcou uma geração com um dos arremessos de mais SANGUE FRIO da história humana: Ray Allen!

O primeiro troféu dessa nova categoria vai para… Steph Curry, ué. Quem vocês pensaram que ia levar? Pessoal ingênuo. Mas não foi tão fácil assim. Ao princípio eu fiquei em dúvida entre dois arremessos.

Um dos candidatos era Matt Barnes, que decidiu uma partida com um arremesso de 3 pontos do meio da quadra. Já é legal assim, né? Mas o mais especial é que ele NÃO PRECISAVA  ter arremessado do meio da quadra. Ele se confundiu na hora de olhar para o relógio e ao invés de pedir tempo ou ir mais para frente, parou e arremessou a bola mais IMBECIL da temporada. Foi imbecil e glorioso! Poderia facilmente ter sido a Jogada Bola Presa do Ano, mas quis valorizá-la como símbolo de uma geração: um arremesso de 3 pontos quando não precisava ser um arremesso de 3 pontos.

Mas não dava para ignorar o que Curry fez em Oklahoma City. Ele igualou o recorde de 12 bolas de longa distância em um jogo, o fez na prorrogação de um jogo disputadíssimo e eletrizante e fez a cesta de vitória de quase do meio da quadra. A reação do banco do OKC Thunder vendo a bola no ar já garante o prêmio para o que era o grande lance de toda a temporada até que o toco de LeBron James mudasse esse ranking.


Troféu Zach Randolph para melhor jogador em time que só perde

Quem chegou na Era Memphis Grizzlies pode não saber, mas o nosso muso-mor do blog já passou maus bocados na carreira. Em seus tempos de Portland Trail Blazers, New York Knicks e Los Angeles Clippers ele sofreu por ser sempre o cara que era ao mesmo tempo talentoso e fracassado. Um desastre que não aproveitava seu potencial e estava perdido em times medíocres. Essa fase ficou para trás, mas #NeverForget

Temos um bi-campeão! Embora Carmelo Anthony tenha tido bons momentos no péssimo NY Knicks, ainda está difícil de tirar o troféu das mãos nervosas de DeMarcus Cousins, que segue demonstrando um índice de talento inesgotável em um time que luta para ser no máximo medíocre. Às vezes. Em parte é culpa dele, mas meu deus como o cara é bom! Se segura, Cousins, uma hora vai. Mas se segura mesmo, hein…


Troféu Gary Payton de jogador que mais involuiu

Gary Payton foi de ser um dos melhores armadores do mundo para esquentar banco do Derek Fisher em questão de meses. E ele não era um pivô que dependia do físico e machucou o joelho, era um dos melhores e mais inteligentes jogadores da NBA que se tornou exemplo de jogadores que, de repente, param de jogar o que sabem e são engolidos por uma mistura de velhice, falta de confiança e MANDINGA das inimiga.

O time do nosso amigo Danilo traz o campeão desta categoria, o nosso amado Dwight Howard. Por mais que a gente lembre das lesões recentes e de como era difícil para ele se encaixar naquele Houston Rockets, a espiral da derrota engoliu o pivô de maneira PESADA nesse ano. Com 13 pontos de média em 8 arremessos tentados, teve seus piores números nessas categorias desde seu ano de novato em 2004-05. E como prova de que tudo o que é ruim ainda pode piorar, foi também seu ano com pior aproveitamento de lances-livres: 48%. Se você precisa de uma definição viva para a falta de motivação no trabalho, aí está seu cara.


Troféu Bruce Lee Bowen de jogada suja da temporada

Antes de ter caras gente boa como Kawhi Leonard, o Spurs usava das VOADORAS de Bruce Bowen para vencer campeonatos. Que bom que isso mudou, né? Mas mesmo sem Bowen por perto as jogadas sujas continuam.

Pelo conjunto da obra, fica difícil não dar o prêmio para o REI do trash talk, o mais mala do time dos caras bonzinhos e sorridentes: Draymond Green, o chutador de sacos, foi o herdeiro de Bruce Bowen neste ano. Muita gente fez falta dura nesse ano, mas ninguém acertou TRÊS bolsas escrotais num período de um mês de basquete.


Troféu 8 ou 80 de estatística bizarra do ano

Por pouco não tem o prêmio para Russell Westbrook, que conseguiu o segundo mais rápido triple-double da história da NBA com 13 pontos, 14 assistências e 10 rebotes em apenas 18 minutos de uma facílima vitória sobre o Philadelphia 76ers.

Mas no ano mais espetacular da vida de Steph Curry fica difícil não dar o troféu para ao menos um dos muitos recordes impressionantes que ele alcançou.

O meu favorito é esse gráfico que mostra como Curry teve melhor aproveitamento arremessando a 27 METROS da cesta, do meio da quadra, do que vários jogadores tiveram da linha de lance-livre!!!

SC


Troféu Buscapé de Foto do Ano

A desse não é engraçada, só achei REALMENTE bonita e bem montada, e é sempre incrível quando isso acontece no meio de um jogo absurdamente veloz. Parabéns para Kyle Terada do USA Today!

May 18, 2016; Oakland, CA, USA; Oklahoma City Thunder forward Serge Ibaka (9) reaches for a loose ball against Golden State Warriors forward Draymond Green (23) during the second quarter in game two of the Western conference finals of the NBA Playoffs at Oracle Arena. Mandatory Credit: Kyle Terada-USA TODAY Sports

Com menção honrosa para esse clique de Isaiah Thomas:

Isaiah


Troféu Jason Kidd de papagaiada de técnico do ano

Jason Kidd foi um espetacular armador e está se tornando um técnico muito bem sucedido, impressionou demais com o que fez com o Bucks nessa temporada. Mas dá pra superar o incidente do refrigerante? No mundo real dá, no mundo da zoeira não.

O campeão da temporada é Steve Kerr, que pode parecer calmo, magro e ter problema nas costas, mas isso não o impede de ser forte como um touro!


Troféu Web 2.0 “Além do ano 2000” de Queridinho do Twitter

Na HORA da Informática, nesses tempos líquidos, o que vale mesmo não é um legado, mas sim ser admirado por aquele bando de zumbi que não consegue acompanhar um jogo sem ficar dando pitaco no Twitter. E nessa temporada poucos jogadores conseguiram fascinar a internet como o nosso querido Marcelinho Huertas!

Sua visão de jogo, criatividade, mecânica estranha de arremesso e alguns dribles sofridos fizeram dele o Most Vineable Player, o cara que sempre virava Vine no fim da rodada: podia ser pelo drible que tomou, pelo passe que deu ou por uma jogada que ele ESCULPIU do nada. Em um Los Angeles Lakers que desejava perder, ele foi a pequena luz de entretenimento que iluminou a temporada!

Aqui vemos quando ele foi LUDIBRIADO por Brandon Knight

…mas ele respondeu com passes brilhantes na raríssima vitória sobre o Golden State Warriors

…e se consagrou quando SE ESCONDEU ATRÁS DO TÉCNICO Erik Spoelstra para conseguir um roubo de bola, a jogada mais brilhante que aconteceu numa quadra de basquete na temporada 2015-16.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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