🔒Filtro Bola Presa #2

Bem-vindos ao primeiro Filtro Bola Presa aberto apenas para nossos assinantes no Apoia.se. A primeira edição e o Filtro especial da pré-temporada estão disponíveis a todos os nossos leitores, mas a partir de hoje os nossos assinantes poderão acompanhar o Filtro Bola Presa todo sábado com exclusividade!

Para quem ainda não conhece, o conceito do Filtro Bola Presa é simples: uma espécie de resumo semanal em que fazemos um apanhado de pequenas histórias que nunca iriam virar textos grandes, mas que merecem alguma atenção. Pode ser um vídeo, uma notícia, uma estatística, uma curiosidade, mesmo que mínima. Afinal tudo vale a pena quando a alma não é pequena!


Depois do lendário jogo dos 53 pontos, Stephen Curry ainda continua pegando fogo. Com a última vitória em cima do Nuggets, em que marcou 34 pontos com 10 assistências, Curry conseguiu uma marca histórica: é o primeiro jogador da História da NBA a ter ao menos 213 pontos, 32 rebotes e 39 assistências nos primeiros 6 jogos da temporada. Dois jogadores já chegaram perto: Michael Jordan e Oscar Robertson já começaram temporadas com ao menos 200 pontos, 30 rebotes e 30 assistências. Outro recorde para Curry? Nenhum outro jogador na História conseguiu converter 36 bolas de três pontos nos 6 primeiros jogos de uma temporada. Estamos presenciando um dos melhores inícios de temporada de todos os tempos, e não é à toa que o Warriors continua sendo o único time invicto da NBA nesse momento. Assistir ao Curry jogar agora é ver História sendo feita não importa o que aconteça: se ele mantiver o ritmo, caminha para a melhor temporada de um jogador que já tivemos notícia; se ele esfriar e tiver um jogo ruim, você terá visto o único jogo fraco do Curry até o momento.

Aliás, o Warriors está jogando num nível tão fantástico que o Draymond Green não conseguiu esconder a reação ao ser informado ao vivo que o seu time tinha 28 assistências só no primeiro tempo, é hilário:


Outro jogador a fazer História essa semana foi Tim Duncan, oficialmente o jogador com o maior número de vitórias dentro de uma equipe na NBA em todos os tempos. São 954 vitórias na temporada regular com o Spurs, passando John Stockton e Karl Malone, a dupla arroz-com-feijão que fez História no Jazz.

E de quebra, essa semana também viu Tim Duncan, Manu Ginóbili e Tony Parker se tornarem o trio com o maior número de vitórias jogando juntos na História, deixando para trás Larry Bird, Kevin McHale e Robert Parish dos tempos áureos do Celtics.

As duas marcas históricas na mesma semana são a constatação de que o modelo do Spurs é tudo que qualquer jovem estrela sonha na vida: estabilidade, um nome na História, vitórias e recordes. É a franquia de maior sucesso no esporte americano desde que Duncan chegou à equipe.


A semana foi boa para dois dos melhores pivôs da NBA no momento. Dwight Howard venceu o Magic, time que o draftou, acertando TODOS os 10 arremessos que deu em quadra na noite. Na verdade foi a segunda vez que ele acertou tudo arremessando mais de 10 vezes – a outra foi jogando pelo Magic numa partida contra o Rockets, em que acertou as 11 bolas que tentou. Dwight ficou em ótima companhia com o recorde: os outros jogadores a acertarem mais de 10 arremessos sem errar em mais de uma partida são Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabar, Bernard King e Karl Malone. Nesses dias mágicos, Dwight Howard parece ser dominante a ponto de ser o foco central do ataque de qualquer franquia – pena que a ilusão dura pouco. O ataque do Rockets com Ty Lawson, tentando se adaptar a um jogo mais rápido e com mais pick-and-rolls, pelo menos deve ajudar Dwight a conseguir atacar mais a cesta.

A outra partida fantástica de pivôzão foi o jogo de 25 pontos e 29 rebotes de Andre Drummond, provando que ele era mesmo a peça de garrafão que o Detroit deveria ter segurado. O mais impressionante é que no jogo anterior, Drummond já havia conseguido 20 pontos e 20 rebotes. Quem achava que no fundo o Drummond não passava de um Ben Wallace com hormônios certamente não levou em conta a importância de hormônios para conseguir os pontinhos no ataque que o Ben Wallace nunca conseguiu.


Mais recordes: LeBron James é o jogador mais novo a alcançar 25 mil pontos, e o quarto na lista de quem conseguiu esse feito em menos jogos – ficando atrás de Wilt Chamberlain, Michael Jordan e Kareem Abdul-Jabbar. Alcançar a marca tão cedo é impressionante, e atestado de que LeBron não é jogador de uma arma só – quem diria que seu arremesso se tornaria tão consistente, e que ele ganharia um jogo sólido de costas para a cesta?


As camisetas com manga na NBA parecem muito fora de lugar depois de tantas décadas acostumados com as regatas, mas já estão me causando menos estranhamento – agora não acho que errei de esporte quando vejo alguém vestindo esse uniforme em quadra. Mas pelo jeito, ao contrário de mim, alguns jogadores não estão se adaptando à novidade: LeBron James simplesmente rasgou as mangas fora após errar um punhado de arremessos.

E não foi como o Josh McRoberts, que rasgou a camiseta no meio de tanta raiva, como se fosse o Hulk ou então o Super-Homem tirando o disfarce. A ação de LeBron, embora fruto de frustração, foi bastante cirúrgica, rasgando as mangas para abrir espaço para os braços em claro sinal de desconforto. Obviamente o lance foi uma excelente contra-propaganda para a “famosa marca de material esportivo” que levou anos para criar essas camisetas, então LeBron não admitiu que as mangas estavam incomodando seus braços nas entrevistas. O ponto é que mecânica de arremesso é algo repetitivo, controlado, sempre idêntico, e qualquer mínima coisinha pode atrapalhar a memória muscular do jogador. Isso e, claro, a superstição – vale lembrar que LeBron foi atrás da faixinha de cabelo de volta quando estava dando tudo errado num jogo da temporada passada.


Essa é sugestão do nosso leitor Murilo Lima Caniçares: o Zach Randolph ainda usa um celular velho, daqueles que dobra no meio.

Z-Bo

Quando o Clippers tirou sarro no Twitter da derrota do Grizzlies para o Warriors por 50 pontos, o Randolph disse que não se importava com essas coisas de rede social, que o que valia era o que acontecia em quadra. Pois bem, ele tanto não se importa que usa um celular da pré-história, sem acesso a qualquer rede social, tipo a minha mãe. Combina perfeitamente com um jogador que há dez anos faz exatamente a mesma coisa em quadra todos os dias, quer perca ou ganhe, quer reclamem ou elogiem. Dá pra imaginar o Randolph em casa ainda fazendo comida no forno a lenha e alegando que “não se mexe em time que está ganhando”. É um velho em corpo de Lua pequena.


Outro que não queria mudanças era Marcus Morris, que assinou um contrato menor com o Suns só para continuar jogando ao lado do seu irmão gêmeo Markieff e foi trocado para o Pistons de repente, sem aviso ou conversa. Marcus se disse traído, desrespeitado, e prometeu “desrespeitar” o Suns quando enfrentasse a equipe tendo uma atuação memorável. O confronto aconteceu e, mesmo não tendo feito chover, seus 20 pontos foram essenciais para a vitória do Pistons fora de casa. Os torcedores do Suns vaiaram bastante ao longo da partida após as declarações revoltadas de Marcus, e ao ser questionado sobre as vaias após o jogo, não houve perdão: afirmou que não se importa porque “os torcedores de Detroit são muito melhores que os de Phoenix”. Pronto, agora que já esnobou a ex-namorada, podemos encerrar de vez esse episódio ruim da novelinha Malhação.


Pronto galera, pode comemorar: saiu o anúncio oficial de que o Kristaps Porzingis não é o novo Andrea Bargnani. O anúncio aconteceu no instante em que Porzingis fez seu terceiro putback na temporada. Não é só apenas que ele consegue pegar rebotes, ou que ele consegue enterrar, mas a junção das duas coisas, o que exige uma quantidade de explosão física, posicionamento e não-Andrea-Bargnanizisse rara entre jogadores do seu tamanho.


Um pouco atrasado, mas quão legal é esse cumprimento do LeBron James quando reviu o Wade no começo da temporada? LeBron é famoso por ter um cumprimento bizarro diferente com cada um dos jogadores de sua equipe, mas a memória necessária para lembrar todos os passos desse com o Wade é um troço insano. O único problema desse vídeo é quão constrangedor é o LeBron tentando fugir do abraço do Bosh e o pivô tentando manter o ex-companheiro à força em sua rede de sedução.


O troféus Bruce Bowen da semana, para o jogador mais PANACA em quadra, terá que ser dividido. Primeiro, DeMarcus Cousins simplesmente puxou o rabinho ridículo do Nick Young no meio de um lance-livre, só de sacanagem.

Depois tivemos o Rajon Rondo lembrando a jogada famosa de Ron Artest no Paul Pierce e puxando as calças do seu adversário no meio do jogo – mas com um diferencial incrivelmente panaca: o Rondo SEQUER ESTÁ NO JOGO, ficou enchendo o saco lá no banco de reservas. É aquele cara que quando não está jogando, faz questão de estragar a festa de quem está.


O Rondo deveria aprender a se comportar no banco de reservas com o exemplo do Andre Iguodala, que anima a galera esperando enterradas fantásticas para se tornar um brinquedinho movido à pilha.


Momento hospital na NBA para quem tem estômago forte: Stephen Curry está com uma mira tão boa que até quando quer contundir alguém consegue fazer mágica. Na vitória contra o Rockets, Curry conseguiu rasgar a pálpebra do Terrence Jones por dentro! O ala teve que tomar pontos, que começaram a “roçar” em seu olho e estragar sua visão, tendo que ser tirados às pressas. O coitado não tem sequer previsão de quando vai poder voltar às quadras.

Outra lesão, mas essa digna de “Arquivo X”: Gerald Green foi encontrado sangrando e inconsciente do lado de fora do seu condomínio em Miami. Não há ainda nenhuma informação do que aconteceu, apenas que Green está hospitalizado e passa bem. Minha aposta: alienígenas.


Por falar em alienígenas, que tal as fotos fantásticas de festas de Halloween ao redor da NBA? Destaque, claro, para o JR Smith vestido de bebê, para o técnico Rick Carlisle fantasiado de Jim Carrey fantasiado de Rick Carlisle, e para o Nowitzki de Tropeço!


Essa é, sem dúvidas, a história mais bizarra da temporada até agora: o jogo entre Bucks e Nets teve que ser interrompido porque havia um PICLES MEIO COMIDO no meio da quadra. Triste pela interrupção do jogo porcaria? Nem um pouco. Triste porque alguém perdeu um pedaço de um lanche bacana? Com certeza.


Kobe Bryant pode não dar mais enterradas espetaculares e voar pela quadra, mas isso não significa que suas atuações desse começo de temporada não sejam dignas do jogo “NBA JAM” – só que não de um jeito lisongeiro, claro.


Encerramos aqui nosso Filtro Bola Presa para assinantes da semana com imagens exclusivas de VOCÊ, LEITOR, tentando enterrar num basquetinho de fim de semana. Até semana que vem!

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

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