>Lei de Murphy

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O peixe que o Nesterovic pegou era desse tamanho

Sabe qual o único time a vencer tanto Lakers quanto Celtics nessa temporada? O Indiana Pacers.
Ontem fui todo empolgado ver mais um show do meu Lakers contra o Pacers. Podem até dizer que o LA não é um time melhor que o Boston, mas definitivamente é muito mais interessante ver o Lakers jogar, não tem um jogo em que não saiam trocas de bolas espetaculares e jogadas lindas do Kobe. Ontem teve o Kobe usando e abusando do Brandon Rush com direito a ponte aérea pra ele mesmo na tabela, teve o Odom dando passe de costas pro Ariza e ponte-aérea para o Bynum enterrar de costas. “Jogada-Show”, já diria a RedeTV.
O show veio mesmo, só não veio a vitória, coisa que eu também esperava! O Lakers tem destruído seus adversários porque ao mesmo tempo em que tem o melhor ataque de todos, conseguiu melhorar muito a sua defesa. Seguindo a lógica do número de pontos feitos e sofridos a cada 100 posses de bola, o Lakers está entre os 3 melhores times em defesa e ataque.
Isso quer dizer que o time é perfeito? Não. O Sasha Vujacic ainda não sabe marcar, o Jordan Farmar não joga bem fora de casa, o Odom sempre foi e sempre será inconsistente dentro do mesmo jogo e a defesa consegue ir do céu ao inferno em questão de minutos. Além disso, o Lakers fez quase todos os seus jogos em casa na temporada, em que o banco decidiu muitos jogos, o que fazer fora de casa onde o banco de reservas não funcionou na temporada passada? Então muita calma ao analisar o Lakers.
Em vários jogos já deu pra ver isso, mas as vitórias enganavam. Contra o Dallas, por exemplo, o Lakers estava tendo muitos problemas em segurar o ataque do Mavs, e era um ataque com o Antoine Wright, não o Josh Howard! Aí, de repente, no terceiro período os reservas começaram uma sequência de 17 pontos seguidos sem sofrer nenhum e colocaram um jogo que estava disputado no bolso.
Ontem parecia reprise. No primeiro tempo o Pacers, mesmo sem o Jeff Foster, estava dominando os rebotes ofensivos, e que eu saiba só o Jeff Foster sabe fazer isso por lá. E com o Nesterovic acertando 6 dos 6 arremessos que tentou, estava compensado o fraco primeiro tempo do Danny Granger. Mesmo sem o seu cestinha jogando bem, marcaram 61 pontos na primeira metade do jogo. Defesa horrível do Lakers. Aliás, defesa horrível dos dois times. Não havia nada que Troy Murphy e Nesterovic pudessem fazer para parar Gasol e Bynum.
No segundo tempo o jogo ficou na mesma até os dois minutos finais do quarto. Em dois minutos e vinte o time reserva do Lakers, com Farmar, Vujacic, Ariza, Odom e Bynum destruiu, humilhou e trucidou o Pacers. Fazer 17 pontos em 2 minutos não é coisa que se vê todo dia, ainda mais vindo de um banco de reservas. E digo mais uma vez que quem começou essa sequência e quem liderou o Lakers nesse melhor momento do jogo foi o Ariza, que tem sido o diferencial do time em muitos jogos na temporada. Se no começo do ano davam o Odom como candidato mais forte a sexto homem da temporada, podem repensar isso, porque ele não é nem o melhor reserva do Lakers.
Com 14 pontos na frente, o Kobe achou que poderia descansar pelo milésimo quarto período seguido e que poderia ficar vendo o Sasha “The Machine” em quadra com o seu cabelo pulando todo gracioso. Mas em poucos minutos o TJ Ford colocou seus patins e liderou uma virada do Pacers. O TJ pegou o Lakers onde ele mais precisa melhorar, na defesa da infiltração e na transição defensiva. Cada erro do Lakers virava um contra-ataque com o TJ Ford infiltrando e aí, quando a defesa voltava desesperada para parar o cara, ele tocava para trás, onde todo o resto do time estava lá para arremessar. O Nesterovic acertou arremessos no primeiro tempo, o Troy Murphy acertou bolas importantes de longa distância e no segundo tempo o Danny Granger acordou, mostrou porque é um dos principais cestinhas da NBA e arrebentou com o jogo.
Eu deveria saber o que me esperava. Além da vitória sobre o Celtics, o Pacers já tinha também ganhado do Houston Rockets do Danilo, também virando o jogo no quarto período. O Pacers é um time de quartos períodos. O jogo chega pau a pau lá e no quarto decisivo eles jogam seu melhor basquete ou parecem um time infantil e entregam de bandeja, mais ou menos como o Blazers, que volta e meia estão em jogos de final emocionante, seja contra o Kings, Rockets, Knicks ou Ipatinga.
Dessa vez eles quase entregaram de bandeja. Com um ponto de desvantagem eles não conseguiram colocar a bola na mão do Granger por causa de uma boa marcação do Ariza, apelaram então para o lixo do Marquis Daniels, que arriscou uma bandeja completamente torta. Tão torta que ficou longe do aro e na mão do Troy Murphy, que deu um tapinha na bola e ela ficou rodando no aro até acabarem os segundos de jogo e então, cair para dar a vitória para o Pacers. Ironia do destino esse arremesso ser bem de um cara chamado Murphy, né?
Poderia dizer que essa derrota foi boa para o Lakers perceber que não é só com ataque que vão ganhar alguma coisa, ontem fizeram 117 pontos e ainda perderam. Mas sério que precisam tomar 118 pontos para perceber que precisam defender? Não acredito nisso. Não defenderam bem ontem porque estavam acomodados, sabiam que em algum momento iriam conseguir abrir no placar, como conseguiram mesmo, mas aí relaxaram de novo e deixaram o Pacers encostar.
E mais do que condenar o Lakers, méritos para o Pacers que pegou bem na ferida do adversário. Ter o Nesterovic e o Murphy arremessando de longe e obrigando Gasol e Bynum a sair do garrafão incomodou muito o LA na defesa. Também achei bem corajoso da parte deles a agressividade nos rebotes ofensivos. Quando você pula para tentar um rebote ofensivo, você está perdendo segundos importantes na transição defensiva, o que pode ser mortal contra um ataque poderoso como o do Lakers, mas mesmo assim eles correram o risco, foram agressivos e deu certo. Conseguiram 19 rebotes ofensivos contra 8 do Lakers.
Como é de praxe, o Bola Presa erra todas as previsões que faz. Preferíamos o Beasley ao Rose e durante nosso preview da Divisão Central preferimos o Bucks ao Pacers. Claro que o Bucks está de técnico novo e passou quase o mês inteiro sem o Michael Redd, mas a verdade é que parece que o Pacers é mais time mesmo. No preview comentamos que eles precisariam alcançar o sétimo sentido e ter uma evolução absurda. TJ Ford, Troy Murphy, Nesterovic e Granger estão fazendo a melhor temporada de suas carreiras, então armadura de ouro pra eles.
Se você quer ver a jogada “lei de Murphy”, está aqui:

Para os melhores momentos apenas do Lakers no jogo, com todas as jogadas bonitas que eu disse, assista esse:

Notas:

– Fazia tempo que eu não fazia essa seção “notas”, né? Bola Presa Old School.

– Lembra do meu post sobre Contusões Bizarras na NBA? Eu não sabia, mas 11 dias depois daquele post o Jason Collins, o pior pivô titular da história da NBA, se machucou feio ao capotar com seu carrinho de golfe! Será que não tem uma alma com celular pra filmar essas coisas?

– Sabe aquela estatística de +/-, que calcula quanto o time ficou na frente enquanto cada jogador ficou em quadra? Pois então, ontem o Denver fez +48 pontos com o Billups em quadra. Será que alguém tem algum pingo de saudade do Iverson?

– Sabia que metade dos times da NBA usam video game para avaliar jogadores? Dá uma olhada nessa notícia. Eles usam os poderosos bancos de dados do NBA Live e analisam possíveis trocas, como um jogador jogaria em um time ou quais são suas principais tendências ofensivas e defensivas.
– Um olheiro do Houston disse que usou o video game para ver como o Artest jogaria no Rockets antes da troca. “Eu uso o game não como um jogo, mas como uma ferramenta“, disse o olheiro. O NBA Live tinha que servir pra alguma coisa, porque pra jogar não serve.
– Outro dia tirei sarro dizendo que o JJ Barea seria o próximo a dar 20 assistências num jogo. Ele leu, ficou revoltado, não conseguiu as 20 assistências mas respondeu com a cesta da vitória sobre o Clippers. Assista aqui.

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