>Dia de Beasley

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Michael Beasley palitou seus lindos dentes com o Derrick Rose

Ontem foi o primeiro dia da Summer League de Orlando e, conseqüentemente, a primeira chance de ver Michael Beasley e Derrick Rose jogando por seus times de NBA. Nada de uniformes ou torcida, o jogo parece pelada de domingo, mas ainda assim é uma oportunidade de ver os novatos (e uma meia dúzia de veteranos) mostrando do que são capazes.

Os jogos são transmitidos ao vivo pelo site oficial do Magic e embora a transmissão seja amadora, com apenas uma câmera que volta e meia tem que parar de mostrar o jogo para focar no placar, os caras responsáveis pela transmissão são simplesmente hilários. Me matei de rir durante as partidas graças a um narrador e um comentarista que parecem ser feitos sob medida para os fãs do Bola Presa. Se teu inglês está em dia, não dá pra perder, você tem a obrigação moral de conferir. Fora que ainda dá pra mandar e-mails com qualquer dúvida, de basquete ou qualquer outro assunto (no maior esquema “Both Teams Played Hard“), e eles lêem e respondem no ar. Um sujeito, por exemplo, perguntou o que dar de aniversário para a noiva.

Um dos momentos altos do dia foi quando alguém (não prestei atenção no nome) enviou um e-mail sugerindo que o Mario Chalmers fosse chamado de “Superintendente Chalmers”. Diabos! Por acaso foi algum leitor do Bola Presa que acompanhou o post sobre “Força Nominal“? Se algum de vocês aí foi o responsável por isso, dê um passo pra frente, por favor!

O primeiro jogo do dia (sempre às 16h) foi entre Pacers e “o time outrora conhecido como Sonics”. Durante a transmissão, os hilariantes narradores chamaram o time cada hora por um nome mais esdrúxulo. O meu favorito foi “Oklahoma City Thundercats”. Eu teria fácil uma camiseta dos Thundercats, principalmente se eles tivessem um jogador chamado Lion.

Pelos Thundercats (ou “Bombers”, ou “Pokemóns”, ou seja lá como você quiser chamar), Russel Westbrook mostrou sinais de ser o armador mais preparado para a NBA em todo o draft. Foi agressivo, marcou 18 pontos, pegou 4 rebotes e deu 5 assistências com apenas um desperdício de bola. Jeff Green, segundo-anista, atacou a cesta a todo custo, fez 21 pontos e cobrou 12 lances livres, apesar da pontaria meio descalibrada.

Pelo Pacers, o destaque foi Earl Calloway, jogador da Liga de Desenvolvimento da NBA. O rapaz joga pelo “Mad Ants” (Formiga Malucas? Esse nome é incrível, pena que já esteja sendo usado e o Oklahoma City não possa pegar!) e tem médias na D-League de 19 pontos, 5 rebotes e 6 assistências. Ontem, foram 16 pontos, 4 rebotes e 7 assistências numa atuação bastante sólida que pode render alguma chance em um time sem armadores.

Depois, foi a vez do Bulls pegar o Heat. Michael Beasley começou simplesmente dominando o jogo, fazendo todos os outros parecerem simples amadores. Ele era um Cavaleiro de Ouro no meio daqueles Cavaleiros de Bronze mais ridículos, tipo o cavaleiro de Hydra ou o cavaleiro de Bezerro. Beasley pontuou de tudo quanto é jeito, humilhou todo mundo logo no primeiro quarto, e aí sentou e só voltou no segundo tempo. Ele poderia ter feito uns 90 pontos, mas como passou pouco tempo em quadra, fez só 28. Além disso, foram 9 rebotes, sendo 4 ofensivos. As duas assistências que ele deu, no entanto, foram completamente sem querer. Michael Beasley não estava nem um pouco interessado em passar a bola, preferindo mostrar que podia bater para dentro, dar ganchos com as duas mãos, arremessar de 3 pontos e de meia distância, tudo com uma tranquilidade absurda. Chutou 21 vezes, acertou 9 delas, e só passou a bola quando tomou marcação dupla. Aliás, ver marcação dupla num jogo de summer league foi, no mínimo, engraçado. Assim como é engraçado notar que o Beasley estava dominando um garrafão adversário composto por Tyrus Thomas e Joaquim Noah, que devem ser os titulares do Bulls pra próxima temporada. Os dois tiverem atuações consistentes mas nem de longe deram sinais de conseguir defender Beasley. Genial, não era o Beasley baixo demais para jogar no garrafão do Bulls?

Enquanto isso, seu rival de draft Derrick Rose fedeu um bocado. O rapaz é rápido e bate para dentro do garrafão com muita habilidade, mas não acertou os contra-ataques, passou a bola de lado na maior parte das vezes e quicou um punhado de bolas no próprio pé. Acabou o jogo com 4 assistências e 5 turnovers, ou seja, mais desperdícios de bola do que assistências. O maior motivo do desconforto de Rose tem nome: Superintendente Mario Chalmers. Ele simplesmente chutou o traseiro do novato do Bulls, defendendo-o com maestria e fazendo o Rose passar vergonha. Além da defesa impecável, mostrou agressividade, excelente visão de quadra e cuidou bem da bola. Foram 11 pontos, 6 assistências, 4 roubos e apenas um disperdício para o companheiro de Luigi. O Miami Heat agora tem um novato com tudo para ser titular imediatamente. Mario, Wade, Beasley, Marion e um pivô qualquer aí, pode até ser eu.

Summer league não vale nada, é como o tal “Torneio de Acrópolis” em que o Brasil fez bonito ontem contra a Grécia. Então, não vou nem dizer que o Brasil vai se classificar pras Olimpíadas, nem dizer que o Derrick Rose vai ser um fracasso e que o Bulls vai choramingar pra sempre. Mas a primeira impressão é a que fica, já diria Chico Xavier.

No último jogo de ontem, vimos o Nets usar três jogadores que podem muito bem ser titulares quando a temporada começar. Chris Douglas-Roberts fez 15 pontos, acertando 7 dos 14 arremessos que deu, além de 5 rebotes e dois roubos de bola. Não ficaria surpreso se fosse o parceiro de Devin Harris no time titular quando as coisas forem pra valer. Já o pivô Brook Lopez, que é o único pivô de verdade no Nets, tentou 10 arremessos, acertou metade, deu 3 tocos e cometeu 5 faltas (com o que ninguém se importou, afinal em summer league não tem limite de faltas, pode descer o cacete!). O único problema é que o Brook Lopez pareceu meio lentão e, pior, não pegou nenhum rebote sequer! Nosso glorioso Yuta Tabuse, que jogou apenas 5 minutos, fez 4 pontos (todos em lances livres) e pegou 2 rebotes. Não é por nada não, mas quando o seu pivô do futuro pega menos rebotes do que um micro-armador japonês pega em 5 minutos em quadra, você está em maus lençóis.

Mas o destaque do Nets mesmo foi Jaycee Carroll. Jaycee quem? Isso é nome de guria! O armador, considerado um dos melhores arremessadores dos Estados Unidos, sequer foi draftado esse ano. Pode chamar de “Síndrome de JJ Redick”, já que o Redick – dizem – era um dos melhores arremessadores que já pisou nesse planeta mas sequer conseguiu jogar pelo Magic por ser incapaz de fazer todo o resto, principalmente na parte defensiva. O medo de uma reprise fez com que Carroll fosse esnobado pelos times no draft, mas a atuação de ontem foi digna de gala: 22 pontos, acertando 7 de 13 arremessos, 8 de 9 lances livres, além de 7 rebotes e 5 assistências. É de dar água na boca e, se a produção continuar, muitos times vão se arrepender da noite do draft e dar uma chance pro rapaz. Taí um nome para ficar de olho durante os próximos dias, já que a Summer League de Orlando vai até o dia 11.

Para quem quer dar uma olhadinha no Rose, Beasley e nesses nomes desconhecidos que às vezes chutam uns traseiros, basta entrar no site oficial do Orlando Magic a partir das 16h. Isso depois de conferir o Brasil enfrentando a Croácia às 13h30min na SporTV ou, segundo nosso leitor Marcelo, na transmissão pela internet nesse link aqui, ó. Vale conferir.

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