>Sábado (7/1)
Então quer dizer que o Atlanta Hawks venceu o Chicago Bulls na terceira noite de um back-to-back-to-back em que eles jogaram umas 17 prorrogações? E como tentar explicar isso sem parecer um babaca? Isso me lembra quando jogamos pelada no fim de semana e cansamos tanto, mas tanto, que no fim do dia estamos correndo e pulando simplesmente porque nosso corpo já se acostumou com toda a dor e a falta de oxigênio. Na exaustão o Hawks deve ter encontrado forças, só isso explica. E soou babaca.
Mas sério, o que os salvou foi que resolveram tudo no primeiro tempo. O jogo foi quase uma reprise daquele que aconteceu em Chicago na última semana, com o Hawks dobrando a marcação no Derrick Rose o tempo inteiro e forçando ele a soltar a bola. Foi assim que forçaram o MVP a apenas 8 pontos no jogo todo. Naquela outra partida aconteceu a mesma coisa no primeiro tempo, mas o Bulls teve força para reagir na segunda etapa e virar o jogo. Dessa vez, começando eles mesmos uma sequência alucinante de viagens e jogos seguidos, aceitaram a derrota e fizeram um segundo tempo xoxo. Não é muito estranho que até o Hawks já tenha a receita de como parar o Bulls? Hora de mudar algumas coisas aí, Thiboudeau. Pelo Hawks quem fez a alegria dos times de fantasy foi Josh Smith: 25 pontos, 5 rebotes, 5 assistências, 4 roubos, 6 tocos e só um turnover. Claro que tentou 6 bolas longas de 2 pontos, senão não seria o Josh Smith, mas acertou metade dessa vez, bem mais que os 29% que tem acertado na temporada.
O grande jogo da rodada, porém, foi a apertada vitória do San Antonio Spurs sobre o Denver Nuggets por 121 a 117. Não é estranho como o Spurs, hoje em dia, parece se dar melhor nesses jogos de placares enormes? O Nuggets correu atrás do prejuízo do começo do jogo com boas atuações de Ty Lawson (20 pontos, 10 assistências e uns nós na defesa do Spurs a cada infiltração) e Danilo Gallinari (16 de seus 31 pontos no 3º quarto) para levar o jogo para ser decidido no final. Aí os heróis improváveis apareceram: Danny Green (24 pontos) fez a maior parte do serviço, que acabou quando Richard Jefferson deu um toco em Lawson em jogada que cortaria a vantagem do Spurs para 3 pontos a 2 minutos do fim. Na continuação da jogada o mesmo Jefferson acertou uma bola de 3 e levou a vantagem para 8. Fim de papo.
Não queria falar sobre isso, mas perceberam que o Jazz está invicto em 2012? Desde que perderam do Spurs em 31 de dezembro do ano passado são 4 vitórias seguidas, incluindo uma fora de casa sobre o Warriors no sábado à noite. Tá bom que os adversários não foram os melhores (Hornets, Bucks e Grizzlies, além do Warriors), mas ganhar dos fracos é um bom primeiro passo para não ser um deles. Gordon Hayward, da escola Marion/Prince/Ilyasova de acerte-tudo-de-uma-maneira-pouco-ortodoxa, liderou o time com 18 pontos e o lance-livre que fez a diferença de 1 ponto que resolveu o jogo a 11 segundos do final. Monta Ellis, que tem passado a bola mais do que nunca na carreira, arremessou por conta própria no final, mas errou após boa defesa de Raja Bell.
No resto da rodada o Miami Heat passeou para cima do New Jersey Nets. LeBron James fez 22 pontos no primeiro quarto e parecia que iria para pelo menos 50, mas acalmou nos 32 e se contentou em dar mais 9 assistências. O Knicks passou por cima do Pistons, em boa noite do novato Brandon Knight (19 pontos, 6 rebotes, 4 assistências). Em Indianapolis o Pacers dobrou o número de pontos do Bobcats no 2º tempo (56-28) para vencer com um pé nas costas. Quem também fedeu foi o Raptors, que marcou apenas 62 na derrota para o Sixers, que teve o melhor pivô da história recente, Spencer Hawes, em noite quieta: 7 pontos, 3 rebotes. Se guardando para os jogos importantes, claro.
Em Houston o Rockets perdeu mais uma para o Thunder. Mas nada mal perder por tão pouco, 98-95, mesmo sem Kyle Lowry. No lugar dele jogou Goran Dragic, que deu um passe lindo no meio das pernas do Kendrick Perkins para uma enterrada do Sam Dalembert. O mesmo Dragic deu uma finta de Hakeem Olajuwon no Perkins dentro do garrafão, uma espécie de “Dream Shake for Kids” feito por um esloveno branquelo de um metro e meio. Se fosse o Ricky Rubio estaríamos aqui dizendo que ele deveria entrar no Hall da Fama, mas foi só o Dragic. Na última posse de bola, quando o time precisava de uma bola de 3 para empatar o jogo, ele jogou a redonda para lateral. E como é difícil vencer o Thunder quando o Kevin Durant (27 pontos) começa a acertar arremesso na cara de qualquer defensor como se estivesse se aquecendo sem marcação.
Nota triste da partida foi o armador Eric Maynor, que machucou o joelho e está fora da temporada. Os críticos de Russell Westbrook choram.
Domingo (8/1)
O primeiro jogo do domingo viu o Minnesota Timberwolves em Washington para pegar o Wizards. Um jogo que até pouco tempo atrás seria deprimente, mas que hoje é uma chance de ver Kevin Love quebrar recordes, Ricky Rubio impressionar blogueiros e ainda o duelo dele contra o John Wall. Mas o jogo não deu pro cheiro, por melhor que seja Wall, o time do Wizards é deprimente. Eles não tem consciência do que fazem em quadra, erram sem parar e nem parecem se dar conta do que estão fazendo de errado. Acho que nem se importam, até. Caras como Zach Randolph, Jamal Crawford e até Lamar Odom cresceram na carreira quando ficaram mais velhos, maduros e encontraram times com mentalidade séria que os obrigaram a mudar. É o ambiente oposto do que cabeças fracas e ainda jovens como Andray Blatche, JaValle McGee e Nick Young encontram em Washington. Ontem até Rashard Lewis, o cara mais experiente do time, não jogou após discutir com o assistente técnico Sam Cassell. E pode piorar? Sempre. Ontem foi a estreia do novato Jan Vesely, aquele do beijo na mina firmeza no Draft. Ele começou de maneira bem pior dentro da quadra, dando um air ball em seu primeiro lance-livre da carreira.
Bom para Love, que fez 20 pontos e 16 rebotes pela milionésima vez consecutiva e Rubio, que conseguiu mais um double-double com 13 pontos e 14 assistências, uma delas uma ponte aérea do meio da quadra para Derrick Williams. Curioso que esse foi apenas o segundo jogo do Wolves fora de casa na temporada!
Em Los Angeles é difícil explicar como o Grizzlies conseguiu perder para o Lakers. No que a NBA chama de “Gasol-Bowl”, o time de Marc cometeu apenas 9 turnovers, o de Pau fez 3 vezes mais! Foi o maior número de erros do Lakers desde 1994 e mesmo assim venceram. O Grizzlies continua marcando pontos no garrafão constantemente, mas Zach Randolph faz muita falta, especialmente no quarto período e nos rebotes ofensivos. Compensar a falta do Rudy Gay no ano passado foi mais fácil. Para quem não viu o jogo, vale a pena conferir os melhores momentos. Mesmo com tantos erros e placar baixo (14-12 no último quarto), quando os times acertaram foram para jogadas de tirar o chapéu:
E se não sabemos como o Grizzlies não venceu mesmo com tantos erros do Lakers, o que dizer do Kings contra o Magic? Em 8 minutos de quadra o Dwight Howard já tinha feito 4 faltas. Ele foi para o intervalo sem nenhum ponto e nenhum rebote e acabou o jogo com 5 e 4 nos mesmos quesitos. E mesmo assim o Magic ganhou do Kings, que teve 28 pontos do Tyreke Evans. No próximo Kings x Wizards o mundo morre de desgosto.
No resto da rodada o Thunder fez um 37-21 no Spurs no 3º quarto para liquidar com a fatura sem maiores dificuldades. O Cavs mostrou que pode estar surpreendendo, mas que ainda é incapaz de fazer jogo duro para o Blazers fora de casa. Já o Suns ganhou do decepcionante Bucks com mais uma boa partida do novato Markieff Morris (13 pontos, 10 rebotes). Quer coisa mais Suns do que os dois alas de força do time, Morris e Channing Frye, acabarem o jogo somando 7-8 arremessos certos de 3 pontos? Ajudaram o Nash a conseguir suas 17 assistências.
Fotos do Findi
Matt Barnes encontra deus quando tenta uma bandeja |
Você faz muito isso se é técnico do Cavs… |
…jogador do Bucks… |
…ou técnico do Bucks |
JJ Hickson parece estar gostando demais dessa brincadeira |
Saudade desses clássicos do Glen Davis |
Blake Griffin não é só força, também sabe matar no peito |
Essa é pro Orkut, Butler! |
Tackle salvador de Nate Robinson evita o touchdown de Gordon Hayward |
Ty Lawson sobe contra TJ Ford e Tony Parker na Liga de Basquete de Anões |