O Danilo cuidou bem do blog enquanto eu estava de férias, né? Dei muito trabalho pra ele, mas agora ele pode relaxar um pouco que eu estou de volta pra falar muita abobrinha. Já aproveitei pra mudar a enquete, atualizar nossas importantes estatísticas da barra lateral (sabia que o Thunder é o segundo time que mais enterra na NBA?) e agora estou aqui para falar do Orlando Magic.
Quando eu saí para minhas férias de 10 dias, o Orlando era um time poderoso que estava lá pertinho do Cleveland Cavaliers e do Boston Celtics no topo do Leste. Já tinha vencido o San Antonio Spurs, o Los Angeles Lakers e no natal destruiram, humilharam, trucidaram e fizeram peru assado com o New Orleans Hornets. E nesses jogos, em especial contra o Spurs, o Jameer Nelson estava jogando demais. Foi o bastante para muita gente colocar o Orlando Magic como candidato ao título.
Mas eu não. Eu sou ótimo em errar previsões, eu sei, não precisam lembrar do Bulls campeão do Leste mais uma vez, mas é verdade dessa vez, falta alguma coisa nesse Orlando. Alguma coisa que eu não sei dizer bem o quê. Como o ditado diz que uma analogia com mulheres vale mais do que mil palavras então:
O Lakers e o Celtics são a Alinne Moraes, o Cavs é a Scarlett Johansson e o Magic está mais para uma Mariana Ximenez, saca? Tem tudo no lugar mas falta alguma coisa.
Ontem, assim que voltei, fui assistir ao Magic enfrentar o Raptors. Como acontece contra qualquer time sem pivô (surpresa, o Jermaine O’Neal estava machucado e a Terra é redonda), o Dwight Howard fez um estrago monumental: 39 pontos.
Foi o bastante por três períodos, mas no quarto a bola não chegava mais nas mãos do pivô. A tática foi a mesma que todo time tenta usar contra o Magic, cria-se um congestionamento monstro dentro do garrafão, destacam alguém do perímetro para impedir os passes para o garrafão e deixam o Magic decidir tudo no perímetro. Então nos minutos finais dos jogos são Rashard Lewis, Hedo Turkoglu e Jameer Nelson que devem resolver a parada no ataque.
No ano passado já era assim e para a surpresa de muitos, minha inclusive, que nunca fui fã do cara, o Turkoglu assumiu o papel de líder do time e decidiu inúmeros jogos. Nesse ano o Nelson tem feito sua parte e até o amarelão do Rashard Lewis apareceu decidindo contra o Sixers.
Mas será que é o bastante para ser campeão? Ou melhor, será que basta para chegar na final do Leste? No ano passado eles fizeram uma série pau a pau com o Pistons mas na hora de decidir deu mais Prince do que Turkoglu nos minutos finais, e com o Dwight Howard sendo bem marcado o “resto” do Magic não provou ser melhor do que um time de segunda rodada de playoff.
Além de não ter jogadores fora de série para decidir jogos, tem a história das bolas de 3 pontos. Eles não dependem tanto como antes das bolas de 3, graças à evolução ofensiva do Dwight e do jogo de meia distância do Jameer Nelson, mas ainda é um time que abre muitos espaços com a bola longa e que nos dias em que ela não está caindo parece não saber o que fazer. Sabia que o Orlando é o segundo time que mais chuta bolas de 3? São 26 por jogo, só aquela maluquice do Knicks arremessa mais.
O jogo de ontem foi decidido pelos erros de três do Magic. Uns do Redick, outros do Turkoglu, e em poucos minutos um jogo que esteve tão próximo de acabar bem acabou sendo uma derrota. E nos jogos que eles ganham, geralmente a história é a mesma mas com as bolas caindo. Acho o time muito igual sempre, não tem variações. Não é como o Celtics, o Cavs ou o Lakers, que têm muitas formações diferentes para deixar o time mais forte no garrafão, mais rápido, melhor em infiltrações ou mais forte na defesa. O Magic não, são aqueles mesmos caras que sabem fazer sempre as mesmas coisas.
A maior variação é na posição dois, onde você pode escolher entre o arremessador que não acerta arremessos, o Redick, e dois defensores que até sabem arremessar, o Bogans e o Pietrus. Ou seja, não importa se estão enfrentando um time alto, baixo, rápido, jovem, velho, azul, alienígena, do Leste, do Oeste ou de Marte. O Magic sempre tem em quadra para decidir os jogos os mesmos jogadores, com as mesmas jogadas e o mesmo estilo de jogo.
Quando o time ganha isso parece bom, parece regularidade, parece que eles impõe o seu ritmo e seu estilo. Mas na verdade é como chamar teimosia de persistência quando interessa. Não culpo quem pensa assim, mas pra mim é falta de opção e consequentemente falta de elenco para ganhar o título.
E como time mediano e sem espaço na folha salarial, o Orlando está naquele velho dilema do time mediano. Esperamos com esse time na esperança de que jogadores medianos se tornem excepcionais ou trocamos uma fórmula que rendeu um time bom para tentar ser excepcionais?
Usando exemplos recentes podemos lembrar do Phoenix, que abandonou um time quase-campeão para buscar a peça que faltava e não tem dado certo. Mas ao mesmo tempo podemos pensar no Lakers, que depois da derrota em 2004 trocou o Shaq, manteve o Kobe e aos poucos montou um time para disputar o título. Cada caso é um caso, não é uma ciência exata, mas aposto um pé do Danilo que o Magic não disputa uma final de NBA tão cedo.
Semana dos novatos
Textos Mais Comentados
Bola Presa por Bola Presa
Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?
Como são os planos?
São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:
R$ 14
Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.
R$ 20
Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.
Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.
Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.
Como funciona o pagamento?
As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.