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Final de temporada regular. Enquanto todos os sites e blogs sérios de basquete estão discutindo coisas importantíssimas como MVP, Técnico do Ano, Jogador que mais evoluiu e blá blá blá, o Bola Presa vai pagar de alternativo. Vamos usar nosso cabelo de uma forma esquisita, usar roupas compradas em brechó e distribuir prêmios únicos na internet basquetebolística brasileira ocidental contemporânea.
Isso não é novidade, já é o quarto ano dos nossos Prêmios Alternativos. Para quem é novato em Bola Presa vale dar uma olhada nos anos anteriores:
Prêmios Alternativos 07/08
Prêmios Alternativos 08/09
Prêmios Alternativos 09/10
No ano passado fizemos dois posts, um com os candidatos a voto popular e depois um com os resultados. Achei que ficou meio maçante e desnecessário, então voltamos ao formato em que simplesmente distribuímos os prêmios. Se acharem que eu esqueci de alguma coisa é só cornetar nos comentários.
1. Jogada Bola Presa do Ano
É o meu prêmio favorito. Uma jogada que por toda sua beleza, sabedoria, criatividade e expressão artística consegue definir tudo o que é o basquete, o Bola Presa, eu, você e todo mundo canta junto. Nesse ano foi bem complicado escolher o vencedor pelo excesso de grandes jogadas, mas levou o prêmio quem riu (ou nos fez rir) por último: Von Wafer. Ainda nessa última semana da temporada ele conseguiu a proeza de errar uma enterrada, sair comemorando como se tivesse acertado e trombar com o seu companheiro que havia pegado o rebote. Tudo isso na prorrogação! Se você sofre de Vergonha Alheia Aguda não assista:
Os outros candidatos ao prêmio foram:
Tim Duncan: Um dos melhores defensores de garrafão da história toma uma aula. Do Earl Boykins.
Marreese Speights: Todo mundo erra enterradas de vez em quando. Poucos erram por tanto.
Andray Blatche: Como o título do vídeo diz, “Andray Blatche faz algo de Andray Blatche“
Darko Milicic: Darko. Cesta contra. Em uma bola ao alto.
2. Troféu Kareen Rush de melhor atuação de um jogador ruim
O prêmio homenageia Kareen Rush, jogador do fim do banco do Lakers em 2004 mas que com 6 bolas de 3 pontos foi o responsável pela vitória do time de LA sobre o Wolves na partida 6 da final do Oeste daquele ano. Volta e meia algum jogador meia boca sai do banco de reservas para fazer história e só aqui no Bola Presa ele ganha um prêmio por isso.
A disputa desse ano ficou entre dois arremessadores, como era o saudoso Kareen Rush: Em março o grande CJ Miles, 12 pontos por jogo, meteu 40 na fuça do glorioso Wolves, com direito a 77% de aproveitamento dos arremessos e 6 bolas de três. Do outro lado da batalha está Matt Carroll, que nos primeiros dias de abril aproveitou que Stephen Jackson estava machucado para tomar conta do show e meter 26 pontos, 11-16 arremessos e mais 4 rebotes.
O jogo do Miles foi melhor, mas ele é um jogador melhor também. Pela sua ruindade e pelas cestas lindas que acertou naquele dia mágico, o vencedor é Matt Carroll.
3. Troféu Lonny Baxter de jogador que só joga nas Summer Leagues
O Lonny Baxter praticamente fez sua carreira baseado nas ligas de verão. Todo mês de julho lá tá o cara pegando 15 rebotes por jogo. Depois disso ele conseguia vaga em algum time e fedia a temporada inteira. Infelizmente Baxter não engana mais ninguém, mas nomeia nosso troféu que parabeniza aqueles jogadores que nos enganaram jogando bem quando não valia nada.
Eu vou com a cara do pirralho, não queria dar esse prêmio para ele. Mas você não pode humilhar o John Wall na Summer League, depois ter média de 2 pontos por jogo em 9 minutos por partida e ir pra casa sem um prêmio do Bola Presa. Se Jeremy Lin jogou bem nesse ano foi só quando estava rebaixado à Liga de Desenvolvimento.
Dá para ler sobre a linda história de Lin na Summer League nesse post aqui.
4. Troféu Isiah Thomas de troca do ano
O Isiah Thomas contratou Jerome James, trocou escolhas de draft valiosas por Eddy Curry, juntou ele com o Zach Randolph e pagou zilhões de dólares pelo Jared Jeffries. Tantas bobagens serviram para homenagear o antigo General Manager do Knicks com o troféu que premia a troca mais idiota da última temporada regular.
Uma troca que estava me coçando a mão premiar foi uma que aconteceu logo antes da temporada regular começar. O Bucks mandou o famosíssimo Darnell Jackson e uma escolha de 2ª rodada de Draft em troca do futuro Hall da Fama Jon Brockman. Foi uma troca tão bombástica que uma notícia do tipo “Nana Gouvêa toma sol na praia” rende mais repercussão.
Mas eu decidi não premiar Bucks e Kings. Correndo o risco de quebrar a cara (nos próximos meses ou anos) vou dar o troféu Isiah Thomas para Danny Ainge. Trocar Kendrick Perkins foi a maior cagada que ele poderia ter feito nessa temporada. Ele desmontou o time que se orgulhava de ser uma família só porque soava como um bom negócio. Ainge, com sua boa visão de negócios e pensando no futuro financeiro e esportivo da franquia, acabou com toda a graça da coisa. Pela troca mais balde de água fria que eu já vi um Manager fazer com o próprio elenco, Ainge é o vencedor.
5. Troféu Grant Hill de jogador bichado do ano
Hoje o Grant Hill é um idoso saudável que come iogurte azedo, faz crochê, caminha toda manhã e tem boa saúde, mas sua carreira sempre vai ser marcada pelo o que ele poderia ter sido e nunca foi porque perdeu tantos anos machucado. No Magic ele passou quase uns 5 anos por lá e não jogava nem por decreto, seu tornozelo era forte como aqueles seus bonequinhos do Futebol Gulliver (o saudoso Futebol Pelé!). Homenageando o Grant Hill, o prêmio de bichado do ano. Mas só uma coisa: se esse velhaco jogar mais uma temporada inteira sem uma contusãozinha sequer e metendo 34 pontos na fuça das pessoas, eu mudo essa droga para Troféu Greg Oden. Tá avisado!
Nessa temporada o prêmio, que ano passado já havia sido dominado pelo Blazers, continua em Portland. O vencedor é Brandon Roy. Antes da temporada começar o Kobe Bryant deu uma entrevista dizendo que Brandon Roy era mais difícil de ser marcado do que Kevin Durant, dois anos atrás havia sido Ron Artest que tinha dito que Roy era mais completo que o próprio Kobe! Uma temporada depois esse mesmo super jogador é um reserva do Blazers que jogou só 47 jogos, com médias de 27 minutos e 12 pontos por jogo. Sim, Roy tem a mesma média de pontos que CJ Miles.
Não foi culpa dos Monstars, mas sim dos seus joelhos que, segundo alguns especialistas, só deixam ele jogar em alto nível (e nem tão alto assim) por no máximo uns dois ou três anos. Grant Hill, muso do prêmio, está aí para mostrar que reviravoltas são possíveis. Mas por enquanto o futuro é obscuro para Brandon Roy.
6. Troféu Darius Miles de atuação surpresa na última semana
Darius Miles marcou 47 pontos na última rodada da temporada regular em seu ano de contrato. Bastou para enganar o Blazer e garantir mais uns milhões na conta de um dos jogadores mais decepcionantes da última década. Como homenagem, um prêmio para a atuação mais inesperada da última semana da temporada regular.
Ontem a gente teve umas atuações interessantes de última semana, como os 19 rebotes do Jamal Magloire, o triple-double do Goran Dragic e os 35 pontos do Eddie House. Mas nada o bastante para ofuscar o primeiro triple-double da carreira do glorioso Drew Gooden. No último domingo ele meteu um jogo de 15 pontos, 13 rebotes e 13 assistências (!!!) pra cima do glorioso Cavs. Números tão altos em um triple-double nessa temporada só o Russell Westbrook que fez 34-13-13 contra outra defesa feroz, a do Wizards.
7. Troféu Shawn Bradley de enterrada na cabeça
Ah, o Shawn Bradley! Lembram dele? O branquelo gigante de 2,25m que ficou famoso pela cara de bobo, pela participação no Space Jam e por ser protagonista do Top 10 mais embaraçoso da história do YouTube. Em homenagem a esses gloriosos jogadores que se humilham para o nosso prazer, o prêmio Shawn Bradley de melhor cravada na cabeça!
Tudo bem que essa enterrada do Wade no Perkins foi beeem legal, mas como não dar o prêmio para uma vítima do Blake Griffin? Desculpa, Wade, mas o prêmio já estava dado desde o momento que ele colocou as bolas na cara do Timofey Mozgov.
A NBA.com tem nessa temporada uma página chamada “Dunk Ladder” que faz uma lista com as melhores enterradas do ano, venceu a do JR Smith contra o Spurs, mas eles lá não sabem de nada.
8. Troféu Michael Schumacher de volta frustrada
Antes o Troféu chamava Ronaldo Fenômeno, depois ficou sem nome e, por enquanto, vai chamar Schumacher. Que mais pode chamar agora? Troféu Belletti? É o Tchan? Vasto mundo esse dos fracassos.
Eu sou incapaz de definir apenas um vencedor para essa categoria. Yao Ming ou Greg Oden? Oden ou Yao? A história dos dois são parecidas, ambos sofrem com contusões faz tempo, ambos estavam anunciando a volta para essa temporada há meses e ambos fracassaram imensamente devido às mesmas contusões de sempre. Vamos então pelos números, Yao jogou 5 partidas, Oden, nenhuma. O Vovô de Portland leva o troféu pra casa.
9. Troféu Zach Randolph de melhor jogador em time que só perde
O nosso glorioso gordinho passou boa parte da sua carreira fazendo 20 pontos e pegando 10 rebotes em times que mal passavam das 30 vitórias por temporada e só disputou uma vez os playoffs. Mas dessa vez o Grizzlies tá com tudo. O pança então não concorre, seu time está bem nos Playoffs, mas pelo conjunto da carreira ainda é o nome do troféu que já presenteou duas vezes o Al Jefferson e que ano passado presentou Tyreke Evans.
Nesse ano, porém, o Tyreke Evans sofreu com contusões, não manteve o mesmo nível do ano passado e não está na briga. O seu time ruim, porém, continua ruim. Eu fiquei em dúvida entre cinco jogadores para esse prêmio: Blake Griffin, Eric Gordon, Steph Curry, Monta Ellis e Kevin Love. Logo, foi fácil definir o vencedor. Griffin e Gordon são demais e seu time é ruim, mas como decidir quem merece mais o prêmio? O Clippers nem é tão ruim assim, penaram mais por causa de um começo de temporada Cavalierístico, o resto foi aceitável.
E fiquei meio assim de premiar alguém do Warriors. Tá bom, 36 vitórias numa temporada não é grande coisa, mas no Leste eles estariam a uma vitória dos playoffs com esse número. Não é exatamente um time ruim. Sobrou então Kevin Love, que soma impressionantes marcas pessoais (maior sequência de double-doubles da história e jogos de 30 pontos e 20 rebotes) com o fato de ter acabado a temporada no pior time da liga. Sim, mesmo com o recorde histórico de derrotas seguidas o Cavs acabou na frente do Wolves. All-Star, Prêmio Bola Presa, Recordes e muitas, muitas derrotas para o Señor Amor.
10. Troféu Gary Payton de jogador que mais involuiu
O Gary Payton era um dos melhores armadores da história da NBA, mas foi para o Lakers ser pior do que o Derek Fisher em 2004. Ele que dá o nome do troféu mais triste dos nossos prêmios alternativos.
Esse prêmio acabou saindo bem irônico porque por mais que eu tenha pensado em alternativas, não consigo premiar outro que não o Aaron Brooks. O mesmo jogador que no ano passado recebeu da NBA o prêmio de jogador que mais evoluiu na temporada. “Mr. Rollercoaster” pode ser seu apelido agora? Em 2009-10 ele foi cestinha do Rockets, líder da NBA em bolas de 3 por partida e parecia que tinha futuro promissor, mas nessa temporada seus defeitos começaram a florescer: Muito individualista, fraco na defesa e o Rockets claramente era melhor quando tinha Kyle Lowry armando o jogo. Não à toa o sábio General Manager Daryl Morey tinha a chance de extender o contrato dos dois na última offseason e só o fez com Lowry.
Aaron Brooks acabou trocado e hoje é reserva do Steve Nash no Phoenix Suns. Isso quer dizer que ele joga poucos minutos e quando entra é só para disparar arremessos idiotas de três pontos. Nenhum outro jogador despencou na média de pontos (de 19.6 para 11.6) como ele nesse último ano. Em segundo em terceiro lugares no prêmio eu coloco Richard Hamilton e Ben Gordon, mas não, não é coincidência que ambos jogam no Pistons. Michael Jordan teria dificuldade de jogar bem naquela espelunca atualmente.
11. Troféu Bruce Lee Bowen de jogada suja do ano
Fico triste pelas crianças que começaram a assistir a NBA agora e nunca tiveram o desprazer de acompanhar o Bruce Bowen dando voadora na boca do Wally Szszczzerbiak, ou ele chutando o saco do Nash ou ainda forçando a torção no pé do Steve Francis e do Vince Carter. Ah, aqueles bons tempos que não voltam mais. Mas aqui homenageamos o grande mestre do jogo sujo! Palmas para Bruce Bowen.
Para mim a vitória vai para um time às vezes chamado de “soft”, o Lakers. A obra de arte foi feita por Andrew Bynum, com uma bela de uma ombrada no Michael Beasley. Se fosse no Luke Ridnour o coitado estaria morto e enterrado hoje.
Mas confesso que as jogadas que não levam o prêmio foram mais engraçadas do que a tentativa de homicídio do Bynum. Primeiro esse toco (que só pegou bola) do Kevin Garnett no Channing Frye. E depois esse empurrão do tipo “cansei dessa merda” do Hilton Armstrong no Joel Anthony, um duelo de titãs:
Repararam na mão do Anthony na cara do Arenas quando ele está caindo? E o empurrão do Juwan Howard no Armstrong é sensacional. Que jogada linda.
12. Troféu 8 ou 80 de Estatística Bizarra do Ano
Um prêmio novo para comemorar a seção “8 ou 80” que agora aparece toda semana no nosso Filtro Bola Presa. Aqui premiamos aquela estatística que nos surpreende por ser impressionante, bizarra ou que fascina só porque paramos pra pensar que alguém perdeu tempo da sua vida pensando nela.
Do Elias Sports Bureau: “Chris Bosh acertou apenas um de seus 18 arremessos (5,6%) na derrota do Miami Heat para o Chicago Bulls. Foi o pior aproveitamento de um jogador que tentou pelo menos 15 arremessos desde que Tim Hardaway fezz 0-17 em uma vitória do seu Warrirors sobre o Wolves em 1991. O último jogador a ter um aproveitamento tão ruim em uma derrota, caso de Bosh, foi Frank Ramsey do Boston Celtics, que fez 0-15 em 1960”.
Um Epic Fail para a história da NBA merecia um prêmio. E foi no mesmo jogo em que ele fez isso:
13. Troféu Buscapé de foto do ano
Nada como congelar para sempre um belo momento de nossa existência em uma foto. Aos poucos vamos esquecendo do que aconteceu nessa temporada, mas sempre que olharmos para essas oito fotos vamos lembrar de como essa temporada valeu a pena. Posto começando da campeã até a última colocada entre as finalistas.
usou a velha tática da casca de banana com o Joel Anthony