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Para dar uma adoçada na boca de quem não torce para o Lakers e nem para o Celtics, e que portanto vê a noite do draft como a noite de Natal, o Bola Presa lista os times que farão as primeiras 14 escolhas, analisando suas deficiências e quais jogadores poderiam suprí-las. Em breve, analisaremos os times restantes e então colocaremos finalmente nosso mock draft oficial, ou seja, nossos palpites tentando adivinhar qual será a ordem na noite do draft.
Aliás, fiquem atentos ao fim da temporada, pois o Bola Presa fará uma PROMOÇÃO imperdível sobre o draft 2008! Não percam! Vai valer DVD!
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1 – Chigago Bulls
O que o Bulls mais precisa é de pontos no garrafão. Tem sido o ponto fraco da equipe nos últimos anos e culminou na vergonha da última temporada, em que todos os jogadores de Chicago ficavam arremessando bolas de 3 pontos, sofrendo de uma terrível alergia de garrafão. Quando você é obrigado a trocar pelo Drew Gooden para ter alguém que se atreva a chegar perto do aro, dá para começar a desconfiar que a coisa está feia. Se tem alguém nesse planeta inteiro que se encaixa nas necessidades do Bulls, esse alguém é o Michael Beasley. Se o Bulls pegar mais um armador pra ficar arremessando de longe, juro que vou vomitar.
2 – Miami Heat
O Heat precisa tanto de um armador de verdade, para comandar as jogadas, que diz a lenda que pegariam OJ Mayo mesmo se o Beasley sobrasse pra eles na segunda escolha. Então eles devem pegar o Derrick Rose caso o Bulls escolha o Beasley, ou o OJ Mayo caso o Derrick Rose vá para Chicago. O Miami também precisa de um pivô, mas nenhum dos disponíveis no draft merece ser escolhido tão cedo. Ou seja, vão ter que usar o Mark Blount mesmo por um bom tempo.
3 – Minessota Timberwolves
O Al Jefferson acorda todos os dias torcendo para o Wolves ter arrumado um pivô de verdade. No atual estado das coisas, o pobre ala tem que ser improvisado na posição e, quando vai para o banco, quem vai improvisar é o baixo-porém-rechonchudo Craig Smith. Eles precisam desesperadamente de um cara alto na equipe, nem que seja para trocar as lâmpadas do vestiário, e o pivô Brook Lopez deve ser a solução.
4 – Seattle Supersonics
Acho que está na hora do Sonics parar de draftar pivôs de 12 anos com bastante potencial mas que nunca ouviram falar em basquete. O time ainda não tem nenhum pivô que preste, mas chega de tentar pegar outro, o negócio é aguardar uns anos e esperar alguns dos pivôs draftados fazerem pelo menos 16 anos. Então é uma boa apostar em bons armadores para jogar ao lado de Durant e Jeff Green. Nessa altura do draft, boas escolhas seriam Jerryd Bayless e Eric Gordon, por exemplo.
5 – Memphis Grizzlies
O Grizzlies já tem uma coleção de armadores principais, o bastante para dar e vender, então o essencial é pensar num garrafão que perdeu Pau Gasol e ganhou Kwame “Eca!” Brown. Boas opções incluem Kevin Love e DeAndre Jordan, que ao menos, ao contrário de Kwame, devem saber ler e escrever.
6 – New York Knicks
Se o Mike D’Antoni quer adotar seu antigo esquema de jogo no Knicks, vai precisar de um armador de verdade. Marbury agora já deve ter dissolvido num copo de pinga e Nate Robinson é um reserva que não é lá muito talentoso em armar jogadas para os outros mas você sempre pode contar com ele caso seja essencial, no meio de um jogo, pular por cima de um carro. Entre os armadores que possam estar prontos para a tarefa, DJ Augustin parece o ideal para D’Antoni. Outros armadores, como OJ Mayo e Jerryd Bayless, se escorregarem no draft, podem acabar indo parar em New York. Além disso, o Knicks precisava de um homem grande e atlético, que possa correr a quadra toda ao invés de rolar pela quadra toda. Anthony Randolph parece perfeito, mas acho que a preferência deve ser por um armador mesmo.
7 – Los Angeles Clippers
Shaun Livingston deve voltar de sua contusão, mas ninguém faz idéia de como estará sua condição física depois que seu joelho desmontou como brinquedo de Lego. Por enquanto, a armação do Clippers está nas mãos de sujeitos muito especiais, como Smush Parker e Dan Dickau. Especial no sentido Telethon da palavra, veja bem. Quando o Clippers precisou assinar o Smush apesar dele ter sido praticamente expulso de duas equipes em menos de duas temporadas, ficou mais do que óbvia qual deveria ser a escolha nesse draft. Na falta de todos os armadores citados acima, sobra pro Clippers sujeitos como Tywon Lowson e Russel Westbrook.
8 – Milwaukee Bucks
O Bucks precisa draftar todo mundo disponível, nas 30 escolhas, para suprir todas as necessidades, então é difícil escolher uma prioridade aqui. Levando em conta que o fominha do Mo Williams deve ficar no Bucks por um bom tempo, que o Ramon Sessions teve atuações surpreendentes na armação no final da temporada regular, e que o garrafão está até que bem servido se comparado com o resto do Leste, acho que o time dos veados roxos deveria escolher um ala que soubesse fazer de tudo e que jogasse tanto dentro quanto fora do garrafão. O homem aqui para mim é o italiano Danilo Gallinari, até porque ele chama Danilo e isso já é um bom sinal, mas também se encaixam nesse papel Donte Green e Joe Alexander.
9 – Charlotte Bobcats
O ala Gerald Wallace, depois de não conseguir ficar saudável em temporada nenhuma da carreira, decidiu com seus botões que nunca mais jogaria como ala-pivô improvisado, voltando na marra para sua função de origem. Se o técnico não concordasse, apanhava. Então o Bobcats precisa de um ala-pivô urgentemente para a posição, já que Okafor continua sendo pivô na maior parte do tempo e o reserva Sean May não jogou a última temporada inteira graças a uma contusão. Qualquer bom jogador de garrafão deve atrair o Bobcats, e eu chutaria Anthony Randolph, DeAndre Jordan, Donte Green ou, o que eu acho que se encaixa melhor, Darrel Arthur, que é um pontuador nato.
10 – New Jersey Nets
Pra que serve o Nets draftar uma tonelada de caras altos se eles sequer ganham minutos de quadra? Com Sean Williams e Josh Boone, tudo que o New Jersey precisa é de paciência, não gastar mais escolhas de draft em mais pivôs questionáveis. Melhor seria draftar um armador pontuador para jogar na posição 2, ao lado de Devin Harris, e pra dar um descanso para o velhinho Vince Carter. Se o Eric Gordon escorregasse até a décima escolha, formaria uma dupla de armação infernal com Devin Harris que daria gosto de ver. Na falta dele, opções incluem o francês Nicolas Batum, que traria defesa para New Jersey, ou Chris Douglas-Roberts.
11 – Indiana Pacers
A armação é motivo eterno de críticas, com Tinsley e meu zé-ninguém preferido Travis Diener, e o garrafão é uma farsa (Troy Murphy e os Monstars se conhecem muito bem), com exceção do Jermaine O’Neal que agora usa bengala e apesar de ainda genial, possivelmente será trocado e irá embora do Pacers num futuro próximo. Então, por onde começar no draft? Cercando Danny Granger com qualquer outro jogador que tenha qualquer sinal de talento. É a famosa tática do “pegue o melhor jogador disponível e não se fala mais nisso”, mas ainda assim acho que o Pacers deveria se focar em arrumar um pivô gigante, tipo o DeAndre Jordan ou o Kosta Koufos.
12 – Sacramento Kings
Mikki Moore foi uma peça importante para o time durante a temporada regular. Sabe o que isso significa? Que não tinha nenhum outro ser humano disponível no momento com duas pernas e dois braços para entrar em quadra e fingir que era um ala de força! O Kings não apenas precisa de tamanho no garrafão, precisa de agressividade, intensidade, um cara para enterrar a maldita bola enquanto Brad Miller e o escolhido no draft do ano passado, Spencer Hawes, fazem bandejinhas classudas (e meio boiolas!). O Anthony Randolph seria o ideal para eles, um cara para derrubar o aro e animar a galera, mas na falta dele, sobramos com o ala-pivô Derrel Arthur, que pelo menos é capaz de atacar a cesta.
13 – Portland Trailblazers
O Blazers tem um elenco tão jeitosinho que se mexer demais, estraga. Estão bem servidos em todas as posições, com trocentos especialistas, mas com certeza poderiam usar um ala versátil e inteligente, capaz de contribuir dos dois lados da quadra para ajudar Travis Outlaw. Para mim, tanto Donte Green quanto Chase Budinger se encaixariam bem com o resto do elenco.
14 – Golden State Warriors
Pra que draftar caras grandes ou estrangeiros se o Don Nelson não vai colocar nunca (repito, NUNCA) os sujeitos para jogar? O Warriors nem deveria draftar ninguém, só de birra, e o melhor seria trocar a escolha por uma noite com a Jessica Alba e pronto, ninguém esquenta mais a cabeça com essa porcaria de draft. Caso a Jessica Alba não aceite, não custa nada draftar um armador. Mas um armador de verdade, daqueles que controlam o jogo e passam a bola, porque quando Baron Davis não puder mais jogar, ou estiver contundido, sobra sempre para o Monta Ellis coordenar o ataque. O que, cá pra nós, é uma baita aberração. DJ Augustin e Tywon Lawson, inclusive, são armadores que se encaixariam bem no esquema do Don Nelson, se é que ele tem algum esquema, afinal de contas. Russel Westbrook também seria uma boa, especialmente pelo seu talento jogando nos contra-ataques.
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O camp de Orlando
(por Denis)
O Danilo falou acima dos times que não foram para os playoffs e que terão a chance de escolher os melhores jogadores disponíveis para o draft. Está nas mãos deles escolher os jogadores que se consagraram no basquete universitário ou até trocar a escolha, tão valorizada nessa época do ano, por um jogador de talento. Aliás, dizem que o Heat pode trocar sua escolha para ir atrás de um cara de garrafão. Mas são boatos, só boatos.
Para os times que não estão com uma escolha de draft tão boa e até para esses times ruins, que terão escolhas de novo, no segundo round do draft, existe um camp, que nada mais é do que um conjunto de treinos com jogadores que querem se mostrar para os dirigentes para melhorar sua posição no draft. Costumam participar dos jogos jogadores que jogaram por universidades de pouco destaque ou jogadores já conhecidos mas que estão previstos para serem pegos da 25ª escolha pra cima. A exceção nesse ano foi Ty Lawson, citado acima pelo Danilo que, sabe-se lá porque, resolveu jogar.
Depois de vários dias de jogos, alguns jogadores se destacaram e é melhor ficar de olho neles, no segundo round do draft já tivemos maravilhas como Michael Redd, Carlos Boozer, Gilbert Arenas e, no ano passado, nosso querido Ramon Sessions, que foi descoberto pelo Bucks justamente nesse camp realizado em Orlando.
Ty Lawson, PG – Não precisava ir lá jogar mas foi. O resultado foram poucos minutos em quadra, apenas metade de um jogo, e mostrou que tem talento. Está garantido no primeiro round do draft mas alguns dizem que para ficar entre as 15 primeiras escolha precisa ou impressionar mais em alguns treinos com times específicos ou voltar para a universidade e jogar lá mais um ano.
Gary Forbes, SG/SF – Para todo mundo, Forbes foi o MVP do pequeno torneio. Teve média de 21,3 pontos por jogo com apenas 23 minutos por jogo e meteu 30 em uma das partidas. Além disso ele chama “Forbes”, o nome vai atrair um salário bem gordo na NBA.
Mike Taylor PG/SG – Esse tem uma história engraçada. Por questões acadêmicas, ele foi mandado embora da faculdade de Iowa State e então, para continuar jogando, assinou com o Idaho Stampede da D-League da NBA, ou seja, depois de uma boa temporada no Idaho ele tenta sua chance na NBA. O consenso sobre o garoto é que ele é inconsistente, joga muito bem e no mesmo jogo é capaz de apagar, tipo o Souza que jogava no Corinthians dos anos 90. De qualquer forma, deve ser draftado e pode virar um bom jogador de banco na NBA.
Malik Hairston, SF – O típico jogador que acaba esquecido. Ele não é famoso por nada, não é muito alto nem muito baixo, nem é muito forte ou muito rápido. Ele é médio em tudo. Tem bom arremesso, tem boa visão de jogo (para alguém da sua posição) e tem boa noção defensiva. A favor dele está o fato de que ele é novo e ainda pode se desenvolver, talvez haja espaço pra ele na NBA.
Brian Roberts, PG – Em mais de um lugar li que ele é comparado ao Daniel Gibson. Mas um Gibson que não arremessa tão bem de 3, não defende bem como ele mas que toma ótimas decisões quando armando o jogo. Bom, lendo isso eu chego à conclusão de que ele é exatamente o oposto do Daniel Gibson, que de armador só tem a altura. De qualquer forma, devemos ver o Brian Roberts nas ligas de verão em algum time que está em busca do novo Ramon Sessions.
Joe Crawford, SG – Falaram que ele foi meio fominha nos jogos e que arremessou demais, o que eu acho até normal em um jogo em que você tem que provar que é melhor que os outros. Ele é forte, agressivo, bate pra dentro e gosta de marcar pontos. Pode acabar sendo um daqueles caras que vem do banco para pontuar e mudar o ritmo do jogo.
Richard Hendrix, PF – O Richard Hendrix inspirou um texto no NBA.com dizendo sobre como o tamanho engana na NBA. É por isso que o Patrick O’Bryant vira Top 10 no draft só por ser gigante e caras como Millsap e Carl Landry caem para a segunda rodada mesmo com todo mundo sabendo que eles têm talento, botando a culpa na altura (ou falta de altura) deles. Hendrix é visto como mais um dessa linha de alas de força que não tem muita altura mas compensam com vontade, força e bom posicionamento. Além disso, ele tem a força nominal ao lado dele, que torcedor não gostaria de ver uma camiseta do seu time com o nome “Hendrix” atrás? Imagina ficar tocando “Purple Haze” no ginásio toda vez que ele fizer uma cesta, ia ser demais!
Joey Dorsey, PF – Outro da turma do Hendrix, um ala de força baixo mas forte. Esse ficou mais famoso nos EUA e fora dele porque foi parceiro de Derrick Rose e vice-campeão da NCAA pela universidade de Memphis. Reboteiro nato que pode ajudar qualquer time.
Em Orlando também ocorreu um outro evento emocionante, que foi quando os jogadores foram se pesar, medir e fazer uns testes pra ver quem é mais rápido e quem pula mais, essas coisas que a gente sempre faz em aula de educação física mas sem as meninas de shortinho por perto.
Os vencedores em cada categoria foram:
Jogador mais leve (troféu Earl Boykins): Mike Taylor, com 75kg. Seguido pelo DJ Augustin, com 77kg.
Jogador mais pesado (troféu Glen Davis): Kentrell Grunsberry, com 131kg.
Menor porcentagem de gordura corporal (troféu Salim Stoudemire): Lester Hudson, com 3,4%
Maior porcentagem de gordura corporal (troféu Jerome James): Kentrell Grunsberry, com 17,4%
Maior impulsão sem um passo de impluso (troféu Hakim Warrick): Patrick Ewing Jr., com 88cm
Maior impulsão com um passo para impulso (troféu Vince Carter, claro): OJ Mayo, com 106,7cm. Empatado com o Patrick Ewing Jr.
Melhor no teste de agilidade (troféu Devin Harris): Sonny Weems, 10,58 segundos
Mais rápido na corrida de 3/4 de quadra (troféu Tony Longoria): Sonny Weems, 2,96 segundos (mentira!)
Maior envergadura (troféu Tayshaun Prince): John Riek, com 2,35m
Maior altura alcançada parado (troféu Yao Ming): JaVale McGee, com 2,89m. Mas não foi divulgada a altura alcançada pelo John Riek, alguns dizem que ele alcança parado a altura de 2,99m. Se é verdade, é assustador!