>Desde o dia do último Draft que muita gente manda a gente ficar de olho no novato Norris Cole, do Miami Heat: “O moleque é bom e a qualquer hora vai roubar a vaga do Mario Chalmers no time titular”. Mas precisava ser tão ejaculação precoce? Segundo jogo da temporada, contra o Boston Celtics em rede nacional, e o moleque marcou 14 de seus 20 pontos no último período e ainda ouviu a torcida gritar “MVP” para ele. O Celtics pagou para ver, apertou a marcação para cima do LeBron James que confiou cegamente no pirralho e deu certo. Como no jogo contra o Knicks, o Celtics tomou na cabeça antes de reagir na marra (leia-se “bolas de 3 do Ray Allen“) e encostar na partida. Ajudou também a ótima defesa por zona, que o técnico Erik Spoelstra admitiu que anulou o Heat até as bolas do Cole começarem a cair.
O Heat está enfiando velocidade e contra-ataque até depois que sofre cestas, não é fácil encaixar uma zona contra eles, mas o Celtics fez bem a transição defensiva durante um período do jogo e deu resultado. O problema dos verdinhos nos dois jogos até agora, contra Knicks e Heat, foi manter a defesa forte durante todo o jogo, pra não precisar ficar correndo atrás. Um longo caminho a ser melhorado pelo Celtics, mas enquanto Rajon Rondo (22 pontos, 12 assistências e 8 rebotes) e Brandon Bass (13 pontos, 5 rebotes, 2 tocos) jogarem o que estão jogando tudo fica mais fácil.
O resto da rodada foi bem morna. Tivemos em New Jersey um ótimo exemplo de como os técnicos vão encarar esse calendário corrido e com jogos o tempo todo em todos os lugares. Depois de tomar uma saraivada de 28 a 11 no primeiro quarto do Hawks, o Avery Johnson abriu mão do jogo e ficou só com os reservas em quadra, mesma coisa feita por Larry Drew com seu time. Nos dois times nenhum titular jogou mais de 25 minutos e relatos locais dizem que as vaias ouvidas no ginásio eram na verdade roncos vindos da platéia.
Outras vitórias tranquilas aconteceram em Portland e Los Angeles. Na primeira o Blazers bateu o Kings com uma defesa sufocante, cortesia do trio Gerald Wallace, Wes Matthews e Nicolas Batum, que não deram nenhum espaço para os arremessadores do Kings. Gerald Wallace é forte candidato a melhor defensor dessa temporada já que Dwight Howard está fazendo charme. E Nicolas Batum desanimou todos os animados com o bom começo do Blazers ao dar uma entrevista em que afirmou que às vezes sente que o Blazers não precisa dele. Quando não é o joelho é o cérebro do pessoal de Portland que não funciona direito. Ontem ele jogou 28 minutos, o terceiro que mais atuou no time atrás apenas de Wallace e Aldridge.
Em Los Angeles vimos um massacre. O Jazz jogou uma partida pífia que pode ser resumida por um número de Al Jefferson: 0-9 arremessos embaixo da tabela. Sério. E o Bynum ainda não jogou, foram bolas em que estava sendo marcado por Pau Gasol, Josh McRoberts ou Troy Murphy.
No único outro jogo que foi disputado o Wolves quase bateu o Bucks, que passaria a vergonha histórica de estrear contra Bobcats e Wolves e sair sem nenhuma vitória. Deixaram escapar uma vantagem de 20 pontos, é verdade, mas pelo menos venceram. No final uma jogada de falta e cesta do novato Jon Leuer, que já havia feito boa pré-temporada, salvou o dia e tirou um pouco do brilho dos 31 pontos e 20 rebotes de Kevin Love.
Fotos da rodada
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Uma enterrada pela Paz Mundial |
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Norris Cole e Jermaine O’Neal fazem dança sincronizada |
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Ampliem a foto para ver as gotinhas de suor pulando do Garnett. Pura poesia. |
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Marcus Camby sabia que estava saindo na foto |
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Um no Rondo… |
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… e um no Ray Allen para o pivô Dwyane Wade |
Sobre o resumo da rodada:
São pitacos diários sobre a rodada da noite anterior da NBA. É uma seção que não chega para substituir nada, nem nossos textos gigantes e analíticos sobre as equipes. “Não cheguei para tirar a vaga de ninguém, só vim adicionar ao grupo”, disse o Resumo em sua entrevista coletiva de apresentação no Bola Presa.