>Desconhecido do mês – parte final

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Que tal usar o número 44 no time da escola e dizer “é por causa do Hassell”?

Como disse no post anterior, o pobre Trenton Hassell iria ter só dois posts a seu respeito, mas analisando como foi o mês do cara, não dava pra falar muito mais, não. Ele esquentou muito banco em fevereiro.

Foram 11 partidas disputadas por Hassell no mês, 6 pelo Dallas e 5 pelo Nets. Será que há muita diferença, pelo menos para o nosso desconhecido, em jogar para essas duas equipes? Vamos ver:

Pelo Mavs:
6 jogos
4 vitórias
2 derrotas
3-11 Arremessos de quadra
0-0 lances-livres
0-0 bolas de 3

1 ponto por jogo
1 assistência em 6 jogos
1 rebote por jogo
8 minutos por jogo

Pelo Nets:
5 jogos
3 vitórias
2 derrotas
8-18 Arremessos de quadra
2-2 lances-livres
1-2 bolas de 3

3,8 pontos por jogo
1,6 assistências por jogo
2,8 rebotes por jogo
18 minutos por jogo

Uau!!! Uma revolução! Tá, parece piada, mas se você pensar bem, a mudança foi brutal. No Dallas ele brigava por posição com muitos caras medianos, entre eles Eddie Jones, Devean George e Mo Ager. Entre os caras bons que pegavam minutos dele estavam o titular Josh Howard e o Jason Terry, que às vezes jogava de segundo armador, e tinha também o Stackhouse, que não era titular e nem mediano, esse sim um que afanava os minutos do nosso desconhecido.

Já no Nets, a história é outra! Ele nunca vai ser titular enquanto Carter e Jefferson estiverem por lá, os dois vão ser donos das posições 2 e 3, mas em compensação o Nets tem muito menos caras medianos com poucos minutos, eles precisam de caras nessas posições pra entrar em quadra e ficar no jogo de verdade, e é isso o que está acontecendo com Hassell. Na sua estréia pelo time de New Jersey ele jogou 22 minutos, uma das suas maiores marcas na temporada toda, e respondeu com 4 pontos, 4 rebotes e 4 assistências, um também desconhecido “triple four”.

Mas será que com isso eu quero dizer que foi uma boa ele ter saído de um dos melhores times da NBA para ir para um time que está penando pra ir para os playoffs do Leste? E pior, ele foi não porque o Dallas queria se livrar dele, foi só depois que o Devean George, como explicado nesse post, vetou a troca do Kidd. Ou seja, se não fosse pelo George, Hassel estaria lá numa boa com o Kidd, Dirk e Josh Howard do lado, pronto para ir para os playoffs ao invés de estar lá brigando com o Hawks pra ver quem perde menos. E mesmo assim isso foi bom?

Pelo lado que eu enxergo essa coluna, sim, foi. Quando faço essa coluna tento sempre ver pelos olhos do jogador, como ele deve enxergar a sua situação na liga e como ele vive cada situação. Estamos acostumados nos últimos anos a ver “super estrelas” pedindo para ser trocadas só porque é um porre estar em time que só perde, porque eles querem ganhar, mas imagino que a cabeça de uma estrela seja diferente da cabeça de um cara menos conhecido, que ganha menos, que entra menos em jogo.

Certa vez, algumas temporadas atrás, um cara totalmente desconhecido do Suns, o Paul Shirley, fez um blog no site da equipe que acabou fazendo muito sucesso. O legal do blog era ver um lado da NBA completamente diferente pra gente, não era só um jogador falando sobre seus bastidores, era também um jogador que muita gente nem tinha ouvido falar e que parecia humano como a gente. Em um dos seus posts ele disse como cada tipo de jogador reagia a uma vitória ou derrota usando números, ele deu valores numéricos para mostrar o quanto cada jogador vibrava ou sofria com as derrotas. Vejam o que ele disse:

“Se X é a magnitude emocional resultante de um jogo (seja positiva ou negativa), aqui estão alguns dos níveis de emoção causadas com diferentes pessoas envolvidas com o jogo:

Titular: 2x
Reserva que joga muitos minutos: 1,8x

Técnico: 1,7x

Assistente técnico: 1,6x

Eu: 1,5x

Preparador físico: 1,3x

Segurança do ginásio 1,2x

Fã comum: 1,0x

Mendigo bêbado fora do ginásio: 0,5x”

Claramente o blog do Paul Shirley tinha muito de humor, mas tem seu fundo de verdade. E aqui deu pra ver uma parte que é bem verdadeira, como as vitórias querem dizer mais para quem está lá jogando sempre do que pra ele, que nunca entrava nos jogos. Ele conhece os caras do time dele, veste o uniforme, treina junto, torce, mas não sofrerá como os titulares. Na derrota do Dallas para o Warriors no ano passado, quem você acha que sofreu mais, o Dirk ou o Mbenga?

Por isso eu acho que é mais importante para o Trenton Hassell ter espaço, minutos e importância no mediano Nets do que ser esquecido atrás do Eddie Jones no Dallas. Claro que no fim da carreira todo mundo quer ter um anel de campeão para mostrar para os netos, mas acho que não deve ter coisa mais broxante do que ser um profissional do basquete e não jogar basquete, não competir, só treinar. As estrelas pedem trocas para times fortes porque sabem que lá vão ser titulares ou, como no recente caso do Cassell, na pior das hipóteses o sexto homem da equipe.

Então, satisfeitos com o que aconteceu com o Hassell, encerramos o curto mês sobre ele. É ver o quanto ele se mantém nessa rotação do Nets e o que vai acontecer com eles, já que muitos dizem que o Nets está pronto para reconstruir, começando por trocar o Carter na temporada que vem. Mas vamos ver, ainda tem muita coisa até lá. E não sei se vocês perceberam, mas as posições dos desconhecidos tem variado e não é à toa, estamos montando o time de desconhecidos da temporada 2007-08. Veja como ela está até agora:

PG – Royal Ivey
SG- Trenton Hassell

SF- Antoine Wright
PF- ???

C- DJ Mbenga

Técnico: ???

Mas ainda falta março e abril para terminarmos a seleção de desconhecidos, e podem ficar tranquilos que os especialistas em defesa já acabaram. Agora é ataque, ataque e ataque!

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