>Preview da Final do Leste – Bulls X Heat

>

Gatinho

Antes de mais nada, o que você não encontrará nesse post?

– um palpite idiota e metido a Walter Mercado sobre quem vai ganhar essa série
– uma discussão sobre o LeBron ser melhor ou pior do que o Jordan ou o Kobe ou o Marcelinho Machado
– desdém com o Heat porque as estrelas se venderam e foram jogar juntas
– uma análise sobre o Derrick Rose ser o MVP e como esse prêmio não significa bulhufas
– uma menção ao Atlanta Hawks
– uma foto nua da Talula

Tendo dito isso, vamos para um rápido preview da final do Leste que começa hoje às 21h, comentando as principais dúvidas sobre a série e os elementos vitais para cada time, pra você poder assistir de olho em alguns fatores.

Antes de mais nada, os dois times possuem ritmos bastante parecidos de jogo. Derrick Rose gosta de botar o Bulls pra correr e finaliza constantemente na transição, enquanto o Heat joga um pouco mais devagar, é mais eficiente no basquete de meia-quadra, mas também busca o contra-ataque mais do que qualquer coisa. Isso significa basicamente que erros de passe, desperdícios de bola e arremessos de três pontos errados serão punidos sem dó nem piedade com contra-ataques monstruosos. Nenhum dos dois times se beneficiaria de uma diminuição desse ritmo, então podemos esperar defesa forte e ritmo frenético. Derrick Rose, LeBron e Wade estão entre os jogadores que mais desperdiçam a bola na NBA porque estão constantemente com a bola nas mãos e forçando o jogo para dentro do garrafão. Quanto mais forçarem e mais cagadas cometerem, mais darão pontos fáceis para o adversário. Por isso, surgem algumas questões. Como será a marcação em cima de Derrick Rose, para forçar desperdícios, e como Rose reagirá a ela? Nas últimas partidas, Rose soube distribuir melhor a bola e forçar menos o jogo, e provavelmente terá que fazer isso porque a defesa de pick and roll do Heat é uma das melhores da NBA e estará focada inteiramente no armador do Bulls. Da parte do Heat, LeBron e Wade terão que infiltrar menos e encontrar um ao outro em cortes para a cesta. A dupla é excelente nisso, mas executa pouco a jogada. Quando os dois são isolados com a bola na mão e precisam criar o próprio arremesso, os turnovers são mais frequentes – e as bolas forçadas de três pontos também.

Nenhum dos dois times é exatamente eficiente nas bolas de 3 pontos, tentando pouco e acertando menos ainda. Com o foco no garrafão e os arremessos contestados por duas das melhores defesas da NBA, os rebotes serão um dos pontos mais importantes da série. O Bulls é melhor do que o Heat em rebotes ofensivos, enquanto o Heat é mais eficiente com tapinhas, colocando a bola de volta dentro da cesta. Então proteger o rebote defensivo será vital, vale até dedo no olho. Bizarramente, Joel Anthony é estatisticamente um dos jogadores mais importantes dos playoffs até agora justamente porque garante que a bola se mantenha viva nos rebotes ofensivos e afasta os adversários nos rebotes defensivos. Na luta contra Boozer e Noah, que são bons reboteiros, o Anthony vai ser ainda mais importante. Quem diria, hein? No time do Bosh, do Wade e do LeBron, temos que dar papel importante para o tal do Joel Anthony, que sabe fazer um monte de coisas mas nenhuma delas lembra basquete.

O ponto fraco da defesa do Heat é nos arremessadores de três de equipes que conseguem rodar a bola. Como o foco defensivo está no armador e no pick and roll, vai ter muita gente do Bulls sobrando livre para arremessar de fora. Em dias bons do Derrick Rose e do Kyle Korver, dá pra abrir rapidamente vantagens que o Heat não consiga tirar depois. O que leva a uma dúvida importante: quem marcará os arremessadores e o perímetro? Derrick Rose pode ser marcado por Mario Chalmers, LeBron (que já marcou o Tony Parker contra o Spurs, por exemplo) ou até mesmo o Wade, mas os dois últimos são muito melhores na ajuda defensiva e no esquema tático do Heat estão sempre prontos para cobrir o garrafão. Colocar um deles no Rose complicará o armador do Bulls, mas abrirá espaço na defesa e Chalmers provavelmente marcará um arremessador maior do que ele. Tem também o lance das faltas, que o Rose pode cavar com facilidade num dia bom. O banco de reservas do Heat até tem tido participação importante, mas nessa série devem sentir falta de um defensor especialista quando a coisa apertar.

Do outro lado da quadra, o Heat é especialista em cavar faltas. Para alguns, é porque toda vez que o Wade cutuca o nariz algum árbitro maluco manda bala no apito, e o LeBron seria o queridinho mimado que os árbitros deixam andar, correr e chutar a bola com os pés para depois marcar falta em cima dele. Então é bom Keith Bogans (que talvez não jogue hoje), Ronnie Brewer e Luol Deng (jogando lesionado) darem um jeito de não sair com excesso de faltas – mas também saber cometer a falta para poupar o garrafão do Bulls. Os lances livres constantemente colocam o Heat no jogo porque o ataque é muito truncado, não flui a não ser no contra-ataque, então cavar faltas mantém a equipe viva até eles pegarem o ritmo. Não cometer faltas contra o Heat é uma ótima forma de deixar o time maluco e completamente fora de seu padrão de jogo.

O ataque do Bulls não é muito diferente, já que é muito centrado no Derrick Rose, mas o time depende menos dos lances livres e mais dos arremessos de média distância. Aliás, estejamos preparados para jogos em que os ataques se complicam, se atrapalham, perdem a bola e fazem cagada. E defesas duras, que forçam erros. Mas que cometem erros também. O que o Boozer e o Noah têm batido cabeça na defesa não é brincadeira, e por isso mesmo o Bosh deve sobrar livre o tempo todo nos jogos e pode ser fator decisivo. A defesa do Heat também se atrapalha quando aperta demais os passes, liberando bolas de três. Sabe aquele arremesso de três que o Rose não tinha ano passado e que ele agora usa o tempo inteiro como se fosse o Ray Allen? Se estiver calibrado, vai machucar o Heat um absurdo, mais do que machucou nos playoffs até agora. Mas se não estiver, cada arremesso errado de três vai virar um passe de futebol americano entre a dupla Wade e LeBron. A transição defensiva tem que ser impecável, sempre, e vai levar alguns vários jogos para os dois times se acostumarem com isso.

Em uma das vitórias do Bulls sobre o Heat na temporada regular a estrela da noite foi o Chris Bosh. Não por um bom motivo, claro, ele conseguiu a impressionante, sensacional, histórica e patética marca de um arremesso certo em 18 tentativas! D-E-Z-O-I-T-O. Mas isso não quer dizer que o Bulls tenha uma fórmula mágica para pará-lo, é só um grande exemplo de como coisas bizarras acontecem no meio da temporada regular e que temos que saber o que levar de relevante desses jogos e o que ignorar. Esqueça aquela bobagem de que o Heat perdeu a série na temporada regular, que o Bulls tem a melhor campanha do Leste, coisa e tal. O momento agora é bastante diferente para as duas equipes.

O Bulls vem de um alívio que foi descobrir sua identidade depois de passar mais sufoco do que queria nos playoffs, tiveram que voltar para a realidade e encontrar outro tipo de jogo que fosse mais eficiente do que deixar o Rose jogar. A equipe agora é mais perigosa no ataque, e mais atrapalhada na defesa do que vimos na temporada regular. O Heat, então, é um time completamente diferente: Joel Anthony é uma âncora na defesa e desequilibra o jogo muitas vezes só com posicionamento (é o Nick Collison sem poder ofensivo), Wade e LeBron se procuram no ataque ao invés de ficar fazendo turnos, e o técnico Spoelstra está mais maleável e não coloca em prática aquele ataque engessado de antes. São duas equipes motivadas, com compreensões novas de si mesmos, e portanto não dá pra saber o que esperar. De certo, apenas que esses jogos truncados de placar mais baixo acabam sendo decididos nos detalhes e por mudanças táticas de um jogo para o outro – algo que deve acontecer bastante especialmente porque o Spoelstra é nerd de basquete (tipo o Kobe) e o Thibodeau é um gênio defensivo que tem muito para arrumar conforme a série for acontecendo. Ou seja, vai ter muito material para a gente analisar com cuidado quando a série começar, jogo a jogo. Por enquanto, apenas questões e os fatores importantes para uma primeira leitura. Daqui a pouco, vamos ver como isso se encaixa na prática.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.