Dwight Howard está cobrando um lance-livre

>Não sei se ainda está acontecendo ou se eu só não consigo apagar da minha retina, mas vejo o Dwight Howard ainda cobrando lances-livres. Ontem o Superman quebrou o recorde de Wilt Chamberlain de 34 lances-livres cobrados em um jogo, Dwight cobrou 39. Não que ele tenha atacado a cesta loucamente, mas o Mark Jackson, técnico do Warriors, usou a tática-apelona-covarde-mas-100%-legal-podem-conferir de fazer faltas intencionalmente no pivô só para vê-lo errar os lances-livres. A tática ficou famosa como hack-a-shaq por ser muito usada contra o Shaquille O’Neal, e o próprio Jackson usou a estratégia no primeiro jogo da carreira dele, no último Natal, fazendo faltas no DeAndre Jordan do Clippers.

Por um lado a tática deu certo, Dwight acertou apenas 21 dos 39 lances-livres tentados, mas isso não impediu ele de fazer 45 pontos, pegar 23 rebotes e liderar o Magic à vitória. A nossa primeira reação é imaginar quantos pontos ele faria se acertasse lances-livres, mas se acertasse não teria cobrado tantos, né? Curiosamente o antigo recorde de lances-livres cobrados no Magic também teve aproveitamento ruim. Foi de Tracy McGrady, que cobrou 26 em 2004 contra o Wizards na noite em que marcou 62 pontos. Ele acertou apenas 17 dos 26 (65%) e confessou ao fim da partida que a pressão pelo recorde de pontos da franquia e o cansaço de arremessar tanto o atrapalharam.

Mas Dwight Howard foi mais do que só lances-livres ontem, também foi… secundário no ataque. Soa estranho, mas é verdade. Ao invés de ficar recebendo a bola de costas para a cesta, onde até estava deitando e rolando sobre Andris Biendris e eventualmente David Lee, Dwight correu a quadra toda fazendo bloqueios. Como um bom e esforçado role player, fez bloqueios para todo mundo o tempo todo. Isso abriu espaço para arremessadores, forçou um monte de gente a abrir mão de seus marcadores para evitar que Howard recebesse a bola no pick-and-roll e o resto do time ficou livre para chutar. Aí é a alegria de Hedo Turkoglu, JJ Redick, Jason Richardson (que saiu machucado no 2º tempo) e até Von Wafer, responsável pela bola que fechou a partida no minuto final. Um detalhe que não é culpa do Howard ou do Stan Van Gundy: Não é sempre que esses outros jogadores estão arremessando bem ou mesmo se movimentando com alguma vontade, não é exatamente o time mais dedicado da liga. Mas quando as bolas de longe começam a cair, no tranco, a coisa é mais ou menos assim:

Pelo Warriors o Monta Ellis mais uma vez destruiu com 30 pontos e 11 assistências, mas quem se importa? O time dele é apelão e usa a estratégia mais covarde e sem graça da história do basquete. E sem entrar no mérito da moralidade, deixa o jogo um porre enorme de ser assistido, faz ele durar mais que jogo de beisebol.

Falei bastante do Orlando Magic porque, acreditem, o resto da rodada foi o mais desinteressante que se poderia imaginar. O Atlanta Hawks recebeu o Charlotte Bobcats e mesmo sem Al Horford, machucado e fora por 3 meses (!), venceu com muita facilidade. Josh Smith acertou arremesso de perto, de longe, de costas e fez 30 pontos e 13 rebotes. Pelo Bobcats o Byron “Rei do Crime” Mullens foi o cestinha com 21 pontos. A offseason treinando na cadeia tá valendo muito.

Dá pra ficar mais desinteressante que um Hawks e Bobcats resolvido no 1º quarto? Que tal Bucks e Pistons? (Vômito). Mas é sempre assim, time ruim contra time ruim até parece bom porque os dois deixam jogar. Só assim para o Bucks marcar mais de 100 pontos e o Pistons fazer jogo duro (e perder no final, claro). Destaque da partida para dois jovens jogadores. Primeiro Jon Leuer, do Bucks. O novato começou como titular pela primeira vez na carreira e saiu de quadra com 15 pontos, 6 rebotes e 5 assistências. O garoto é completo: Com 2,08m sabe jogar de costas pra cesta, mas ontem também fez pontos de meia distância e até em infiltrações. Quando recebeu a bola longe da cesta também fez ótimos passes de entrada no garrafão para Andrew Bogut. Não deve perder a vaga tão cedo. Pelo Pistons o destaque foi o segundo-anista Greg Monroe, que simplesmente engoliu o Andrew Bogut com 32 pontos e 16 rebotes. Monroe tem bom arremesso e poderia jogar na posição 4, mas com a força física que tem joga tranquilamente na 5. Ontem venceu Bogut no drible, arremessando e em uma jogada fez tantas fintas que o Bogut deve ter pensado que ele que era o pirralho do confronto, foi dominante. Seu estilo lembra muito o do Al Horford, mas é canhoto, o que sempre incomoda os defensores.

Em Memphis o New York Knicks não teve pernas para acompanhar o Grizzlies. O time de Rudy Gay (26 pontos, 11-16 arremessos) roubou 9 bolas, conseguiu 18 pontos de contra-ataque e parecia ter uma mão atrapalhando em toda linha de passe que o Knicks tentava. Coisas de cansaço de back-to-back, mas também não ajudou a falta de um armador. Se você está armando o jogo e os passes são interceptados, o que você faz? O Iman Shumpert decide não passar nunca mais e arremessar para todo o sempre. Foram 14 arremessos tentados (com 3 convertidos) só no primeiro tempo! Ele acabou com 20 chutes tentados, mais que Carmelo Anthony e Amar’e Stoudemire juntos.

Para fechar a rodada, o Suns conseguiu perder em casa para o Cavs. Sabe aquele Cavs que parecia se borrar nas calças no ano passado? Hoje até parece um time normal. Jogou com confiança o tempo inteiro, mesmo quando as coisas não davam tão certo e saíram com a vitória. A estrela do jogo foi o novato Kyrie Irving, que fez 26 pontos e 6 assistências em apenas 27 minutos em quadra. Mas curiosamente o Cavs abriu de vez mesmo no 4º período quando ele e Antawn Jamison (23 pontos) estavam no banco. Mérito de Ramon Sessions, Alonzo Gee, Daniel Gibson e de Anderson Varejão: o brazuca fez uma marcação pressão no Steve Nash (!) que não deixou o canadense sequer receber a bola, foi algo fora de série.

Pelo Suns, mais do mesmo: pick-and-roll com Nash e Gortat de um lado e defesa aberta do outro, já enjoou até. Novidade mesmo só a presença de Michael Redd, que voltou do mundo dos mortos e acertou duas bolas de 3 nas suas duas primeiras posses de bola. Acabou com 12 pontos em 19 minutos e até bandeja de direita fez. Claro que Grant Hill se machucou durante a partida porque o Universo não aguentaria ver ele e o Redd saudáveis ao mesmo tempo. Só com a aposentadoria dos dois para o Greg Oden começar a atuar.

….
Fotos da Rodada

Multiplique essa cena por 39. Emoção pura.

– Porra, meu. Puta falta de sacanagem essa bola

Ops, Byron Mullens saiu mal na foto. Vamos tentar de novo?

Deixa quieto

Marcin Gortat, enviado do Céu

A prova que faltava: Carmelo Anthony dorme na defesa

– Volta aqui sua vagabundaaaa

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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