[Preview] Cleveland Cavaliers x Toronto Raptors

Cleveland Cavaliers [1] x Toronto Raptors [2]

No seu aniversário de 20 anos, o Toronto Raptors chega pela primeira vez a uma final de conferência! Justo no ano em que conseguiu, também pela primeira vez, passar da marca de 50 vitórias em uma temporada. Não há resultado que transforme essa campanha em um fracasso e, convenhamos, ainda bem, porque é fracasso que deve vir por aí.

Do outro lado está o Cleveland Cavaliers, que apesar de não ser lá uma franquia muito vencedora, não está nem aí para uma mera final de conferência. Com LeBron James, Kyrie Irving e Kevin Love no elenco e o vice-campeonato do ano passado, eles querem mais é atropelar todo mundo e ter uma chance de redenção na grande decisão. Depois de varrerem Detroit Pistons e Atlanta Hawks todos estão se perguntando: o Cavs é muito bom ou os adversários não estavam a altura? Temo dizer que as duas coisas podem acontecer ao mesmo tempo.

Embora na temporada regular o Raptors tenha vencido 2 dos 3 confrontos entre os dois times, temos que levar em consideração que o Cavs passou boa parte do ano jogando bem abaixo do que podia. Tiveram que lidar com problemas internos, de relacionamento, a troca de técnico e ainda lidar com o completo desinteresse com essa fase do campeonato. Se até na versão meia bomba eles lideravam o Leste, por que iriam ralar demais? No último jogo em Toronto rolou preguiça até pra reagir a dançarinas sensuais se mexendo ao redor deles:

Mas não é por isso que o Raptors não tem condições de ao menos encher o saco do Cavs e tentar forçar a primeira derrota do Cavs nessa pós-temporada. A primeira e mais óbvia arma é Kyle Lowry. O armador foi o destaque do Raptors nas vitórias da temporada regular e parece ter encontrado o seu melhor ritmo de jogo, embalando alguns bons jogos na série contra o Miami Heat, sendo o melhor deles justamente o mais importante, os 35 pontos no decisivo Jogo 7. Ajuda que, ao contrário das séries anteriores, ele provavelmente não vai ter um defensor forte e físico o importunando. Kyrie Irving, muito pelo contrário, costuma se distrair fácil na defesa e dar chance do seu oponente pontuar. Lowry deve se aproveitar disso e esperar para ver o contra-ataque do Cavs: vão colocar Iman Shumpert nele? Talvez dobrar a marcação mais vezes? Mais minutos para Matthew Dellavedova são uma opção também. Mas tudo começa com Lowry jogando a sua melhor versão de basquete, sem hesitar e com arremessos precisos.

O Raptors também tem uma versatilidade defensiva difícil de encontrar por aí. Eles conseguem jogar com um time alto, geralmente com Patrick Patterson e Bismack Biyombo (ou Jonas Valanciunas, que não deve voltar ainda da lesão no tornozelo), que consegue ser ágil o bastante para trocar marcações em bloqueios e cobrir arremessos de longe, mas sem abrir mão de tamanho e poder físico para lutar por rebotes. Impedir Tristan Thompson de dominar o garrafão e ao mesmo tempo não ficar com um elenco pesado demais para acompanhar Kevin Love ou Channing Frye é essencial para não ser atropelado.

Não ter Valanciunas tira uma das armas do Raptors, que poderia tentar punir o Cavs no garrafão, especialmente quando eles tiram Thompson da quadra e ficam só com Love no garrafão. Sem ele o time fica mais limitado no ataque e vai precisar de boa pontaria dos 3 pontos de jogadores que estão devendo nesse quesito: DeMarre Carroll, Patrick Patterson e Terrence Ross. 

O primeiro citado, Carroll, deve ser o responsável por marcar LeBron James. Sua função é simples:  NÃO SER ANIQUILADO. Ele não vai conseguir parar o homem, vai tomar muitos pontos na fuça, mas quanto menos vezes for dominado, menos vai precisar da ajuda de companheiros correndo para fechar o garrafão, assim menos espaço para LeBron soltar seus passes para a linha de 3 pontos. Mais fácil falar do que fazer.

Em um jogo da temporada regular o Raptors conseguiu fazer perfeitamente as coberturas no passe de LeBron para a linha dos 3 pontos, mas o Cavs respondeu com bons passes e um pick-and-roll entre Irving e Love, que resultou em uma assistência para Thompson:

O Cleveland Cavaliers não pode se seduzir com a facilidade dos Playoffs e fugir do que está dando certo. Quando se vence é muito fácil querer jogar demais no mano-a-mano, chutar antes da hora, deixar passar uma coisa ou outra na defesa. A jogada acima, da temporada regular, só é possível com um time engajado. E basta uma derrota em casa em um dos primeiros jogos para a série se complicar, ficar longa e dar mais dor de cabeça que o necessário.

Defensivamente, o Cavs precisa dar um tratamento de Jeff Teague em DeMar DeRozan, com uma abordagem bem conservadora na defesa do pick-and-roll para deixá-lo longe do garrafão e forçá-lo aos arremessos de média e longa distância. Consideraria até deixar alguns caras livres na linha dos três para dar uma ajuda em congestionar o garrafão e parar essa jogada. É um jeito também de pagar pra ver se os coadjuvantes estão prontos para o desafio. Com Valanciunas machucado e DeRozan contido, não há Lowry inspirado que possa dar conta.


Fatores decisivos

O Toronto Raptors precisa conter os arremessos de 3 pontos do Cavs que destruíram com Pistons e Hawks nas fases anteriores. Não há time que sobreviva uma avalanche de quase 20 bolas de 3 pontos sofridas em jogos seguidos! Isso começa com a contenção das infiltrações, passa pela capacidade de comunicação e movimentação para correr atrás de alguém que ficou livre e termina segurando o rebote de defesa. Como vimos acima, não é pra qualquer um.

Para o Cavs a chave é não apanhar nos duelos individuais na defesa. Se JR Smith e Kyrie Irving cometerem erros demais contra DeMar DeRozan e Kyle Lowry, irão obrigar Tyronn Lue a colocar reservas mais cedo em quadra, deslocar LeBron James para defender um deles ou qualquer outro ajuste. Essas mudanças podem dar certo na defesa, mas provavelmente vão tirar poder de fogo do ataque, que tem sido o ponto alto do time.


Maldição Bola Presa

Até consigo imaginar cenários fantásticos, com carros voadores e um apocalipse zumbi, onde o Raptors complique a série contra o Cavs. Uma vitória apertada no Jogo 1, com o Cavs fora de ritmo. Depois uma vitória em casa, no jogo da vida de um reserva qualquer. É sonhar demais?

Mas para por aí, levar para um 4-2 já é vitória moral do Raptors, mas na prática vai dar Cavs! 

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.