Análise do Draft – Parte Final

Estamos de volta com a ÚLTIMA parte da análise do Draft 2019. Como expliquei na parte inicial, nossos assinantes falaram que é obrigação moral do Bola Presa soltar a sua análise anual dos novatos selecionados no Draft da NBA mesmo com meses de atraso. Topamos a brincadeira, mas maneirando um pouco na futurologia: o objetivo aqui é conhecer e apresentar esses personagens que vão ser tão presentes na próxima década de NBA, nem tanto já cravar desde já que um time acertou ou errou em cheio. Somos velhos o bastante para saber que há como ser otimista e pessimista, mas que não dá pra cravar nada.

PARTE 1 – Pelicans, Grizzlies e Knicks
PARTE 2 – Hawks, Cavaliers, Timberwolves, Bulls, Wizards e Suns
PARTE 3 – Hornets, Heat, Celtics, Pistons, Magic, Nets, Pacers e Spurs
PARTE 4 – Todo o resto da NBA =)

Tradição do Bola Presa, os SELOS DE QUALIDADE deste ano são homenagem a um tema recorrente dos nossos podcasts, do grupo de assinantes e da vida de Kobe Bryant: COACH PALESTRANTE QUÂNTICO GOLPISTA. Coaches explicam tudo, por que não o Draft da NBA?


SELOS DE COACH PALESTRANTE

Frase7SELO BILIONÁRIO – Você já ganhou todo o dinheiro do mundo e as pessoas te escutam porque acham que sobrou alguma migalha para elas. Selo para os times que fracassaram muito e aprenderam a maior lição da vida: ganhar na loteria apaga todos os seus erros. Bem vindo, Zion Williamson.

Frase6SELO ESCADARIA – A NBA já nos ensinou que uma mera boa escolha de Draft não resolve todos seus problemas, John Wall e Bradley Beal estão aí para mostrar que até acertar duas vezes seguidas pode não salvar uma franquia. Mas que isso não apague a importância de agir bem ao selecionar um novato e dar um passo a mais na perigosa escadaria da construção de times. Selo para quem fez bem sua parte.

Frase4SELO INFINITA HIGHWAY – Selo para matar os que sofrem de ansiedade. A estrada nunca termina, a construção do time não tem fim, a busca por aquele time que finalmente vai tirar a franquia do meio do caminho é infinita. Selo para continuam perseguindo a cenoura.

Frase2SELO PÂNICO – Se estou perdido? Não, estou PIVOTANDO MINHA STARTUP. Mudar de planos antes do projeto original se concretizar pode ser sinal de confusão, de reconhecimento de erros ou de falta de comando. Selo para os times que estão trocando o lugar para onde querem ir e nos deixando confusos com suas decisões.

Frase3SELO MAMBA MENTALITY – A pessoa que mais tem chance de morrer atacado por um urso é aquela que acha que pode derrotar o urso. Selo para os times que, confiantes, estão pulando no abismo enquanto pensam mergulhar numa piscina de bolinhas.


Frase7Philadelphia 76ers
20. Matisse Thybulle, SG
54. Marial Shayok, SF

 

 

 

 

 

 

Tem uma coisa muito estranha acontecendo aqui. Ao contrário de Joel Embiid, Ben Simmons, Markelle Fultz e Zhaire Smith, o ala Matisse Thybulle é um novato do Sixers que está saudável, vivendo uma vida normal e deve atuar em sua temporada inicial sem qualquer grande drama ao seu redor. Incrível!

Mantendo seu padrão agressivo desde que assumiu o cargo de General Manager do time, Elton Brand não hesitou em mandar as escolhas 24 e 33 do Draft para o Boston Celtics para subir algumas posições e selecionar Tybule. Aqui o Sixers mandou para o inferno o papo de pensar no futuro e foi com tudo em jogador que já tem 22 anos, disputou 4 anos de basquete universitário e que tem um estilo do qual sentem falta: um ala capaz de ser um defensor FEROZ no perímetro e que arremessa de longe no ataque, o famoso 3-and-D.

Desde seus quatro anos na Universidade de Washington, passando agora por Summer League até a pré-temporada, Thybulle está só confirmando a fama de ser um monstro defensivo. Gruda em quem está com a bola, não deixa ninguém respirar e dá a vida para passar por cada corta-luz. Não à toa foi comparado a Robert Covington por Joel Embiid após alguns treinos. Em seu último ano na faculdade quebrou um recorde de ninguém menos que Gary Payton no total de roubos de bola. O moleque é uma PESTE:

Considerando o desejo do técnico Brett Brown de ter uma defesa mais agressiva e um estilo de jogo focado em contra-ataques, Thybulle pode ter mais protagonismo do que o normal para um novato. Pensar nele ao lado de Josh Richardson e Ben Simmons como agressivos defensores de perímetro é assustador, ainda mais considerando que há Embiid e Al Horford na retaguarda esperando. Thybulle vai ter muita liberdade para marcar com pressão, sem medo de cansar ou exagerar nas faltas. Será que é nesse ano que a maldição dos novatos do Sixers acaba? Olho nele, defensores assim não aparecem todo dia.

E uma curiosidade que deixa o garoto ainda mais legal: seu nome diferente é uma homenagem ao pintor e escultor francês Henri Matisse, um dos artistas mais importantes do século 20. O pai do jogador do Sixers fez um mochilão pela Europa em 1997 e visitou uma exposição de Matisse em Paris, onde se apaixonou pelo artista e seu nome. Anos depois conseguiu convencer a mulher de dar o nome para o garoto.

No fim da segunda rodada o time apostou em Marial Shayok, outro jogador que fez os quatro anos de faculdade e que, ao menos em teoria, deveria estar pronto para contribuir desde já. O canadense, especialista em arremessos de longa distância, recebeu um contrato Two-Way e passará a maior parte da temporada na G-League.


Frase4OKC Thunder
23. Darius Bazley, SF

 

 

 

 

 

 

 

É engraçado que o OKC Thunder tenha como técnico Billy Donovan, que fez toda sua carreira e reputação como técnico bicampeão pela Universidade da Flórida, e agora aposte mais uma vez em um garoto que decidiu IGNORAR o basquete universitário. Aconteceu primeiro com Terrence Ferguson, que se preparou para a NBA no basquete australiano, e agora com Darius Bazley, que simplesmente passou um ano treinando por conta própria para treinar para o Draft.

O caso foi bem marcante porque Bazley não era um jogador qualquer, mas considerado por muitos um dos dez melhores do seu ano, recebeu cinco estrelas de avaliação de todos os sites especializados e tinha tudo para ter atenção e protagonismo na NCAA, onde chegou a ter acordos para jogar pela Universidade de Syracuse e por Ohio State. Ele só não queria trabalhar de graça: Bazley contratou o polêmico agente Rich Paul e disse que iria jogar na G-League, a liga de desenvolvimento da NBA. A atual regra, afinal, apenas diz que o jogador precisa esperar um ano entre o fim do ensino médio e sua inscrição no Draft. Pouco depois ele mudou de ideia e só decidiu treinar por conta própria e ainda arranjou um estágio na New Balance, pelo qual recebeu nada menos que UM MILHÃO DE DÓLARES. Segundo Rich Paul, “o basquete universitário é o caminho certo para muitos atletas, mas não era para Darius Bazley”.

Dentro de quadra Bazley é um ala de 2,06m que tem seus melhores momentos quando consegue botar a bola no chão e atacar a cesta. Nem sempre consegue porque ainda precisa melhorar outros aspectos de seu jogo como o controle de bola e até o arremesso, que o ajudaria a criar espaços. Na Summer League não brilhou, mas é um dos preços que se paga por ficar longe do basquete competitivo por mais de um ano. Com paciência, o que esse novo OKC Thunder pós-Westbrook deve ter, pode se tornar uma 23ª escolha valiosa.


Frase4Portland Trail Blazers
25. Nassir Little, SF

 

 

 

 

 

 

 

Nassir Little, ou Nassirzinho como eu acho que deveria ser chamado por aqui, é mais um da turma de Romeo Langford e Darius Bazley: fazia os olhos de todos brilharem no ensino médio, mas parou por aí. O ala é perfeito fisicamente: 2,00m de altura, explosivo e veloz, mas saiu de uma temporada na Universidade de North Carolina com média de apenas 9,7 pontos, 0,7 assistências e 26% de aproveitamento nos arremessos de 3 pontos.

Se a boa defesa se repetir entre os profissionais, porém, ganha tempo de quadra ainda nesta temporada onde há uma briga em aberto na ala do time entre Mario Hezonja, Anfernee Simmons, Kent Bazemore e Rodney Hood, que não cimentaram seus minutos. Será um bônus se ele também conseguir reproduzir sua principal habilidade ofensiva, atacar a cesta, conseguir boas bandejas e cavar inúmeros lances-livres. O perfil do Blazers, porém, é de paciência. Desde CJ McCollum até Anfernee Simmons, passando pelos grandões Zach Collins e Meyers Leonard, o padrão da franquia tem sido não queimar novatos logo de cara e deixar eles ganharem seus minutos pouco a pouco, geralmente deslanchando só na segunda temporada.


Frase2Los Angeles Clippers
27. Mfiondu Kabengele, C
48. Tereace Mann, PG/SG

 

 

 

 

 

 

Com sua escolha o Los Angeles Clippers selecionou o pivô Mfiondu Kabengele. O canadense é um caso curioso (embora longe de único) de jogador que era reserva no basquete universitário, onde jogou por Florida State, mas que mesmo assim foi selecionado na primeira rodada do Draft da NBA. Mesmo reserva Kabengele liderou seu time em pontos, com quase 14 por jogo.

A crítica padrão ao seu jogo é que ele é de pura finalização: faz bandejas e enterradas rápidas se recebe a bola perto da cesta, mete boa parte dos arremessos de meia distância e até de 3 pontos em jogadas de pick-and-pop. Mas não é de dar passes, improvisar ou qualquer outra coisa. Pela descrição dos olheiros e alguns vídeos lembra um pouco até seu novo companheiro Ivica Zubac. Na defesa a descrição também pode soar como cópia do relatório do colega croata: bom timing para tocos e muito esforço, mas sofre demais da conta para lidar com qualquer jogador mais veloz. Se desenvolver ainda mais seu promissor arremesso, pode virar uma arma interessante para quando o time quiser variar o estilo de pick-and-roll mais usado com Montrezl Harrell.

Na segunda rodada o Clippers foi com Terance Mann, companheiro de Kabengele em Florida State. É difícil achar muitas críticas ao jogo de Mann, mas difícil achar elogios apaixonados também. Muitas vezes esses jogadores que fazem um pouco de tudo e não brilham em nada acabam despencando no Draft porque os times buscam ao menos um especialista em qualquer coisa na segunda rodada. Contra Mann pesa ainda o fato do seu arremesso de longa distância, o ouro da nossa década, ser sua arma mais inconsistente. As notícias, porém, são de que o Clippers viu em Mann um jogador com a personalidade que o time tem buscado nos últimos anos: brigador, raçudo, que adora treinar e que coloca a equipe acima de tudo. Foi confiança o bastante para dar um contrato de 4 anos para o jogador de segunda rodada, com os dois primeiros garantidos. Embora não tenha sido armador principal na faculdade, foi usado assim na Summer League e nos treinos do time. É uma chance dele ganhar minutos desde já como um dos reservas de Patrick Beverley.


 

Frase6Golden State Warriors
28. Jordan Poole, SG
39. Alen Smailagic, PF/C
41. Eric Paschall, SF/PF

 

 

 

Na época do Draft a gente nem dava tanta atenção assim para a escolha do Golden State Warriors, mas a coisa ficou mais decisiva agora. Sem Kevin Durant, Andre Iguodala e Shaun Livingston, além da lesão séria de Klay Thompson, o time está bem magro de talento após o trio Steph Curry, D’Angelo Russell e Draymond Green e vai precisar de ajuda de jogadores que não estão necessariamente preparados para tamanha responsabilidade. Em outras palavras: Jordan Poole vai ter mais chances (e mais pressão) que Jacob Evans teve na temporada passada.

A aposta do Warriors em Poole é uma aposta do time na sua própria identidade: o ala da Universidade de Michigan é um ótimo arremessador e bom passador, mas criticado pelo corpo ainda franzino para a NBA e por cometer mais desperdícios de bola que o recomendável para sua posição. É quase como uma descrição do próprio estilo de jogo do time! Na pré-temporada, onde tem sido até titular, Poole está executando muito bem as jogadas que antes eram desenhadas para Klay Thompson e tem boa média de 18 pontos nas primeiras três partidas amistosas. Não devemos esperar números assim o ano todo, é óbvio, mas o menino parece ter encontrado um time que pode tirar seu melhor desde cedo.

Na segunda rodada o Warriors selecionou o ala-pivô Alen Smailagic, um conhecido de todo mundo dentro da franquia. O sérvio deixou seu país de origem em 2018 para se inscrever no Draft da G-League, a liga de desenvolvimento da NBA, e acabou selecionado pelo Santa Cruz Warriors, time afiliado do Golden State. Depois de uma boa temporada, se inscreveu no Draft e se tornou o terceiro jogador da história da NBA a fazer o caminho G-League-Draft-NBA. Seu corpanzil branco, absurdamente alto e nada definido engana e não mostra as jogadas atléticas e explosivas que ele consegue fazer, assim como as entradas no cabelo  não mostram que o menino fez 19 anos mês passado e que precisou voltar para Belgrado nas férias para pegar seu diploma.

A história de Smailagić é diferente não só por ter chegado à NBA pela liga de desenvolvimento, mas por tudo o que aconteceu antes: ele jogava apenas na TERCEIRA DIVISÃO da Sérvia antes de ser descoberto por um olheiro internacional do Warriors, que sugeriu levá-lo à G-League. Antes disso, no começo da adolescência, ele treinava com o pai em uma quadra localizada entre um presídio para crimes leves, onde condenados trabalhavam, e um hospício. Alguns presos e pacientes podiam passear no entorno nas horas de recreação e se acostumaram a ver o menino treinar. Depois de tanto, os presos até convenceram o pai de Smailagić que ele poderia voltar ao trabalho porque o menino estaria seguro lá ao longo do dia. E assim foi. O Warriors adora o garoto e os repórteres que acompanhavam o Draft dizem que a troca para subir e chegar na posição 39 foi só porque sabiam que o Sacramento Kings mirava Smailagić na escolha 40.

Por fim o Warriors selecionou Eric Paschall, ala baixo para a posição 4 mas que compensa com muita força e capacidade de achar espaços na defesa como um bom e velho Leon Powe ou Carl Landry. Sua trajetória é de superação: discreto como jogador no ensino médio, só conseguiu jogar na pequena Universidade de Fordham, onde brilhou por um ano e enfim conseguiu transferência para a mais tradicional Villanova, que ajudou a levar ao título do NCAA Tournament em 2018. O protagonismo só veio no último e quarto ano de basquete universitário. É difícil imaginá-lo tendo qualquer papel grande na liga, mas vai ter uma boa chance nesse Warriors cheio de pirralhos, lesionados e com um sistema que costuma premiar quem sabe se movimentar bem sem a bola.


 

Frase4Denver Nuggets
44. Bol Bol, C

 

 

 

 

 

 

 

Com 2,21m de altura e um dos nomes mais divertidos do Draft, Bol Bol é o filho de Manute Bol, o jogador mais alto a já pisar em uma quadra da NBA. O pivô que mais gosta de arremessar de longa distância que jogar no garrafão foi uma das histórias tristes do evento deste ano. Ele foi convidado para o Green Room, o local próximo ao palco do Draft onde ficam todos os cerca de 20 jogadores mais bem cotados do ano e que são lá filmados beijando e abraçando parentes quando são chamados. Mas o evento foi passando, os nomes foram sendo chamados e ele sobrou lá sozinho na sala até ser chamado apenas na posição QUARENTA E QUATRO.

É possível entender o que fez muita gente ver Bol Bol como um dos grandes nomes deste ano e os motivos que o fizeram cair tanto. Ele é um pivô gigante, com bom arremesso e mobilidade o bastante para não ter que sair de quadra sempre que os adversários colocarem um time mais baixo, como acontece com Boban Marjanovic, por exemplo. Mas ao mesmo tempo ele sofreu uma lesão séria no pé, problema recorrente em atletas tão altos e que dificilmente são resolvidos. Há também relatos de que ele não era um jogador fácil de lidar, um caso de moleque de 19 anos que realmente age como alguém normal de 19 anos. Parece trabalho demais para alguém com apenas uma chance de dar certo, sem contar que parece um jogador sem meio termo: ou brilha, ou não tem espaço na NBA.

A aposta do Nuggets lembra quando pegaram Michael Porter Jr. no Draft do ano passado. Muito talento, preocupações extra quadra, um histórico de lesões mas pouco risco para um time que seleciona os garotos bem mais abaixo do que era esperado. O time também pode se dar ao luxo de ter um elenco robusto e não precisar da ajuda dos meninos desde já. Porter Jr. nem jogou na temporada passada e só vai estrear agora, Bol Bol também não deve ter pressa e na prática até assinou apenas um contrato Two-Way, o que significa que vai passar mais tempo na G-League do que com o time principal. Broxante para um jogador que sonhava tão alto há tão pouco tempo, mas uma aposta valiosa para o Nuggets.


 

Frase3Dallas Mavericks
45. Isaiah Roby, SF/PF

 

 

 

 

A escolha de primeira rodada do Dallas Mavericks foi embora por causa da troca do ano passado por Luka Doncic. Acho que valeu a pena, né? Na segunda rodada o time apostou no ala Isaiah Roby, um especialista em defesa que nem na pequena Universidade de Nebraska se destacava ofensivamente. Seu máximo de média foi 12 pontos por jogo, no terceiro e último ano no basquete universitário, com poucos arremessos tentados e aproveitamento ruim até em lances-livres (70%). Tem tudo para ser o Andre Roberson deste ano.

Por isso tudo é estranho que o Mavs tenha dado um contrato de quatro anos com o jogador. Ele vai receber 1,5 milhão nesta temporada o que o faz a escolha de segunda rodada mais bem paga da HISTÓRIA da NBA em seu primeiro ano. Ao menos os relatos da imprensa local é que poucos treinam como Roby: desde o primeiro dia após o Draft até o training camp ele treina de maneira incansável, sendo inúmeras vezes o último a ir embora. Vai ser o bastante?

Ah, e uma curiosidade: Isaiah Roby se tornou o herdeiro do armário do aposentado Dirk Nowitzki no vestiário.


 

Frase3Los Angeles Lakers
46. Talen Horton Tucker, SG

 

 

 

 

Com altura de armador, envergadura de pivô e peso de ala de força, Talen Horton Tucker foi uma aposta curiosa do Los Angeles Lakers, que abriu mão de uma escolha futura para participar da festinha do Draft de 2019. Naquele momento o time só tinha LeBron James, Kyle Kuzma e Anthony Davis no elenco, então fazia sentido ter alguém barato para começar a completar o elenco, mas então por que selecionar alguém tão jovem e que parece ainda tão cru para a NBA?

Dito isso, o rapaz é impressionante fisicamente e tem alguma chance de no futuro ganhar espaço na liga se pegar o jeito de bater pra dentro e quebrar defesas. Não é provável que isso aconteça logo e a lesão no pé que o tirou de toda a pré-temporada certamente não ajuda. Vai ser um teste desse novo Lakers para descobrir se eles seguem conseguindo tirar o melhor de suas escolhas de Draft como fizeram nos últimos anos com Jordan Clarkson, Larry Nance, Kyle Kuzma, Ivica Zubac e tantos outros.


 

Frase4Sacramento Kings
40. Justin James, SG
55: Kyle Guy, PG/SG
60: Vanja Marinkovic, SG

 

 

 

 

 

 

Outro sem escolhas de primeira rodada, o Sacramento Kings estava recheado com três seleções no fim da segunda rodada. Dizem que o General Manager Vlade Divac tentou muito trocar e se mexer para pegar seu compatriota Alen Smailagic, mas o Golden State Warriors se adiantou e pegou o rapaz uma posição antes.

Sem seu primeiro alvo, o time foi de Justin James, especialista em arremessos de longa distância que disputou os quatro anos de faculdade por Wyoming e já tem 22 anos. Ele chegou a passar dos 40% do aproveitamento de 3 pontos, mas o número caiu muito nos anos seguintes quando ele passou a forçar mais o jogo, ser foco do ataque e tentar arremessos mais difíceis. Difícil ver ele roubando minutos em um elenco que tem muitos outros caras com características parecidas, mais talento e experiência.

Há padrão nas escolhas: quinze posições depois o Kings foi com Kyle Guy, outro especialista em tiros de longa distância e que foi campeão universitário por Virginia. Há dúvidas sobre todo o resto do seu jogo entre os profissionais, desde a defesa até a capacidade de botar a bola no chão e atacar a cesta, mas saber arremessar é um bom começo na NBA de 2019. Começa a carreira com contrato Two-Way e vai precisar batalhar para ter uma carreira.

Por fim o Kings selecionou o sérvio Vanja Marinkovic como o Mr. Irrelevant, apelido dado ao jogador que é o último escolhido no Draft da NBA. Da última vez que o Kings teve a última escolha de um Draft eles saíram com Isaiah Thomas, então é sempre importante ficar de olhos abertos. Nesse caso, porém, podemos esperar: Marinkovic vai ficar na Europa, onde tem contrato de dois anos com o Valencia. Muitos elogiam sua técnica ofensiva e o arremesso, mas falta ganhar físico para atacar a cesta e sobreviver marcando outros alas na defesa. Para os fãs do basquete europeu vale a pena assistir sua evolução na ACB.


 

Frase4Toronto Raptors
59. Dewan Hernandez, C

 

 

 

 

 

 

 

Com a penúltima escolha do Draft o CAMPEÃO Toronto Raptors selecionou o pivô Dewan Hernandez, que nasceu Dewan Huell e mudou de nome legalmente há apenas um ano para ter consigo o sobrenome da mãe. O garoto jogou dois anos pela Universidade de Miami, mas não conseguiu disputar a última temporada após ter tido seu nome envolvido no escândalo de corrupção que envolveu a NCAA, com diversas faculdades sendo acusadas de dar dinheiro de patrocinadores e fornecedores de material esportivo para fazer pagamentos ilegais a atletas.

Poucos acham que o pivô vai virar alguma coisa, mas o Raptors mostrou nos últimos anos que é um dos melhores da NBA em transformar caras desconhecidos em jogadores capazes de contribuir. Se ele brigar por rebotes e não comprometer na defesa pode se manter no time e ir crescendo aos poucos.


 

Frase2Utah Jazz
50. Jarrell Brantley, PF
53. Justin Wright-Foreman, PG
58. Miye Oni, SG/SF

 

 

 

 

 

 

O Utah Jazz, como o Sacramento Kings, só apareceu pra brincar no final da festa. Foram três escolhas entre as últimas onze do Draft. Os três vieram de universidades quase nenhuma tradição em revelar grandes nomes: Hofstra, Charleston e Yale. Muitos lembraram de Paul Millsap com a seleção de Jarrell Brantley: em 2006 o Jazz também usou sua escolha de segunda rodada para apostar em um ala de força de universidade pequena, era muito forte, baixo para a posição e que tinha boa e bonita mecânica arremessos. Será que acertam na mosca de novo depois de tantos anos? Nessa primeira temporada ele, assim como Wright-Foreman, terá apenas um contrato Two-Way.

O ala Justin Wright-Foreman, aliás, esteve entre os grandes cestinhas da Division I da NCAA nas últimas duas temporadas com médias de 24 e 27 pontos por jogo, mas o fez jogando numa conferência menor e enfrentando equipes bem fracas. Os 42% de acerto nos arremessos de 3 pontos no último ano, porém, impressionam em qualquer nível. Embora deva passar poucos dias com o time nesta temporada, pode tirar proveito de um esquema ofensivo tão bem azeitado.

No fim das contas quem pode faturar uma vaga no time é o último escolhido, o armador Miye Oni, de Yale. Ele se tornou o primeiro jogador da Ivy League, o grupo que reúne as faculdades de Brown, Columbia, Cornell, Dartmouth, Harvard, Pennsylvania, Princeton e Yale, a ser selecionado desde Chris Dudley em 1996. O outro nome famoso revelado pela Ivy League é Jeremy Lin, mas o armador passou em branco no Draft e foi brilhar só depois. Com o time precisando muito de reservas para a armação desde a saída de Raulzinho, Oni pode arranhar uns minutinhos. Ele, aliás, quase BRIGOU com o concorrente Dante Exum em um treino na última semana.


Houston Rockets e Milwaukee Bucks
Sem escolhas

Dois do favoritos ao título da NBA não tiveram escolhas no Draft 2019. Essa foi apenas a terceira vez na história que o Houston Rockets não teve uma escolha sequer, a primeira desde 1989. O Rockets perdeu sua escolha na troca de três times em que enviou Brandon Knight e seu contrato gigante ao Cleveland Cavaliers e recebeu Iman Shumpert do Sacramento Kings. Já o Milwuakee Bucks mandou sua escolha para o Detroit Pistons na troca que envolveu também Tony Snell e Jon Leuer.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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