[Resumo da Rodada] Hornets e Blazers empatam suas séries; Clippers amaldiçoado

A rodada desta segunda-feira começou em Charlotte, com o Hornets tentando repetir o que fez no último jogo para parar o Miami Heat. Por um instante, no começo do jogo, parecia que não ia dar certo: Hassan Whiteside fez alguns pontinhos perto da cesta, Goran Dragic acertou um arremesso aqui, outro acolá e o time visitante abriu 10 de vantagem. Mas foi só um susto, depois tudo virou reprise do Jogo 3. Inclusive no resultado, mais uma série 2-2! 

De uma maneira bizarra, o Hornets conseguiu sobrevida nessa série sem jogar da maneira que fizeram ao longo de todo ano. Al Jefferson, que está MUITO LONGE de ser um bom defensor, tem feito um trabalho pra lá de admirável em manter Whiteside longe da cesta, mesmo quando o pivô do Heat é envolvido em pick-and-rolls. A abordagem do Hornets tem sido conservadora, dando espaço para os adversários arremessarem, e eles não têm acertado. Jefferson, que virou quase secundário em diversos momentos da temporada, voltou a ser o ponto de foco de ataque da equipe nessa série. Ao invés de um pivô enorme intimidar o uso do garrafão, virou um convite para Steve Clifford finalmente ver um adversário que não vai usar a velocidade para fazer seu pivô virar irrelevante na série. Pivô atrai pivô, amigos.

É assim que o Hornets, o 4º time que mais chutou de 3 na temporada, está tentando nada menos que OITO arremessos de longa distância a menos por jogo.

Embora alguns ajustes tenham sido feitos, especialmente envolvendo Jefferson e o ataque da cesta, é inegável que muito desse empate na série se dá pelo Heat voltar a ficar GELADO no ataque. Se pensarmos bem, foi a história da temporada deles. Alguns jogos são espetaculares, em outros parece que ninguém é capaz de fazer meia dúzia de pontos. A melhor versão deles tem Whiteside dando ganchos e Luol Deng matando bolas de longe como se fosse clone do Kevin Durant e Josh Richardson com aproveitamento de Ray Allen. Foi assim naquele MÁGICO Jogo 1. Não durou e é impossível saber quando volta, mas não é como se as oportunidades de arremesso não apareçam.

A inconsistência é vista, às vezes, dentro do mesmo jogo. Depois de marcar míseros 13 pontos no segundo quarto, quando perderam toda a vantagem conquistada no primeiro período, o Heat teve um momento na terceira etapa que quase custou a temporada para o Hornets. Saquem só esse boxscore que engloba um período de SEIS MINUTOS no terceiro quarto:

BoxScore

O Heat fez, nessa pequena janela, uma sequência de 22 a 5. Acertou 7 de 10 arremessos, com 4 bolas de 3 e mais 4 lances-livres. Sofreu só duas cestas, forçou 2 turnovers e BUM, temos um jogo. O Heat é capaz de ser uma das mais sufocantes defesas da liga, também é capaz de, às vezes, pontuar como os melhores da NBA. Falta só carregar isso ao longo dos jogos, especialmente fora de casa.

No fim das contas foi o bastante para mandar a goleada pro espaço e levar um jogo disputado até o final. Lá faltou fazer as cestas certas. Enquanto Kemba Walker (34 pontos) e Jeremy Lin (21 pontos) tiveram cestas cruciais, Dwyane Wade (12 pontos) não conseguiu chegar nem perto dos seus dias mais decisivos. Um rebote ofensivo de Courtney Lee fechou o caixão:


Em Oklahoma City tivemos mais um eliminado: 4-1 Thunder. Antes disso, mais papo do que basquete. Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks, falou que Kevin Durant é o único “superstar” do seu rival, e que Russell Westbrook é “apenas um All-Star“. Após o jogo, KD nem deixou seu parceiro se defender e foi ao resgate, basicamente tirando o Mavs da briga por seus talentos na Free Agency:

Antes do jogo começar, foi Charlie Villanueva que voltou a atazanar Westbrook, que respondeu dizendo que agora Villanueva pode fazer o que quiser nas férias e depois voltar no ano que vem para sentar no banco e assistir mais 82 jogos como fez nesse ano. Trash talk do século 21.

Tudo isso, como vimos, nem é de hoje. Durou a série inteira, e até TORCEDORES do Mavs discutiram com Russell Westbrook no Jogo 4.

O resultado de toda essa palhaçada? Westbrook se tornou apenas o segundo jogador nos últimos vinte anos a acabar uma SÉRIE de Playoff com médias de ao menos 25 pontos, 10 assistências e 5 rebotes. Somente Steve Nash, em 2005, repetiu o feito. Ontem, na vitória final, foram 36 pontos, 12 rebotes e 9 assistências. Ele não é perfeito, todos sabemos, mas meu deus como é bom!

O resumo dessa série e do domínio da dupla Westbrook/Durant sobre o Dallas pode ser resumido em uma só jogada. Um contra-ataque touchdown que eles arranjaram após um lance-livre FEITO: talento demais, velocidade demais, força demais para esse elenco velho e quebrado do Mavs.

O placar chegou a ficar próximo no último quarto, mas nem deu pra acreditar que ia dar pra rolar virada. Depois de abrir 15 pontos de frente, o OKC Thunder deu uma relaxada e pecou nas coisas de sempre: banco de reservas RIDÍCULO, poucos passes, ataque estagnado por longos períodos de tempo, etc. Mas a real é que quando a água bateu na bunda, pelo menos dessa vez, contra um adversário claramente mais fraco, souberam resolver.

Para o Thunder, o trash talk fica pra trás. Se eles gostaram de se engalfinhar com todos, desde a torcida até o DONO do Mavs, não terão o mesmo contra o San Antonio Spurs. O time de Tim Duncan e Gregg Popovich não está nem aí para danças ou “superstars“, eles vão fazer o Thunder lidar com outros problemas, os táticos. É nisso que devem pensar. Essa série eles levaram no talento, mas a mamata acaba por aqui.


O último jogo da rodada foi bem disputado, divertido e, de repente, de luto. O Portland Trail Blazers empatou a série contra o Los Angeles Clippers em 2 a 2 para criar a única série realmente competitiva do Oeste, mas no meio do caminho essa ressurreição ficou em segundo plano. Chris Paul QUEBROU A MÃO e saiu do jogo arrasado. Como desgraça pouca é bobagem, Blake Griffin também deixou o jogo e não voltou, sentindo dores no quadril, local onde ele sofreu uma lesão que o tirou de boa parte da temporada regular. E nem vamos falar de JJ Redick jogando com dores no calcanhar…

Se alguém tinha dúvida que o time foi criado sobre um cemitério indígena, ela acaba por aqui. A lesão de Chris Paul, a mão quebrada, geralmente não se resolve sem uma pequena cirurgia e o mais provável é que ele não volte para os Playoffs. Isso apenas UM DIA DEPOIS deles terem sido eleitos os grandes “””vencedores””” da lesão de Steph Curry, já que ganharam uma baita chance de ter um caminho mais fácil para a final de conferência. Ninguém gosta de ser vencedor por causa de uma lesão, mas elas acontecem e não dá pra negar que pareciam ter conquistado uma chance rara. Pois juntar “Clippers” e “sorte” na mesma frase não durou mais de um dia.

Minha reação é a mesma de Chris Paul: ISSO. NÃO. É. POSSÍVEL. $%$#%$#!

Este é o quinto ano de Chris Paul no LA Clippers, sua quinta aparição em Playoff e em TODOS OS ANOS ele sofreu algum tipo de lesão na pós-temporada. Algumas menores, outras mais doloridas, mas nunca jogou inteiro.

Todo esse papo de lesão até faz a gente falar menos do Blazers, que fez dois jogos magníficos em Portland para igualar a série. Após o primeiro jogo em Los Angeles, algo raro aconteceu: jogadores do Blazers admitiram a excelente defesa do adversário. Ninguém disse que foi culpa deles e que “deveriam jogar mais duro” no jogo seguinte. Apanharam da estratégia defensiva do Clippers e não tiveram resposta no momento.

Pois a resposta apareceu agora e ela passa, vejam só, por Mason Plumlee. Sabendo que toda a pontuação do Blazers passa por Damian Lillard e CJ McCollum, o técnico Doc Rivers treinou seu time para dobrar a marcação sobre eles sempre que possível, forçando-os a passar a bola. Podia ser para qualquer um, por mais livre que estivesse, mas não eram eles que iam chutar. No começo Lillard não estava preparado para essa defesa, nem para passar a bola e nem ninguém para recebê-la. Saber o que fazer depois? Menos ainda!

Mas desde o Jogo 3, Al-Farouq Aminu e especialmente Plumlee ficaram espertos e preparados para se tornarem opção sempre que Lillard fosse esmagado pela defesa. A resposta de Plumlee à nova responsabilidade foi se transformar no Draymond Green Branco: 21 rebotes e 9 assistências no Jogo 3; 14 rebotes e 10 assistências no Jogo 4. O pivô aleatório do Blazers liderou dois jogos seguidos (contando os dois times) em assistências. Ele se juntou, aliás, a Magic Johnson, Jason Kidd e Scottie Pippen como os únicos jogadores da história com ao menos 10 rebotes, 10 assistências mas menos de 10 pontos em um jogo de pós-temporada.

Mas se Lillard é o Steph Curry com marcação dobrada, se Plumlee é o Draymond Green que recebe a bola no meio da quadra e precisa tomar decisões, quem é o Klay Thompson? Ontem foi Aminu, que fez 30 pontos, o máximo de sua carreira!

Nada mal fazer o máximo de pontos na vida em um jogo decisivo dos Playoffs, justamente contra o time que o draftou e se arrependeu depois.

Então mais da metade do time titular do LA Clippers está machucada, o Blazers achou o ajuste perfeito para seu ataque e a série está empatada. Alguma coisa a mais a dizer para estragar o humor de qualquer torcedor do Clippers que aguentou até aqui?


RODADA DE HOJE

Indiana Pacers @ Toronto Raptors (19h, League Pass)

Boston Celtics @ Atlanta Hawks (21h30, ESPN)


INSANIDADE DO DIA

Uma garota, num acesso de loucura, resolveu tatuar uma coisa aleatória em chinês que ela viu na internet. Sabe aquilo que pareceu engraçado só na hora? Pois é. Calhou que ela tatuou o nome de Jeremy Lin no tornozelo. Arrependida e incrédula com a própria estupidez, chorou, mas depois resolveu lidar com a situação de uma maneira diferente: transformar isso numa coisa legal. Ela leu tudo sobre o jogador que ela nem sabia que existia, assistiu tudo o que poderia dele jogando e contou com a ajuda dela, DA INTERNET, para ir ao jogo do Charlotte Hornets e conhecer o ídolo. Agora é ídolo, né?

 

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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