Preview da temporada 2015/16 da NBA – Divisão Central

Continuamos com nosso preview da próxima temporada. Chegou a vez da Divisão Central, a Divisão do campeão do Leste, e onde todas as equipes tem uma chance real de chegar aos playoffs!

Os times estão listados abaixo na ordem em que achamos que terminarão a temporada, do melhor colocado para o último. Destacamos quem chegou e quem saiu (os mais importantes, não necessariamente todo mundo) e tentamos também prever a rotação de cada equipe.

Veja os previews anteriores:
Pacífico (Warriors, Clippers, Suns, Kings e Lakers)
Atlântico (Raptors, Celtics, Knicks, Nets e Sixers)
Divisão Sudeste (Hawks, Heat, Wizards, Hornets, Magic)

E não deixe de apoiar o Bola Presa no Apoia.se para receber conteúdo exclusivo semanalmente!


[image style=”wide” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Tapinha pro Kevin Love arrotar”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Cavs-e1445291435258.jpg[/image]

Cleveland Cavaliers
Quem chegou: Mo Williams, Richard Jefferson
Quem saiu: Shawn Marion, Kendrick Perkins
A ambição: Tem o LeBron James? Então a ambição é ser campeão.
A realidade: Tem o LeBron James? Então dá pra ser campeão.

Titulares Reservas Resto
 Kyrie Irving  Mo Williams  Jared Cunningham
 JR Smith  Iman Shumpert  Matthew Dellavedova
 LeBron James  Richard Jefferson  Joe Harris
 Kevin Love  Tristan Thompson  James Jones
 Timofey Mozgov Anderson Varejão  Sasha Kaun

O campeão do Leste tinha tudo para voltar chutando portas e traseiros depois que Kevin Love topou reassinar com o Cavs e fez a troca por ele, tão polêmica, ter valido a pena. Mas aí surgiu o Tristan Thompson fazendo das suas trapalhadas. Inflado pela sua produção nos playoffs, pediu um contrato máximo que o Cavs não topou, recusou uma oferta grandiosa de mais de 80 milhões por 5 anos, e aí resolveu ficar esperando ofertas de outros times – que nunca apareceram. Isso porque Tristan é restrito, ou seja, ofertas por ele podem ser cobertas pelo Cavs e ninguém quis arriscar. Então nesse instante temos o raríssimo caso de um jogador no limbo, que não quer assinar um contrato menor do que merece, mas que não tem na mesa um contrato do tamanho que esperava. Ele está de acordo com as atuais descobertas da física quântica: tanto está quanto não está no elenco do Cavs para essa temporada. Resolvi não colocá-lo na tabelinha até que ele assine um contrato, porque vai que dá a louca e ele fica uma temporada inteira fora da NBA fazendo birra na esperança de que na temporada que vem outro time fique mais corajoso.

Com Kevin Love saudável, vai saber como o Cavs teria se saído contra o Warriors. É fato que ele nunca mais vai ter os números e as atuações do seu auge no Wolves, mas ele não precisa ter – basta que se encaixe no esquema tático e seja a válvula de escapa perfeita para um time que é um mar de talento ofensivo. Com Varejão e Mozgov também voltando de contusão, dá pra pensar num time bem mais forte para uma possível revanche com o atual campeão da NBA, cheio de cabeçudos brigadores que podem suprir os problemas de defesa e tamanho que o Cavs apresentou em alguns momentos da pós-temporada. A defesa de transição ainda é uma incógnita, especialmente porque não sabemos se o Varejão ainda sabe correr (e o Mozgov corre como se o ar fosse feito de água), mas as limitações dessa equipe ainda são muito poucas frente à versatilidade ofensiva e a quantidade de jogadores que podem contribuir em alto nível. Vencer partidas em dois quartos é marca registrada das equipes de LeBron, numa tentativa de poupar os jogadores principais e economizar gás para os jogos importantes, e vejo esse Cavs ainda mais capaz de matar jogos rapidamente e usar o banco longamente do que a equipe da temporada anterior. Irving venceu muitos jogos sozinho com atuações iluminadas enquanto LeBron descansava, e isso compensa sua irregularidade dentro desse modelo proposto. É o time a ser vencido no Leste, e se o Tristan Thompson voltar podemos encher a boca pra dizer que o processo de reconstrução da equipe foi um sucesso. Ser campeão do Leste e voltar mais forte no ano seguinte, simplesmente porque alguns jogadores saíram do pote de formol, não é pra qualquer um. Vai ser uma temporada fantástica em Cleveland.

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Derrick Rose não sabe o tabefe que o aguarda”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Bulls.jpg[/image]

Chicago Bulls
Quem chegou: Jordan Crawford, Bobby Portis (novato)
Quem saiu: Tom Thibodeau
A ambição: Jogar uma Final da Conferência Leste
A realidade: Depender do Derrick Rose não se quebrar pela milésima vez

Titulares Reservas Resto
 Derrick Rose  Aaron Brooks  E’Twuan Moore
 Jimmy Butler  Kirk Hinrich  Doug McDermott
 Tony Snell  Mike Dunleavy Jr.  Bobby Portis
 Nikola Mirotic  Taj Gibson  Cameron Bairstow
 Pau Gasol Joakim Noah  Cristiano Felício

É difícil prever como entrará em quadra o Bulls sem Tom Thibodeau, o homem que criou a identidade com a qual o time tem se identificado nos últimos anos. Sua ênfase no trabalho defensivo, no basquete físico, jogo coletivo e uma mentalidade “nós contra eles” tornou o Bulls uma máquina de competir duro mesmo quando tudo estava dando errado, com Derrick Rose contundido e a temporada indo pelo ralo. Fred Hoiberg assume a equipe agora depois de uma passagem bastante satisfatória pelo basquete universitário, mas vai ser sua primeira experiência real com basquete profissional, e justo num time cheio de personalidades fortes, uma ânsia por uma vitória imediata e jogadores centrais se aproximando do último ano de seus contratos. Ou seja, não haverá tempo para que Hoiberg se acostume com a NBA, experimente ou improvise. A situação em que ele chega à Liga não é de modo algum a ideal para técnicos novatos.

Mesmo assumindo que em algum momento do trajeto Hoiberg vai tropeçar feio, o elenco do Bulls é talentoso e completo demais para não terminar a temporada junto com a elite da Conferência Leste. Jimmy Butler agora é o feliz portador de um contrato máximo e está consolidado como uma das melhores combinações de ataque e defesa da Liga, o garrafão é um dos mais versáteis da NBA e ainda adicionou o pirralho Bobby Portis, que tem tudo pra ajudar a equipe imediatamente, e o que não falta no time são carregadores de piano. O único problema é que esse Bulls já mostrou até onde consegue ir sem Derrick Rose: eles batem no peito, dão um último gás, latem violentamente, sempre esperando que Rose volte de sua lesão para salvá-los no momento final. Mas se Rose não volta (ou volta todo lascado), uma hora eventualmente a bateria do Joakim Noah acaba, tipo coelhinho de comercial da Duracell, como vimos nos playoffs passados. Se quer ter chances reais de causar estrago na pós-temporada, o Bulls precisa de Derrick Rose saudável para que ninguém precise dar 110% em partidas banais da temporada regular. Manejar os minutos de todo mundo no elenco durante os 82 jogos, sentando as estrelas em vitórias fáceis, é parte essencial para um time tão físico quanto esse se sair bem em longas séries de melhor de 7 jogos. Estou aqui acreditando, meio ingênuo, que Rose vai encerrar sua maldição e tudo vai dar certo para o Bulls. Mas se não rolar, os times de baixo na Divisão Central tem tudo para ultrapassar a equipe de Chicago.

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=””Dá um abraço na titia!””]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Bucks.jpg[/image]

Milwaukee Bucks
Quem chegou: Greg Monroe, Greivis Vasquez, Rashad Vaughn (novato)
Quem saiu: Ersan Ilyasova, Zaza Pachulia, Jared Dudley
A ambição: Ir longe nos playoffs
A realidade: Cheirar a leite com Nescau

Titulares Reservas Resto
 Michael Carter-Williams  Greivis Vasquez  Tyler Ennis
 Khris Middleton  OJ Mayo  Jerryd Bayless
 Giannis Antetokounmpo  Rashad Vaughn  Damien Inglis
 Jabari Parker  John Henson  Chris Copeland
 Greg Monroe  Miles Plumlee  Johnny O’Bryant

O Bucks é um dos times que mais melhoraram na Conferência durante a offseason e, no papel, carimbaram sua ida para os playoffs. A equipe de Jason Kidd é uma força defensiva de respeito, mas há anos cada cesta que fazem precisa ser comemorada como se fosse um gol no futebol. Ver o Bucks ter que fazer uma cesta num jogo decisivo é como ver o parto de um elefante: grotescamente fascinante, mas parece simplesmente ir contra as leis da física até o último segundo. Com Kidd a equipe está menos estática e há mais movimentação ofensiva, mas a equipe é jovem demais, entra em “modo pânico” o tempo inteiro e acaba tendo que arremessar bolas do meio da quadra. Khris Middleton, que é um defensor fodão mas um jogador de ataque no máximo mediano, parecia um gênio quando conseguia converter uma ou duas bolas de três pontos na temporada passada – tanto é que embolsou um contrato bem gordo por mais 5 anos em Milwaukee.

Se é pra ter que arrumar cestas forçadas do nada depois de construir uma defesa sólida, então a melhor coisa a se ter em quadra é um jogador habilidoso no garrafão capaz de inventar cestas fáceis de costas para a cesta e gerar espaço para bolas bem simples no perímetro. Greg Monroe, então, cabe como uma luva nesse elenco e vai ser o respiro do Bucks em todas as posses de bola complicadas. Sua simples presença no garrafão vai ser suficiente para fazer parecer que todos os outros jogadores do Bucks estão um pouquinho melhores na árdua tarefa de marcar pontos. Além dele, temos um Jabari Parker supostamente saudável após ter perdido quase sua temporada inteira de novato por lesão, que pode jogar em múltiplas posições em quadra e tem tudo para ser um enorme talento ofensivo nas condições certas. Some isso ao avanço gradual do menino-monstro Antetokounmpo e é certo que esse time não precisará mais vencer os jogos nos pênaltis, mas ainda assim é muita molecada pronta para se desesperar a qualquer momento, com um técnico que ainda não mostrou se é capaz de segurar os ânimos. Há potencial aqui para lutar pelo topo do Leste, e adolescentes o suficiente para o time desmoronar de uma hora para outra. Na dúvida, deve lutar pela segunda colocação da Divisão com o Bulls.

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Suspensórios invisíveis”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Pacers.jpg[/image]

Indiana Pacers
Quem chegou: Monta Ellis, Jordan Hill, Myles Turner (novato)
Quem saiu: Roy Hibbert, David West, Luis Scola, Chris Copeland
A ambição: Conseguir encontrar uma identidade
A realidade: Começar de novo na temporada que vem

Titulares Reservas Resto
 George Hill Joe Young  Glenn Robinson III
 Monta Ellis  Rodney Stuckey  Solomon Hill
 CJ Miles  Chase Budinger  Rakeem Christmas
 Paul George  Lavoy Allen  Shayne Wittington
 Jordan Hill  Myles Turner  Ian Mahinmi

Aquele Pacers que chegou a duas Finais do Leste seguidas já tinha uns altos e baixos bizarros, com intrigas nos bastidores, gente apontando dedos, e derrotas inesperadas seguidas por vitórias convincentes. Na temporada passada essa estrutura duvidosa finalmente implodiu com a lesão do jogador-Beatle, Paul George. Sem ele o Pacers não encontrou ritmo, duvidou várias vezes do seu próprio estilo de jogo e acabou por muito pouco ficando de fora dos playoffs. Essa temporada é, então, um recomeço. O primeiro passo em busca de uma identidade menos conturbada e mais sólida foi se livrar de Roy Hibbert, um dos melhores (se não for o melhor) defensor de aro da NBA, mas de jogo ofensivo oscilante e ânimo em quadra completamente aleatório. Junto com ele, David West resolveu abrir mão do seu contrato gordo e garantido para ir jogar por um trocado no modelo mais vencedor que o esporte profissional já viu, o Spurs. Muitas vezes invisível em quadra, West vai fazer falta mas permite ao Pacers buscar jogadores mais ativos, agressivos, velozes e animados.

A chegada de Monta Ellis já automaticamente coloca o dedo do time inteiro na tomada, para o bem e para o mal. O ataque se torna mais ágil e perigoso, mas ganha uma dose cavalar de arremessos forçados. Jordan Hill chega para dar cabeçadas e pular por cima de muros, mas tem sérias limitações defensivas. E Paul George, inteiramente saudável, deve jogar como ala de força, criando um pesadelo para as defesas adversárias, flertando com recordes de bolas de três pontos convertidas, mas apanhando violentamente dos jogadores mais altos e fortes na defesa. Ou seja: é um Pacers novo, animado, veloz, divertido de ver, cheio de combinações interessantes, mas que tem tudo para estranhar demais a vida pós Roy Hibbert, que era xingado e amaldiçoado, mas era também uma âncora defensiva que gerava um respeito dos adversários que por si só já ganhava uns joguinhos no Leste. É bem provável que o Pacers vá para os playoffs nessa temporada e passe um bom tempo no meu League Pass, mas ao menos em teoria vai sofrer na defesa. Paul George já reclamou no seu primeiro jogo como ala de força na pré-temporada, imagina se ele vai ter resistência física e mental para segurar uma temporada inteira no garrafão. É legal e corajoso, mas também é pedir pra dar errado.

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Quando seu pai quer ser amigo da molecada”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2015/10/Pizza-e1445291886495.jpg[/image]

Detroit Pistons
Quem chegou: Ersan Ilyasova, Marcus Morris, Aaron Baynes, Stanley Johnson (novato)
Quem saiu: Greg Monroe, Caron Butler
A ambição: Uma vaga nos playoffs por caridade
A realidade: Ver se Jennings e Jackson funcionam juntos para a outra temporada

Titulares Reservas Resto
 Brandon Jennings  Steve Blake  Spencer Dinwiddie
 Reggie Jackson  Jodie Meeks  Cartier Martin
 Kentavious Caldwell-Pope  Stanley Johnson  Reggie Bullock
 Ersan Ilyasova  Marcus Morris  Darrun Hilliard
 Andre Drummond  Aaron Baynes  Joel Anthony

O experimento das duas Torres Gêmeas foi um fracasso: Drummond e Greg Monroe até fizeram algum estrago juntos, mas em geral bateram cabeça, deixaram o time lento, pouco espaçado, abriram corredores para times arremessadores e não conseguiam chegar nos contra-ataques. É triste perder Monroe para o Bucks, mas o Pistons ficou com a peça mais importante para o futuro da franquia: um monstro defensivo, atlético, com excelente velocidade lateral e que não compromete nas outras áreas do jogo. Para jogar ao seu lado, ao invés de outro jogador trombador, o Pistons trouxe Ersan “Lady Gaga” Ilyasova, que é disparado o jogador mais esquisito da NBA mas que consegue acertar aqueles arremessos bizarros de fora, e Marcus Morris, que se superar a ausência do irmão tem tudo para finalmente conquistar seu espaço, acertando arremessos de média distância o dia inteiro. É um daqueles casos estranhos em que mesmo tendo contratado jogadores inferiores ao jogador que perdeu, o time já é imediatamente melhor no papel simplesmente por se encaixar melhor e criar novas possibilidades em quadra.

Na armação, Brandon Jennings não deve estar em condições de entrar numa quadra de basquete até o final de dezembro, quando deve voltar lentamente a princípio sentando no banco. Prever que ele e Reggie Jackson jogaram juntos, ao mesmo tempo, é coisa para fevereiro do ano que vem. Quando finalmente acontecer é que teremos ideia do que esse Pistons pode nos oferecer: são dois jogadores criativos que exigem muito a bola nas mãos, pensam rápido e são excelentes puxando contra-ataques. Jennings é o melhor dos dois no perímetro, Jackson se sai melhor encontrando espaços para infiltração. Se conseguirem conviver juntos, esse time pode causar um estrago incrível e fazer barulho nos playoffs. Se um deles tiver que sentar no banco para que o espaçamento e o ritmo da equipe funcionem, acho que a equipe perde muito talento e provavelmente não será o bastante para uma oitava vaga, especialmente com a melhora de Pacers e Bucks.

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.