>Depois de meses olhando para a cara do David Stern em reuniões intermináveis de mais de 20 horas, o que é um arremesso final na cara do Dirk Nowitzki, certo? Mamata. Sem medo e sem qualquer sinal de hesitação o Derek Fisher conseguiu encerrar um dos jogos mais sofríveis dessa temporada com uma grande jogada. Um arremesso de três de muito longe e com um alemão de 2,13m na sua cara para dar a vitória de 73 a 70 do Lakers sobre o Mavs. Dos últimos 13 pontos do Lakers no jogo, Fisher marcou 9.
A seção das estatísticas é a 8 ou 80, não o Resumo da Rodada, mas só com números para descrever a aberração que foi essa partida. O Lakers acertou 38% de seus arremessos, o Mavs 35%. O Lakers acertou apenas 1/10 bolas de 3 (10%), a certeira foi só aquela do Fisher mesmo, o Mavs 4-26 (15%). O placar do 3º período foi, acreditem, 16 a 7 para o Dallas Mavericks! O Lakers conseguiu a proeza de fazer apenas 7 pontos em um período e ainda ganhar o jogo! Nem nos duelos de Pistons e Pacers do meio da década passada a gente via coisas tão absurdas. Foi como assistir a uma partida de… argh… basquete feminino!
De quente nesse jogo só os primeiros minutos do Lamar Odom de volta a Los Angeles. Recebeu aplausos de pé de todos, um abraço carinhoso do Fisher e meteu 7 pontos rapidinho. Foi só. Acabou. Nenhum jogador durante todo o resto da partida pode ser considerado “quente” no confronto. Andrew Bynum foi bem com 17 pontos e 15 rebotes, mas a verdade é que quando marcado por Ian Mahinmi teve dificuldades de se posicionar bem para receber a bola. Kobe Bryant e Dirk Nowitzki até se esforçaram para o jogo ganhar um placar decente no último quarto, fazendo muitos pontos no começo do período, mas acabaram chutando 7-22 e 8-17 respectivamente.
Mas não só de jogos horripilantes foi feita a rodada de ontem do Dia de Martin Luther King Jr. nos EUA. Na cidade onde MLK foi assassinado, Memphis, o Grizzlies continua fazendo muitos pontos de contra-ataque e assistindo ao renascimento de Rudy Gay. Ele fez a alegria dos piadistas de plantão com 24 pontos e liderou o Grizz contra o Bulls, que estava sem Derrick Rose, machucado. A diferença chegou a estar em 27 para o time da casa, mas Tom Thibodeau puxou uma jogada de basquete universitário, usou marcação pressão quadra inteira e diminuiu a vantagem para apenas 9. Não foi o bastante, mas foi bem legal. Já na cidade onde Martin Luther King fez sua famosa marcha em 1963 (quando disse o “Eu tenho um sonho”), o Wizards perdeu de novo. Dessa vez John Wall resolveu começar a acertar arremessos pela primeira vez na temporada e fez 38 pontos, o máximo de sua carreira, mas mesmo assim não foi o bastante. Eles tomaram 20 pontos do Samuel Dalembert (14 no 3º período!!!) e apanharam do Rockets. Eles não tem salvação.
Outro time que às vezes parece que não tem solução é o New York Knicks. Eles tem uns jogos tão desanimadores que dá vontade de tacar tudo para o alto. Mas, vidrado em estrelas como somos, teimamos em acreditar que um dia o trio Carmelo Anthony, Amar’e Stoudemire e Tyson Chandler vai dar certo. Ontem eles perderam em casa do Orlando Magic. Carmelo Anthony tentou 27 arremessos, o resto dos titulares apenas 23. “Não é como se ele estivesse sequer procurando o passe”, disse Mike D’Antoni após a partida. Repetimos o clássico Dilema de Kobe: Melo chuta muito porque o resto do time não presta ou o time não presta por que Melo chuta muito? Nesse caso o erro começa quando Mike D’Antoni deixa a bola tanto tempo na mão do ala. O instinto dele é procurar a cesta, não comandar o jogo. E vão ser as mesmas críticas até eles mudarem de esquema tático, treinador ou conseguirem um armador.
E outra coisa, a derrota nem foi porque Dwight Howard arrebentou. O pivô fez apenas 8 pontos e 10 rebotes! Quem compensou foi Ryan Anderson, o franchise player do Magic meteu 30 pontos com 7 bolas de 3 pontos. E olha o que ele disse depois do jogo: “Muitos dos meus arremessos vieram quando fizeram o pick-and-roll com o Dwight e eu esperava a bola livre do outro lado”. Temos que valorizar o blog quando a gente acerta essas coisas. Quando erramos é só editar o post e negar tudo até a morte.
Durante o jogo entre Lakers e Clippers no último sábado eu disse que a única maneira do Chris Paul ser parado era se o Lakers conseguisse o Deron Williams. A rivalidade dos dois sempre teve o Paul impressionando mais todo mundo e o Deron ganhando os duelos mano a mano. Sei lá porque, mas o atual armador do Clippers simplesmente não rende a mesma coisa contra seu rival. Qual o segredo do Clippers na hora de enfrentar o Nets então? Chris Paul não joga. Vinny Del Negro gênio. Tá bom, foi por causa de uma contusão, mas sabemos que no fundo o Del Negro é gênio, não? Não? Bom, o jogo não foi a mamata que deveria ser, mas em nenhum momento pareceu que o Nets realmente tinha uma chance. Valeu porque o Clippers sozinho ganhou o Top 3 de todo o Top 10 da rodada de ontem!
No resto da rodada alguns jogos de resultados previsíveis. O Atlanta Hawks contou com mais uma partidaça do Josh Smith (meu fantasy agradece), que fez 28 pontos e 15 rebotes, para bater o Toronto Raptors, que teve Leandrinho cestinha com 24 pontos. Nada como um ano de contrato para botar fogo no rabo do brazuca. E vocês viram que a Samara Felipo, a esposa do Leandrinho, tem agora uma coluna no Basketeria? Digamos que escrever não seja o grande dom da eterna Érica. Em New Orleans o Blazers encontrou o adversário dos sonhos para embalar uma reação, o Hornets sem Eric Gordon, Trevor Ariza e com DaJuan Summers de titular. Pela segunda vez seguida Nicolas Batum foi o melhor em quadra com 19 pontos. Será que agora para de reclamar ou só dá mais motivo para querer ser titular?
Outro adversário dos sonhos? Sacramento Kings. O Wolves havia perdido os últimos três jogos em casa e conseguiu se recuperar. Kevin Love (bocejo) conseguiu 33 pontos e 11 rebotes e teve ajuda de um grande armador. Ricky Rubio? Não, Luke Ridnour fez 25 pontos, 9 assistências e até uns passes sem olhar. Rubio é contagiante e o Wolves agradece. Finalizando a seção “Eu já sabia”: o Sixers venceu mais uma, dessa vez sobre o Bucks. Em dia que eles fazem só 6 pontos de contra-ataque compensam com 11 bolas de 3 pontos. A fase é boa.
Outro dia fomos até ofendidos no formspring por dar a entender que o Boston Celtics já era. Mas ontem eles tiveram o primeiro jogo bom do Paul Pierce na temporada, o Kevin Garnett pegando rebotes, o Rajon Rondo beirando triple-double e mesmo assim nem assustaram o Oklahoma City Thunder. Tem uns exagerados dramáticos dizendo que eles nem vão para os playoffs, é demais, mas tem que melhorar uns 400% para ser citado na listinha de favoritos ao título.
Fechando a extensiva rodada de 11 jogos o Charlotte Bobcats perdeu do surpreendente Cleveland Cavaliers, que hoje não está só à frente do Celtics, mas também do Knicks no Leste. Kyrie Irving quer fazer a briga com Rubio pelo troféu de melhor novato da temporada bem interessante e marcou 25 pontos de novo.
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Fotos da Rodada
Mark Cuban manda beijinho… |
… e Kobe fica toda encabulada |
Joe Johnson pergunta se Leandrinho não tem ciúme do Touro |
Derek Fisher quebra tijolos invisíveis |
Perkins se esforça ao máximo para não mostrar emoções na sua volta a Boston |
Essa é a temporada do Boston Celtics |
Marvin Williams olha dentro da sua alma |