[Resumo da Rodada] Raymond Felton Show; Raptors sobrevive na marra e Warriors vence sem Curry

O Dallas Mavericks não só perdeu no último sábado, a turminha deles foi EXPULSA pelos donos da bola e da quadra. Foi uma das maiores surras dos últimos tempos, uma daquelas que, se você torce para o time que venceu, vibra na hora, mas teme a motivação do outro time, que certamente irá voltar no próximo jogo querendo provar toda sua força e honra. Foi exatamente isso que aconteceu ontem em Oklahoma City. O OKC Thunder, depois de DESTRUIR tudo no primeiro jogo, enfrentou um time focado e determinado. Mas se era fácil esperar um jogo mais disputado, eu não era uns do que realmente via o Dallas Mavericks VENCENDO fora de casa. Aconteceu.

Eu não esperava a vitória após o Thunder igualar o jogo no segundo período. Não esperava quando Deron Williams (13 pontos, 5 assistências) saiu machucado do jogo. E certamente tinha certeza que não ia dar para Dirk Nowitzki (17 pontos) e companhia quando eles ficaram 8 pontos atrás a poucos minutos do final da partida. Mas, para variar, errei. De rebote brigado em rebote brigado, de bandeja sofrida a arremessos inesperados, eles grudaram no placar. Um bandeja dificílima, de esquerda, sobre Steven Adams, de Raymond Felton (21 pontos, 11 rebotes!!!!!!!!!!!!!!!!) virou o jogo no minuto final. Depois disso vimos Kevin Durant (21 pontos, 9 rebotes, 7 turnovers) errar arremessos sem marcação em sequência, logo depois se redimir e, nos segundos finais, após Felton dar uma amarelada GIGANTESCA nos lances-livres, Steven Adams faz a cesta da vitória com 0.1 de atraso. Kevin Durant nem comemorou, não sei se porque sabia que a bola do pivô tinha sido depois do fim do jogo, ou se porque sabia que ele que deveria ter feito a cesta no contra-ataque antes de qualquer coisa.

Mas como diabos o Mavs roubou essa partida? Embora a preparação mental e essa urgência façam diferença, nada muda sem mudanças técnicas e táticas. Para compensar o atropelo físico do último jogo, o Mavs buscou fazer a sua parte. No ataque tentou cometer menos turnovers, errar menos arremessos, diminuir o ritmo do jogo e, assim, fazer com que o Thunder vivesse menos situações de contra-ataque, que é onde eles melhor mostram como são mais rápidos e fortes que todo mundo. Além disso, também resolveram colocar mais jogadores atléticos no próprio time. Vimos mais tempo de quadra para Justin Anderson, Dwight Powell e Salah Mejri, todos muito altos, fortes e rápidos (ao menos para o tamanho deles). Fizeram toda a diferença do mundo na defesa, os três.

Curioso que nem tudo funcionou perfeitamente. Embora os 12 turnovers do time representem um número baixo, isso não impediu o Thunder de marcar 20 pontos de contra-ataque, até MAIS do que no primeiro jogo. Nem o Mavs conseguiu uma produção ofensiva surreal que gerasse pontos ao mesmo tempo que não deixasse o Thunder pegar rebotes e sair correndo.

Mas algumas coisas o time acertou aos poucos e isso foi fazendo a diferença: o Mavs atacou o rebote de ataque. Mesmo quando não ganhou, impediu aquele rebote fácil onde, em questão me meio segundo, a bola surge não mão do Westbrook atacando a defesa ainda despreparada do Mavs. Na defesa, podendo jogar com mais planejamento, conseguiram POVOAR o garrafão ao executar uma defesa bem conservadora, marcando apenas Kevin Durant de maneira diferente quando algum jogador estava muito longe da cesta. Depois de acertar 60% de seus arremessos em volta do aro no Jogo 1, o Thunder fez apenas 48% dessas bandejas, enterradas e afins no Jogo 2.

OKC___

Lá no ataque, a ALEATORIEDADE do ataque do Mavs fez a sua parte para manter o jogo disputado. No primeiro tempo Deron Williams comandou o ataque do time, no segundo foi a vez de Raymond Felton (!!!) simplesmente resolver a partida nos minutos finais. O último quarto ainda viu Wes Matthews, que estava ZERADO no jogo marcar todos os seus 6 pontos, os últimos após um roubo de bola contra Kevin Durant e uma bandeja em cima de Steven Adams. Nada mal. O ataque de Rick Carlisle é muito bom em deixar a quadra sempre com um bom espaçamento, quem recebe a bola costuma ter espaço para operar e alguma opção de pick-and-roll, pick-and-pop ou ao menos um arremessador escondido em alguma parte da quadra para passar. É inteligente, funciona há anos, mas esteve longe de ser imparável.

O que fez a diferença mesmo foi o péssimo aproveitamento do OKC Thunder no ataque. Kevin Durant se tornou ontem apenas o terceiro jogador da história dos Playoffs a errar MAIS DE 25 ARREMESSOS em um mesmo jogo, depois de Michael Jordan e Carmelo Anthony já terem feito o mesmo. Sente o desastre:

Durant

Kevin Durant se incomodou com a defesa de Justin Anderson e Wes Matthews, se frustrou até demais quando não ganhou faltas em infiltrações no meio de 5 adversários, mas não foi só isso. Ele errou arremessos sem marcação, não tirou proveito quando ficou no mano-a-mano com Felton. Enfim, não foi o super mega hiper eficiente pontuador que sempre é. E em jogos como esse, lentos e sem muitas chances de bandeja, seu arremesso deve abrir o jogo. Russell Westbrook, que costuma sofrer nesses tipos de partida, não teve condições de salvar sua pele.

Embora eu não contasse com essa derrota, não dá pra dizer que seu roteiro é tão inesperado se levarmos em conta o passado recente das duas franquias: surpresa em Rick Carlisle montar uma defesa que mostre o pior dos adversários? Surpresa em ver o ataque do Thunder pular de IMPARÁVEL para medíocre de uma hora para a outra? É a história desses dois times nos últimos ANOS. De qualquer forma, a previsão da série não muda muito. Deu tudo errado e o Thunder ficou a 0.1 segundo de vencer.

O dia foi tão ruim que quase Serge Ibaka se machuca escorregando no SUOR de Kevin Durant…

O que surpreende mesmo é ver que o momento mais legal do jogo envolveu Cameron Payne e Charlie Villanueva. E não, claro que não foi com bola rolando:


Em Toronto, o Raptors conseguiu derrotar o Indiana Pacers para ter ao menos um respiro na série. Uma segunda derrota em casa seria o fim dos tempos e dava pra sentir a pressão no ambiente só de assistir a reprise do jogo em uma transmissão via internet. Sim, era pesado.

A energia do time canadense estava em um nível que Jonas Valanciunas, na primeira cesta do jogo, saiu socando o ar como se tivesse acertado o game-winner no Jogo 7. O placar mostrava 0 a 0 e a cesta não valeu. Eles estavam PILHADOS. E sabe uma coisa que não funciona com times bitolados assim? Arremessos. O que funciona: defesa. Arremessos apressados, nem muito bem pensados resultaram em mais uma partida decepcionante de Kyle Lowry (18 pontos, mas apenas 4/13 arremessos) e DeMar DeRozan (10 pontos, 5/18 arremessos), que novamente tiveram muita dificuldade em entrar no garrafão como gostam. Mas não pararam de tentar.

A agressividade de Lowry, no entanto, foi o que fez o Raptors pular na frente e construir, no primeiro tempo, a vantagem que administraram ao longo de toda a partida. Vendo os arremessos saírem feios da mão, Lowry fez de tudo para entrar no garrafão e fazer a defesa do Indiana Pacers se mexer. O resultado foram 9 assistências, boa parte delas para estabelecer Jonas Valanciunas como o grande nome do jogo. O pivô lituano repetiu o domínio no garrafão do primeiro jogo, mas dessa vez não foi só nos rebotes, ele conseguiu finalizar as bolas que tinha falhado no Jogo 1. O resultado foi uma performance de 23 pontos e 15 rebotes. Só no primeiro tempo foram 19 pontos e 10 rebotes, um atropelamento.

A situação ainda não é bonita para o Raptors, novamente Patrick Patterson e Cory Joseph tiveram que resgatar o time de alguns buracos que, em teoria, DeRozan e DeMarre Carroll deveriam os tirar. O símbolo máximo de como o ataque do Raptors está funcionando é ver que Terrence Ross literalmente BATEU CABEÇA com DeRozan e teve que sair do jogo com sintomas de concussão.

Se eles venceram foi porque defenderam muito bem. Levaram toda a ansiedade e a intensidade para a defesa e ninguém além de Paul George (25 pontos) conseguiu entrar no jogo. CJ Miles, Ian Mahinmi, Rodney Stuckey, Ty Lawson, George Hill e Monta Ellis, somados, acertaram míseros 12 de 40 arremessos. Baixo aproveitamento e só 6 rebotes de ataque são a receita para um placar digno de 2004.


No último jogo da rodada havia a esperança de muitos de que o dia seria dos derrotados do sábado igualarem suas séries. Após Mavs e Raptors, o Houston Rockets poderia se aproveitar da ausência de Steph Curry para vencer o Golden State Warriors. O armador chegou a começar a se aquecer, mas não se sentiu bem o bastante para jogar e resolveu apenas seguir seu tratamento no tornozelo. Com ou sem MVP, deu Warriors. Claro.

Curiosamente, durante a temporada regular, o Warriors fez seu primeiro jogo sem Steph Curry contra o Mavs. Perderam. No dia seguinte, ainda sem seu melhor jogador, visitaram o Rockets e fizeram uma partida magnífica, com muitas trocas de passes, defesa eficaz e o ‘cala boca’ para todos os que já queriam cravar de que não eram nada sem seu MVP. É um time orgulhoso que deu sua maior prova de que poderiam jogar sem Curry justamente contra esse mesmo time.

Mas além de orgulhoso, é uma equipe inteligente. Realmente fiquei impressionado com a entrevista que Draymond Green deu à TNT antes do jogo começar. Geralmente nessa situação, sem sua estrela, os jogadores dão aquelas respostas genéricas: “vamos jogar por ele”, “somos um time, não temos um jogador só”, “outros jogadores precisam subir seu jogo” e etc. Não Green, ele deu uma explicação simplificada dos conceitos do time.

Ele disse que o Warriors é baseado na criação de espaços e movimentação de bola, e que quando Curry está em quadra, sua mera presença faz a defesa reagir a os espaços surgirem para todo mundo sem parar. Sem ele, portanto, teriam que trabalhar mais duro para cada cesta. Mais passes, mais bloqueios, mais movimentação, mas que o objetivo e o processo era o mesmo, apenas mais difícil. Ele explicou o jogo antes dele começar.

Em alguns momentos o Golden State Warriors não foi mortal como costuma ser, não transformou contra-ataques em bolas de 3 como gostamos de assistir, mas o conceito ainda estava lá. A defesa ainda expôs toda a insegurança e inexplicável falta de entrosamento do Rockets, por exemplo. Não pararam James Harden (28 pontos) como no primeiro jogo, mas nem precisou. Embora o placar não tenha deslanchado de vez até os últimos cinco minutos, nunca se passou a impressão de que o time visitante tinha controle do jogo. E querem um vídeo para ver e rever quando Dwight Howard decidir deixar o time daqui dois meses? É esse:

Até agora foram 8 quartos de série, Steph Curry jogou apenas 2 deles.  Mesmo assim o Rockets pouco viu a cor da bola. Ontem tiveram espasmos de defesa e viram Josh Smith e Jason Terry acertarem a pontaria, mas foi só. Mesmo se Steph Curry demorar mais para voltar, é preciso acontecer uma pequena revolução para que o Houston Rockets deixe essa séria disputada. Alguém acredita em milagres em anos consecutivos?

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.