>3 histórias diferentes

>

– Então… você já perdeu.

Nas semi-finais de conferência é esperado encontrar muita igualdade nas séries, afinal de contas são os 4 melhores times de cada conferência. Mas, mesmo assim, três das quatro séries que estão rolando já estão com 2 a 0. Em semelhanças, porém, elas param por aí. Cada uma delas tem uma história completamente diferente. Vamos ver o porquê.

Começamos falando do Leste, onde o Magic lidera o Hawks por 2 a 0. O primeiro jogo foi uma lavada destruidora, uma surra que justificou esse post do Danilo pedindo indenização por ver uma série tão desigual a essa altura dos playoffs. Já o jogo de ontem não foi tão anormal como o primeiro, mas foi a prova definitiva de como o Magic é um time muito superior.
O Hawks começou o jogo de maneira agressiva, com Joe Johnson e Al Horford segurando a onda no ataque. Nunca que eles teriam 21 pontos em dois quartos como tiveram no jogo 1 com os dois jogando desse jeito! E jogaram tão bem que o Hawks foi para o intervalo vencendo por quase 10 pontos de vantagem. Começou o segundo tempo e o Magic logo encostou com um 9 a 0. Depois segurou a onda e no quarto período, em questão de 3 minutos, abriu 19 pontos de vantagem. Sim, o último período começou empatado e na metade desse mesmo período o jogo parecia uma surra de profissionais contra amadores gordos.
Nos criticaram em outro post dizendo que agora a gente acha que o Hawks é um lixo mas que no começo da temporada até chamamos eles de “novo Spurs”. Quem comenta isso, acho, quer mais arranjar confusão do que qualquer outra coisa, porque está tudo bem explicado nos nossos posts, mas tudo bem, acho que uma explicação a essa altura do campeonato ajuda a explicar porque o Hawks nunca vai chegar perto de vencer essa série contra o Magic.
Chamamos o Hawks de “novo Spurs” porque eles, nos últimos anos, ganharam várias características do time do Tim Duncan. A regularidade, o crescimento pouco a pouco a cada temporada, as atuações sólidas e vitórias constantes contra times fracos (não é como o Lakers, por exemplo, que volta e meia entrega jogo pra uns timecos) e um jogo de equipe, organizado e bastante baseado na defesa. Ainda nesse ano tiveram o bônus de ter o Jamal Crawford, um sexto homem no estilo Manu Ginóbili. Mas mesmo no post onde eu chamo eles assim, já aviso que ter características do Spurs não significa ser eles. Não quer dizer que eles tem o melhor ala de força da história e que vão ganhar 4 títulos. O Hawks é como o Spurs seria nos últimos 10 anos se não tivesse o Duncan, o Greg Popovich e outros tantos talentos fora de série que passaram por lá.
Isso faz do Hawks um dos melhores times da NBA entre aqueles que não tem chance de serem campeões. Pega qualquer time mediano e ruim que o Hawks vai dar um pau, mas falta ainda talento pra pegar Cavs, Magic, Lakers e, por que não, o próprio Spurs. Elogiamos o Hawks por sua evolução, por ser um bom time, mas é pedir demais que eles vençam o melhor time desses playoffs. O Magic venceu os 6 jogos que jogou nessa pós-temporada por uma média de 18 pontos de diferença cada um! E ontem conseguiu a proeza de ter 4 titulares marcando pelo menos 20 pontos (Jameer Nelson, Dwight Howard, Rashard Lewis e Vince Carter), foi a primeira vez que isso aconteceu nos playoffs desde 1995 quando o Rockets (Hakeem Olajuwon, Kenny Smith, Robert Horry e Clyde Drexler) fez a mesma coisa contra o Utah Jazz.
Falando em Utah Jazz, aqui temos outra situação bem diferente da série entre Hawks e Magic. Embora o time do Jerry Mãos GigantesSloan esteja perdendo pelo mesmo placar, a série está longe de terminar, o que não elimina o fato do Jazz estar com a corda no pescoço. Parece uma contradição dizer essas duas coisas na mesma frase mas o Jazz é meio uma contradição constante. Eles começam a temporada fedendo demais, depois se recuperam de tal maneira que chegam ao segundo lugar do Oeste jogando o basquete mais bonito da conferência, depois nas últimas semanas perdem todos os seus jogos-chave e caem para o quinto lugar. Aí nos playoffs dão uma surra no Denver Nuggets como se não enfrentassem o atual vice-campeão do Oeste e, em seguida, jogam duas partidas patéticas contra o Lakers. Dá pra entender? Dá pra prever?
Embora o time seja uma montanha russa, em uma coisa eles são bastante regulares há pelo menos uns 5 anos: jogar mal em Los Angeles. Entra ano, sai ano, tanto Jazz quanto Lakers mudam seus elencos, mas uma coisa não muda, o Jazz não sabe o que fazer quando joga no STAPLES Center. É o calor californiano? O nervosismo de atuar na frente do Jack Nicholson? Sei lá, não faz sentido, mas lá eles não jogam nada.
Em compensação, em Salt Lake City já tiveram vitórias históricas sobre o Lakers, como uma em que nem Deron Williams e nem Carlos Boozer jogaram e mesmo assim o time dominou o jogo do começo ao fim com uma atuação de gala do Andrei Kirilenko. Por esse motivo e pela volta desse mesmo Kirilenko, finalmente recuperado, é que mesmo assistindo duas partidas horríveis do Jazz em Los Angeles não dá pra colocar eles fora da briga. Basta o Deron Williams atacar a cesta como fez com o Nuggets e Boozer e Millsap impedirem Gasol, Bynum e Odom de dominarem os rebotes que a cara da série muda completamente. E não é difícil de imaginar isso acontecendo, já vimos que o garrafão do Jazz é bastante poderoso.
Sabe outra coisa não tão difícil de imaginar? O Kobe pegando um jogo disputado no quarto período e ganhando por conta própria. Basta isso acontecer uma vez nesses dois jogos em Salt Lake que o Lakers volta pra casa com uma vantagem de 3 a 1 e aí a série já era. E imagina se ele faz isso no jogo 3 e o Lakers abre 3 a 0, a confiança do Jazz fica tão forte quanto as cobranças de pênalti do Palmeiras e do Atlético-GO. Reviravolta, virada, empate ou varrida, dá pra esperar de tudo desse time do Jazz.
A outra série que está em 2 a 0 é a entre o Suns e o Spurs, que até é motivo da nossa promoção de playoff. Ao contrário da série do Hawks, ela está longe de ter um time com óbvia superioridade e ao contrário da série do Jazz, envolve times muito mais previsíveis e confiáveis. Ou alguém tem alguma dúvida de que o Spurs, em especial o Ginóbili, vai vir com sangue nos olhos para não encarar um 3 a 0 na série?
Quem lembra dos duelos épicos entre os dois times que descrevemos nesse post sabe que o Spurs, mesmo quando perdia, conseguia comandar o ritmo do jogo e manter o placar na casa dos 80, 90 pontos. Já nessa temporada tomou pelo menos 110 em todos os jogos, desde a temporada regular até esse começo de série. Ou seja, o Spurs precisa defender melhor e, como disse na análise da série, faz isso quando ataca melhor e segura os contra-ataques. Se eu acho que sei uma solução, o Popovich deve ter certeza que sabe umas 10. O San Antonio é bom em playoff porque eles sabem fazer ajustes durante as séries e não tenho dúvida de que essa série com o Phoenix ainda vai muito longe.
O meu palpite foi 4 x 2 para o Suns e eu ainda confio nele, mas não dá pra negar que se for 4 x 2 ou 4 x 3 para o Spurs não será nenhuma surpresa anormal. De todos os “doizazeros”, tem tudo pra ser a série mais longa e mais divertida!

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.