Analisando Free Agents – Parte 412

>Sabe qual a chance da gente analisar todas as contratações da mini-offseason relâmpago até o começo da temporada? A mesma chance do Gilbert Arenas conseguir outro contrato de 100 milhões na sua carreira. Mas não é por isso que vamos deixar de tentar! O negócio é escolher os jogadores mais interessantes e ir palpitando. (Não perguntem porque eu achei que falar do Brendan Wright era interessante. Não é.)

Richard Hamilton, SG
Chicago Bulls – 15 milhões por 3 anos

A contratação do Richard Hamilton tem dois lados e acho que muita gente que a analisou está vendo só um deles. O primeiro, o mais discutido, é que o Hamilton se encaixa perfeitamente no Bulls. Isso é fato. Sempre jogou em time focado na defesa, sabe marcar bem (lembram ele nos confrontos contra o Kobe? Deveria receber mais reconhecimento por isso) e ainda é especialista em se mexer sem a bola, achando seus espaços para bons arremessos de média e longa distância. Vai deixar o trabalho mais fácil para o Derrick Rose, dividindo a responsabilidade na pontuação. Desde o ano passado se discute que o Bulls deveria ter tentado uma troca por ele, conseguir sem perder nenhum jogador no processo (embora tenham dispensado o Keith Bogans depois) deixa o negócio melhor ainda.

Porém, não dá pra achar que isso resolve tudo no Bulls. Um dos problemas encontrados naquela série contra o Miami Heat nos últimos playoffs foi a falta de alguém para controlar a bola além do Derrick Rose. Por exemplo, se no Heat alguém dobra a marcação no LeBron ele pode achar o Wade e até o Bosh para segurar a bola, driblar, encontrar alguém para o passe. No Bulls era só dobrar a marcação que o ataque estagnava.

A solução, durante boa parte da temporada, foi usar o Joakim Noah nessa função. Apesar de ser pivô, ele tem bom controle de bola e ótimo passe. Então no sufoco ele sobe para a cabeça do garrafão e recebe a bola. Mas é uma solução limitada, ele não pode sair driblando sempre, o time perde presença no garrafão, perde rebote ofensivo e o Noah não consegue criar seu próprio arremesso se necessário. É uma ótima terceira opção, mas não pode ser a única além de Rose. O Rip Hamilton não vai resolver esse problema. Tem mais habilidade que o Keith Bogans ou o Ronnie Brewer, é verdade, mas o ponto forte dele é justamente jogar sem a bola. Dar para a ele a responsabilidade de desafogar o Rose é tirá-lo do que pode fazer de melhor.

O time vai melhorar em relação ao ano passado e foi uma contratação acertada. Mas não podemos esquecer que o Bulls saiu da última temporada com esse importante defeito e nenhuma contratação a resolveu. Em compensação eles acertaram a volta do Brian Scalabrine. Compensa, né?

Brandan Wright, SF/PF
Dallas Mavericks – ? por ? anos (agradeço se alguém achar detalhes do contrato dele)

O Mavs está sofrendo uma reconstrução forçada. Caron Butler, Tyson Chandler e JJ Barea eram peças importantes do elenco e todos Free Agents. Com o título vieram propostas milionárias de times com espaço salarial e os três saíram. Para compensar isso foram atrás das opções de mercado, as mais baratas, já que o Mavs não é um time com muitas opções de contratação. E dentro dessas limitações o Brandan Wright pode ser uma boa opção.

O time não vai ganhar um título por causa dele, o cara é bem limitado, mas temos que considerar que vivemos uma temporada de 66 jogos apertados e que os times terão que encarar maratonas de até 5 jogos em 6 dias. Jason Kidd e Dirk Nowitzki não estão na idade de bancar tudo isso. Se Wright atuar como na única temporada em que teve minutos em quadra, vai ser lucro. Em 08-09 ele teve 17 minutos por jogo no Warriors e ajudou com 8.3 pontos e 4 rebotes por jogo. Algo assim e uma boa adaptação à marcação por zona e o Mavs já agradece.

Daequan Cook, SG
Oklahoma City Thunder – 7.5 milhões por 2 anos

O Thunder está montando um time para ser campeão e todo time com esse intuito precisa de um grande arremessador de 3 pontos. Eles são mais úteis em times que tem um bom jogador que joga de costas para a cesta, o que não é o caso do Thunder, mas isso não faz dele menos importante.

Infiltrações do Russell Westbrook, marcação dupla no Kevin Durant, rebotes ofensivos de Ibaka e Perkins, todas essas coisas pedem um arremessador a postos para receber a bola na linha dos três e meter a bola. O investimento também vale a pena porque Cook não é só um arremessador qualquer, é um muito bom. Na última temporada, mesmo tentando alguns chutes bem difíceis (não é daqueles Kaponos que só arremessam quando estão livres), teve aproveitamento de 42% de longa distância.

Josh Howard, SG/SF
Utah Jazz – 3 milhões por 1 ano

Essa é uma contratação bem esquisita. A torcida do Jazz, que no Brasil é só chata, nos EUA é conhecida por ser conservadora e por se importar bastante com o comportamento do jogador fora de quadra. Uma pequena parte é racista e exageramos na zoação por isso, mas mesmo a maioria que não está nesse extremo não costuma reagir bem a jogadores com comportamento socialmente pouco aceitável.

O Josh Howard por sua vez já admitiu fumar maconha na offseason, criou uma polêmica ao falar mal do hino americano e não é conhecido por uma boa ética de trabalho. Não é de abaixar a cabeça e obedecer tudo o que o técnico diz.

Vocês podem pensar que, ah, o Jazz precisa de bons jogadores mais experientes e o Josh Howard precisa de um time pra jogar, tem que superar essas diferenças. Mas pensem bem, o Jazz tem ambição de ser campeão? Não nesse ano. O negócio, imagino, é desenvolver os novatos Alec Burks e Enes Kanter, além dos segundo-anistas Derrick Favors e Gordon Hayward. Todos tem enorme potencial. Ter o Josh Howard ajuda no desenvolvimento deles? Não. E a estabilidade na posição, para não colocar toda a responsa nos garotos, poderia ser dada para CJ Miles e Andrei Kirilenko. Pra que o Josh Marley?

E pensando na perspectiva do jogador, o que ele vai fazer nesse time que pensa em reconstrução enquanto está preso a contratos de jogadores veteranos que não rendem mais tão bem? Todo mundo afirma com certeza que o San Antonio Spurs ofereceu um contrato para o Howard, por que ele não topou? O time do Texas estava esperando só alguém assinar com eles para dispensar o Richard Jefferson, o que acabou não acontecendo por falta de opção. Não que vá fazer muita diferença no fim das contas, mas acabou sendo ruim para o Josh Howard, para o Jazz e até para o Spurs.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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