Resumo da Rodada 19/5 – Sinal de vida

A História já não estava do lado do Cleveland Cavaliers: o Boston Celtics nunca perdeu uma série em que saiu ganhando por 2 a 0, tem o mando de quadra e está invicto em Boston nestes Playoffs. Some a isso a vitória fácil do Jogo 1 e a SURRA do Jogo 2 mesmo após uma atuação épica de LeBron James e o fato de que nenhum time JAMAIS se safou de um 0-3 na NBA e não dá pra imaginar um time mais contra a parede que o Cavs no Jogo 3 deste sábado.

Mas como nos momentos difíceis da série contra o Indiana Pacers e como em todas as vezes que se viu pressionado nos últimos anos, o Cavs achou força lá no fundo para uma grande atuação quando mais importava. Com um caminhão de bolas de 3 pontos e uma força de vontade que jamais apareceu em Boston, o Cavs meteu nada menos que 116 a 86 para vencer seu primeiro jogo na final do Leste. Alguém tem uma explicação para tantos altos e baixos desse time?!

O Brian Windhorst, setorista do Cavs na ESPN gringa, tem a sua teoria: segundo ele, basta saber o aproveitamento de 3 pontos do Cavs em um jogo que você já sabe se o time está ganhando o jogo. Ele conta que desde as trocas que remodelaram o elenco em Fevereiro, o time tem 13 bolas de 3 pontos e 42% de aproveitamento nas suas vitórias e apenas 9 bolas de 3 pontos feitas em 29% (eca!) de aproveitamento nas derrotas. Nesta série, a mesma coisa: o time ZEROU em bolas de 3 no primeiro tempo do Jogo 1 e só fez 3 de 17 bolas de longe no segundo tempo do Jogo 2, que foi quando tomou a virada e o atropelamento.

A teoria de Windhorst é sustentada pelos números, mas ela faz sentido? Claro que um ataque baseado em bolas de 3 pontos vai sofrer nos dias mais frios, mas e a defesa? E o esforço? E a movimentação sem a bola? Não tem outro jeito de pontuar?! Dá pra argumentar que o time joga com mais gana quando vê a bola entrando (só ver como o JR Smith volta feliz e saltitante para a defesa depois de um acerto), mas também dá pra argumentar que as bolas de 3 só caem porque todo o resto do plano está sendo bem executado e eles criam melhores situações. Um bom e velho dilema Tostines.

Tem dia que os times só jogam a bola para o alto e ela cai mesmo, acontece com os melhores e os piores times, mas dessa vez preciso dizer que o Cavs tirou um jogo inteiro bom e completo do bolso, não foi só uma vitória da probabilidade. Tudo começou já na primeira posse de bola, quando o time não apenas jogou a bola na mão de LeBron e esperou. George Hill recebeu a bola, se movimentou, executou um pick-and-roll com Kevin Love para tirar Al Horford do garrafão e infiltrou para um floater:

Pronto, em 30 segundos Hill já tinha mais pontos que no último jogo! Na jogada seguinte ele marcou por pressão Terry Rozier na quadra inteira, incomodou o armador rival, forçou ele a passar a bola e imediatamente pressionou Jaylen Brown, que deu um arremesso curto de meia distância enquanto era pressionado por TRÊS defensores do Cavs:

Foi só o primeiro minuto, apenas duas posses de bola, mas a mensagem estava dada. O Cavs chegou no jogo com DISPOSIÇÃO, que é o mínimo do mínimo se você pretende derrotar um time tão disciplinado e teimoso como o Celtics. Toda essa força de vontade veio, segundo os jogadores, da situação e da condição física. LeBron tinha cobrado o time, pedindo para que mostrassem “do que são feitos”, e JR Smith disse que os dias a mais de descanso entre os jogos foram essenciais para que o grupo pudesse jogar como planejava.

Apesar de vermos muito mais infiltrações do que nos outros jogos, especialmente de Hill, essa energia extra foi vista muito mais na defesa. Depois do Celtics fazer a festa no Jogo 2, ontem o Cavs contestou 77% dos arremessos rivais! Finalmente vimos pés se mexendo para segurar o entrosamento verde:

Nesse lance abaixo, ainda no começo do primeiro quarto, vejam como JR Smith usa toda sua força e jogo de pernas para se manter colado a Jayson Tatum e impedir o passe por cima dele. Nos jogos anteriores, Tatum estava deitando e rolando nesses matchups, aqui nem recebeu a bola! Mas JR Smith, até por estar marcando Tatum pela frente, não poderia vencer sozinho. Ele contou com a ajuda de LeBron James, que fez aquela função de cobertura em que é tão bom. Ele ficou rondando Tatum para prevenir o passe, mas sem ficar muito longe do cara que ele mesmo estava marcando, Jaylen Brown, lá do outro lado. Quando Al Horford finalmente desistiu de Tatum e passou para Brown, LeBron estava lá na cola dele, o forçando a rodar como um pião até finalmente pisar fora da quadra:

E a defesa do Cavs começou o jogo tão ligada, tão na cola de todo mundo, que finalmente vimos o Celtics hesitar na hora de executar o seu ataque. Aqui temos Rozier já sem seu drible, parado, procurando alguém para passar e sem achar opções, já que Jaylen Brown e Al Horford não conseguem se livrar da marcação. Quando Marcus Smart finalmente aparece, um não sabe se passa e o outro não sabe se recebe, e lá está LeBron para roubar a bola, partir e velocidade e cavar uma falta:

Os contra-ataques foram de grande ajuda para fazer o Cavs não precisar sempre enfrentar a defesa fechada do Celtics. Mas, como dissemos antes, eles ainda tinham as bolas de 3 pontos na cartola: foram espetaculares 17 acertos em 34 tentativas, 50% de aproveitamento e com o devido renascimento de JR Smith, George Hill e Kyle Korver na série. Até LeBron James fez as 3 bolas de longe que tentou!

Eu classifico as bolas de longe do Cavs em duas categorias. A primeira é a “LeBron James dá passes geniais e é o Dr.Manhattan das quadras de basquete, vendo tudo e todos, passado e futuro, ao mesmo tempo”:

A segunda categoria é a “Outros“:

Por que tantos lances do primeiro período?! Porque foi lá que o Cavs acabou com o jogo! Quando o placar marcava 27 a 11 já dava pra ver que a coisa era diferente e dali pra frente pouco mudou. A defesa do Cavs continuou forte (Kevin Love protegendo o aro?! Hoje é nosso dia!) as bolas de 3 pontos seguiram caindo e aí LeBron pode dar o seu show de sempre, dessa vez sem perder o fôlego:

Olha que legal o Kevin Love na linha dos 3 pontos, puxando Aaron Baynes para longe da cesta e LeBron James aproveitando o espaço livre no garrafão para entrar no feed de todo mundo no Facebook:

E teve retribuição: LeBron James atacou a cesta e outros jogadores, ao invés de apenas assistirem, se movimentam para receber o passe. E é só se mexer, LeBron DÁ UM JEITO de fazer a bola chegar até os caras:

Nos Playoffs nós adoramos tirar conclusões EXTREMAS após um só jogo, e gostamos ainda mais de extrapolar uma grande atuação achando que ela vai acontecer sempre. A não ser que seu adversário seja o Toronto Raptors, não é assim que funciona. Foi legal o Cavs mostrar que pode jogar melhor, mas tenho minhas dúvidas do quanto isso é replicável a longo prazo. Já vimos esse time defender bem antes, já vimos LeBron ganhar jogos sozinhos e já vimos as bolas de 3 pontos decretarem lavadas, mas a consistência nunca esteve lá.

Por outro lado, será que o Celtics vai finalmente jogar bem fora de Boston? Agora são 5 derrotas e só uma vitória fora de casa nestes Playoffs, e a vitória foi na prorrogação, graças a um pé na linha de Marco Belinelli e muitos turnovers infantis do Philadelphia 76ers. Temos uma série? Temos. Temos confiança que o Cavs repete isso mais três vezes na série? Precisamos de mais para acreditar.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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