>Defendendo a defesa

>

O único site a não ter uma foto do Obama como destaque

Há alguns anos atrás eu odiava times muito defensivos. Nada contra defender, eu só não entendia porque os times defensivos também tinham que ser ruins no ataque. É pra deixar o jogo equilibrado e ganhar em um emocionante 55 a 54?

Depois fui vendo que não é bem assim. Para ter um bom time defensivo, às vezes você tem que colocar um cara em quadra que não é tão produtivo no ataque, um cara como o Bowen, Battier ou Camby, por exemplo, e o ataque fica naturalmente comprometido, sem contar que defender cansa! Um dos times que eu mais pegava no pé era o Indiana Pacers, aquele pós-final de 2000 que teve passagens de Reggie Miller, Jalen Rose, Jermaine O’Neal, Ron Artest e Brad Miller. O objetivo do time parecia ser, claramente, amarrar o jogo, destruir o ataque adversário para chegar no final e arranjar um arremesso para o Reggie Miller tentar vencer. Aquilo me tirava do sério! Odiava assistir três quartos inúteis de jogo.

Tudo mudou naquele histórico embate entre Pistons e Pacers em 2004, jogo 2 da final do Leste.
O jogo acabou com um magro 72 a 67 para o Pistons. O Detroit acertou 34% dos seus arremessos, o Indiana 27%. O Pistons acertou 2 bolas de 3, o Indiana 3 (tentando 20!). Só dois jogadores de Detroit alcançaram os 10 pontos, três do Pacers. O time titular do Pacers deu, somado, 3 assistências e 12 turnovers. O jogo em geral teve 31 turnovers, 56 faltas e 26 tocos.

Foi um dos jogos mais legais que eu já vi na minha vida.

O toco do Tayshaun Prince sobre o Reggie Miller não foi só uma aberração atlética, uma jogada de precisão defensiva, foi um símbolo, pelo menos pra mim, de como um jogo essencialmente defensivo pode ser legal, emocionante.
Eu estava vendo na quadra jogadores espetaculares. Tinha Jermaine O’Neal, Reggie Miller, Billups, o Tinsley em sua melhor forma, Hamilton, Rasheed, Artest e mesmo assim os pontos não saiam. Os jogadores não estavam mal, estavam bem, lutando, buscando alternativas, mas nada superava a defesa do outro time, por melhor que fosse a jogada do adversário o time defensor dava um jeito de colocar pelo menos uma mão no rosto na hora do arremesso. Era como se os dois times atacassem com 5 e defendessem com 6 ou 7 jogadores.

Aquele jogo foi o que mudou minha concepção de times defensivos, passei a admirá-los assim como admiro times essencialmente ofensivos como o Suns, o Warriors ou, naquela época, o Dallas do Don Nelson. Ambos os casos tinham desistido do mito do meio-termo, do equilíbrio, para pegar o que eles tinham de melhor e elevar a última potência.

Resultado não deu. O Pistons foi campeão naquele ano porque, além da defesa funcionar, o ataque fluiu perfeitamente na final contra o Lakers. E no ano anterior e no posterior vimos o time mais equilibrado de todos levar o caneco, o Spurs, que sempre foi um primor defensivo mas que com Duncan, Parker e Ginobili nunca ficou devendo nada no ataque.

Então talvez o melhor seja o equilíbrio mesmo, tudo bem, por isso mesmo precisa ter muita bola no saco pra não tentar o equilíbrio, para simplesmente se jogar com tudo em um esquema tático extremista e ver no que dá, por isso que sempre torci muito para o Suns, porque sabia que sua derrota era a derrota de todos os times que cogitavam um sistema ofensivo que deixasse a defesa de lado.

Hoje em dia o melhor time denfesivo da NBA é, sem dúvida alguma, o Boston Celtics. Como acabei de explicar, aprendi a gostar de times defensivos e ainda fico encantado em ver como transformaram o Kendrick Perkins de um pedaço de carne desforme e imprestável em um pivô muito eficiente na defesa. Mas vou falar a verdade, nada me irrita mais do que assistir jogos do Celtics hoje em dia.

O negócio é o seguinte, eles defendem tão bem, mas tão bem, que você começa a passar vergonha pelo outro time. Aquele jogo que a ESPN passou na semana passada entre Celtics e Bulls foi um horror, deveriam ter encerrado assim que o Tyrus Thomas errou o seu décimo arremesso seguido. Se seguisse as nobres regras do curling, o Bulls já teria entregado o jogo e saído de quadra. O Chicago já é limitado ofensivamente, marcado pelo Celtics parecia que eles não tinham chance alguma de fazer uma cesta, todas pareceram sorte. Foi um dos jogos mais chatos que eu já vi.

Ontem teve Houston Rockets enfrentando o Celtics. Pensei em assistir Spurs e Mavs, já que é um clássico dos últimos anos da NBA, mas não resisti e fui ver o time do Danilo enfrentar a melhor defesa da NBA. Não poderia ter feito escolha melhor. O Celtics jogou muito na defesa, o Houston também, e mesmo assim os jogadores se superaram a todo instante para marcar seus pontos.

O Ron Artest grudou igual página de Playboy do seu primo no Paul Pierce, que respondeu grudando de volta no Artest. Ray Allen e T-Mac se marcaram bem de perto, mas esses dois sem o mesmo sucesso, com os dois tomando arremessos na cara durante os 48 minutos de jogo, e o garrafão foi uma troca de sarrafos, pancadas, tocos e cestas conseguidas na marra. Quem se deu melhor nisso foi, claro, o Scola, que como bom argentino nasceu para jogar nesses jogos brigados.

O terceiro quarto em especial foi lindo demais. Todos os arremessos foram contestados, não teve uma bola que o outro time não tenha feito de tudo para parar, assim como naquele jogo citado do Pacers e Pistons, mas dessa vez, de alguma forma, os jogadores conseguiram colocar a bola pra dentro da cesta. Quer dizer, o Yao não conseguiu, ele tomou o seu segundo toco do aro na temporada, o que é inaceitável, mas tudo bem, se eu falar mal do Yao aqui o Danilo briga comigo e só não me chuta porque perdeu todos os seus pés em apostas.

No fim das contas o Celtics ganhou. Eles abriram 16 pontos no segundo quarto, o Houston respondeu virando o jogo liderado por Aaron Brooks no ataque e Chuck Hayes na defesa e depois o Celtics fez mais uma sequência de pontos para acabar o primeiro tempo na frente. O segundo tempo foi pau a pau até que no fim do quarto período o Ray Allen resolveu que não ia errar mais nada e acabou sendo demais para o Rockets.

Como torcedor do Lakers eu não tenho nada a ver com isso, só estou vendo um potencial adversário de final do Oeste e um potencial finalista da liga, então assisti só para ver o time dos outros e me diverti demais. O Celtics está bem, claro, com o time forte do ano passado, e o Rockets mostrou que mesmo com o Yao jogando mal eles podem jogar de igual pra igual com qualquer time na NBA, até agora foi o melhor jogo da temporada. E foi entre dois times defensivos.

Moral da história: times defensivos podem ser legais de assistir, às vezes até mais legais que os times que são só ataque, correria e showtime. Mas se for assistir a um deles jogar, assista quando enfrentar um time competente. Times ofensivos costumam dar chance para o adversário, mesmo mais fraco, jogar basquete, já times defensivos costumam humilhar quem não tem recursos ofensivos e aí você se sente assistindo aquelas partidas de Jogos Escolares onde um time ganha do outro de 68 a 8 (o que não é legal, que fique claro).

Lewis Hamilton venceu a F1, mas perdeu a garota

Vocês viram que a mina do Pussycat Dolls tá dando pro Lewis Hamilton, né? Certeza que ela ia dar pro Vettel se o Hamilton amarela de novo, mas beleza, ele acaba de perder a namorada, mesmo que seja de mentirinha, graças à um xaveco irresistível do LeBron James em um novo comercial da Nike. Vale a pena ver só pelo visual do LeBron.
A dica foi do nosso leitor Linniker. Valeu, Link!

Mas o melhor comercial do momento é o do Steve Nash! Ele arma o jogo, arremessa de três, joga futebol, é garoto propaganda, luta caratê e é modelo.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.