Resumo da Rodada 13/5 – Uma derrota na memória de LeBron James

O Boston Celtics, dentro dessa sua existência sem Kyrie Irving e Gordon Hayward, achou um quarteto ideal que inicia praticamente todas as partidas. O Fab Four sem renome consiste em Terry Rozier, Jaylen Brown, Jayson Tatum e Al Horford. O quinto elemento, curiosamente, tem aspecto de arma secreta. Assim como na série contra Milwaukee Bucks e Philadelphia 76ers, ele é justamente a pessoa que vai marcar A ARMA MAIS POTENTE do adversário. Foi Semi Ojeleye para parar Giannis Antetokoumnpo, Aaron Baynes para segurar Joel Embiid e ontem, pela primeira vez nos Playoffs, Marcus Morris foi titular para defender ninguém menos que LeBron James. Terceira arma secreta, terceira vitória: Morris foi o segundo cestinha do jogo (21 pontos), ajudou a segurar LeBron ao seu mínimo nos Playoffs (15 pontos) e liderou o Celtics a uma larga vitória de 108 a 83 sobre o Cleveland Cavaliers.

O atropelamento verde começou e se consolidou logo no primeiro quarto da partida, quando o time parecia não errar arremessos e jogou com uma intensidade e certeza que parece ter pego o Cavs de surpresa. A diferença chegou a VINTE PONTOS com uns oito minutos de jogo e nunca mais ficou a menos de 14. Uma surra daquelas pra dizer que “aqui não é Toronto, amigo”.

A história do jogo não teve muita graça, seria como narrar um nocaute no primeiro minuto do primeiro round, mas o processo tático da surra foi interessante. Vou me focar aqui na DEFESA do Celtics, afinal o ataque até funcionou, mas nem precisava. Como bem apontou a transmissão gringa da ESPN, o Celtics poderia ter ZERADO o 2º período que ainda iria para o intervalo na liderança. O time da casa fez mais pontos no primeiro período (36) do que o Cavs no primeiro TEMPO inteiro (35). Surreal. É  o mesmo time que meteu 130 no Raptors outro dia…

Como na série passada, o Cleveland Cavaliers entrou na partida disposto a encontrar mismatches e explorá-los com uma boa quantidade de jogadas de mano-a-mano, especialmente de LeBron James e Kevin Love. A primeira parte do plano até deu certo, já que o Celtics realmente troca muito a marcação entre seus jogadores, o problema foi arrancar pontos dessas trocas. Se Love teve sucesso contra Lowry, DeRozan e afins na semana passada, não foi a mesma coisa pegar os “nanicos” do Celtics.

Veja como Love sobra com Jayson Tatum e de repente não parece nenhuma vantagem ficar isolado contra o novato. Ele tem dificuldade até para RECEBER A BOLA de tão forte, física e bem feita é a defesa:

Nesses outros lances, Love sobra embaixo da cesta contra o baixo Jaylen Brown, mas em um não consegue um arremesso equilibrado, no outro toma um TOCO no meio da fuça:

Se teve uma vez que ele conseguiu usar algum mismatch a seu favor, foi quando atraiu Aaron Baynes para fora do garrafão e o bateu na velocidade. Isso foi depois de errar um arremesso na meia distância também sobre Baynes. Se ser maior que os armadores não funcionou, há alguma vantagem em ser mais ágil que os grandalhões. Não à toa que Brad Stevens pouco usou suas formações mais altas…

Mas se Kevin Love não teve sucesso na sua empreitada, e LeBron James? Por mais esquisito que pareça, LeBron pareceu mais passivo que o de costume. Não jogou mal, mas na maioria dos duelos que enfrentou parecia mais disposto a jogar de costas para a cesta procurando passes ou arremessos de meia distância do que em atacar o garrafão. Contra o Raptors deu certo, contra a defesa mais atlética e alta do Celtics, não. E esse clipe abaixo que a ESPN mostrou durante o jogo é o melhor exemplo de como Brad Stevens não teve medo de trocar as marcações durante as jogadas. LeBron foi marcado pelos mais diferentes jogadores ao longo do jogo e maneiras diferentes, às vezes pela frente, algumas vezes individualmente, às vezes dobras. Eles confiam em Marcus Morris para a função, mas qualquer um pode dar conta do recado por uma posse de bola:

Um dos lances mais simbólicos para ver como o Celtics defendeu de maneira inteligente, coletiva e com grande atuações individuais é essa aqui abaixo:

  • LeBron James sobra contra Terry Rozier, que é o que ele queria, mas a infiltração não acontece porque Al Horford abandona seu homem (Tristan Thompson) para ficar na cobertura da jogada.
  • Thompson tenta se enfiar no garrafão onde possa receber um passe de LeBron, mas assim que isso acontece ele é importunado por Jaylen Brown
  • O pivô então toca para George Hill, que ameaça um passe por cima de Rozier para LeBron, mas o armador faz um bom trabalho em ler a jogada e manter seu corpo ligado ao do ala do Cavs
  • O armador desiste do plano e decide devolver a bola para LeBron no perímetro, mas enquanto ele faz isso o Celtics se movimenta para tirar Rozier da sua defesa e colocar Horford.
  • Horford evita uma última tentativa de infiltração de LeBron, o força para o canto da quadra, não cai na sua finta antes do arremesso e força um chute difícil, que não cai.
  • UFA!

Vale lembrar que Horford, o gênio defensivo pro trás desse lance, também jogou bem no ataque. Fez 20 pontos, acertou 8 dos 10 arremessos que tentou e, desses, fez SETE dos OITO que chutou quando marcado por Kevin Love. Depois de ser o principal trunfo na última série, Love não marcou sobre os pequeninos no ataque e apanhou o pivô rival na defesa. Dia difícil:

Como dito pela ESPN no tweet acima, Horford teve um saldo de +17 no jogo de ontem. No ano passado, teve saldo de -97 na soma dos jogos da Final de Conferência contra o Cavs, a pior marca de um jogador nos últimos 20 Playoffs. Alguém viu muita novela das 9 e pegou o gosto por vinganças.

Se ainda há alguma dúvida de que o plano de Tyronn Lue era explorar os tais mismatches (que nem pareciam mais tão mismatches assim), ele disse isso diretamente nas entrevista obrigatórias à TV no meio do jogo. Segundo o treinador, eles estavam conseguindo as trocas que queriam forçar, mas que faltava mais ímpeto para atacá-las. Teremos que ver como o técnico reage após assistir aos vídeos do jogo, mas a que tudo indica o plano do time não irá mudar muito no Jogo 2. Eles querem fazer corta-luzes duplos, pick-and-rolls e afins para forçar alguns duelos individuais e então tirar alguma coisa dali. A questão para a próxima partida se torna quais são esses duelos onde o técnico tanto vê vantagem e qual a melhor forma de arrancar pontos deles. Kevin Love deve estar ansioso para saber.

A único momento da partida onde pareceu que o Cavs tinha alguma chance de reagir, foi quando diminuíram a diferença no placar para 14 pontos no final do 3º quarto. Mas o sonho durou pouco já que o Celtics logo começou o último quarto com uma feroz sequência de 7 a 0 para enterrar o jogo de vez. Curioso que na entrevista coletiva pós-jogo perguntaram a LeBron “como foi esse momento” e ele, ao invés de justificar ou driblar a pergunta, DESCREVEU TODOS OS LANCES daquele pedaço da partida. Segue comigo no replay:

LeBron James já tem total controle do espaço-tempo, poderá ele alterá-lo no Jogo 2? Não vou ser o maluco que duvida do homem.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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