>A prancheta

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Melhores que o Doc Rivers

No texto de ontem o Danilo falou da afirmação do assistente da Seleção de basqute em cadeira de rodas, o Sileno, de que o Brasil está muito bem taticamente mas que está treinando bastante as finalizações, os arremessos de todas as distâncias e as bandejas. Eu espero que eles treinem mesmo, porque se fizerem tudo certo e só errarem no final eu vou ter vontade de xingar eles, mas vou me sintir meio mal por isso porque fico com o braço dolorido só de imaginar o quanto deve ser cansativo e esquisito arremessar sem dar um impulso com a perna como no basquete comum.

Eles estão treinando, se errarem pelo menos sabemos que eles tinham conscência da necessidade de melhorar nesse quesito desde o começo, já é um alívio. Mas como a gente só vai saber dos resultados do treino na hora em que vermos os jogos (o calendário de jogos pode ser visto nesse post) eu achei melhor perguntar para o Sileno sobre a outra parte do jogo, a que o Brasil é muito boa, a tática, já que entendendo um pouco mais sobre ela acho que fica mais fácil e mais divertido de acompanhar aos jogos.

Antes de tudo devo confessar que me sinto em outra dimensão ao dizer que o Brasil tem treinado as finalizações individualmente e que o sistema tático está ótimo. Não é sempre o contrário no basquete tradicional? Não é um bando de jogador talentoso que não tem idéia do que deveria fazer na quadra? O basquete sobre rodas é o basquete do mundo bizarro no Brasil, onde os campeonatos são organizados (até chegam ao fim!) e os jogadores têm noção tática.

O Sileno me disse que defensivamente se faz praticamente as mesmas coisas que no basquete tradicional, então tem defesa individual, por zona, mista, pressão quadra inteira, fecha-se o garrafão quando o outro time arremessa mal, vai marcar lá fora quando arremessam bem, essas coisas que estamos acostumados a ver em jogos da própria NBA, menos em uns Denver x Phoenix, claro.

A grande diferença defensiva do jogo é uma técnica chamada “backpicking“. A técnica consiste em segurar um jogador em um lado da quadra para se ter vantagem numérica no outro lado ou apenas segurar um jogador importante longe da bola. Por exemplo, um time está defendendo e pega o rebote, enquanto vai para o ataque um cara desse time pode posicionar a sua cadeira na frente de um jogador adversário e segurá-lo, legalmente, até que seu time chegue ao ataque, então ele parte para frente e nem que seja por poucos (mas preciosos) segundos, o time terá uma vantagem numérica. Isso pode ser usado contra um jogador chave no time adversário, talvez um pivô, liberando o garrafão para possíveis cestas próximas.

Se essa ação prejudica o time que está defendendo, criando um ataque 5 contra 4, também é possível prejudicar o time que está atacando. É só escolher um jogador para segurar no campo defensivo um jogador importante no ataque do outro time. A vantagem não é numérica, o ataque fica 4 contra 4, mas dependendo de quem é esse cara que está faltando, faz muita diferença. Imagina na NBA se alguém consegue um jeito de fazer o Cavs atacar, mesmo que seja só por uns 10, 15 segundos por posse de bola, sem o LeBron? Eles iam parecer time juvenil!

Esse tempo em que cada jogador fica longe da ação do jogo é chamado de momentum, então a intenção é sempre tirar o momentum dos principais jogadores adversários e o jogador se mostra bom mesmo quando consegue sair dessas situações. Às vezes o jogador até consegue sair, contornar o adversário e ir para o ataque, por exemplo, mas isso cansa. Um erro de arremesso pode ser resultado de uma boa defesa, já que a mesma mão que arremessa é a que se mata controlando e impulsionando a cadeira contra a defesa.

Ofensivamente o jogo é bem parecido, perguntei para o Sileno se era possível pegar jogadas do basquete comum e simplesmente colocar em execução no basquete sobre rodas e ele respondeu que em geral pode ser assim mesmo, os principais ajustes têm que ser em relação ao espaçamento da quadra, já que a cadeira ocupa mais espaço, além da velocidade de locomoção que pode ser diferente dependendo da situação.

Existe também a questão das características de cada jogador, já que cada um tem sua debilitação e alguns movimentos podem ser mais difíceis, mas se você pensar bem, em qualquer time que você vai aplicar um sistema de ataque já existente você precisa de ajustes de acordo com as características de cada jogador, isso acontece no basquete comum quando os técnicos mudam de time, eles tentam manter o esquema que eles gostam mas se adaptando aos jogadores que eles tem em mãos.

Lembramos que hoje de manhã já foi a abertura dos Jogos Paraolímpicos e que a ação começa pra valer nessa madrugada com transmissão da SporTV e do portal Terra.

Vídeo do Dia

No vídeo de hoje uma propaganda da Nike sobre pessoas que dão desculpas, eu me identifiquei com o vídeo pra falar a verdade, adorava não fazer as coisas e dar desculpas esfarrapadas, mas hoje em dia prefiro não fazer e dizer que sou um monte de carne preguiçoso mesmo:

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