Preview da Temporada 2017-18

A nova temporada da NBA começa neste 17 de outubro, com Celtics x Cavs seguido por Rockets x Warriors. Veremos pela primeira vez o Celtics totalmente reformulado e recheado de estrelas, com Kyrie Irving e Gordon Hayward juntos. Veremos o Cavs com LeBron James e Dwyane Wade unidos mais uma vez. Veremos o Rockets com James Harden e Chris Paul, uma dupla tão excitante quanto improvável. São elencos e combinações que nunca vimos jogar e que certamente destruirão todas as nossas previsões e expectativas, mas que nos deixam MUITO ANIMADOS.

Por isso, para essa temporada que começa agora analisamos os elencos e discutimos nossos palpites sobre cada equipe para ir aumentando a empolgação numa série de 6 podcasts, um para cada divisão, que podem ser ouvidos abaixo:

O que nos resta para os textos, então, que ficam aqui imortalizados para a posteridade (e para qualquer um voltar aqui anos depois e rir de nossas previsões equivocadas)? Insistir nesse exercício de futurologia, espiando pelas brechas do espaço-tempo? Escrever sobre um futuro hipotético apenas para o Damian Lillard usar isso de combustível para jogar melhor?

Dessa vez faremos um pouco diferente. Ao invés de julgar o futuro, vamos julgar o PRESENTE: o que se acha e o que se pensa sobre cada time NESSE EXATO INSTANTE, e os motivos para você assistir a esses times AGORINHA MESMO.

Afinal, o sucesso ou o fracasso de um time é uma coisa muito relativa: depende de qual era a expectativa a respeito daquele time no PRECISO MOMENTO em que a temporada começa. Se o Nets não feder como cocô de cachorro e vencer uns joguinhos aí, já pode se abraçar na rua e chorar de emoção até secar. O Warriors na mesma situação seria um dos MAIORES FRACASSOS DA HISTÓRIA. Então vamos congelar esse instante inicial no tempo (pausa para a foto!) para poder usá-lo como base para julgar o sucesso dessas equipes no futuro.

Aproveitamos esse pé no presente para também listar os motivos para assistir a esses times agora, no início da temporada, com a intenção de te dar uma LUZ do que ver para saciar essa SEDE de basquete que está nos matando todos depois dessa longa offseason e de 6 podcasts discutindo esses times. Vamos lá?


Conferência Leste

Boston Celtics
O QUE ESPERAR: Um time extremamente talentoso, de jogo inteligente e atuações individuais dominantes, mas que deve demorar para engrenar e entrosar como precisa. Foram anos de basquete coletivo e o banco mais profundo da NBA para agora ter que depender do talento individual de grandes jogadores. Nessas circunstâncias é normal que o time tenha altos e baixos até encontrar um ritmo e um papel específico para Kyrie Irving, Gordon Hayward e Al Horford frente às mais diversas dificuldades. É normal esperar por falhas e atritos iniciais; por outro lado, não se espera desse time qualquer coisa que não seja estar nas Finais do Leste contra o Cavs. É um desses casos em que se espera POUCO E MUITO AO MESMO TEMPO, o que é sempre receita pra deixar a torcida birutinha correndo de cueca na rua.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: O técnico Brad Stevens, um dos técnicos mais brilhantes e empolgantes da nova geração, terá um quebra-cabeças maravilhoso para resolver, que é colocar esse elenco praticamente novo para funcionar o mais rápido possível. Ver a evolução desse time de bagunça momentânea a candidato pelo título será fantástico e você pode dizer que acompanhou antes deles estarem no topo, carimbando sua carteirinha de hipster. Fora isso, Kyrie Irving finalmente livre da pressão de LeBron James é um caso que ninguém vai querer perder: se fizer 50 pontos, vai ser espetacular; se não fizer nenhum ponto nunca, vai render as melhores discussões de mesa de bar.


Cleveland Cavaliers
O QUE ESPERAR: Em talento bruto, o melhor Cavs que já existiu. Em termos de atuação, também parece que vai levar um tempo pra encaixar. O técnico Tyronn Lue é uma incógnita tática, Wade e LeBron precisam de ajustes pra funcionar, Kevin Love foi oficializado como pivô titular, Tristan Thompson é biliardário mas vem do banco, Isaiah Thomas não deve voltar antes de janeiro e JR Smith já está PUTAÇO E SEM CAMISA porque não deve ser titular. Tem todos os ingredientes para dar caca, mas se for campeão do Leste vão dizer que não fez mais do que a obrigação. Como a permanência do LeBron no time depende do sucesso dessa campanha, espere até os roupeiros entrando em quadra pra ajudar.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Quando funciona, LeBron e Wade juntos é PURA POESIA. Vai ser legal ver o elenco se adaptando, escorregando e repetindo que o que importa mesmo são os Playoffs. E quando Isaiah Thomas voltar, todo ser humano munido de um coração vai acompanhar de perto e torcer para ele se dar muito bem, que o coitado merece.


Toronto Raptors
O QUE ESPERAR: Exatamente o mesmo time da temporada passada, exatamente o mesmo sucesso, exatamente o mesmo fracasso. O elenco acredita que eles ainda tem algo a melhorar, já que devagar e sempre estão avançando na tabela nas últimas 3 temporadas pelo menos, mas uma hora essa gasolina precisa acabar. Dá pra esperar que eles fiquem mais calejados e mudem a postura em jogos difíceis e Playoffs, mas nas atuais condições o que importa mesmo é lotar ginásio na pós-temporada e não ser eliminado de atropelo.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: DeMar DeRozan é como Coca-Cola em garrafa de vidro, não se faz mais e quem tenta ressuscitar isso parece que só quer pagar de descolado. DeRozan é um tipo de basquete antigo, mas genuíno de uma maneira que faz os olhos brilharem e bate lá naquela NOSTALGIA de um tempo distante. No começo da temporada passada chegou a liderar a NBA em pontos e foi caindo aos poucos, e tudo isso sem dar arremessos de três pontos. Certamente ele vai tentar repetir o feito e se manter lá no topo dos pontuadores e todo mundo deve a si mesmo acompanhar esse processo incrível. É um cara cavando NA UNHA um espaço que não existe mais no basquete e a gente deixa porque ele é de outro planeta de bom.


Washington Wizards
O QUE ESPERAR: O time do ano passado e, com sorte, mais produção ofensiva de Otto Porter ou talvez de Bradley Beal. É um quinteto titular talentoso mas ultra-dependente de John Wall e um banco PELADO, NU COM A MÃO NO BOLSO, ultra-dependente de John Wall. Podemos esperar outra coisa que não seja esse time chegando no topo do Leste e perdendo dos times mais completos com o João Paredão saindo de ambulância por PURA EXAUSTÃO?

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Wall está convencido de que ele é o melhor armador da NBA e quer convencer você também. Às vezes o jogo dele não encaixa com alguma defesa, às vezes Beal não ajuda nada e o fardo fica pesado demais para o armador, mas nos dias em que ele deixa tudo isso pra trás e FAZ ACONTECER, você precisa estar assistindo. Poucos jogadores que pensam primeiro no passe conseguem pontuar tanto.


Atlanta Hawks
O QUE ESPERAR: O fedor de um time que finalmente se assumiu, saindo do ARMÁRIO DA RECONSTRUÇÃO. Depois de tanto tempo mediano, o Hawks topou o lema do “pisou na merda, abre os dedos” e vai topar perder em busca de um futuro no draft e talvez a evolução mutante de Dennis Schroder e John Collins. Espere a primeira escolha do draft ou escolhas adjacentes.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Para quem tiver dificuldade para dormir de noite será um prato cheio. Pra quem gosta de ver um armador com potencial tendo CARTA BRANCA para tomar decisões ruins, vale também.


Milwaukee Bucks
O QUE ESPERAR: O time em que todo mundo precisa ter braços gigantes de Dhalsim para entrar está sempre há alguns anos de fazer estrago de verdade, mas uma hora eles tem que dar certo e o ano pode ser esse (ou 2023). Giannis Antetokounmpo vem com a regra contrária: ele melhora ABSURDAMENTE em todas as temporadas desde que entrou na NBA, mas uma hora precisa estagnar e o ano pode ser esse (ou 2023). Se o grego de nome infinito continuar sua melhora, dá pra sonhar com uma semi-final de Conferência. Se Jabari Parker ficar saudável (ele só volta em fevereiro), dá pra sonhar mais forte ainda.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Antetokounmpo não é desse planeta, não pode ser. Ver o que ele faz armando o jogo, puxando contra-ataques, atacando a cesta e arremessando por cima de pessoas é absurdo. Ainda é cru em algumas coisas, mas o potencial parece sempre ainda intocado e cada jogo abre uma portinha pra gente ver um futuro em que ele é o melhor jogador do planeta. Eu sei que o ataque do Bucks é uma eterna PRISÃO DE VENTRE, mas o grego compensa.


Indiana Pacers
O QUE ESPERAR: É um projeto de reconstrução que ainda precisa experimentar pra saber se vai só perder de maneira deslavada ou se vai tentar ter uma temporada digna e, já que está no Leste, EMPOLGAR e flertar com os Playoffs. O time é feio mas passa perfume, tem bons jogadores para compor elenco e nenhum para carregá-lo. Vários atletas podem tentar assumir mais protagonismo, de Victor Oladipo (ainda tem gente que acredita) a Lance Stephenson, que se deixarem faz triple-double todo jogo mas perde por 800 pontos no placar. É um daqueles projetos para o futuro que se bobear acaba ficando mediano rápido demais e não sabe para onde ir depois.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Time ruim que joga sério é sempre algo incrível de ver e Cory Joseph, pelo seu DNA DE SPURS, garante sozinho a SERIEDADE desse elenco. Myles Turner está no caminho para ser um pivô que deu certo numa era que não se importa com pivôs e Lance Stephenson é um jogador empolgante de ver em quadra, mesmo que possivelmente dure pouco. Assista como aula de esforço e confiança de gente mediana.


Chicago Bulls
O QUE ESPERAR: O fundo do fundo do poço. Diz a LENDA que Robin Lopez de repente percebeu num treino que ele era o melhor jogador desse time oficialmente em reconstrução e ENTROU EM PÂNICO. Era pra reconstrução ter começado antes, mas eles se ENCANTARAM com a ideia de ir para os Playoffs com um time meio emprestado que não tinha como durar. Agora só resta ao Bulls experimentar os jovens jogadores do elenco pra ver se alguém vira alguma coisa, mas vários já estavam cheirando a fracasso antes mesmo de colocar os pés em Chicago, como Cameron Payne (que dizem que no segundo treino com o time já perceberam que não conseguiria jogar na NBA) e Kris Dunn. Alguns moleques ainda possuem potencial (Bobby Portis, Paul Zipser, talvez o Cristiano Felicio) e devem ganhar minutos em detrimento do sucesso do time. Zach Lavine, único jogador de verdade e aposta para o futuro, só volta em dezembro de lesão. O plano é a primeira escolha de draft futuro.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Ser tão torcedor do Bulls, mas tão torcedor do Bulls, que você gosta mais do time do que GOSTA DE BASQUETE.


Miami Heat
O QUE ESPERAR: Um elenco entrosado, obediente, nas mãos de Erik Spoelstra que é um dos mais inteligentes técnicos da NBA e seus assistentes estatísticos, pode ser o bastante para ir para os Playoffs e deixar difícil para alguém. O Heat teve uma das melhores campanhas da NBA na segunda metade da temporada passada, e uma das piores na primeira metade. Demorou para todo mundo aceitar que a comissão técnica sabe o que faz e que o departamento médico cria cyborgs invencíveis, mas quando aconteceu o time engrenou mesmo que nenhum jogador seja espetacular. O plano é ir para os Playoffs, valorizar as peças e a “CULTURA HEAT” para voltar a ser grande no futuro. Não ir para a pós-temporada seria um banho de água fria.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Um dos times mais inteligentes taticamente na NBA, com todo mundo se movimentando sem parar e fazendo o que precisa. Nem sempre é bonito e nem sempre todo mundo no elenco é esperto (oi, Whiteside, olhando para você), mas o resultado é sempre uma aula de eficiência esportiva. Aproveite que Goran Dragic veio de um título no basquete europeu de seleções e está PEGANDO FOGO para assisti-lo jogar também.


Detroit Pistons
O QUE ESPERAR: No Leste dá até para pensar em Playoffs e com a chegada de Avery Bradley esse seria realmente o cenário ideal como indicativo de que o time está melhorando. Mas a verdade é que nenhuma peça dessa reconstrução conseguiu se firmar como uma parte unânime do futuro da franquia: Andre Drummond estagnou (ou REGREDIU), Reggie Jackson não se encaixou no time nem dentro nem fora das quadras e o técnico Stan Van Gundy não tem as peças para instalar seu esquema tático padrão. Se qualquer um aí parecer que tem futuro, e se o time beliscar uma oitava vaga num Leste dizimado, vai ser a glória.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Boban Marjanovic tem mil metros de altura e merece ganhar espaço pra ver se consolida na NBA de vez. Avery Bradley tem legião de seguidores pelo seu estilo matar-pilhar-destruir de defesa e suas bolinhas de três. Mas no geral, deve estar passando outra coisa na televisão.


Charlotte Hornets
O QUE ESPERAR: Praticamente o time do ano passado, que virou farofa antes de chegar aos Playoffs, mas com ajuda de Dwight Howard e com Nicolas Batum machucado de novo, com retorno só pro ano que vem. É claro que os planos são chegar nos Playoffs e repetir a campanha passada seria um fracasso retumbante, mas é impossível não olhar para o elenco com desconfiança. Dwight mantém o time alto e a possibilidade de jogar com dois jogadores de garrafão, mas sua motivação dura pouco, sua produção tende a desaparecer antes da metade da temporada e sua presença muitas vezes foi nociva para as equipes pelas quais passou. Espere empolgação inicial seguida por “EI, DWIGHT, NINGUÉM TE QUER AQUI” até o fim da temporada. Kemba Walker merece estar na pós-temporada, mas precisa de ajuda – o que significa que Batum precisa voltar rápido e em boa forma a tempo de evitar o desastre.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Dwight Howard jogando bem no começo de temporada é sempre divertido para lembrar o motivo de todo time ainda apostar nele. Dwight Howard jogando mal no fim da temporada é sempre divertido para lembrar o motivo de todo time desistir dele. E o Michael Jordan está sempre de boné na plateia.


New York Knicks
O QUE ESPERAR: Um novo começo. O nono ou décimo começo, já perdi as contas. Recomeços são difíceis, sofridos, cheios de derrota, mas pelo menos são cheios de esperança. Se livrar do Phil Jackson foi tipo jogar fora um sapatado apertado, você se sente um idiota por ter comprado o número errado mas MINHA NOSSA, COMO DÁ UM ALÍVIO ARRANCAR DO PÉ. Vamos ver o técnico Jeff Hornacek poder implementar seu estilo, Kristaps Porzingis vai assumir a franquia e poder brilhar e o resto do elenco vai ter liberdade e oportunidade de provar que pode contribuir com esse novo começo. O décimo ou décimo primeiro, acho. A única coisa que se espera é que Porzingis dê o próximo passo e alguns carinhas pareçam decentes ao seu redor.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Porzingis é o “Unicórnio”, um desses jogadores inexplicáveis que não se encaixa em nenhum modelo, nenhum esteriótipo, nenhuma posição e nenhuma comparação. É o equivalente basquetebolístico a ter chifre na testa, pelo rosa e cagar arco-íris pelo bumbum. Só vendo pra crer, e com o bônus de que vai estar jogando feliz e contente de não ter mais Phil Jackson enchendo o saco em tudo na vida.


Orlando Magic
O QUE ESPERAR: O time formado pelo famoso GORILA que roubou uma cartola, sorteia umas bolinhas e junta jogadores aleatórios que não fazem nenhum sentido juntos e não conseguem existir juntos. É uma bagunça, um caos, o projeto de reconstrução mais aleatório e desprovido de narrativa em todo o esporte moderno. Parabéns aos envolvidos. Tendo dito isso, tem gente interessante no elenco, gente com potencial e uma galera que seria reserva de luxo, e resta ao Magic fazer alguns deles darem certo o bastante para investir num futuro. Enquanto fedem em busca da primeira escolha do draft, claro.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Aaron Gordon dá umas enterradas malucas, embora tenham convencido ele de que bom mesmo é chutar de três pontos. Elfrid Payton tem grandes jogadas de efeito, embora seja um dos piores arremessadores da NBA. Ou seja, tá tudo errado. Assista se você gosta de CAOS E DESCONTROLE.


Philadelphia 76ers
O QUE ESPERAR: Açúcar. Tempero. Tudo que há de bom. E uma dose acidental do elemento X. Foram anos e anos de um time horrível, medonho, sofrível, fedido, muita sorte no draft e uma série de lesões frustrantes que nos impediram de finalmente ver o PROCESSO de reconstrução dando algum resultado. Mas a hora é agora. É muita gente jovem, legal, talentosa e divertida junta, liderados por Joel Embiid, o homem que quando saudável por 30 jogos não só elevou o Sixers a um time de verdade, mas também pareceu tornar o Sixers um dos MELHORES TIMES DA LIGA e se mantivesse a produção seria candidato a MVP. Dá pra sentir a animação, a empolgação e a azaração? Esse time sonha DE VERDADE com os Playoffs, com Ben Simmons empolgando a Liga e Embiid justificando o contrato gigante que recebeu sem ainda ter jogado. Tendo dito isso, lembremos: é todo mundo pivete e todo mundo machuca, Embiid não consegue nem ir na padaria e voltar sem uma lesão. Pode dar tudo errado, mas não deveria: o deus do basquete não merece mais essa afronta.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Esse time tem que estar no topo da sua prioridade. É muita gente legal, correria, atleticismo, passes malucos, visão de quadra, personalidades carismáticas e uma torcida que mal pode acreditar que o PROCESSO finalmente esteja dando algum resultado. Tendo dito isso, Embiid não é garantido para a estreia, o novato Markelle Fultz também não. Não dá pra perder, mas já cheira a frustração.


Brooklyn Nets
O QUE ESPERAR: Um time que perde todos os jogos, mas joga tão direitinho que a gente até cria carinho. Não possuem escolhas de draft, então não possuem razão pra perder de propósito, estão tentando criar uma CULTURA de vitórias e investindo em aparelhos, vestiários, dietas, análises estatísticas e equipe técnica, mas por conta do elenco vão continuar perdendo por um tempo. Ainda assim, como é o Leste e vão jogar direito – estão tentando simular o Warriors, vejam que fofinhos – é capaz que surpreendam e arrumem uma vaga na pós-temporada, vai saber. O plano é a longo prazo e ninguém vai desistir se der errado agora, então de verdade ninguém espera NADA da franquia por enquanto. É o clima certo para relaxar, respirar e jogar basquete.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Quer ver como o Warriors seria se não tivesse jogadores talentosos? Pronto, tá aí. Quer ver o D’Angelo Russell tentar provar pro Lakers que ele vai dar certo sim e ser uma estrela? Pode nem funcionar, mas já vale pela narrativa. Confesso que vou assistir muito mais jogos deles do que deveria…


Conferência Oeste

Golden State Warriors
O QUE ESPERAR: Que sejam campeões. Não adianta mentir, nem pra mim e nem para os outros, que é feio. Ganhar outro anel é o que eles esperam que aconteça, é o que eu espero que aconteça e é o que a lógica quer que aconteça. Não apenas em termos de talento, mas também em termos táticos, o Warriors ainda está à frente do resto da NBA. Esse vão não pode durar para sempre, no entanto, e os outros times estão arriscando corajosamente – e aprendendo rápido! – para arranhar essa hegemonia. O Warriors não é imbatível, mas se perderem não será apenas um choque, será também um baque nas pretensões do time, que agora não está mais falando com nós reles mortais, está falando com A HISTÓRIA.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: O time representa o que exista de mais moderno, mais eficiente e mais entrosado no basquete contemporâneo. Deixe as birras de lado, as historinhas sobre “traição” e a dor de cotovelo e venha para essa AULA DE BASQUETE composta em sua imensa maiorias por jogadores “prata da casa”, draftados pela própria equipe e transformados em peças do basquete mais coletivo da NBA.


San Antonio Spurs
O QUE ESPERAR: O Spurs não mudou o elenco da temporada passada, que teve uma campanha histórica e chegou numa final contra o Warriors. Por outro lado, passaram no sufoco do Rockets, que vem bem mais forte para essa temporada, e por terem jogado quase a série toda sem Kawhi Leonard não dá pra medir com precisão se o elenco completo seria capaz de arranhar o Warriors numa final, mas parece que não. É claro que a intenção do Spurs é sempre ganhar um título e sempre é possível que isso aconteça enquanto o técnico Gregg Popovich estiver respirando, mas acho que as pretensões do time são chegar nas Finais do Oeste e ver o que acontece, especialmente se Kawhi estiver saudável. Se não der certo não vai ser nenhum desastre – o Spurs simplesmente tenta de novo.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: A Maior Mão do Planeta, Kawhi Leonard. Ele é tão surrealmente bom que até descaracteriza o Spurs, tornando o time um tanto dependente dele e bem mais focado em jogadas individuais do que qualquer outro Spurs dessa década. Vê-lo jogar é a prova de que é possível dominar tanto no ataque quanto na defesa, e ainda ver um time entrosado – especialmente no campo defensivo – tapando todos os buracos possíveis. Outra coisa: talvez seja nossa última chance de ver Manu Ginóbili jogando, porque nessa altura da vida ele pode simplesmente desistir a qualquer minuto. Assista o argentino e seja grato.


Houston Rockets
O QUE ESPERAR: Dava pra vencer o Warriors na temporada passada? Nem a pau. Dá pra vencer agora? NÃO DÁ PRA SABER. Essa é a graça de acrescentar Chris Paul num elenco em que ele não seria uma adição óbvia: pode dar errado, pode ficar médio, ou pode arrancar esse time para os céus e fazer frente à elite. Nesse momento o time é puro potencial e portanto não dá pra medir bem as expectativas. Nos bastidores, o time se sente bem superior ao da temporada passada, então perder antes das Finais do Oeste seria um fracasso. Ganhar do Warriors, por enquanto, é um plano secundário.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Se James Harden mostrou que é um dos jogadores mais espetaculares de se assistir sob comando do técnico Mike D’Antoni, como será Chris Paul, que é disparado o melhor armador puro dessa década? Como raios esses dois jogadores vão se encaixar junto e como o Rockets vai manter as bolas de três pontos fluindo com o Chris Paul dominando a meia distância? Se você não está MUITO CURIOSO, então está MORTO POR DENTRO. Outra coisa: assista ao Rockets e se chicoteie nas costas se algum dia você falou mal do Mike D’Antoni, por favor.


Los Angeles Clippers
O QUE ESPERAR: Realisticamente, o Clippers só quer provar que dá para competir e chegar nos Playoffs sem Chris Paul. Testar escalações distintas, colocar a bola nas mãos de Blake Griffin, ver o quanto dá pra confiar na saúde dele e do Danilo Gallinari, e ver como será a adaptação de Milos Teodosic na NBA – se a pré-temporada for indicativo, ele vai se dar muito, muito bem. Se esse time se entrosar e não sentir tanta falta de Chris Paul, os Playoffs serviriam para eles sonharem com uma próxima tentativa, mais experientes e com mais alguns reforços. Se não forem para a pós-temporada, talvez precisem pensar em reconstrução, ou seja, é questão de VIDA OU MORTE.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Blake Griffin sem Chris Paul já foi candidato a MVP, lembram? Armava o jogo, puxava contra-ataques e pontuava sem parar. Se quiser abrir mão da bola, Teodosic já provou na pré-temporada que dará os passes mais bonitos e impensáveis de toda a NBA. Perdeu um jogo do Clippers, perdeu uma jogada do Top 10 da semana e os coleguinhas vão tirar sarro de você na escolinha.


Utah Jazz
O QUE ESPERAR: Um time em busca de identidade. Gordon Hayward podia até ficar um tanto apagado em momentos cruciais de alguns jogos, mas ainda era parte fundamental do volume ofensivo e da rotação de bola da equipe. Sem ele o Jazz está oficialmente fora da zona de conforto, pra não dizer na ZONA DO IMPROVISO. Rudy Gobert vai ter que pontuar no pick-and-roll, Ricky Rubio vai ter que inventar espaços num ataque tantas vezes estático, Rodney Hood vai ter que se desenvolver num pontuador mais versátil. Tem gente que ainda espera Playoffs, mas a verdade é que o time precisa mesmo é se encontrar e perceber suas limitações. Lutar pela vaga já seria digno o bastante.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Rudy Gobert é um monstro defensivo que pode se tornar importante no ataque numa época em que pivôs não fazem mais pick-and-roll. Vale checar esse experimento bizarro e ver se a defesa do time será suficiente enquanto eles tentam encontrar um jeito de pontuar.


Oklahoma City Thunder
O QUE ESPERAR: O céu é o limite. Até dar errado, o Thunder é uma das maiores potências da NBA e se fosse campeão a gente iria estranhar um pouco, mas não muito. O que iríamos estranhar mesmo é como o Thunder montou esse time DO NADA, com poucas peças de troca, quando tudo levava a crer que Russell Westbrook iria ficar sozinho mais uma vez e eventualmente abandonar a equipe. Sério, mesmo se der tudo errado, essa temporada do Thunder já é uma vitória moral. O trio Westbrook, Carmelo Anthony e Paul George terá que fazer concessões, ajustes, bater cabeça, encontrar identidade e talvez demore para funcionar bem o bastante para que possamos analisar os limites da equipe, mas ainda assim deve ser suficiente para lutar por mando de quadra na pós-temporada. Não se classificar seria muito, muito desastroso – e a última pá de areia na carreira de Carmelo Anthony.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: São três jogadores acostumados a liderar suas equipes sozinhos e agora estarão juntos em nome de um bem maior. Quem não quer acompanhar essa história? Quem não quer ver Carmelo Anthony depois de uma LENDÁRIA offseason de treinamentos espetaculares com seu capuz? Quem não quer ver Westbrook cercado de talento para ver se isso muda sua eficiência ou seu método de tomar decisões? Esse é o time que não consigo me imaginar cansando de assistir mesmo se estiver dando tudo errado, esperem um quadribilhão de posts com sugestões e análises táticas desse time.


Memphis Grizzlies:
O QUE ESPERAR: O estilo moedor-de-carne de sempre, mesmo sem nosso amado Zach Randolph. Todo mundo espera que dessa vez eles não consigam, que dessa vez eles não cheguem nos Playoffs, que dessa vez eles percam aqueles jogos duros no finzinho. Mas já estamos calejados o bastante pra saber que o Grizzlies sempre dá um jeito, forçam os adversários pra mesma lama de ausência de talento em que eles habitam, e que é capaz que roubem uma improvável vaga nos Playoffs mesmo com esse Oeste forte pra burro. Se não conseguirem, faz parte; se conseguirem, vai ser mais uma pro hall de LENDAS desse Grizzlies inexplicável.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Pra quem gosta de sangue, ossos sendo triturados e dez caras em quadra ao mesmo tempo incapazes de jogar basquete, é DELÍCIA.


Portland Trail Blazers
O QUE ESPERAR: O mesmo time da temporada passada, mas com Jusuf Nurkic com mais tempo de casa. Pelo que o pivô jogou na pré-temporada e pelas limitações já conhecidas de um ataque focado integralmente em Damian Lillard e CJ McCollum, o time deve bater na trave. Mas o Lillard é biruta, né, vai ler isso aqui, ficar puto, fazer 80 pontos sozinho e ganhar jogos improváveis – pra depois perder jogos fáceis, claro. É até possível que alcance os Playoffs nessa dinâmica de heroísmo, mas não dá pra sonhar com muito mais do que isso.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Os dias bons do Lillard e os dias bons do McCollum são ESPETACULARES, eles parecem verdadeiramente imparáveis e prontos para dominar a NBA. Mas você tem que acertar o dia para assistir, porque se acabar assistindo os dias ruins vai se amaldiçoar por um tempo e pegar birra.


Denver Nuggets
O QUE ESPERAR: O Nuggets quer Playoffs. Dá pra conseguir? Até dá, mas precisa dar tudo certo, do Paul Millsap se consolidar como uma estrela e Nikola Jokic colecionar triple-doubles à molecada amadurecer logo e todo mundo virar matador do perímetro. O pior é que imagino esse cenário acontecendo e o Nuggets virando a grande história da temporada. Se não rolar, é importante que eles fiquem pelo menos no QUASE, pra continuar mostrando para a NBA que jogadores como o Millsap fazem bem de querer jogar por lá, e que o Jokic fique saudável e continue tornando os jogadores ao seu redor melhores.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Jokic é possivelmente meu jogador favorito da NBA atual. Ele interfere no jogo com uma inteligência tal que todo mundo ao seu redor corre e se move e se esforça e se mata para ficar em situação para ser acionado pelo pivôzão. Com mais talento ao seu redor, só tende a melhorar e o Nuggets deve ser um dos times mais divertidos da temporada.


New Orleans Pelicans
O QUE ESPERAR: Gente queimando a cueca para fazer esse time ir para os Playoffs. É só isso, só querem uma pós-temporada, uminha só, nunca te pediram nada. Se não rolar é DESASTRE, HORROR, o time desmonta, Anthony Davis não tem um motivo sequer para ficar e DeMarcus Cousins começa de novo em outro lugar rezando para que aceitem seu histórico emocional complicado. Se forem pra pós-temporada, seja qual for o resultado por lá, o time já respira e sonha em tentar de novo.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Anthony Davis e DeMarcus Cousins são dois dos melhores jogadores da NBA, os dois são os jogadores de garrafão mais completos da NBA, e os dois precisam vencer mais do que tudo na vida – pra dar uma moral, pra ter um futuro e para que as pessoas aceitem finalmente QUÃO BONS eles são. Fora isso ainda tem Rajon Rondo, que só volta lá pro fim de novembro, tentando encontrar finalmente uma casa na NBA. São histórias boas demais pra gente deixar de acompanhar.


Dallas Mavericks
O QUE ESPERAR: Um time azeitado, bonitinho, entrosado, obediente, eficiente e coeso, e INCAPAZ de vencer jogos de basquete. Ao menos na frequência que seria necessário para chegar nos Playoffs num dos Oestes mais fortes dos últimos anos. Vai dar gosto de ver jogar, torço pelo Seth Curry (o IRMÃO DO MAL), o novato Dennis Smith parece incrível, Harrison Barnes uma hora vai fazer alguma diferença e Nowitzki de pivô pode acrescentar uma ou duas temporadas na sua carreira. Mas ainda é pouco se o objetivo vai além de INCOMODAR TODO MUNDO. Mas às vezes INCOMODAR TODO MUNDO tá de bom tamanho, eu aprovo.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Times do técnico Rick Carlisle são uma aula tática e rendem mesmo quando tudo leva a crer que vão feder. Além disso, cada segundo em que Nowitzki está numa quadra de basquete pode ser o último e precisamos prestigiar o alemão, mas se ele sentar você está LEGITIMADO a trocar de canal.


Sacramento Kings
O QUE ESPERAR: Uma reconstrução DIGNA, ou seja, sem dor de cabeça, falta técnica, descontrole, falta de visão de futuro e clima cocô nos vestiários. É a reconstrução liderada por George Hill, Vince Carter e Zach Randolph, que deixam qualquer time SÉRIO. Mas é um time HORRÍVEL sério, cheio de moleques SÉRIO, fadado a perder SÉRIO. Uma hora ia ter que acontecer e finalmente o Kings optou que acontecesse com uma mudança na mentalidade e na identidade da equipe.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Que legal a reconstrução, que legal a seriedade, mas isso não quer dizer que A GENTE TEM QUE PARTICIPAR, né? Vamos sair de fininho e nos chamem de volta quando o time estiver pronto e Buddy Hield for o novo Stephen Curry.


Minessota Timberwolves
O QUE ESPERAR: Depende. Você quer ser aquele cara que diz todo ano que o Sílvio Santos vai morrer só porque UMA HORA VOCÊ ACERTA, ou você quer ficar quieto pra não passar vergonha depois? O Wolves sempre está prestes a dar certo, mas todo mundo que diz que AGORA VAI só passa vergonha na internet (oi, Denis). Mas o lance é que uma hora VAI MESMO, e tudo leva a crer que a hora é agora, com Jimmy Butler comandando a defesa que o técnico Tom Thibodeau tanto se esforçou para colocar minimamente em funcionamento na temporada passada. Tem muito talento, Karl Anthony-Towns é espetacular, Jamal Crawford muda qualquer banco de reservas, deveriam ir para os Playoffs. Mas não vou ser eu o cara que quebra a cara na internet, né? Prefiro me abster.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Se o Wolves FINALMENTE DER CERTO, você não vai ter sido o idiota que estava assistindo a outra coisa, né?


Los Angeles Lakers
O QUE ESPERAR: O time é um quebra-galho, cheio de jogadores com um mísero ano de contrato e pirralhos que podem virar alguma coisa ou sumir no anonimato, tudo no aguardo da PRÓXIMA OFFSEASON, aquela em que o Lakers espera poder contratar todo mundo: Paul George, DeMarcus Cousins, Michael Jordan e três Stephen Currys. Essa temporada aqui não é pra vencer, não é pra jogar pós-temporada, é só pra mostrar que existe um plano legal em jogo, um esquema tático eficiente e divertido, bons jogadores secundários, potencial em alguns moleques, para que as estrelas tenham ALGUM interesse de ir jogar lá. Lonzo Ball precisa tornar seus companheiros melhores, Brandon Ingram precisa mostrar que é completo mesmo, Kyle Kuzma precisa manter as médias da pré-temporada, qualquer coisa assim, para que as estrelas sejam atraídas ao invés de ir jogar num BURACO VAZIO.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: Lonzo Ball parece tudo isso mesmo e o técnico Luke Walton garante um estilo de jogo que, se não for sempre lindo, é sempre hilariante (às vezes não pelos motivos certos, mas enfim). Tem tudo para ser um time divertidíssimo de assistir e que perde no final, então vou acompanhar pelos dois motivos.


Phoenix Suns
O QUE ESPERAR: Que um disco voador venha resgatar Devin Booker e levá-lo para um lugar melhor.

MOTIVOS PARA ASSISTIR: A espera angustiante e maravilhosa pelos próximos 80 pontos de Devin Booker ou o disco voador que o resgatará, o que vier primeiro.

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

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