>O time mais legal é o da torcida mais chata

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Companheiros ajudam Deron a se levantar
depois dele cometer um assassinato

E aí pessoal, gostaram do layout novo com a Alinne Moraes? Acharam que a opção dela na enquete era brincadeira mas não era não, ela ganhou e levou. Ela agora só precisa ficar sabendo e vir me agradecer pessoalmente aqui em casa. E já respondendo a um comentário, é impossível mudar o layout toda semana, o nosso amigo que faz isso para gente, o Felipe, tem uma vida própria e não ganha nada pra isso. Mas pagando ele faz um diferente por dia, tudo é negociável.

Mas por mais interessante que esteja o layout, não estamos aqui para falar da Alinne Moraes, estamos aqui para falar dos nossos mórmons favoritos, o Utah Jazz!
Depois de uma sequência de 4 derrotas no final de janeiro, eles pegaram o jeito, embalaram e venceram então 13 dos últimos 15 jogos, sendo dez vitórias seguidas.

Praticamente todos os times da NBA tem, durante uma temporada, sequências de muitas vitórias ou derrotas. Alguns mais frequentes, outros uma vez só, normal em uma temporada que consegue ser mais longa que o último filme do Senhor dos Anéis. Então, para enxergar um pouco mais profundamente essa boa fase, entender o que mudou para ela acontecer justamente agora, temos que responder a algumas perguntas:

1- O elenco ou a rotação do time mudou durante esses jogos?

Sim e não. O Carlos Boozer voltou nos últimos 5 dos 10 jogos vencidos, mas só jogou bem e bastante tempo nos últimos 3. Ele ajuda muito e como disse em outro post, é bem mais completo que o Millsap, mas dar essa sequência de vitórias só à volta do Boozer seria demais. Podemos dar a ele o mérito pela nona vitória, a contra o Houston, em que ele foi o melhor jogador em quadra. Mas nada além disso.

As outras mudanças na rotação do time foram temporárias e no fundo só deveriam atrapalhar, já que perderam Kirilenko e Okur durante alguns jogos.

2- Algum jogador jogou muito acima da média?
Claramente sim! No complicado sub-mundo dos armadores da NBA, o Deron Williams é um quadrinho do Watchmen cercado por filmes do Watchmen, a diferença é brutal. Tirando o Chris Paul, que tá sempre jogando bem, o resto da NBA não chega perto ao que o Deron está fazendo nos últimos jogos.

Em números é impressionante, como quando deu 20 assistências contra o Warriors, mas em quadra a diferença é maior ainda. A combinação de bom arremesso de meia distância, ótimo drible e companheiros se movimentando o tempo inteiro prontos para o passe é fatal. O arremesso é para quem o marca à distância, o drible pra quem tenta grudar nele e mesmo se o marcam bem o resto do time se movimenta muito bem e a visão de jogo do Deron está sempre em dia.

3- Enfrentaram adversários muito fracos?
Não. Pegaram, nessa sequência de 13 vitórias em 15 jogos, times como Lakers, Celtics, Rockets, Mavericks, Hornets e Nuggets. E contra os times fracos que venceram- Kings, Wolves, Warriors, Grizzlies, Thunder- a diferença mínima de pontos na vitória foi de 8 contra o Warriors, de resto sempre beirou os 20.

4- Jogaram muitos jogos em casa?
Sim. Das dez vitórias em sequência, 8 foram em casa. Fora, foram só os jogos contra Wolves e Warriors, duas mamatas. Isso não desvaloriza o fato, apenas reforça a idéia que temos desde o ano passado de que o Jazz é um dos melhores times da NBA quando joga em casa e um time um pouco mais comum, embora ainda muito bom, quando joga fora.

5- O time se superou em alguma categoria em que antes fedia?
Comparando os últimos 15 jogos com os números do resto da temporada, vemos números:

Melhores em: rebotes ofensivos, roubos, assistências e pontos.
Números praticamente iguais em: pontos dos oponentes, rebotes defensivos, aproveitamento dos arremessos.
Números piores em: faltas, turnovers e tocos.

Todos aí têm sua explicação. Número maior de faltas e turnovers mostram que o time está mais agressivo tanto no ataque quanto na defesa. No ataque deu certo porque o número de assistências cresceu junto, na defesa nem tanto já que os tocos diminuíram e o número de pontos dos oponentes continuou o mesmo. A diminuição de tocos também pode ser explicada pela volta do Boozer, que é um Zach Randolph em termos de toco, bem pior que o Paul Millsap.

As melhoras ocorreram em rebotes ofensivos, em que o Boozer ajudou bastante, e em quesitos em que o Deron Williams é líder do time, ou seja, em boa fase os números crescem mesmo.

As mudanças podem ser explicadas basicamente pela boa fase do Deron, pela volta do Boozer e pela maior agressividade do time na defesa e no ataque, agressividade essa que é marca registrada desse time do Jerry Sloan.

Depois de entender melhor o que aconteceu, o que eu e todo mundo pergunta é: Tá, mas e aí, tudo isso vai continuar acontecendo ou é só passageiro?

A sequência de vitórias obviamente uma hora acaba. Tem grandes chances de acabar dia 15 contra o Magic, em Orlando, um dia depois do Jazz ter pego o Miami. Mas o importante é se eles vão continuar jogando nesse nível. Eu acho que sim, mas para o título deveriam melhorar ainda mais.

No começo da temporada, pensava no Jazz como aquele time quase perfeito. Quase. E que iria passar anos chegando em finais e semi-finais de conferência, sempre dando trabalho mas nunca levando o caneco. Ainda acho isso, mas o time tem funcionado tão bem, mas tão bem, que já coloco eles como terceiro melhor time do Oeste hoje, atrás apenas de Lakers e Spurs, e podendo vencer eles a qualquer momento.

Para o Jazz ser um time com chance de título, eles teriam que ou se tornar o Magic e jogar melhor fora de casa do que dentro ou chegar aos playoffs com mando de quadra contra todo mundo. Eles até têm chance de mando de quadra contra muita gente, já que com 39 vitórias, contra 40 de Houston e Denver e 41 do Spurs, ainda há tempo de talvez chegar em segundo no Oeste. E é inegável como eles teriam muita chance de ficar em segundo ou até brigar pela primeira vaga se não fossem as contusões do Deron e depois do Boozer.

Podemos tirar a dúvida no ano que vem talvez, mas no ano que vem o Boozer pode não estar ainda lá. Se não estiver, aí a minha previsão deles serem para sempre um time “quase” vai se confirmar.

Mas existe um conforto para os torcedores do Jazz. Ou melhor, dois. O primeiro é que eu estou errando previsões o tempo inteiro (embora vá acertar que o Bobcats vai aos playoffs, aguardem!). A outra coisa é a compensação que os torcedores do Suns tinham nos anos anteriores: o seu time não vai ganhar mas é o com basquete mais bonito na NBA.

Quem não tem visto o Jazz jogar pode estar surpreso. Quem sabe como eu sou apaixonado pelos triângulos do Lakers funcionando à perfeição também, mas hoje o Jazz é o time com jogo mais bonito na liga inteira. Prestem atenção no jogo de meia quadra, como todo jogador não só sabe onde fazer o corta-luz como também sabe fazer o corta, com muita força, impedindo o defensor de passar. E todo mundo sabe como cortar para a cesta depois do corta-luz, é o desespero de qualquer time que não sabe proteger o garrafão. A execução é perfeita, ninguém fica parado nunca e é um tesão para quem gosta da parte tática do jogo.

Pra quem tá pouco se fodendo pra tática e só quer ver show, o Jazz também serve. Até ano passado não servia, mas nesse ano os contra-ataques liderados por Deron Williams, CJ Miles e Ronnie Brewer não ficam devendo nada pra ninguém, é junto com Lakers e Sixers os melhores times jogando na transição. Falando sério, mesmo que seja para torcer contra, assista o Utah Jazz jogar, você não vai se arrepender.

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