Dia de zebras e jogos apertados

>Espero que vocês tenham aproveitado muito bem a noite de ontem, porque o que aconteceu nela não vai se repetir tão cedo. Veja bem, New Jersey Nets, Sacramento King, Phoenix Suns e até o Washington Wizards venceram no mesmo dia! Tá bom que o Pistons e o Hornets perderam, mas não vamos pedir demais do deus das zebras. Mas mais do que isso, a rodada de ontem foi marcada pelos jogos disputados. Das 11 partidas, 2 foram para a prorrogação e apenas uma teve o vencedor com vantagem maior de 10 pontos.

Comecemos pelas prorrogações. Em Philadelphia o Sixers começou a ver seu calendário ficar mais difícil ao receber o Denver Nuggets e se deu mal. O Phila era o time que vencia por maior diferença de pontos os seus adversários, mas ontem enfrentou seu primeiro jogo disputado e falhou justamente na hora H. No fim do tempo normal eles perdiam por 1 ponto e Andre Iguodala bateu para dentro, sofreu falta e acertou apenas 1 dos 2 lances-livres, perdendo a chance de vencer a partida. Na prorrogação, quando perdiam por 2 pontos a 10 segundos do fim, Jrue Holiday cometeu um erro grosseiramente infantil: Bateu para dentro e pulou sem saber o que fazer, tentou um passe desesperado para Iggy e acabou entregando na mão de Andre Miller. A culpa até pode ser jogada no professor Doug Collins por excesso de confiança nos seus alunos. Ele tinha um tempo a pedir, mas disse para o time ir para o ataque e aproveitar a defesa adversária ainda se arrumando, não deu muito certo.

O ladrão da última bola, o ex-Sixer Andre Miller, foi a estrela da noite. Fez 28 pontos, deu 10 assistências, fez 3 bolas de 3 pontos (tinha 4 em toda temporada) e acertou arremessos decisivos na prorrogação. O brazuca Nenê também fez ótimo jogo, teve 20 pontos e 14 rebotes, sendo ativamente procurado por seus companheiros no tempo extra. Sem Spencer Hawes, machucado, como pivô do Sixers, Nenê tomou conta do duelo contra Elton Brand.

A outra prorrogação do dia aconteceu em Orlando, com o Magic sendo derrotado pelo Spurs. Novamente Dwight Howard conseguiu números que parecem de outro esporte: Teve 10 rebotes só no primeiro quarto e acabou com 24 pontos, 25 rebotes (9 ofensivos) e 3 tocos. Mesmo com as bolas de 3 não caindo dessa vez, o Magic se manteve na frente por boa parte do jogo graças a uma boa defesa e de Dwight fazendo todo o trabalho sujo no ataque. Mas aí chegou o último período e com ele Tony Parker. O francês fez os 7 arremessos que tentou no período, colocou o Spurs de volta no jogo e levou o jogo para o tempo extra. Lá fez diferença a confiança: De um lado Gary Neal fez a sua única cesta no jogo em um arremesso de 3 pontos no minuto final, chutou sem hesitar. Do outro o JJ Redick pensou duas vezes na hora de dar um arremesso no último segundo e quando soltou a bola já era tarde demais, a bola até foi certeira, mas quando entrou não valia mais nada.

Mas não é motivo para muito desespero do Magic. Eles jogaram até que bem se levarmos em consideração o bom adversário e o fato de que estavam sem Hedo Turkoglu. Geralmente ele é quem cria arremessos em finais de jogo como esse e o time se virou na medida do possível. A campanha do time é boa apesar do terrorismo em cima da troca de Dwight Howard e uma possível demissão de Stan Van Gundy.

O jogo entre Wolves e Pistons não foi dos mais bonitos. O time de Kevin Love acertou apenas 28% de seus arremessos no primeiro tempo e ambos os times erraram demais. Mas o Wolves venceu mesmo assim porque o Pistons não vence nem que peçam por favor. Continuamos tentando não falar só do Ricky Rubio, mas é difícil. Ontem ele nem teve um jogo fora de série, acertou apenas 1/8 arremessos e compensou apenas com ótimos 6 roubos. Mas saca só esse único arremesso que ele fez no jogo:

Vamos às zebras. Não que seja lá um dos maiores desafios da Terra vencer o New York Knicks, mas como foi o Suns com a vitória até dá pra considerar algo bem inesperado. Steve Nash liderou o time com 26 pontos e 11 assistências, muitas delas para Shannon Brown, que fez todos seus 14 pontos no segundo tempo, entre eles uma bola de 3 pontos no último minuto que deu a vantagem definitiva para o time de Phoenix. O Knicks tentou responder com uma bola de 3 de Iman Shumpert e depois com outra de Carmelo Anthony a 4 segundos do final que cortou a diferença para 1 ponto. Nash fez dois lances-livres e na última posse de bola o novato Shumpert correu, correu e jogou a bola para cima sem direção. Adeus, reação, e bem vindo ao Holiday-Redick Club.

Mas embora Shumpert tenha cometido o erro final, não dá pra culpar o pobre rookie, que até foi o melhor jogador do time durante bons períodos do jogo. O problema é que Carmelo Anthony e Amar’e Stoudemire combinaram para 12/44 arremessos e não parecem nem próximos de se entrosar. Muito chato da minha parte lembrar que Melo também não se entrosou com Allen Iverson e rendeu mais quando teve Chauncey Billups comandando o time e decidindo quando Melo era envolvido no jogo ou não?

O outro time da região de Nova York, o Nets, conseguiu sua primeira vitória em casa na temporada. Passaram boa parte do jogo atrás do Warriors, sem nenhuma ideia de como parar o Monta Ellis, um dos melhores jogadores desse começo de temporada e certamente o melhor entre os de times medíocres. Mas aí no último quarto a dupla Deron Williams e MarShon Brooks resolveu acertar bolas de longa distância e viraram o jogo. Deron beirou um triple-double com 24 pontos, 8 rebotes e 10 assistências. Legal que o Nets às vezes até parece ser um time de basquete. Sorte que temos educação, inteligência e discernimento para saber que não é bem assim.

Em outra vitória inesperada, o Kings jogou em casa e bateu o Pacers. Eles estavam perdendo de 16 pontos no fim do 3º período e conseguiram uma reação heróica. Aproveitaram que o Pacers não tem sido lá uma potência ofensiva para forçar erros, sair na velocidade e aí pegaram o embalo com algumas jogadas de efeito de Tyreke Evans e bolas de 3 pontos de Chicão Garcia. Engraçado que após o jogo o técnico Keith Smart disse “Não sei como fizemos isso”. Pois é, coach. Ganhar… uau… como fazer isso? Sem ideia.

Mas nenhuma vitória foi mais inesperada que a do Washington Wizards. Eles não só eram o pior time da temporada como estavam enfrentando o melhor, o Oklahoma City Thunder. O John Wall jogou bem e após o jogo disse que eles são melhores do que o que o recorde deles de 2 vitórias e 12 derrotas indica. Mas a verdade é que ter talentos individuais não quer dizer tanto assim na NBA, todo time tem, e como time eles são, sim, horripilantes. O que aconteceu ontem é o que acontece com todo time de vez em quando, vários jogadores juntos em noite inspirada: Andray Blatche voltou bem ao time titular, Nick Young e Jordan Crawford estavam acertando tudo de longe e Wall, como dito, estava ótimo.

Mesmo assim o Thunder ainda brigou até o fim. No minuto final Kevin Durant meteu uma bola de três pontos e depois cavou uma falta num arremesso de 3 (juvenis…) para cortar a diferença. Na última posse de bola ele tentou mais uma, mas essa não caiu. Durantula acabou com 33 pontos e Russell Westbrook com 36. O resto do time, porém, marcou apenas 14 pontos no segundo tempo. Também estranho que Westbrook tenha cometido apenas 3 erros e Durant 7, terá sido a primeira vez que as coisas se invertem assim?

No resto da rodada o Boston Celtics teve a única vitória tranquila da noite ao continuar sua rotina de vencer apenas times horríveis. Bateram o Toronto Raptors, que tem despencado de produtividade desde a contusão de Déia Bargnani, já são 6 derrotas seguidas e em 3 delas o time nem alcançou os 80 pontos. Em Atlanta o Hawks continua bizarramente imprevisível. O que comentar de um time que estava começando a piorar e aí embala 4 vitórias seguidas logo após a contusão do Al Horford? Pra que gastar linhas fingindo explicar o inexplicável? Eu desisto. Ontem eles, de alguma forma, jogaram melhor e bateram o Portland Trail Blazers, que tem tido muitos problemas com seus armadores ultimamente. Ray Felton (3/9), Wes Matthews (2/13) e Jamal Crawford (8/22) não encontram seus arremessos. Para piorar Nicolas Batum tomou uma pancada no olho e saiu antes do fim do jogo.

O Grizzlies ia batendo o Hornets com ótimas atuações de Marc Gasol (22 pontos, 10 rebotes, 7 assistências) e Mike Conley (18 pontos, 10 assistências, 4 bolas de 3 pontos). Aliás, curioso que boa parte das assistências dos dois foram entre eles mesmos, no maior estilo duplinha-no-parque. Mas aí no final o Hornets se recuperou com jogadas espetaculares do melhor jogador ruim da NBA: Jarrett Jack. Quase sozinho ele deixou a diferença em 2 pontos a 1 minuto do fim, mas aí Rudy Gay meteu uma bola de 3 pontos e fechou a conta. O Grizzlies agora tem 4 vitórias seguidas.

Fechando a rodada, o que dizer do Dallas Mavericks? De novo jogaram em Los Angeles, de novo no STAPLES Center, de novo chegaram na posse de bola final com a vantagem e mais uma vez perderam com um arremesso de três pontos feito por um senhor de idade. Chauncey Billups é o novo Derek Fisher:

O destaque do jogo foi o armador Mo Williams, do Clippers, que voltando de contusão fez 26 pontos acertando 11/15 arremessos. E o prêmio de melhor da noite certamente seria para Jason Terry caso Billups não tivesse acertado o chute decisivo. O armador do Mavs acertou duas bolas de 3 pontos no último minuto que deram a liderança para o Dallas, foram bolas típicas do Jet: Marcado, puxado do drible e desequilibrado. Faz isso há uns 40 anos e ainda é impressionante.


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– BELEZA, CHICO. E A FAMÍLIA?

Tóin

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