>Joga bonito

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Essa foto contém: um Ray Allen, um Delonte West, um leprechaun. Ache-os.

Uma discussão surgiu depois do emocionante jogo 1 entre Celtics e Cavs. O placar baixo e os números patéticos de Pierce, Ray Allen e LeBron foram fruto de uma defesa forte dos dois times, de uma atuação medíocre das estrelas ou os dois juntos?

Eu acho que, não só nesse caso como também em todo jogo que acontece algo parecido, é um pouco dos dois. Sempre que um time marca muitos pontos ele tem seus méritos ao mesmo tempo em que a defesa adversária tem defeitos, não dá pra separar, assim como em um jogo de poucos pontos, existe o mérito das defesas e as deficiências dos jogadores, em especial das estrelas de mais talento, em não conseguir superar essa defesa.

Os jogos 1 e 2 da série foram a maior prova disso tudo. Veremos as estrelas primeiro.

LeBron James: O que o Celtics está fazendo com o LeBron é o que muitos times fazem com caras que fazem muitos pontos no garrafão, colocar um bom marcador pra atrapalhar o seu caminho (Pierce ou Posey) e contar com a ajuda do time todo para quando ele ameaça ir pra dentro do garrafão. Quando alguém vai ajudar, um outro jogador fica livre, se for o Varejão, beleza, ele não faz ponto mesmo, se for o Wally Szczerbiak, o Delonte West ou o Gibson, até se tem uma preocupação de correr atrás do prejuízo, mas a verdade é que eles não estão acertando nada também. Quem se salva nessa história é só o Zydrunas Ilgauskas, o único com bom aproveitamento na série.

Essa é a parte em que os outros jogadores tem culpa, a parte do LeBron é que ele não consegue acertar um arremesso de longe. Tanto Pierce quanto Posey dão espaço para o LeBron chutar, esse espaço atrapalha a infiltração e dá chance pra ele arremessar, mas dos oito arremessos que o LeBron acertou nos dois primeiros jogos, (dos QUARENTA E QUATRO tentados) nenhum foi de fora do garrafão.

O que o LeBron tem que fazer é acertar alguns jumpers de fora, como ele fez na temporada passada contra o Pistons, para o Celtics então ter algum medo do chute dele e abrir espaço para suas infiltrações. E quando ele conseguir infiltrar, ele não pode errar bandejas como errou no último lance do jogo 1, nem os Monstars roubando o talento do LeBron explicam aquela bola. No dia do jogo 1 estávamos no Chat aqui do blog discutindo qual seria e explicação para o LeBron ter jogado um dos piores, se não o pior, jogo da sua carreira. Algumas das coisas que podem ter acontecido são os Monstars, claro, nunca se sabe quando tem um jogo importante na galáxia, mas também pode ser uma macumba do DeShawn Stevenson ou então foi só porque o ginásio do Boston foi construído em cima de um cemitério indígena.

Ray Allen: A marcação do Cavs é boa já faz alguns anos, é só assim que eles chegaram nas finais mesmo com um dos piores técnicos da NBA no banco. Então, a marcação do Cavs atrapalhou o Ray Allen no jogo 1 sim, mas a verdade é que ele zerou só porque sua confiança estava tão alta quanto a do Baresi na decisão dos pênaltis na copa de 94. O Ray Ray tentou 4 arremessos, não acertou nenhum, e quando recebia a bola tocava ela de lado com um medinho que nunca vimos nem o pivete do Rajon Rondo ter na vida inteira dele, quer dizer, tirando naquela air ball de 3 pontos que o Rondo deu no último segundo do jogo 6 contra o Atlanta, ele preferia comer cocô do que arremessar aquela bola naquele momento.

Ontem o Ray Allen zerou o primeiro tempo de novo e voltou putinho para o segundo. Resolveu bater pra dentro e depois de uma bandeja e dois lances livres, ele desencantou e marcou 16. Simples assim, questão de confiança.

Em uma entrevista com Pierce, Allen e KG juntos foi perguntado para os três quem daria o último arremesso de um jogo 7 na final da NBA com o time perdendo, ou seja, na mão de quem ficaria a bola da vitória ou do fracasso. Foi pedido que os três respondessem ao mesmo tempo. Pierce disse “Ray Allen”, Garnett disse “Ray Allen” e Ray disse “Quem estiver livre”. Ou seja, a bola vai pra ele e é bom que ele não tenha medo e nem falta de confiança na hora, senão chamo ele de Baggio ao invés de Baresi.

Paul Pierce: De todas as estrelas que não estão jogando lá grande coisa nessa série, Paul Pierce é o melhor. Nunca achei ele lá um grande marcador, ele é aquele cara regular que não é o Artest mas também não é o Carmelo. Mas nessa série ele tem feito um ótimo trabalho marcando o LeBron James. Tá bom que ele acertou apenas 9 de 27 arremessos tentados nos dois jogos, mas acertou no jogo 1 uma bandeja num momento chave do jogo e ontem foi o cestinha do time com impressionantes 19 pontos.

Com as atuações das estrelinhas enfim comentadas, posso voltar ao assunto dos jogos defensivos. Tem gente que acha feio porque quer ver cesta, tem gente que acha bonito porque “adora ver um basquete bem jogado”. Acho que quem diz isso só quer mostrar que entende mais de basquete que todo mundo e que não é só um fã comum como nós mortais. Todo mundo sabe que um jogo com muitos pontos é muito mais legal que esses 72 a 70 que vemos nos jogos desses dois times o ano inteiro.

Tem jogos focados na defesa que são legais? Tem sim, muitos. A série entre Pistons e Pacers que teve aquele toco histórico do Tayshaun Prince no Reggie Miller foi emocionante, bem jogada e com poucos pontos, mas era possível ver como os dois times estavam executando bem o seu ataque. A gente via o Reggie Miller e o Rip Hamilton usando perfeitamente todos os cortas para arremessarem, viamos a dura batalha entre Ben Wallace e Jermaine O’Neal, Tinsley e Billups, todos executando seus ataques direitinho, e mesmo assim a defesa saía ganhando. O toco do Prince foi simbólico além de lindo, mostrou em uma jogada o que aconteceu o jogo todo, defesa forte de um time, no caso do Indiana, que gerou um contra-ataque feito como manda a cartilha (essa cartilha que existe em todos os esportes mas ninguém nunca viu) e mesmo assim deram um jeito maluco de impedir a cesta.

Defesa bonita mesmo é quando ela impede um ataque que sabe o que está fazendo. Na série entre Boston e Cleveland, o que estamos vendo são dois ataques perdidos que não têm nem idéia de como tentar escapar da defesa. Vemos o Cavs cometer turnovers iguais em ataques seguidos, depois do terceiro passe interceptado em direção à zona morta, já vira mais erro grosseiro do ataque do que mérito da defesa.

E outra coisa que aconteceu algumas vezes no jogo foi o erro em arremessos em que o jogador não tinha marcação alguma. Pode ter sido psicológico, você finalmente está livre e sabe que a chance é única, não pode errar e acaba errando. Como quando você sabe que é sua única chance de chegar naquela guria muito firmeza e como sabe que é a única chance você borra suas calças e só diz “ah… é… tipo….” e ainda seu nariz começa a escorrer na frente dela. O nariz do Wally, do Gibson e do Delonte escorreram a noite toda e todas as chances que eles tiveram, não aproveitaram, mas pelo Celtics o Rondo não pode falar muito também, não acertou um arremesso ontem. E no jogo 1 ninguém podia falar nada além do Garnett. Só o KG jogou bem. Mas a verdade é que o Garnett fala o tempo todo, podendo ou não, ele não cala a boca.

Defesas boas segurando ataques medonhos, estrelas jogando mal e jogo feio. Não posso esperar para ver o jogo 3!

All-NBA Teams

Sairam ontem as listas dos três time da NBA. O prêmio é para eleger os melhores da temporada por posição, são feitos três times compostos de dois armadores, dois alas e um pivô. Não importando se a dupla de armadores são dois armadores principais ou a de alas de dois alas de força, por exemplo.

Primeiro time

Chris Paul
Kobe Bryant
LeBron James
Kevin Garnett
Dwight Howard

Segundo time

Steve Nash
Deron Williams
Dirk Nowitzki
Tim Duncan
Amaré Stoudemire
Terceiro time

Tracy McGrady
Manu Ginobili
Paul Pierce
Carlos Boozer
Yao Ming

Eu não levo essas eleições muito a sério mas acho elas bem divertidas. Acho que não faria muito diferente do que os jornalistas fizeram nessa votação, ficou bem justo. E no fim das contas o primeiro time nem foi difícil de fazer, já que os cinco mais votados para o prêmio de MVP são um de cada posição, montando um time perfeito.

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