[Resumo da Rodada] LeBron e Kawhi não erram

Falamos após o último jogo entre Cleveland Cavaliers e Toronto Raptors que o time canadense deveria arriscar coisas novas para ao menos tentar deixar de ser desrespeitado por LeBron James, que parece que está indo passear no parque ao invés de indo a um jogo de 2ª rodada dos Playoffs quando enfrenta o Raptors. Bom, Dwane Casey ousou: tirou Jonas Valanciunas e DeMarre Carroll do time titular e colocou Norman Powell e PJ Tucker para substituí-los. Time mais baixo, mais leve e com Tucker para parar o King James. E aí, como foi?

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A liderança chegou a TRINTA em um determinado momento do jogo e parecia mais uma partida terça-feira à noite em janeiro do que um decisivo jogo de Playoffs. Assim como aconteceu no Jogo 1 entre Golden State Warriors e Utah Jazz, deu uma certa agonia de ver que o time mais fraco simplesmente não conseguindo sequer visualizar opções de como lidar com o adversário. Nesse caso o problema chega às questões táticas mais simples: ninguém no Raptors consegue fazer LeBron James suar! Sabem como Andre Iguodala ou Kawhi Leonard fazem ele pelo menos brigar por cada ponto e cada infiltração? Contra o Raptors é como se fosse marcado por crianças.

Na partida de ontem LeBron fez 39 pontos, 6 rebotes, 4 assistências, 3 roubos, 2 tocos e tudo isso com um aproveitamento RIDÍCULO (no sentido Lady Gaga) de 10 acertos em 14 arremessos, incluindo 4 de 6 bolas de 3 pontos. Ele ainda foi para a linha de lance-livres VINTE E UMA VEZES (mais que todo o time do Raptors somado) e foi bonzinho fazendo só 15 tentativas. E para deixar os malucos das estatísticas mais malucos, todos os pontos dele vieram em bandejas, enterradas, arremessos de 3 pontos ou lances-livres, nada dessa coisa antiquada de arremesso de meia distância!

Dessa vez LeBron James não tomou cerveja, mas ficou brincando de aquecimento pré-lance-livre ao ser confrontado por Serge Ibaka:

Pelo Raptors, os melhores jogadores foram Cory Joseph (22 pontos) e Jonas Valanciunas que, vindo do banco, liderou o time com 23 pontos. Não é coincidência que os dois cestinhas sejam reservas, foi só quando os dois times colocaram seus bancos em quadra, com o jogo decidido, que o Raptors conseguiu mostrar alguma coisa. Na prática, até o time mais baixo do Raptors sofreu com os mesmos problemas do Jogo 1: ninguém para LeBron e Kyrie Irving no mano-a-mano, o Cavs é ÓTIMO em criar situações para os dois começarem jogadas nesse tipo de lance e a partir daí é ponto de um, ponto de outro ou uma assistência para um terceiro jogador sem marcação. A dupla, ontem, foi responsável (entre pontos e assistências) por 36 dos 37 pontos do Cavs no 3º período:

A defesa no basquete é coletiva, não tenham dúvidas disso, mas ela fica MUITO mais difícil de ser realizada quando o primeiro combate é entre um dos melhores jogadores do mundo e um CONE. Reparem como nenhuma das dobras sobre LeBron, especialmente as que envolvem Ibaka e Valanciunas, conseguem tirar de LeBron seu equilíbrio ou visão para o passe. Era um convite para passes a Tristan Thompson. Um massacre!


Na Conferência Oeste também tivemos um placar dilatado. O San Antonio Spurs limpou sua honra ao meter 121 a 96 no Houston Rockets para se vingar da SURRA da partida que abriu a série. O jogo, porém, não foi fácil do começo ao fim. Até o fim do terceiro quarto o Spurs vencia por pouquíssimos pontos e foi só com uma sequência impressionante para abrir o último quarto que eles abriram frente e depois mataram o jogo.

Antes de falar da parte tática dessa partida precisamos exaltar o talento individual. Assim como LeBron James pareceu de outro nível na outra partida, Kawhi Leonard beirou a PERFEIÇÃO neste duelo contra o Rockets. Fez mais uma partida épica nestes Playoffs justamente em um jogo que seu time não poderia nem sonhar em perder, coisa típica desses caras que quebram recordes, fazem história e inspiram batismo de filhos de fãs apaixonados.

Veja só: o cara fez 34 pontos acertando 13 de 16 arremessos! Ainda pegou 7 rebotes, roubou 3 bolas e deu OITO assistências, o máximo de sua carreira nos Playoffs, numa área do jogo que ele raramente explora. Olha que surreal: ele não só acertou, como dissemos, 81% de seus arremessos, mas seus PASSES renderam 9 chutes, dos quais 8 entraram. O que Kawhi encostou, ontem, virou ouro. Tirando os adversários, claro…

Em 8 arremessos defendidos pelo THE KLAW, somente UM entrou. E três desperdícios de bola foram cometidos. E não é que a tarefa foi fácil, ele foi incumbido de marcar James Harden e forçou o Barba ao terceiro pior aproveitamento da sua vida nos Playoffs:

Segundo o técnico Gregg Popovich, ele colocou Kawhi para marcar Harden porque “Ele é nosso melhor defensor. It’s not rockets science”. A expressão quer dizer, literalmente, que não é “ciência de foguetes”, querendo dizer que não é algo complexo, difícil e inacessível. Para o técnico, foi uma decisão até óbvia: meu melhor defensor no melhor atacante deles. O trocadilho com o Rockets, nesse caso, provavelmente não foi de propósito (acho):

Taticamente, o que o Spurs fez foi tentar evitar aquela chuva de infiltrações e de passes para Clint Capela dentro do garrafão. Eles ainda aconteceram algumas vezes, mas foram minados por pivôs que decidiram recuar ao marcar o pick-and-roll do Rockets ao invés de tentar abafar a jogada:

Reparem como LaMarcus Aldridge recua no primeiro bloqueio e especialmente como Pau Gasol não sai do garrafão no segundo. Os dois se aproveitam do fato dos bloqueios de Ariza e Capela não serem muito fortes, já que ambos saem cedo na busca de espaço para finalização. Isso forçou Harden a jogar mais sozinho, onde ele falhou acertando só 4 de 17 arremessos.

No lance abaixo vemos o Rockets usando dois corta-luzes seguidos, com Trevor Ariza e depois Nenê, para tentar deixar Harden livre. David Lee e LaMarcus Aldridge seguem o novo plano, recuam e impedem os passes para o garrafão, enquanto isso Kawhi Leonard luta para passar pelos bloqueios, se recupera e ainda contesta muito bem o chute. O Rockets perde o espaço do passe e, pela excelência de Leonard, não consegue o arremesso sem marcação que deveria ter tido:

Como o jogo passado havia sido uma tempestade perfeita de tudo o que poderia dar errado para o Spurs, esse jogo viu alguns jogadores responderem: Patty Mills incomodou Harden na defesa (sempre com as duas mãos levantadas, como Pop insistia em mostrar na beira da quadra), Pau Gasol compensou a falta de pontaria com SETE rebotes de ataque e LaMarcus Aldridge, bom, ele não FEDEU, é um começo. A movimentação de bola do time também foi mais calma e eficiente, com o time cometendo somente SETE turnovers no jogo. No Jogo 1 haviam sido 15!

Quem estava jogando bem também era Tony Parker, que volta e meia vinha tendo ótimos momentos nestes Playoffs. Mas aí…

Muito, mas MUITO triste que ele tenha se machucado. Não só porque estava jogando bem, mas também por ser importante nessa série e por estar numa fase da carreira onde lesões de joelho podem forçar aposentadorias. Ainda não sabemos o diagnóstico oficial, mas a palavra aos repórteres no vestiário eram de total pessimismo. Contusões em lances sem contato, sem trombada, costumam vir acompanhadas de péssimas notícias.

Veremos como Pop faz a sua rotação de armadores: um teste com o novato ainda cru Dejounte Murray ou simplesmente entreguem a bola para Kawhi Leonard?

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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