Análise do Draft 2014 – Parte 4 (e final!)

Na Parte 1 da análise falamos do draft de Cavaliers, Bucks, Sixers, Magic e Jazz

Na Parte 2 analisamos as escolhas de Celtics, Lakers, Kings, Suns, Wolves, Bulls e Hornets

Na Parte 3 comentamos as decisões de Hawks, Nuggets, Raptors, Thunder, Grizzlies, Heat, Rockets e Clippers

Cleanthony-Early-Knicks

Nesse ano, mantendo a tradição, fizemos selos de qualidade baseado em um assunto do momento: futebol. Viva as Copas!

Klose 7 a 1: Você vai lá, se prepara, monta um timaço e atropela o maior vencedor de todos os tempos, na casa dele, por um placar humilhante. Simplesmente não dá pra ser melhor do que isso. Selo para os times que tomaram a decisão perfeita no dia do Draft 2014.

RVP 5 a 1: Revanche de goleada? Sobre o atual campeão mundial que te derrotou na última final? Só um 7 a 1 supera. Faltou repetir a grande atuação mais pra frente, mas já é um placar se orgulhar. Selo para os times que acertaram, mas não entraram para a história.

Messi 1 a 0: Não conquista o público, não vira trauma nacional de ninguém, mas é o bastante pra vencer. Pode ser feio ou bonito, golaço ou de canela, impedido. É o necessário para sair com os 3 pontos ou a classificação. Selo para os times que fizeram o que dava na hora.

James 1 a 2: Placar honesto, justo, jogo disputado. Mas uma derrota é sempre uma derrota e não dá pra ficar satisfeito depois de ser chutado pra fora do campeonato. Selo para os times que até tentaram fazer tudo certo, mas podem acabar quebrando a cara daqui um tempo.

Marcelo

1 a 7: Afinal, o que poderia ser mais traumático do que perder uma final? Ah é, isso! Selos para times que tomam bola nas costas do Marcelo sem parar.

…..

KloseSan Antonio Spurs

Kyle Anderson, SF/PF (30)
Nemanja Dangubic, SG (54)

Como o resto da NBA pode ter sido tão ingênua?! Já está na hora dos outros 29 times se unirem para impedir o Spurs de conseguir certas coisas. Como que me deixam o Kyle Anderson, o cara que todo mundo chama de Novo Boris Diaw, de cair no colo do time de Gregg Popovich?!

A comparação com Boris Diaw é compreensível. Anderson não consegue se destacar na parte física, parece jogar em câmera lenta (seu apelido é Slo-Mo) e isso não o impede de estar em todas as partes da quadra participando ativamente da criação das jogadas. Para ser justo, pelos braços grandes, ele também já foi comparado com outro ótimo point forward, Lamar Odom. Se Anderson virar qualquer coisa entre Odom e Diaw, será parte importante da rotação do San Antonio Spurs nos próximos anos. A habilidade do Spurs em desenvolver seus jogadores não deve ser esquecida também, não se surpreendam se em pouco tempo ele estiver com uns 50% de acerto em bolas de 3 pontos.

Na Summer League, Anderson começou bem, mostrando seu jogo completo, mas logo depois caiu de produção. Mas não me preocuparia se fosse torcedor do Spurs, o seu estilo não é um que se mostra bem em ligas de verão, onde um combinado que quase nunca treinou junto tem que mostrar serviço, com um monte de nego desesperado em ganhar um contrato. Como facilitador, ele precisa de entrosamento, companheiros talentosos e movimentação de bola. É no time principal que veremos qual é a dele.

Na segunda rodada, o Spurs fez algo comum entre todos os times, mas que eles já fazem há mais tempo que todos: escolheram um gringo que vão deixar jogando na Europa até parecer pronto. O escolhido foi o ala/armador sérvio Nemanja Dangubic, de 21 anos, que joga no Mega Vizura, da Sérvia. Dangubic ganhou os olheiros internacionais de vez quando foi eleito o MVP do Eurocamp da Adidas nesse ano. Só tem uma coisa que ele faz e que o Spurs pode não gostar: ele enterra!!!!

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MessiBrooklyn Nets

Markel Brown, SG (44)
Xavier Thames, PG/SG (59)
Cory Jefferson, PF (60)

O Brooklyn Nets começou o Draft sem escolhas. Um dos times mais velhos da liga, sem muita perspectiva para o futuro próximo, não tinha como conseguir novos jogadores porque tinha usado todas suas escolhas em negociações passadas que só trouxeram caras em fim de carreira. A solução foi usar o que eles tem de melhor: dinheiro. Compraram as posições 44, 59 e 60 (a última) e apostaram em 3 seniors, jogadores que disputaram 4 anos completos de basquete universitário.

O primeiro escolhido é o que tem mais chance de conseguir uma vaga no time principal. Markel Brown tem velocidade, muita impulsão, constantemente aparecia por aí com alguma enterrada fenomenal e, aos poucos, dizem, parece que se tornou um arremessador razoável. Acabou chamando a atenção quando Marcus Smart, seu companheiro de Oklahoma State, foi suspenso e Brown foi um dos responsáveis pela armação do time, não fazendo feio. Acabou a última Summer League com boas médias de 10 pontos, 4 rebotes, 3 assistências e 52% de acerto de seus arremessos. Nada mal para quem foi secundário em um time que tinha muita gente com experiência na NBA, como Donte Greene, Mason Plumlee, DaJuan Summers e Marquis Teague.

Xavier Thames, outro armador combo, decepcionou. Chegou como esperança de ser um bom reserva que acerta suas bolas de 3 pontos e erra pouco, mas só fez 16% das bolas de longe e cometeu 1.4 turnovers por jogo em apenas 20 minutos médios de ação. Poderia ser muito pior, mas é pouco para quem chega sem muita moral em um time que já tem muitas opções para sua função, veteranos como Deron Williams, Jarret Jack e o jovem Marquis Teague.

Por fim, o último escolhido da noite, Cory Jefferson, conseguiu um pouco de destaque na Summer League. Com minutos limitados, conseguiu 11 pontos e 7 rebotes de média, maior reboteiro do time no torneio. Apesar do Nets preferir sempre jogadores mais experientes, Jefferson pode conseguir uma vaga num garrafão que perdeu Jason Collins, que tem Kevin Garnett jogando cada vez menos tempo e que ainda não renovou com Andray Blatche.

JamesDallas Mavericks

Trocou as escolhas 34 e 51 no negócio por Raymond Felton e Tyson Chandler

O Mavs também teve que abrir mão de Samuel Dalembert, José Calderón, Wayne Ellington e o sophomore Shane Larkin, que vão para o New York Knicks de Carmelo Anthony e Phil Jackson. Acredito que a troca do Dallas Mavericks possa render bons fruntos, mesmo que o preço realmente tenha sido alto.

Embora Tyson Chandler já tenha 32 anos e convivido com algumas lesões nos últimos anos, ainda é um grande jogador de defesa e que viveu seu melhor momento na carreira ao lado de Dirk Nowtizki e Rick Carlisle no Mavs. Eles nunca mais conseguiram encontrar um jogador que se encaixasse tão bem no esquema e uma melhora na defesa é justamente o que precisavam, já que o ataque andou muito bem das pernas desde a chegada de Monta Ellis na última temporada.

O problema com tudo isso foram as peças necessárias para alcançar Chandler. Calderón foi um dos melhores arremessadores do time no último ano, embora nem fará muita falta como armador principal, função que pouco executou. Shane Larkin teve bons momentos e parecia um jogador promissor, e as duas escolhas na segunda rodada, em especial a 34, poderiam ser transformadaa em uma melhora no banco de reservas. Se Chandler não se lesionar, acho que não vão se arrepender, mas o Knicks agradece a chance de renovação.

MessiDetroit Pistons

Spencer Dinwiddie, PG/SG (38)

Com gigantesca Força Nominal, Dinwiddie poderia ter sido melhor selecionado no Draft se não fosse uma grave lesão que teve no joelho na última temporada. Os mais otimistas viam ele como uma segura escolha de primeira rodada se não fosse a lesão.

A contratação de Spencer Dinwiddie também foi um prelúdio da saída de Rodney Stuckey da equipe. Os dois são combo guards que gostam de pontuar, atacar a cesta, cavar faltas e botar fogo no jogo: sextos homens por excelência. Stuckey já deu o que tinha que dar no Pistons e abre espaço no banco para o novato.

Pela lesão, o rookie não disputou nenhuma Summer League, não deverá estar de volta para o período de treinamentos e deve estrear só com a temporada rolando, algo terrível para um cara que ainda estará pegando o jeito da NBA. De qualquer jeito, ele pelo menos ganhou a confiança do Pistons, que lhe deu um contrato de 3 anos. Provavelmente (embora não tenha achado os dados), só a primeira temporada deva ser garantida, querendo dizer que ele pode ser dispensado daqui um ano se o time quiser. Pareceu uma boa escolha, mas não sabemos o quanto a lesão o incomodará no futuro.

RVPNew Orleans Pelicans

Russ Smith, PG/SG (47)
Omer Asik (via troca)

O New Orleans Pelicans pagou caro por Jrue Holiday. Além de Nerlens Noel, sexta escolha do Draft do ano passado, eles haviam colocado no pacote também uma escolha deste ano. Ela tinha proteção de Top 5, o que quer dizer que o Pelicans manteria a escolha se esta fosse sorteada entre as 5 primeiras; mas como ela ficou na distante 10ª posição, foi para o Sixers. No fim, o Sixers acabou mandando a escolha pra o Orlando Magic, que selecionou o armador Elfryd Payton.

Sem escolhas neste ano, o Pelicans acabou mandando Pierre Jackson para o mesmo Sixers em troca de uma escolha de segunda rodada. A história inteira é curiosa: Pierre Jackson foi escolhido pelo próprio Sixers há um ano, aí foi mandado para o Pelicans, onde, sem espaço no elenco principal, foi mandado à D-League. Na Liga de Desenvolvimento, dominou os oponentes, marcou ponto de todos os jeitos e chamou a atenção de outros times, que tentaram tirar Jackson de New Orleans. O time, para desespero do jogador, não o trocou e nem o chamou para o time principal na NBA. No Draft, finalmente, o libertaram, mandando-o de volta para o Sixers em troca da escolha que virou Russ Smith. Infelizmente, porém, o azar domina o mundo e Pierre Jackson sofreu uma lesão grave no tendão de aquiles e deve desfalcar o time da Philadelphia por toda a temporada.

O escolhido dos pelicanos, Russ Smith, por outro lado, fez ótima Summer League com média de 16 pontos, 5 rebotes e 6 assistências em 27 minutos por jogo. Por ter apenas 1,80m, causa aquele medo à la Isaiah Thomas de que pode não se garantir entre os profissionais, mas sabemos que altura não é tudo. Smith é rápido, agressivo e pode seguir o caminho de outros nanicos ultra-velozes que superar as críticas, como Nate Robinson e Ty Lawson. Não será fácil, porém, arranjar minutos numa posição que já tem Jrue Holiday e que pode ainda ser ocupada (embora espero que não seja) pelo recém-chegado Jimmer Fredette.

Fechando a noite de Draft, o Pelicans trocou sua escolha do ano que vem por Omer Asik, que deverá ser o pivô titular enquanto Anthony Davis desfila seus talentos na posição 4. Uma ótima troca, mas que pede uma boa campanha no difícil Oeste para que esta nova escolha trocada não volte para os assombrar como aconteceu com aquela negociada por Jrue Holiday há um ano.

RVPNew York Knicks

Cleanthony Early, SF/PF (34)
Thanasis Antetokounmpo, SF (51)
Louis Labeyrie, PF (57)

O Knicks seguiu o exemplo do irmão de cidade e também usou todas as escolhas de Draft que tinha em negociações anteriores que, como sabemos, nem sempre renderam grandes coisas. Mas eles compensaram: na troca de Tyson Chandler com o Dallas Mavericks, eles levaram duas escolhas de segunda rodada e parece que escolheram bem. Cleanthony Early, uma Força Nominal curiosa, é um tremendo atleta, veloz e um faz-tudo que qualquer time precisa. Desde que o time perdeu Landry Fields que eles precisam de alguém que faça o trabalho sujo, e bom que seja alguém com o quíntuplo do poder atlético de Fields. Early fez boa Summer League, mesmo sem brilhar, e deve entrar na rotação do time.

Com a outra escolha ganha na troca, o Knicks apostou em Thanasis Antetokounmpo, irmão de Giannis, do Bucks. Como seu parente mais famoso, Thanasis tem braços maiores que carros populares e muita velocidade. Falta o mesmo talento com a bola nas mãos, mas ele compensa com boa defesa. Não foi bem na Summer League, mas tem no currículo uma temporada de D-League com média de 12 pontos, 1.1 roubo e 1.3 toco. Pode valer uma aposta barata e ver se ele se desenvolve em um defensor de primeiro nível.

Com a última escolha, comprada do Indiana Pacers, o NY Knicks apostou no francês Louis Labeyrie, que não veio para a Summer League e deverá ficar na Europa um bom tempo (ou o resto da vida). O ala de força apareceu com tudo aos 19 anos, impressionando no Hyére-Toulon e então foi contratado pelo Paris-Levallois, time maior da liga francesa. Mas lá não deslanchou como o esperado e afundou no banco do time nos últimos 3 anos. Uma melhora no seu arremesso de longe, porém, parece ter despontado um interesse maior no rapaz. Após uma boa atuação no último Eurocamp da Adidas, voltou a ganhar um pouco de atenção dos olheiros. Phil Jackson, agora no comando estratégico do Knicks, entende que vale a pena investir em qualquer pequena coisa que possa render algo no futuro. Se Labeyrie virar um jogador mediano, já é interessante para o grupo ou como moeda de troca. Se não der nada, não saiu caro também.

Golden State Warriors, Indiana Pacers, Portland Trail Blazers e Washington Wizards

NADA

Além dos dois personagens de RPG da NBA, Warriors e Wizards, o Pacers e o Blazers também não escolheram ninguém no último Draft.

MessiO Warriors usou suas escolhas na troca que trouxe Andre Iguodala no último ano, elas foram para o Utah Jazz que, junto das escolhas, assumiu alguns contratos caros que possibilitaram a chegada do ala. Com elenco completo e cheio de talento, o Draft não faz tanta falta para o Warriors, embora algumas escolhas futuras, também já negociadas, pudessem ajudar eles a conseguir Kevin Love. Com a escolha deste ano, o Jazz selecionou Rodney Hood.

MarceloO Indiana Pacers enviou sua escolha de primeira rodada para o Suns em troca de Luís Scola na última offseason. Mandaram junto, aliás, Gerald Green e Miles Plumlee, lembram? Que surra de troca! Com a escolha, o Suns selecionou o gringo Bojan Bogdanovic, que não deve ser visto na NBA tão cedo. Na segunda rodada, o Pacers escolheu o francês Louis Labaeyrie, mas o mandaram de imediato ao New York Knicks em troca de uma grana. Não dava pra deixar o cara jogando lá na França e dar uma chance pra ele daqui uns anos?

MarceloLembram quando o Blazers trocou por Gerald Wallace anos e anos atrás? O ala começou bem, foi elogiado, mas logo o time despencou de qualidade e Wallace deu o fora na temporada seguinte. Foi estranho e infrutífero. Pois é, o que eles mandaram para o Bobcats/Hornets foi justamente a escolha deste ano! Foi na posição herdada que o time de Charlotte selecionou o bad boy pontuador PJ Hairston.

RVPO Washington Wizards, por fim, também havia trocado sua escolha de primeira rodada. E como o Pacers, foi em um negócio com o Phoenix Suns. Naquela troca do último ano, quando receberam Marcin Gortat, enviaram uma escolha de primeira rodada que acabou virando, neste Draft, o armador canadense Tyler Ennis. Gortat se deu muito bem no Wizards, ajudou o time a passar da primeira fase dos Playoffs e ganhou uma renovação de contrato. Bom negócio para todos!

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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