>Rick Adelman é meu amigo

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Bom garoto, Adelman. Continue me obedecendo e você até ganha um biscrok

Gostei muito do conceito de “água na bunda” do post anterior em que o Denis fala sobre o Rashard Lewis e o Turkoglu. A chegada de um jogador de talento costuma realmente ter o poder de fazer outros, com medo de perder a vaga e o emprego, jogarem mais do que de costume.

Um caso interessante a respeito é o do Rafer Alston, armador do Houston. Boatos durante a temporada passada insistiam em trocas em que o Rockets conseguiria novos armadores, e lembro-me de uma entrevista indignada com o Alston em que ele reclamava: “sou o armador titular, um dos poucos da NBA preocupados em passar a bola acima de tudo, e não se fala em outra coisa além de conseguir alguém para que pontue para me substituir.”

Na época ele até parecia preocupado em passar a bola mas sua seleção de arremessos continuava sendo mais questionável do que a sexualidade da Vovó Mafalda. O medo de perder a vaga por “não estar agradando” fez com que se esforçasse cada vez mais em arremessar o tempo todo. Estava ali plantada negativamente a semente que tornaria o Alston um arremessador descerebrado.

Mas os boatos não diminuíram e o Houston realmente trouxe outro armador. Na verdade, outros. Na verdade, uma bacia cheia deles, comprados em fim de feira com desconto. Francis e Mike James como free agents e depois ainda draftaram outro para completar, o Aaron Brooks. Com tanto armador, o recado para o Rafer Alston estava dado, mas infelizmente não funcionou. Mike James e Francis jogavam cada vez pior e Aaron Brooks se mantinha na Liga de Desenvolvimento. Então o Alston podia continuar lá numa boa, fedendo o quanto quisesse.

Nas minhas 5 soluções para o Houston Rockets, o Aaron Brooks era um fator fundamental. Embora seja capaz de pontuar, ele ainda tem aquele medo característico dos novatos, aquela vontade de obedecer o esquema, de passar a bola, envolver o time e deixar o técnico feliz. Pra minha sorte, o Adelman resolveu levar em consideração o meu “Curso de Técnico de Fim de Semana” que eu fiz pelo Instituto Universal Brasileiro e, reconhecendo toda minha genialidade, chamou o Brooks e o Novak de volta para o time e tirou completamente o Francis e o Mike James da rotação. O Francis deixou de jogar umas partidas gripado e depois nunca mais voltou, o que deixa a tal doença em suspeita. Mas o que importa é que isso torna o Brooks o único reserva a botar pressão no Alston.

É claro que é só botar pressão, não dá pra colocar um cérebro novo infelizmente, mas já foi o bastante para melhorar a produção. Ele ainda continua arremessando demais de trás da linha dos 3 pontos e com uma pontaria descalibrada, mas agora está com muito mais vontade, muito mais agressivo, batendo para dentro e abusando das bandejas. Contra o Boston Celtics, o Houston chegou a estar liderando o jogo no quarto período ainda que sem o T-Mac, de fora com problemas no joelho. Quem fez a cesta que empatou o jogo no minuto final foi o Rafer Alston, numa bandeja feita com maestria, resquícios de seu tempo no And 1. É, eu sei que o Garnett botou o jogo nas costas nos segundos finais e garantiu a vitória, mas fazer o Boston suar e vibrar com a vitória mesmo sem o McGrady é uma vitória moral para o Houston. Na fase em que estamos, eu fico feliz até com derrotas, acredite.

Ontem, contra o Orlando Magic, com o jogo empatado no minuto final, o Rafer Alston fez exatamente a mesma coisa e, com uma bandeja difícil, colocou o Houston na frente. O Magic ainda fez uma cesta de tapinha com o Foyle no estouro do cronômetro, bastante polêmica, e que depois de ver nos monitores os árbitros invalidaram. Olha, podem até ter errado, a bola pode até ter valido, mas eu aceito a vitória depois dos juízes insistirem em querer acabar com a carreira do Yao Ming. Me chamem de chorão, mas não é possível que ninguém esteja vendo o tipo de coisa que o Yao tem que passar com a arbitragem. O Yao reclamou publicamente, o Adelman, o Alston, a imprensa, todo mundo está alertando. Quanto mais físico o Yao fica, quanto mais agressivo ele fica (como os palpiteiros-de-banheiro sempre pedem que ele seja), mais a arbitragem esfola ele vivo. Ontem ele dominou o Dwight Howard, a ponto de tirá-lo com 6 faltas, mas o Dwight teria saído ainda antes se coisas óbvias tivessem sido apitadas. E o Yao poderia ter passado mais tempo em quadra.

O engraçado de ontem foi que na posse de bola final para o Magic, buscando o empate, quem tentou definir foi o Rashard Lewis. Conforme o Denis avisou, ele não havia tido muito sucesso anteriormente e o Turkoglu estava decidindo os jogos no final. Ontem isso não ocorreu e o Rashard, claro, errou. Acho que é o Rashard agora que está sentindo a água na bunda.

Outro bom exemplo do Denis, Jordan Farmar e Javaris Crittenton, mostraram uma boa competição sadia na noite de ontem. Com o Lakers humilhando o Sixers, oito jogadores de Los Angeles puderam jogar pelo menos 20 minutos, sete tiveram 11 pontos ou mais, e seis tiveram 15 pontos ou mais. No meio dessa festança, Farmar e Crittenton queriam provar quem era o melhor armador: Crittenton fez 19 pontos e Farmar fez 16. Nada como uma pequena competição interna para elevar o nível de todo mundo e favorecer a equipe inteira.

Enquanto isso, em New York, a situação é exatamente a contrária. Eddy Curry vem sendo criticado pela péssima temporada, sendo inclusive rebaixado ao banco de reservas. Mas bastou uma partida sem Zach Randolph, suspenso por atirar uma faixa de cabeça num árbitro, que o Curry fez 25 pontos e 12 rebotes, com 10 arremessos certos em 12 tentados. Resta alguma dúvida de que o problema do Curry é o Randolph? De que os dois exigem muitas posses de bola, muitas pizzas, muitos doces, e que não há no mundo inteiro bolas e comidas suficientes para os dois juntos na mesma quadra?

Aliás, uma coisa que tirou ontem minha noite de sono, foi justamente como diabos o Curry pegou 12 rebotes! Acho que a felicidade de estar sem o Randolph foi tanta que ele até resolveu erguer os braços e, quem diria, pular!

Agora, para finalizar, vale uma olhada nos melhores momentos da rodada de ontem apenas para poder opinar: o tapinha do Foyle, afinal de contas, deveria ou não ter valido?

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