O ano era 2008 quando este blog resolveu que falar de MVPs, MIPs, ROYs e outras siglas incompreensíveis era coisa de perdedor. Ou algo que simplesmente nos dava preguiça. E já que a NBA não nos dá direito a voto nos prêmios mais famosos e consagrados da liga, por que não criamos os nossos? Afinal, vale mais saber quem mais “evoluiu” ou quem teve a melhor atuação aleatória da última semana?
Desde então, ao fim de cada temporada, relembramos todas as categorias criadas em 2008 e eternizamos aqueles que realmente fizeram o último ano valer a pena!
Abaixo os links para os vencedores dos anos anteriores. Divirtam-se!
Jogada Bola Presa do Ano
Neste ano vamos fazer um pouquinho diferente. Quero valorizar o maior e mais importante prêmio de todos, a Jogada Bola Presa™. Então este primeiro post é só para elencar as DEZ melhores/piores do ano, desde aquelas que nos marcaram mas ficaram no caminho até a que vai para a história como a vencedora como a que sintetiza tudo o que queremos lembrar deste ano. Depois voltamos amanhã com a programação normal e os outros QUATORZE prêmios, beleza?
Mas o que faz uma jogada ser a Jogada Bola Presa? Não é a mais bonita do ano, nem a mais impressionante, nem a mais criativa. Também não é só uma videocassetada ou um lance que errado. Aqui analisamos quesitos mais profundos: o que estava no subconsciente do jogador ao fazer tal asneira? O que esse turnover representa para a sociedade contemporânea? Estamos sendo justos com este determinado escorregão? No fim você precisa juntar todos os elementos que fazem do Bola Presa o Bola Presa para determinar um vencedor, são eles: “basquete”, “essa foi uma péssima ideia” e “ok, no fim das contas divertido”
10. Adreian Payne não é Tracy McGrady
O ala do Minnesota Timberwolves queria infiltrar, depois queria cavar uma falta, depois arremessar, mas no meio do caminho mudou de ideia e tentou só jogar a bola na tabela para recuperar depois, à la T-Mac, mas acabou só dando um ippon no pobre Tony Snell. Quem aqui nunca ficou em dúvida entre cinco coisas e falhou em todas? Adreian Payne representa o proletário.
9. O samba de Dion Waiters
Aqui segue-se a linha de Payne de erros consecutivos: Dion Waiters quis obedecer o técnico e mostrar que, sim, iria acelerar o jogo ao invés de só driblar mil vezes antes de dar um arremesso forçado, como de costume. Mas ele esqueceu que sua cabeça, suas pernas e a bola correm em velocidades diferentes. Depois de PEDALADAS não aprovadas por Robinho, ainda perdeu a bola, pulou pra salvar e impulsionou um contra-ataque… para o adversário.
8. O anti-trash talk
Flores contra as armas. Quem não conhece a famosa prática de usar o amor para combater a violência? Geralmente não funciona, mas rende grandes fotos. Não foi diferente com o novato Rondae Hollis-Jefferson, que resolveu combater o maior trash talker da temporada, Draymond Green, com CARINHO. Se Green exagera nos palavrões e ofensas durante o jogo, Jefferson tentou o tirar da zona de conforto andando de mãos dadas pelo parque. E por “parque” entenda “zona morta”. Não funcionou.
7. O toco (mais fácil) da vida de Steven Adams
O que mais gosto em Steven Adams, além do seu respeitável bigode, são suas expressões faciais. Às vezes parece brincalhão demais, mas em geral dá a impressão de ser o cara que menos se importa com as coisas no mundo, e me identifico com isso. Nesse lance a sua expressão facial vai além e influencia todo o corpo, até a mão que faz o toco em Rodney Hood, PATÉTICO por natureza, se tornar uma obra-prima.
6. Kendrick Perkins joga no automático
Anos atrás, no paleozoico da NBA, Kendrick Perkins era muito útil para defender um tipo raro de jogador que a gente chamava de PIVÔ. Eles não existem mais, então é normal que você esteja confuso sem saber do que estou falando. Com o fim da espécie da qual se alimentava, sobrou a Perkins fazer apenas uma coisa: corta-luzes violentos e precisos nos seus adversários, para deixar seus companheiros livres. Acontece que ele faz isso há tanto tempo, e SÓ isso, que agora já faz no automático, até quando não tem quem bloquear e nem quem tire proveito disso.
5. LeBron James pode tudo
O cara não tem apelido de King à toa não, rapeize! Ele quer ir pra Cleveland? Ele vai! Ele quer trocar de técnico? Troca-se o técnico. Ele quer sentar a bunda no banco no meio do jogo antes dos juízes autorizarem a substituição? Então… falta técnica.
4. Kristaps Porzingis é melhor que o Eto’o
Não basta ter mais de 2,20m de altura e saber driblar, correr e arremessar, tem que dominar a bola melhor que 90% dos jogadores do Brasileirão. Jogada Bola Presa não é só erro e palhaçada, também tem talento bruto (no esporte errado) sendo exibido no mais alto nível
3. O excesso de confiança do Golden State Warriors
É clichê questionar quando ganhar demais começa a atrapalhar, né? Pensamos logo em briga de egos inflados, bebidas, drogas e mulheres atrapalhando o desempenho dos coitados dos atletas super bem sucedidos. Além, claro, da arrogância que vem junto das vitórias. Mas não aqui, não nesse LANCE pelo menos. Aqui temos Klay Thompson confiante demais que seu ~irmão chuá~ fará a cesta enquanto Steph Curry quer passar a bola para que Klay tenha as honras. O resultado é o lance que uso em minhas palestras no momento do “quer que alguma coisa aconteça? Faça você mesmo!”
2. Trevor Booker, professional shot maker
Quantos jogadores você conhece que tem no currículo um arremesso ÚNICO? Tipo, único mesmo, daqueles que nem dá pra lembrar um sequer parecido que você viu uma vez, tempos atrás, no Campeonato Paulista Sub-17. Pois Trevor Booker tem DOIS desses arremessos. No ano passado ele realizou este pequeno milagre que desafiou o espaço-tempo, dessa vez ele se tornou o primeiro jogador da NBA a fazer uma cesta utilizando uma vassoura.
1. Phoenix Suns e Atlanta Hawks fazem a gente se sentir bem
Uma jogada Bola Presa tem que fazer rir, mas é melhor quando, além da gargalhada, causa admiração pelo jogador retratado. Não queremos humilhar ninguém, estamos aqui para mostrar que eles ralam, se esforçam, tentam, mas MERDAS ACONTECEM e merdas são grandiosas. E que tal uma sequência de jogadas na melhor liga do mundo onde todos os jogadores presentes parecem aquele nosso amigo jogando uma pelada com a gente no fim de semana? Estão aí os tombos, a correria, os contra-ataques em sequência, o desespero para fazer o 21º ponto e finalmente sentar um pouco a bunda e descansar a pança. Eles são nós, eles são um desastre. Mesmo que só uma vez.