Cleveland Cavaliers [1] x Atlanta Hawks [4]
Os dois times se pegaram na final do Leste da última temporada, quando o Cavs VARREU o Hawks. Desde então, o Cavs recebeu Kyrie Irving e Kevin Love de volta de lesão. O seu adversário, por outro lado, perdeu DeMarre Carroll e contratou Tiago Splitter, que, machucado, não joga há tempos. Me dê motivos para achar que isso não vai ser outra surra!
Tudo bem, eu que sou pago aqui para dar motivos para as coisas acontecerem ou não. Então vamos lá: mais de uma vez os jogadores do Atlanta Hawks já afirmaram que, apesar de não terem alcançado as mesmas 60 vitórias do último ano, formam um time melhor nesta temporada. Parece uma afirmação estúpida, mas tem razão de ser. Não que eu concorde, mas vamos ver da onde vem a afirmação.
O time do ano passado encerrou a temporada com a 6ª melhor defesa e o 6º melhor ataque da NBA; a versão 2015-16, por outro lado, tem a 2ª melhor defesa da temporada, a melhor de todas contando apenas a segunda metade do campeonato. E isso depois de perder o citado Carroll, melhor defensor de perímetro do ano anterior. Como um elenco orgulhoso do esforço colocado na defesa, e confiantes de que podem parar qualquer time, estão com o discurso que são melhores hoje. Por que eu discordo? Porque eles despencaram para a VIGÉSIMA SEGUNDA posição em pontos por posse de bola.
A principal razão dessa perda de qualidade ofensiva é o aproveitamento dos arremessos. Com a saída de Carroll e a incrível queda de aproveitamento de Kyle Korver, o time perdeu poder de fogo. Some-se isso ao fato do Hawks ser o time que menos bate lances-livres na NBA e temos uma equipe que pode sofrer muito para marcar pontos. Terão que fazer isso contra o Cavs, que não é de cair o queixo defensivamente mas que se encaixou no Top 10 de defesa do ano.
O principal ponto desse duelo, portanto, é o seguinte: a defesa exemplar do Hawks, entrosada, ágil e ao mesmo tempo alta, será capaz de parar LeBron James, Kyrie Irving e Kevin Love e, ao mesmo tempo, marcar pontos o bastante para vencer partidas? Inclusive ao menos uma fora de casa? Para marcar pontos é possível atacar algumas fraquezas do Cavs, como o alto aproveitamento que eles cedem em arremessos dentro do garrafão e os turnovers, que costumam não forçar com tanta frequência. Usar jogadas que em que Paul Millsap ou Al Horford sejam capazes de explorar o duelo contra Kevin Love é essencial.
O problema para isso acontecer é que o Cavs pode facilmente tirar Love de quadra e reforçar a defesa com Timofey Mozgov ou mesmo com um small ball, usando só Tristan Thompson no garrafão e um time mais baixo que seja capaz de seguir a intensa troca de passes do Hawks. Além disso, por melhor que seja a defesa de Atlanta, o Cavs, com LeBron e Irving, é um dos times mais indicados a quebrar sistemas defensivos com talento individual. A coisa ficará impossível para o Hawks se o Cavs conseguir manter o ótimo aproveitamento na linha dos 3 pontos que teve nos jogos contra o Detroit Pistons: foram 41% de acerto nos 4 jogos somados. O Cavs também cometeu apenas 7 desperdícios de bola por jogo na primeira rodada, o Hawks precisa forçar mais erros que isso.
Por fim sempre existe aquele pequeno detalhe: quem vai marcar LeBron James? Sempre que ele vê um defensor que acha que pode passar por cima, não tem medo em transformar o jogo numa batalha de mano-a-mano. No ano passado, quando Carroll se machucou, ele BRINCOU com Paul Millsap, até dando risada no meio dos jogos. Também não se incomodou e até buscou o duelo contra Kent Bazemore. Será que Thabo Sefolosha ainda consegue dar conta do recado?
Fatores decisivos
Para fazer o ataque do Cavs voltar a seus dias mais ineficientes, o Hawks precisa tirar da quadra as principais forças do adversário. Isso envolve transformar Kevin Love num buraco defensivo a ser explorado, além de ter Jeff Teague e Dennis Schröder em puro MODO DE ATAQUE para punir a (ao menos às vezes) preguiçosa defesa de Kyrie Irving. Seria um modo de superar as dificuldades ofensivas do próprio time e colocar um problema na cabeça de Tyronn Lue, que deve então decidir se tira minutos de suas estrelas por melhores defensores.
O Cleveland Cavaliers, por outro lado, precisa achar os seus quintetos ideais. Contra o Pistons, JR Smith pegou fogo em diversos momentos e foi chave para conter os bons momentos do adversário, mas às vezes Matthew Dellavedova é mais recomendável para forçar erros do adversário e destravar contra-ataques que acabam em enterradas de LeBron James. Iman Shumpert, que jogou pouco contra o Pistons, pode ser mais necessário para segurar Teague, por exemplo.
Maldição Bola Presa
Confio na defesa do Hawks para complicar bastante a vida do Cavs e expôr todos os defeitos que esse time ainda tem. Mas não confio que esse “complicar” seja o bastante para parar seu insano poder de fogo, especialmente na excelente fase que vive Kyrie Irving. Também acho que para bater o Cavs é preciso um pouco mais de consistência ofensiva, coisa que o Hawks não mostrou ao longo do ano e nem mesmo durante a vitória sobre o Boston Celtics. Vai dar Cavs!