>Para comemorar o título do Mavs na noite de ontem, que gerou até lágrima no canto do olho dos escritores desse blog, o Bola Presa volta a apelar para seus famosos infográficos para imortalizar esse momento. Para tanto, usamos novamente uma ferramenta capaz de derrotar todos os obstáculos do tempo, imortal, de modo que você possa mostrar para os filhos dos seus filhos e eles consigam entender a magnitude desse momento: o Paint. O infográfico abaixo aborda as diferentes reações ao Dirk Nowitzki ao longo da história por parte dos torcedores médios, entre 1998 – ano em que entrou na NBA – até um futuro próximo.
As reações ao Nowitzki sempre foram das mais absurdas e nunca levaram em conta as coisas que o compunham: equipe, adversários, momento histórico, seu estilo de jogo, tipo físico. É por isso que títulos acabam sendo tão importantes, finalmente a tonelada de bobagens pode ser jogada na privada e o Nowitzki pode receber a apreciação que merece já há tantos anos. Pelo que fez na carreira, e pelas merdas que ouviu, essa conquista tem um gosto todo especial – e se torna ainda mais épica porque vários de seus companheiros passaram pela mesma coisa: Shawn Marion sempre foi “o cara que só sabe jogar com o Nash”, Peja Stojakovic era “o amarelão que afundou o Kings”, Jason Kidd era “o cara que não sabe arremessar e não pula uma gilete”. Hoje, eles são isso – mas são também muito mais, recebendo o devido valor histórico. Isso, claro, até que os anos se passem e eles comecem a ser taxados em conversas de bar como “infinitamente superiores” a quaisquer outros jogadores que nunca tiveram a oportunidade de ganhar um anel.
Enquanto escrevo esse post, em algum lugar do planeta o Brian Cardinal tem um anel de campeão no dedo. Isso invalida qualquer argumento. Sobre qualquer assunto. “Não importa se você estudou física quântica, o Brian Cardinal é campeão da NBA então seu argumento é inválido”. Então, vamos aproveitar aquele breve momento em que Nowitzki, Kidd, Marion, Peja e seus amigos são apenas reconhecidos pelo trabalho fantástico que fizeram, reconhecidos pelas carreiras que tiveram e pelos caminhos que traçaram para chegar até esse momento, sem comparações e acusações e futurologia. Nas palavras de Dirk Nowitzki, “se eu tivesse ganhado um anel de campeão antes, não teria me esforçado tão duro e treinado tanto em minha vida”. Lindo. O trajeto foi uma coisa bacana de acompanhar, e foi também a vitória de dois nerds: o técnico Rick Carlisle e sua fama de não saber se relacionar com os jogadores, e o dono do Mavs, Mark Cuban, bilionário da internet, que se transformou nesses playoffs pela primeira vez em um cara sensato capaz de deixar seu time em primeiro plano.
Foi bacana também, mesmo com todos os obstáculos da nossa vida aqui fora da internet, poder analisar esses playoffs a fundo, debulhando jogadas, esquemas táticos, variações defensivas, e tentar ver mais do uma visão rápida do jogo poderia nos dar. A vitória do Mavs ganhou então um gostinho especial, porque diante dos nossos olhos o time foi capaz de se adaptar e vencer o Heat no plano tático – não foi no muque, no talento, na arbitragem, mas no planejamento e na capacidade tática do time como um todo. Fez suas lambanças, claro, mas tirou também uma ou duas coisas da cartola que simplesmente deram um nó na cabeça do Heat.
Agradecemos bastante quem acompanhou os playoffs aqui com a gente, tendo saco para se debruçar em nossas análises um tanto prolixas, e esperamos com todas as forças que todo mundo – mesmo os torcedores do Heat – tenham se divertido bastante e estejam até mesmo felizes de ver o título nas mãos de Dirk e seus coleguinhas. Se aprendemos um pouco nesses playoffs sobre reações dos torcedores e o ódio em nossa cultura, resta apenas a tranquilidade de saber que o peso destinado ao Nowitzki será diminuído, e que o Heat terá outras oportunidades de tentar novamente – e de ouvir uma tonelada de merda no processo. Mal podemos esperar.
Em breve o Bola Presa analisará o jogo final, o futuro do Heat, a namorada do JJ Barea, o draft e todos os papos de greve para a temporada que vem. Por enquanto, fiquemos com nossa alegria de ver o Mavs campeão – mesmo sem ter torcido diretamente pra eles. E com uma boa noite de sono, que ninguém é de ferro. Como curiosidade, para quem chegou agora, deixo também os links para alguns dos outros infográficos do Bola Presa, marcos eternizados no Paint de história sendo feita (ou desfeita):
– Como o Celtics poderia evitar a derrota para o Heat na semi-final de Conferência
– Como acompanhar a série entre Hawks e Magic
– Kevin Love bate o recorde moderno de double-doubles seguidos
– Ray Allen bate o recorde de bolas de 3 pontos