Magic e Nuggets escapam no final

>O Orlando Magic expõe seus defeitos e qualidades no mesmo jogo, pra todo mundo ver, mas parece que eles mesmos não percebem. Durante boa parte do confronto de ontem contra o Toronto Raptors eles ficaram tentando envolver o Dwight Howard no ataque e perdiam 20 dos 24 segundos de posse de bola tentando achar um ângulo esquisito de passe para que a bola chegasse nele. Não dava certo, eles erravam e o Raptors ia correndo para o ataque. Aí no fim do jogo eles resolveram usar o Dwight Howard para fazer uns 194 bloqueios por posse de bola e assim conseguiram arremessos bons de três pontos. Hedo Turkoglu achou sua pontaria, JJ Redick acertou arremessos até depois do drible, com marcação dupla, como se fosse um Kobe adolescente branco de 14 anos e o Ryan Anderson, bom, o time é dele: 24 pontos, bolas decisivas e é o melhor jogador do time na temporada.

Já enjoamos de falar isso aqui, é até chato repetir, mas parece necessário. O Dwight Howard chega a ser burro em exigir tanto a bola, ele ignora o fato de que um jogador pode dominar o jogo sem precisar de jogadas desenhadas para ele. Ontem eles enfrentaram o Raptors, que tem um bom jogador na Dedé Bargnani, um bom armador no Zé Caldeirão, mas não tem nenhum bom reboteiro no elenco todo. Era dia dele meter uns 25 rebotes, pegar vários ofensivos e fechar o garrafão na defesa. Se ele fizer isso o time já vai longe, mas o pivô prefere o mimimi. Contra o Raptors, time bem limitado que assistiu o Leandrinho forçar jogadas como se ele estivesse numa pelada de praça, deu certo jogar bem só um quarto, contra outros times não terão a mesma sorte.

Fiquei com medo de assistir o Lakers e Nuggets de ontem à noite. Um dia após aquele show de horror em Los Angeles os mesmos times iriam se enfrentar de novo, só que cansados, viajados e na altitude. Que tal? Não foi o mesmo nojo do outro jogo, mas não mudou tanto assim também: Andrew Bynum dominou o garrafão, Nenê não jogou nada, Andre Miller é muito inteligente, Rudy Fernandez o completo oposto disso, Kobe Bryant esqueceu o cérebro no locaute. Para salvar a noite o Steve Blake acertou seus arremessos (!!!), Pau Gasol fez um bom jogo, mas nenhum dos dois foi o bastante para superar a partidaça do Al Harrington (que defendeu muito, embora essa afirmação soe como uma fina ironia) e do Ty Lawson.

A defesa do Lakers continua muito boa no jogo de meia quadra, sufocante até, mas deram 26 pontos de contra-ataque para o Nuggets, pelo menos uns 6 deles nos últimos 2 minutos de jogo quando o Denver fez uma sequência de 11-0 para virar o jogo e fechar a partida. Nesses 2 minutos Kobe Bryant errou arremessos forçados, deu passes para o nada e se negou a passar a bola. Se ele queria que o Mike Brown fosse um técnico que desse bronca quando ele errasse, agora é a hora.

O jogo mais legal da noite foi o Wolves e Mavericks. Não que tenha sido um jogaço de alto nível, decidido no final, mas é que o Ricky Rubio joga no Wolves. Vocês já repararam como ele é lindo, meigo, humilde e tudo de bom? Ontem o espanhol entrou em quadra no fim do 3º quarto com o Wolves vencendo por 1 ponto e liderou uma sequência de 32-16 que fechou a partida com chave ouro, a última bola foi uma assistência de Rubio por entre as pernas de Nowitzki para um arremesso de 3 de Anthony Tolliver. É legal até acompanhar os companheiros do Rubio, que parecem jogar com mais empolgação quando ele está em quadra, o pobre Luke Ridnour não tem esse tipo de contribuição.

Mas vamos dar algum mérito também para aquele tal de Kevin Love, o querido Señor Amor. Foram 25 pontos, 17 rebotes e, importante, 5 bolas de 3 pontos em 6 tentativas. Duas dessas bolas foram com um step back antes! Nada mais espiritual e profundo do que encontrar o seu Ray Allen interior. Precisamos também congratular o atleta por uma importante decisão estética: Sendo branco e jogando no Wolves ele precisava deixar crescer aquela barba para ganhar um mínimo de respeito de seus adversários, parece estar dando certo.

Na rodada desse dia 1º tivemos duas surras, que também podem ser chamadas de linchamento, bicuda na cara ou qualquer outra expressão que indique muita violência sem piedade. O Miami Heat dessa vez não precisou de arremesso de último segundo para vencer o Bobcats, bastou marcar 129 pontos e sofrer apenas 90. Já o Chicago Bulls arrasou com o Memphis Grizzlies por 104 a 64. O Grizzlies já sente a falta do Mike Conley, machucado, ainda perdeu o Zach Randolph no meio do jogo com uma contusão na perna (não parece tão grave quanto na hora, pelo menos) e o Bulls ainda estava bem inspirado, aí complica. Eu li no Twitter que a defesa do Bulls estava sufocante e quando cliquei para ver no jogo vi umas 3 posses de bola seguidas onde o Grizzlies só conseguiu dar um arremesso, que acabou em toco. Esperando ansiosamente o próximo Heat-Bulls.

No resto da rodada, o New Orleans Hornets não aproveitou da crise no Kings e perdeu para eles em Sacramento. O time da casa não contou com DeMarcus Cousins, que, segundo o técnico Paul Westphal, pediu para ser trocado, coisa que o agente do atleta nega. Não duvidaria que Cousins e Westphal deixem a franquia em breve. Quem fica é Tyreke Evans, que é um All-Star quando está nos seus bons dias. Ontem ele até se deu ao trabalho de sair do chão para um tocaço no Greivis Vásquez. O que me lembra que acho que ontem esqueci de linkar o toco que o Kyle Lowry deu no Jannero Pargo, não menos impressionante.

Em jogo que ninguém assistiu o Cleveland Cavaliers passeou para cima do New Jersey Nets, que é cada vez mais uma ofensa ao esporte basquetebol. O Boston Celtics contou com o primeiro triple-double da temporada, vindo de Rajon Rondo, claro, para bater facilmente o Washington Wizards e o Los Angeles Clippers acabou com a invencibilidade do ótimo Portland Trail Blazers. Não é curioso que todas as pontes aéreas no Clippers estejam sendo para o DeAndre Jordan e não para o Blake Griffin? De qualquer forma a estrela ontem foi o Chris Paul, que colocou a bola embaixo do braço quando o Blazers ameaçava uma reação final e o resto do Clippers começava a borrar as calças.

Fotos da rodada