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Terrorista Leandrinho dá uma bolada na bandeira americana

Eu não acho que um técnico quando é mandado embora de um time fique torcendo para que sua ex-equipe se dê mal só pra perceberem que não era culpa dele. Prefiro enxergar os técnicos como seres superiores, inteligentes e profissionais que sabem que nem sempre as coisas dão certo e que rancor não vai adiantar nada. Mas acho que o Terry Porter deve estar com uma dor no coração de ver o Suns jogando tão bem desde que ele foi embora.

Não digo isso porque o Suns venceu esses três jogos desde que trocou de técnico, afinal ganhariam mesmo se eu fosse o técnico. Foram dois jogos contra o Clippers e um contra o Thunder, sendo dois desses três jogos em casa. As vitórias, porém, vieram da forma mais convincente possível: 140 pontos no primeiro jogo, 141 no segundo e mais 140 ontem. É a primeira equipe desde 1990 a conseguir esse feito. Fato irônico é que o Terry Porter era o armador principal do Blazers que fez isso.

O que deve magoar mais o Porter é ver um minutinho de qualquer uma das partidas e já ter o olho ofuscado pelo sorriso de orelha a orelha na cara de todo mundo. O Nash e o Leandrinho pareciam cachorros que passam o dia inteiro presos e de repente são libertados em um quintal gigante. Está todo mundo tão feliz de não jogar no esquema do Porter que o clima lá é de carnaval e não tem nada a ver com a data no calendário. O Nash jogou melhor do que jogava sob o comando do Porter mas os números não mudaram muito, já o Leandrinho teve uma mudança inacreditável, acho que ele odiava mesmo jogar no esquema de meia-quadra do antigo treinador.

O nosso brazuca favorito fez 24 pontos no primeiro jogo contra o Clippers, 13 no segundo (em apenas 22 minutos) e 41 ontem! Foi a maior pontuação da sua carreira e ainda foi acompanhado de 7 rebotes, 7 assistências e 6 roubos. Depois do jogo ele falou umas coisas interessantes sobre a partida e sobre como é voltar a jogar na correria:

“Eu adoro jogar correndo pra cima e pra baixo. Acho que todo mundo gosta.”

“Eu não sabia o que estava acontecendo na quadra no fim do jogo. A gente estava ganhando e o técnico mandava eu continuar indo pra cesta. Só depois do jogo que eu fui ver que estava com 41 pontos. Estou muito feliz mas mais feliz que o time fez isso junto.”

O Leandrinho fez sem dúvida o melhor jogo dele na NBA em termos de números e agora terá que repetir a dose algumas vezes, afinal ele é o mais novo titular do Suns depois que o Amar’e Stoudemire teve um problema no olho e está fora da temporada. Alguns falaram que ele poderá voltar para os playoffs, outros dizem que talvez nem isso. Uma pena, afinal ele era outro que se libertou nos jogos sem esquema preso e meteu 42 pontos em 36 minutos no segundo jogo contra o Clippers. Só que para ele jogar nos playoffs o Suns precisa, primeiro, classificar-se para a pós-temporada. Hoje o time está em nono no Oeste, aquela posição medonha que não te põe nos playoffs e nem dá a chance de uma boa escolha de draft.

O novo técnico da equipe, Alvin Gentry, decidiu que o time voltaria a correr e, com a saída do Amar’e, decidiu que o time voltaria a jogar com uma escalação mais baixa, colocando o Leandrinho no lugar do machucado e o Grant Hill na posição 4. Contra o Thunder que é um time bem baixo e improvisa na posição 4 deu certo, mas será que dará certo pra sempre?

Em teoria sim, afinal o time volta a ser o mesmo que fazia sucesso nas temporadas passadas, com a diferença de ter o Shaq como pivô no meio e não o Amar’e. Com as mesmas qualidades voltam também os mesmos defeitos. Nem Nash e nem Leandrinho são grandes defensores e Grant Hill não poderá fazer nada contra alas de força fortes na defesa. Quando o Suns enfrentar equipes de garrafão pesado colocará quem em quadra? O Amundson? O Robin Lopez?

Acho que o problema do Suns foi não conseguir achar o meio termo e talvez eles percam mais uma vez por causa disso. Eles passaram anos tendo o melhor ataque da NBA e perdiam nos playoffs porque não sabiam defender. A solução que eles encontraram foi trazer o Shaq e jogar um jogo mais de meia quadra. Não funcionou. Então trouxeram o Terry Porter, técnico essencialmente defensivo, e também não deu certo. O Suns de repente não atacava mais tão bem e nem aprendeu a defender pra compensar isso. Em resumo, o Porter não conseguiu fazer o que a diretoria pedia e nem agradar os jogadores.

No desespero, a decisão foi a de mandar o Porter embora e voltar para o run and gun que dava certo. Opa, dava certo? Há exatamente um ano atrás o time não estava começando a abandonar o run and gun porque ele não rendia títulos? Agora vão voltar pra ele mesmo assim? O que eu entendo é que eles estão mais com medo de passar a vergonha de não ir para os playoffs do que realmente acreditando que possam vencer títulos.

Depois de três jogos para entupir o time de confiança, agora começam alguns desafios de verdade. No domingo eles pegam o Celtics e na quinta-feira pegam o Lakers. O jogo contra o Celtics não será fácil, claro, mas pelo menos será em casa e o atual campeão não terá o Kevin Garnett, que machucou o joelho e ainda não sabe quanto tempo ficará de fora (os resultados dos exames saem hoje), então até que dará para abusar um pouco da escalação mais baixa. Já contra o Lakers será difícil lidar com a dupla Odom e Gasol, que tem destruido todos os garrafões que enfrentam desde a contusão do Bynum.

O técnico Alvin Gentry já disse que “pode prometer que não vão fazer 140 pontos no domingo”, mas se eles forem capazes de vencer esses dois jogos importantes, mesmo marcando 100, 120 ou 80 pontos, serão a prova de que esse Suns voltou pra valer. Se perderem, será mais um time que bate feio nos fracos e que não vence os favoritos ao título. Em outras palavras: o mesmo Suns do Mike D’Antoni.

E sejamos sinceros, se era pra ser o mesmo time das temporadas passadas, que mantivessem D’Antoni e Shawn Marion, que há exatamente um ano atrás estavam em primeiro lugar no Oeste.

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