>Trinta e três… trinta e três… trinta e três

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Olhar 43

O grande assunto de ontem foi a troca entre Charlotte Bobcats e Phoenix Suns que levou Jason Richardson para o Suns. E o Bola Presa, que adora dar um palpite, não vai ficar de fora desse assunto, mas como o Danilo já está preparando um post completinho sobre isso para hoje a noite, vou aproveitar minha tarde livre para comentar sobre outra coisa:
Carmelo Anthony.
No ano de novato dele, na temporada 2003-04, quiseram construir uma rivalidade do Melo com o LeBron James que nunca colou direito. As comparações de quem era melhor acabaram logo quando o LeBron ganhou pontos de experiência, matou monstros e ganhou o direito de só ser comparado ao Kobe.
Isso serviu pra muita gente dizer que o Carmelo não era realmente uma estrela e a imprensa era culpada de dar muita bola pra ele. Logo ele perdeu também espaço para o Dwyane Wade e as derrotas seguidas na primeira rodada dos playoffs já fazem as pessoas duvidarem do nível de competitividade do Carmelo e questionar também sua defesa.
Tem verdades e tem mentiras nisso tudo que se falou sobre ele. A primeira verdade é que infelizmente ele é realmente mais limitado que o Wade e o LeBron, os seus dois companheiros de draft fazem tudo em uma quadra de basquete em um nível fora do comum, mas tudo bem, ser pior que eles não é privilégio do Melo, 99,9% da NBA é pior que o Wade e o LeBron. O problema é que só o Carmelo é comparado com eles. Mas isso não faz dele um jogador ruim.
A principal diferença é que o Carmelo, ao invés de ser um faz tudo, um daqueles caras que pega a bola na mão e decide tudo, é um cara que depende um pouco mais do resto do time. Sempre disse que se você precisa de alguém para simplesmente fazer pontos, ele é o cara. Por isso também defendia seu espaço na seleção americana, com caras como LeBron, Kobe e Kidd do lado dele, fazer pontos era tão natural que ele faria 20 pontos por jogo mesmo que não quisesse. O Carmelo é o que eles chamam de “scorer” por lá, ou seja, um pontuador nato, a função que Deus deu pra ele foi fazer pontos no esporte do basquetebol e nada mais.
Também na seleção americana acabou a lenda de que o Carmelo não sabe defender. Mais uma vez, por causa do seu nome e fama, esperavam dele o Bruce Bowen sem voadoras, quando na verdade ele é um defensor decente. O problema é que no Denver dos últimos anos nem o melhor dos defensores iria parecer decente.
O time não tinha mentalidade defensiva e se três jogadores não se esforçam, os outros dois também não vão fazer o mesmo e aí vira uma bola de neve. Depois do fiasco no ano passado e com a chegada do Billups nesse ano, eles resolveram tomar jeito. Hoje são a sexta melhor defesa da NBA e o Carmelo não compromete em nada no campo defensivo, assim como não comprometeu em todos os seus anos na seleção americana, lá todo mundo marcava bem e ele também.
Aí, como o Carmelo pelo jeito não é dos caras mais simpáticos (e não é mesmo!), as pessoas questionaram nesse ano que ele não estava fazendo tantos pontos quanto fazia antes, mesmo quando tinha Iverson no elenco. Nesse ano ele está com 20,9 pontos por jogo, marca menor do que a de seu ano de novato. Mas em compensação ele está arremessando menos bolas do que na temporada passada, pegando mais rebotes, dando mais assistências e roubando mais bolas. São em média 5 arremesos por jogo a menos do que quando ele tinha média de 28 pontos por jogo há duas temporadas atrás.
Quem assiste aos jogos do Denver vê o Billups arremessando bastante, o Nenê participando do ataque como o Camby jamais participou, o JR Smith com seus dias de loucura chutando milhares de bolas, o Kenyon Martin participando por não estar (ainda) machucado e até o Linas Kleiza ganhando espaço no time. Deveriam agradecer pelo Carmelo arremessar menos porque ele está dando espaço para o Denver usar o bom elenco que tem.
Também percebo o Carmelo chamando a responsa quando importa mais. Então ele arremessa quando o time precisa, quando o relógio de 24 segundos está acabando, no final dos jogos, quando a defesa adversária aperta mais. Logo, seu aproveitamento diminui mas sua importância dentro do time aumenta.
Esse meu trabalho de advogado de defesa do Carmelo é inspirado na resposta do Carmelo a todos os críticos no jogo de ontem contra o Wolves.
O Denver estava tomando um sacode de Al Jefferson e cia. quando o Carmelo resolveu tomar conta da partida. Foram 33 pontos só no terceiro período!!! TRINTA E TRÊS! É o recorde da história da NBA em pontos em um quarto, empatado com o “Iceman” George Gervin. E foi daquele jeito que eu disse, pontos de todos os lugares possíveis da quadra, ignorando qualquer tipo de marcação, “Scorer” tatuado na bunda desde que nasceu. Dêem uma olhada nos pontos do rapaz:
Ou seja, quando o time precisa, o Carmelo está lá. O Denver não precisa do Carmelo sendo cestinha da NBA como ele ameaçava ser anos atrás. Se ele quiser, pode ser, mas não precisa. Eles precisam do Melo como o Lakers precisa do Kobe, quando a água bater na bunda ele precisa tomar conta de tudo, quando o jogo está tranquilo é só fazer a parte dele e deixar os outros com suas funções.
Notas:
– Desde quando o Phil Jackson virou o Don Nelson? Antes o Luke Walton nem entrava em quadra e o Radmanovic era titular. Ontem o Luke virou titular e o Radmanovic-Bono Vox nem pisou em quadra. Daqui a pouco o Mbenga vira titular no lugar do Bynum.
– Eu estava certo quando disse que ontem era a grande chance do Thunder vencer de novo. Eles chegaram perto, abriram 21 pontos de vantagem mas perderam de novo. E o pior, perderam com o Grizzlies deixando Mayo e Gay no banco por boa parte da virada. Que tal perder para um time liderado por super estrelas como Quinton Ross e Greg Buckner?
Elton Brand: 6 pontos, 7 turnovers, 15 milhões de dólares por temporada.

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