[Resumo da Rodada] Raptors revive sua novela; Warriors e Thunder passeiam no parque

Ter a chance de recriar a história é algo sonhado por todo atleta que já passou por uma derrota. O ideal é nunca perder uma final, mas, se perder, não é fantástico poder voltar no ano seguinte contra o mesmo adversário? Grandes narrativas acontecem assim. O problema é perder DE NOVO e piorar ainda mais sua imagem, auto estima e história para contar para os netos. Pois o Toronto Raptors está nessa última situação. E pior: não é uma final que eles perdem, mas o primeiro jogo dos Playoffs em casa. Funhé.

Ontem o time de Kyle Lowry e companhia perdeu para o Indiana Pacers e assim, repetindo 2014 e 2015, começam a primeira série da pós-temporada jogando o mando de quadra no lixo. Ao longo do ano Lowry disse, meio brincando, meio MANDANDO A RELA, que nem importava ter mando de quadra, que ele só queria ir para os Playoffs para poder finalmente ganhar uma série. Isso virou um peso para a franquia e perder logo de cara é a pior maneira de deixar isso para trás, como comentamos ontem no Preview da série.

O jogo começou de maneira péssima para o Raptors, mas o Pacers também não conseguia emplacar muita coisa. Apesar da boa temporada, o time canadense costuma ter mesmo problemas com seu quinteto titular e geralmente só deslancha quando Cory Joseph e Patrick Patterson assumem suas funções. Ontem aconteceu isso de novo. Mas o Raptors, com péssimas atuações da principal dupla do time, Lowry e DeMar DeRozan, falhou em pegar aquela boa vantagem de 13 pontos na metade do segundo período e matar o jogo. Ao invés disso, viram os titulares do Pacers voltarem pra quadra e deixar a partida igual.

Com a partida empatada e as estrelas do Raptors capengando, Paul George assumiu o papel de superstar da série e simplesmente DESTROÇOU com o jogo no terceiro período. Marcou 17 dos seus 33 pontos no quarto, virou o jogo e enfiou uma faca no coração da torcida canadense. No último quarto, George aproveitou a marcação mais agressiva dos oponentes para achar seus companheiros, aí deu 4 de suas 7 assistências no jogo durante os 8 minutos do período final que participou. E pensar que DeMarre Carroll foi contratado justamente para poder parar essas grandes eventuais grandes partidas dos alas adversários.

O banco do Raptors marcou 44 pontos, contra 46 dos titulares. Mas fizeram isso com bem menos minutos e com 56% de acerto dos arremessos, contra 29% (!) do quinteto inicial. Sei que mudar o grupo que começa pode soar desespero, o que pode ferrar ainda mais o psicológico do time, mas a verdade é que isso já deveria ter sido feito durante a temporada regular. O espaço que Patrick Patterson cria por arremessar melhor que Luís Scola (além de ser mais efetivo na defesa) não só é bom para desafogar o garrafão, como pode ser importante para dar mais chances de Jonas Valanciunas receber a bola num garrafão menos congestionado. O lituano teve baixo aproveitamento nos arremessos, apenas 4/14, mas os 18 rebotes (11 ofensivos!) mostram que ele incomoda o garrafão do Pacers. Estamos em 2016 e está longe de ser fácil envolver pivôs no ataque, mas alguém precisa agir caso Lowry e DeRozan continuem joguem assim mais uma vez…


No segundo jogo do dia, um massacre sem dó e nem piedade. O Golden State Warriors quis jogar pela janela toda a história de “ah eles estão cansados” e “será que vão manter a intensidade” e não demorou meia dúzia de minutos para enfiar bolas de 3 goela abaixo do pobre Houston Rockets.

Se a defesa do time de Steve Kerr pareceu um pouco preguiçosa em determinados jogos da temporada, ontem mostrou seu melhor nivel: forçou 24 turnovers do Rockets, impôs um aproveitamento pífio de 27% nas bolas de 3 pontos e, a mais impressionante de TODAS AS ESTATÍSTICAS do dia, não cedeu um só lance-livre para James Harden em todo jogo. Nem mesmo no terceiro quarto, o único em que o Barba conseguiu parecer um jogador decente.

Foi uma surra tão monumental e inquestionável que emoção mesmo só em coisas extra-quadra. Primeiro quando Patrick Beverley, A PESTE, se estranhou com Steph Curry:

Curry disse depois do jogo que Beverley é assim mesmo, mas que não é sujo nem nada. O domínio é grande demais para entrar em batalhas de declarações. O segundo momento de tensão foi quando Curry torceu o tornozelo e teve que sair do jogo para checar o seu estado no vestiário.

Apesar do TERROR que passou na cabeça de todo mundo, parece que ele está bem. Foi poupado de todo o segundo tempo (depois de ter feito VINTE E QUATRO pontos no primeiro) por precaução, mas até o momento as noticias são de que ele joga o próximo jogo normalmente. REZEMOS! Tudo o que não queremos são Playoffs decididos por lesões.


Outra partida que foi bastante fácil foi a entre o OKC Thunder e o Dallas Mavericks. A velocidade, força e intensidade do Thunder foram tão impressionante que parecia um time de profissionais enfrentando alguns juvenis magricelos misturados com a seleção de MASTERS do bairro. Existe tática e técnica para superar diferença de velocidade e capacidade atlética, mas ontem estavam em categorias distintas.

Olha só como estava a situação da partida quando Billy Donovan decidiu tirar Kevin Durant e Russell Westbrook de quadra na metade do terceiro quarto: SURRA

O mais legal do jogo, porém, foi o vídeo de Kevin Durant pedindo desculpas pelo seu linguajar depois de falar um palavrão na frente de uma família que assistia seu aquecimento. Maior All-Star Escoteiro da história!


O jogo mais emocionante do dia ficou entre Atlanta Hawks e Boston Celtics. Como nós e todo o planeta previmos, seria um duelo determinado pelas defesas. Só calhou delas não funcionaram ao mesmo tempo.

No primeiro tempo o Hawks não deixou o Celtics respirar, e piorou quando os verdinhos resolveram que não iam acertar nem arremessos sem marcação. Em determinado momento do jogo, Jae Crowder, que estava com 7 arremessos errados em sequência, teve dois seguidos, sem qualquer ser humano próximo a ele e não chegou perto de acertar. Foram 2/16 em bolas de 3 pontos, 23% de aproveitamento geral no primeiro tempo.

A vantagem de 17 pontos virou farofa no terceiro período, porém, quando o Celtics acertou 52% de seus arremessos e segurou o Hawks a apenas 30% (6 cestas em todo o quarto!). A reviravolta se deu especialmente no ataque do time de Boston, que parou de morder a isca para os arremessos de 3 que o time da casa oferecia (sabendo que o aproveitamento deles não é lá grande coisa) e passaram a atacar mais e melhor o garrafão. Depois de 4 acertos em 19 tentativas de cestas no garrafão no primeiro tempo, o Celtics fez 9/11 no terceiro quarto.

O melhor ataque fez com que o Hawks deixasse de jogar na semi-transição e evitar a defesa forte do Celtics, o que tinha sido a diferença da etapa inicial. A semi-transição é aquele ataque que não é definido em poucos segundos, mas que também não é tão lento que permita que o adversário monte sua defesa. Mike Scott (14 pontos) e Kent Bazemore (23) foram os que mais tiraram proveito do jogo nesse esquema. Sem os erros do Celtics para converter em contra-ataque no segundo tempo, o Hawks voltou a empacar, especialmente com Kyle Korver CONGELADO.

O Celtics chegou a empatar e virar, mas, entre Isaiah Thomas (27 pontos) e Al Horford (24 pontos, 12 rebotes), quem apareceu mesmo pra resolver nos minutos finais foi Jeff Teague. Com 7 pontos e 2 assistências, ele foi o responsável por 9 dos 16 pontos que o Hawks marcou nos 5 minutos finais. Os outros 7, vale a pena dizer, vieram só em lances-livres. A lenda de Playoff-Teague já dura alguns anos e se renova a cada temporada: ele é bom sempre, mas simplesmente se transforma no jogador mais confiante do mundo no mata-mata. VAI ENTENDER!

O Hawks esfriou de novo depois das cestas de Teague, mas o estrago estava feito. O Celtics não deu conta de suas chances de empatar o jogo no minuto final. Os altos e baixos de ataques irregulares contra duas das melhores defesas da liga prometem render jogos dos mais imprevisíveis e cheios de viradas.

O lado triste da partida foi a lesão de Avery Bradley, que sentiu uma fisgada na região posterior da coxa e mal conseguiu sair andando da quadra. Parece sério e será difícil contar com ele tão cedo. Sem seu melhor defensor para conter as infiltrações de Jeff Teague e acertar eventuais arremessos de 3 pontos, o Celtics vai precisar DEMAIS de Marcus Smart, Evan Turner e até, quem sabe, do novato Terry Rozier, que conseguiu alguns minutinhos de quadra no final da temporada. Nenhum deles é tão completo como Bradley, porém.

Destes, Smart ainda que quase que faz todo mundo esquecer de Bradley. Olha só o que ele fez:

Irônico que saiu da mão do jogador com pior aproveitamento em arremessos do Celtics no ano…

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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